domingo, 10 de abril de 2011

A Corrente Humanista no Serviço Social

O Que é o Humanismo?
A questão de uma ideologia para o Serviço Social sempre foi tida em conta, sobretudo nos anos 60 e 70, época da reconceituação do Serviço Social na América Latina, e é nesse contexto que se reforça um corrente de cariz humanista no setor.

O Humanismo é a corrente filosófica e moral, que defende que o Ser Humano é o centro das preocupações sociais e políticas, ao contrário por exemplo do neo-liberalismo, que defende a importância do capital ou do socialismo que defende a sociedade como um todo no centro das suas preocupações e praxis política.

Inicialmente o conceito de Humanismo, teve origem na antiga Grécia, nas ideias de Sócrates e Platão, mas foi no Renascimento e no Iluminismo, que teve um novo impulso, sendo inclusive confundido com o anticlericalismo.

O humanismo tem várias vertentes, Humanismo Marxista, Humanismo Secular, Humanismo Positivista ou Contiano e o Humanismo Religioso (incluindo o Humanismo Cristão), é este último que influencia o Serviço Social, que era baseado nos valores cristãos e católicos na ação social, praticada pela caridade cristã dos seus fiéis, tal como a “Sociedade São Vicente de Paulo” e Frederico Ozanam, ou Ainda Dom Bosco, que funda a Pia Sociedade São Vicente de Sales (os Salesianos) com o objetivo de promover a reinserção de adolescentes e jovens.

A Doutrina Social da Igreja na formação da emergência do Serviço Social.

A doutrina Social da Igreja, lançada no fim do séc. XIX pelo Papa Leão XIII na sua encíclica “Rerum Novarum”, lançando não só o “magistério social da igreja” mas também as ideias de um humanismo cristão que combatia os excessos nefastos do capitalismo triunfante, por outro lado combatia o socialismo cientifico de caris marxista, em crescimento na classe operária, trazendo para a sociedade civil e em particular para o seio do catolicismo uma clara resposta cristã e humanista, foi claramente este ideal que fez nascer em vários países, a “Assistência Social”, que por sua vez tem vindo a evoluir ao longo do tempo até chegarmos ao moderno “Serviço Social”

Os Direitos Humanos e o Serviço Social.

A política social do Estado, teve um forte impulso, a partir dos anos que se seguiram à II Guerra Mundial, da criação da ONU e em especial a DUDH Declaração Universal dos Direitos Humanos e dos “Gloriosos 30” que veio a fomentar cada vez mais a preocupação dos Estados em implementar ou desenvolver políticas sociais, nomeadamente o conceito do “welfare state” muito em voga nos países desenvolvidos da Europa Ocidental e América do Norte, mas também de lutar contra a discriminação, a exclusão e a favor de amparar os mais indefesos da sociedade como as crianças, idosos e os desfavorecidos da sociedade.

É neste contexto que surge a reconceituação do Serviço Social na América Latina e nos Estados Unidos, onde o expoente máximo foi Carl Rogers, e este novo conceito teve claramente um cariz humanista, muito voltado para o combate à pobreza, à reinserção social da pessoa humana, mas também para a consciencialização do individuo face aos seus direitos e à sua cidadania, onde o sistema cliente passa a ser tido como um importante agente no processo da sua própria reinserção, em que as pessoas procuram fazer o seu projeto de vida, muito ao contrario do inicio do Século XX onde o Serviço Social era mais uma ação higienista, feita do topo para a base, com o objetivo de remediar, onde a pessoa não era tida no processo de solução. Era uma Assistência na Pobreza e a pessoa humana não era o centro no processo decisório.

Logo hoje totalmente distante dos erros do inicio desse tempo, a Exclusão Social é totalmente incompatível com o humanismo dos “Direitos Humanos”, do “Estado de Direito” e da cidadania plena dos indivíduos.

Bibliografia:
Silva, Guadalupe Maria; Ideologias e Serviço Social, 1983 Cortez Editora / Brasil
Kisnerman, Natalio; Sete Estudos sobre Serviço Social, 1980 Cortez e Moraes / Brasil
Núncio, Maria José Núncio – Introdução ao Serviço Social, 2010 ISCSP / Portugal
Caratini, Roger – História Critica do Pensamento Social.

Sitografia:
http://www.infopedia.pt/$humanismo


Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Escolas do Futuro e a Inclusão Social

Realizou-se a 6 de Abril, a I Conferencia Internacional da EPIS - Empresários pela Inclusão Social, com o tema "Escolas do Futuro", que teve lugar na Fundação Caloust Gulbenkian.
O evento foi gratuito e destinado a um vasto público, como empresários, professores, alunos e interessados na área, onde foram abordadas as vias e as alternativas possíveis para uma "Escola do Futuro", correndo o evento em paralelo no Facebook.
O orador é um consultor da rede "Education Impact", o britânico Dun Buckley, autor do modelo pedagógico "Personalization by Pieces", Buckhey é um pedagogo com larga experiência na inovação educativa e é atualmente colaborador da Microsoft no projeto "Building Schools for the future".
Entre outros esteve presente o Presidente da EPIS António Pires de Lima; bem como Isabel Alçada, Ministra da Educação; António Costa, Presidente da Câmara de Lisboa e Eduardo Marçal Grilo da Fundação Gulbenkian. O evento decorreu num único dia.
Sites relacionados: 
Programa do evento.


Autor Filipe de Freitas Leal

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Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

terça-feira, 5 de abril de 2011

"Quanto Custa ser Feliz? 10º Congresso CAIS

A Associação CAIS vai organizar de 06 a 08 de Abril, o 10º Congresso CAIS, com o tema: “Quanto custa ser feliz? Por uma economia do Bem Estar”, em que o objetivo é dar a conhecer o “Estudo sobre o nível de felicidade dos portugueses” e por extensão da qualidade de vida no nosso País, um estudo que faz parte de uma investigação académica realizada por Maria Júlia Nunes do ISCTE/IUL, o evento terá lugar no ISEG Edifício Quelhas, Auditório 1, e nele pretende-se criar um ambiente de debate sobre a situação sócio-económica da realidade portuguesa, que neste momento é de crise, torna pertinente o estudo abordado e sobretudo pela Associação CAIS, cuja razão de existir prende-se com a reinserção social ou de uma forma mais lata as causa que produzem a exclusão social.
Vale a pena a todos os interessados, participarem do estudo sobre a felicidade dos portugueses através do inquérito realizado online aqui, todas as informações dadas por si são confidenciais e anónimas)
O Congresso tem entrada livre, no entanto requer-se que façam as inscrições por telefone: 218 369 005 ou por mail eliana.lavos@cais.pt
Para mais informações: Associação Cais e o Programa do evento.
Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

sábado, 2 de abril de 2011

Evento - Recuperação Financeira de Particulares

Realizou-se no dia 31 de Março, pelas 17H no “Económicas Lounge” ISEG, em Lisboa, a conferência com o tema: “Meios de Recuperação Financeira de Particulares”, que teve como público alvo os profissionais da área e pessoas interessadas no assunto da insolvência de particulares.
O evento teve a presença de vários advogados especializados no assunto como oradores especializados nesta matéria, através de informações sobre o Código de Insolvência e Recuperação de Empresas, que agora contempla os particulares.
O número de pessoas singulares, em situação de insolvência tem vindo a aumentar de ano para ano, segundo dados fornecidos pela DECO, terão sido cerca de 432 os processos iniciados em 2007, de 656 em 2008 e de 1258 em 2009 , o que se deve ao agravamento da crise económica e à situação de sobreendividamento das famílias (Fonte).
Esta é uma das causas do empobrecimento de inúmeras famílias portuguesas, os chamados “novos pobres”, pessoas que perderam o emprego ou que sofreram a falência da própria empresa, herdando uma situação de grande dificuldade financeira, e também psicológica. As pessoas nessa situação podem pedir apoio à justiça e declararem-se “insolventes”, ficando assim garantidas as condições mínimas necessárias às necessidades básicas da família, sendo o excedente do seu rendimento entregue ao Administrador de Insolvência nomeado pelo Tribunal.
A participação na conferência teve um custo de 25€ como valor de participação, valor esse que reverteu a favor da Associação APOIARE.
Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

terça-feira, 29 de março de 2011

Adoção de Idosos e Exclusão Social

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/53/Alte_frau_seybold.jpg
Portugal mais uma vez está a realizar um censo, o seu XVº recenseamento geral da população, pelo que esperamos o fim desta consulta para termos acesso a dados novos sobre a nossa sociedade. O censo pode ser respondido on-line teoricamente por todos, embora de facto essa possibilidade esteja vedada à faixa da população que se encontra em “infoexclusão”, novo conceito de exclusão social em países desenvolvidos que designa o conjunto de pessoas que não têm acesso aos meios informáticos, quer seja por inaptidão devido à idade, quer seja por falta de recursos.

Um dos dados que se aguarda com antecipação é o do nível de envelhecimento da nossa população – a expectativa de vida em Portugal é maior hoje que no passado naturalmente, mas há que saber precisar exatamente quanto. Segundo a CIA World Factbooka  longevidade nas mulheres portuguesas atinge em média os 82 anos e nos homens fica-se pelos 75, o que contudo é baseado apenas nas estimativas possíveis entre recenseamentos gerais.

Segundo dados do INE, existiam em 2009 cerca de 321 mil idosos a viver sozinhos em Portugal (via), sendo a maioria mulheres viúvas. Ora, estes dados, que aparecem associados ao relato por parte da autoridade estatística do seu progressivo aumento no passado recente, exigem que se olhe cada vez de modo mais sério para a problemática da terceira idade na nossa sociedade, que vem associada a problemas gravosos e cada vez mais bem mapeados como os da exclusão social dos idosos em geral, os da violência familiar sobre os idosos, os da escassez de cuidados de saúde especializados e contínuos ou os da falha da garantia aos idosos dos seus direitos básicos de dignidade individual e social.

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) é uma das instituições sociais mais ativas e diversificadas no cuidado que presta a idosos - ver aqui a diversidade da sua oferta.

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/53/Alte_frau_seybold.jpgDe destacar é contudo, pela sua oportunidade e originalidade, a campanha que vem desenvolvendo desde Maio de 2010, que pretende identificar famílias que estejam disponíveis para adotar idosos carenciados sem família. Não obstante as famílias disponíveis recebam pelo menos 447,27€ por mês para acolherem o idoso, podendo acolher até um máximo de três, os primeiros meses da campanha foram uma deceção, obrigando a uma nova fase de ativa publicitação dessa possibilidade, no fim do ano passado, também sem grandes resultados (via). Ora, continua em aberto essa possibilidade, e as necessidades são crescentes. Sobre essa forma de apoio social, contacte-se a Direção de Acção Social da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (ver aqui).

Outro serviço que merece relevo é o de Atendimento e Apoio Telefónico para Idosos, em especial o de TeleAssistência. Para além de um fim assistencial, estes serviços têm também o fim declarado de ajudarem a combater a solidão dos idosos.

Actualmente, nesse âmbito, a SCML tem ao serviço da população idosa as linhas abaixo:
  • STA – Serviço Tele Alarme – Serviços de Apoio a idosos: 21 793 33 60
  • Linha do Cidadão Idoso: 800 20 35 31.
 Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Mendicidade, Um Estigma na Pobreza I

O século XXI, surgiu-nos pleno de promessas e esperanças, após as grandes conquistas do século passado, como as tecnológicas, as de direitos de cidadania, as de cada vez maior igualdade de género, e as de combate crescente à segregação e ao preconceito, seja de género, raça, credo ou de nacionalidade.  A Democracia forneceu o pano de fundo a muitas dessas mudanças civilizacionais, como princípio de organização política sustentada no reconhecimento e disseminação do postulado do direito à autodeterminação dos povos que culturalmente foi consolidando o princípio do direito à “auto-determinação individual”. Enfim, tratava-se de um novo século que após tantas conquistas seria logo à partida, julgava-se, tão promissor quanto possível, e o palco, esperávamos, do encontrar do tão desejado equilíbrio sócioeconómico a nível global, que permitiria o avanço sustentado do combate à pobreza e à exclusão social.

Mas eis que, na realidade, não obstante seja positivo o sentido global de evolução, inegavelmente, a grande desprotecção dos pobres e dos excluídos face à variação das condições socioeconómicas fez com que, neste século que tem até ao momento sido de mudanças e desafios profundos ao nível do modelo económico vigente, se tem verificado um agravamento generalizado nas sociedades ocidentais da situação dos mais desfavorecidos, quer em consequência da crise económica do Subprime em 2008 quer do efeito dominó que a partir daí arrebatou as  economias de países que entraram em banca rota, como a Islândia, o Equador, a Grécia, a Irlanda. Portugal não ficou imune, sendo arrastado para uma crise económica, política e social que se agrava.

Esta crise acarreta a ruína de uma franja da população de forma violenta, os mais necessitados, os sem abrigo, os sem emprego, os sem família os sem esperança, e sobretudo os dependentes quase exclusivamente da caridade alheia e das instituições religiosas e de solidariedade social, tais como por exemplo (internacionalmente) “O Exército de Salvação” e a “Santa Casa da Misericórdia” e por exemplo (nacionalmente) a “Comunidade Vida e Paz”, a “Casa” e a “CEPAC Centro Padre Alves Correia” que prestam uma grande ajuda às pessoas mais pobres e empobrecidas. Destacaremos hoje as duas últimas quer como modo de divulgar os seus esforços, quer como de as promover junto dos estudantes e especializados na área das Ciências Sociais, convidando todos a uma visita, desde logo, aos seus sites.

A CEPAC, tem como objectivo reinserir os imigrantes ilegais explorados em Portugal, tais como as ciganas romenas. O centro pretende ajudar quem vive em situação de mendicidade, tendo baixa escolaridade e encontrando-se em situação de uma forte exclusão social.

A CEPAC presta um enorme serviço, por exemplo no caso das mulheres ciganas romenas, dando formação a estas mulheres, não só escolar mas também profissional, o que se torna numa grande mais valia para a sua inserção social, auto estima, autonomia, bem como para a conquista do seu espaço na sociedade, deixando as ruas, a indigência e a mendicidade.

A CEPAC tem vários projectos de desenvolvimento para imigrantes, tais como o: “Fronteiras do Imigrante – Agir para Incluir”, sendo apoiada pela ONGD “Pórticus”.

Recomenda-se quer a visita ao site quer a colaboração. Nesta página encontram-se dados sobre como apoiar financeiramente a instituição ou como colaborar com tempo, em regime de voluntariado.
Outra instituição, e esta totalmente voltada para os “Sem Abrigo” é a “Casa – Centro de Apoio aos Sem Abrigo”, que suportando-se no apoio de voluntários e de restaurantes e benfeitores das cidades onde actua, tem vindo a servir todas as noites, refeições quentes e embaladas, a distribuir roupas e uma palavra amiga e de esperança, aos sem abrigo nas cidades de Lisboa, Porto, Coimbra, Faro e Setúbal.
A “Casa” necessita também de voluntários, agradecendo também todos os donativos que lhe possam ser encaminhados. Sobre donativos ver aqui. Sobre voluntariado especializado e não especializado aqui.
Ambas as instituições podem ser receptoras da consignação de 0,5% em sede de IRS. Vejam nas páginas indicadas como.
C.A.S.A. – Centro de Apoio ao Sem Abrigo
Sede Institucional: Rua Dona Estefânia, 124, 1º, 1000-158 Lisboa
Tel: 212 419 968 Fax: 213 163 488 email: info@casaapoioaosemabrigo.org
CEPAC – Centro Padre Alves Correia
Sede Institucional: Rua Dona Estefânia, 124, 1º, 1000-158 Lisboa
Tel: 213.973.030 Fax: 213.951.280 e-mail: director.tecnico@cepac.pt
www.cepac.pt.


Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

domingo, 27 de março de 2011

Serviço Social em Contexto de Crise

Tem-se vindo a falar em Portugal, de uma pobreza escondida, de uma classe de novos pobres que foram anteriormente empresários, ou profissionais liberais e que devido à crise que se iniciou em 2008 nos Estados Unidos da América com o “Subprime”, alastrou a todo o mundo e atingiu na sua maioria os países com uma economia mais fraca, como é o caso de Portugal, tendo em conta o agravamento do défice público.

Mediante este quadro, e com bastante pertinência vai realizar-se na UTAD – Universidade de Trás os Montes e Alto-Douro, a Conferência dedicada ao tema “Os Serviços Sociais e os Profissionais em Contextos de Crise”, a decorrer dia 7 de Abril das 14h30 às 17h00, no Auditório do Edifício CIFOP em Vila Real, no âmbito do II Ciclo de Conferências em  Serviço Social, e que terá como orador o Professor Doutor Pedro Hespanha da Universidade de Coimbra.
No âmbito do mesmo Ciclo, está ainda agendada para dia 11 de Maio, no mesmo horário e local da conferência anterior, a Conferência “Tendências, Enfoques e Modalidades do Serviço Social”, ministrada pela Professora Doutora Marlene Braz Rodrigues, docente no ISSSL.
O objectivo destas conferências é explorar o contexto que decorre da actual conjuntura socioeconómica portuguesa, ou seja do agravamento da crise e das consequências que daí advém tanto para a um fatia da população que se vê empobrecida bem como para os profissionais de serviço social que têm de reavaliar a prática e a abordagem do seu método de trabalho para a intervenção junto do sistema cliente, agora mais alargado.
A Entrada é livre, mas não dispensa a inscrição prévia. Para mais informações clique-se aqui ou recorra-se aos contactos abaixo:
UTAD/DESG, Av. Almeida Lucena, 1 /5000-660 Vila Real


Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.


Diversidade Cultural e Religiosa

Decorreu no dia 25 de Março, sexta-feira pelas 14h, um encontro promovido pela ACIDI – Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural que é representado por Filomena Cassis do projecto “Entreculturas”, cujo tema central é “Diversidade Cultural e Religiosa em Contexto Escolar”. Este evento, realizou-se no Auditório Agostinho da Silva na Universidade Lusófona de Humanidades, dos temas abordados foram para além do tema principal, a diversidade linguística na escola portuguesa e as boas práticas em interculturalidade.

Autor Filipe de Freitas Leal


Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.


sábado, 26 de março de 2011

OTAN Assume Ação Militar na Líbia

A OTAN vai assumir a ação militar na Líbia contra o regime do Coronel Muamar Kaddafi, com o apoio da Turquia após dias de discussão em que só sexta-feira se fez um acordo final.
Quais as consequências desta decisão da aliança europeia, da retirada estratégica dos EUA com uma guerra na Líbia que promete arrastar-se por algum tempo, que não se sabe ao certo quanto, ninguém sabe responder ainda. Mas espera-se a vitoria da democracia.
O mundo árabe vive hoje uma forte conturbação social, devido às baixas condições de vida das populações e também da opressão politica e social, as populações árabes do Magrebe e do Oriente Médio tomaram consciência da democracia e querem-na em seus países, é da democracia que depende o desenvolvimento dos seus países e das gerações futuras, é importante que se dê à Tunísia e ao Egito o apoio e se façam os esforços necessários a nível internacional para a consolidação da democracia e do desenvolvimento social nesses países.
No entanto a Costa do Marfim submerge numa nova guerra civil, após as eleições em que Laurent Gbagbo após perder as eleições, não reconheceu a derrota e recusou deixar o poder, iniciando-se uma Guerra Civil lamentável.
Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Criminalidade e Reinserção Social

No âmbito do 1º Fórum de Ciências Sociais e Políticas que decorreu no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas - ISCSP, da Universidade Técnica de Lisboa - UTL, tendo particular atenção ao tema acima referido, do dia 16 de março pelas 18h30, com a conferência sobre a Criminalidade e a Reinserção dos ex-reclusos na sociedade, na qual estiveram presentes os seguintes oradores:
Dr.ª Joana Patuleia dando o seu testemunho em nome da DGRSP Direção Geral da Reinserção e dos Serviços Prisionais, atualmente Vereadora da Cultura na Câmara Municipal de Bombarral;
Professor Doutor José de Almeida Brites (Psicólogo e Professor universitário) Diretor de “O Companheiro” - Associação de Fraternidade Cristã, IPSS, Instituição fundada em fevereiro de 1987 pelo Padre Dâmaso Lambers, tendo como lema e missão Para que não haja Homem explorado pelo Homem", vocacionada a promover a reinserção social da população alvo, de reclusos, ex-reclusos e as suas famílias;
Dr.ª Sílvia Moço (Assistente Social) que dirige o Gabinete de Inserção Social - GIS, de "O Companheiro". 
Amílcar Velhinho, presente na conferência, para prestar o seu testemunho vivo, de um ex-recluso, tendo sido recluso por vários anos, e foi apoiado no seu processo de reinserção social pelo "O Companheiro, instituição à qual ainda hoje está ligado.
O Sistema Prisional – Dr.ª. Joana Patuleia
O sistema prisional português, tem vindo a mudar ao longo das últimas décadas, a visão e o modo como encara a sua função na sociedade portuguesa, que desde o inicio da década de 80 tem vindo a ter um cariz mais humanista.
Segundo a Dr.ª Joana Patuleia, que foi diretora de um estabelecimento prisional, formada pelo ISCSP em politica social, afirmou que a filosofia atual do Serviço Prisional é o da segurança e reabilitação, ou seja de retirar a liberdade do recluso com o objetivo de o reinserir na sociedade, e para tal, os serviços prisionais encaram que a intervenção deve ser feita logo de inicio da condenação com o intuito de reabilitar, tendo a visão de que cada caso é um caso, mas devem ser tidas em conta as necessidades de cada recluso na sua formação escolar, profissional e revalorização pessoal para o sucesso da sua reinserção.
O universo dos reclusos em Portugal hoje é da ordem dos 12 mil indivíduos no total e contando com ambos os sexos.
As razões da criminalidade tem de ser tomadas em linha de conta, que seja por motivos de família disfuncional, estilos de vida poucos saudáveis e ambiente e companhias com propensão à criminalidade, isto para se poder preparar com programas eficazes de formação dentro da penitenciária e cujo objetivo é dar ao recluso muitas vezes aquilo que precisa mas não soube buscar por si mesmo.
Vários programas tem vindo a ser feitos, em estabelecimentos presidiários, dos quais também fazem parte alguns estudos sobre “Comportamentos Criminógenos” e “Impacto da Intervenção Penitenciária e do Nível de Reinserção”, mas alguns ainda não foram verificadas na sua validade até o momento.
A Reinserção Social – Dr. José Brites (O Companheiro)
Para o Professor Doutor José de Almeida Brites, há falhas no serviço prisional no que se refere à preparação do preso com vista à sua libertação e posterior reinserção social, que por vezes põe em causa os objetivos do Sistema Prisional no termos acima referidos, pois sem as mínimas condições de uma estrutura de apoio familiar e social, os reclusos não terão outra alternativa senão buscar apoio no mundo que conheceram antes da reclusão e é esse mesmo mundo que os levou à marginalidade social, ao crime à toxicodependência, ao alcoolismo e a uma vida de reclusão, por vezes há casos de reclusos que reincidem com o objetivo de voltar à cadeia visto não terem uma perspetiva positiva da sua vida em sociedade.
Foi neste contexto que há 24 anos, nasceu “O Companheiro” para dar uma mão amiga e ajudar os reclusos numa serie de processos de reinserção que passam por ter primeiro um abrigo, um teto, uma palavra de ápio, mas também de obter documentação, tratar da saúde, encontrar um emprego, de ter um ordenado enfim de dar sentido à sua vida.
Mas afirmou, que há muita reformulação legal, muita discussão mas os resultados estão abaixo das expectativas, sem falar no peso da discriminação social que em nada ajuda aos ex-reclusos que queiram voltar à sociedade.
O GIS Gabinete de Inserção Social – Dr.ª. Sílvia Moço
Para Sílvia Moço, nem tudo são rosas, os reclusos quando saem em liberdade, encontram uma série de problemas, sobretudo nos tempos que correm de crise económica, as portas da empregabilidade estão a se fechar, falou também de algo muito forte que o individuo sente cá fora, o “Rótulo”, “a sociedade marca as pessoas e as rotula”, acumulando o peso da idade em que alguns saem, 40 e 50 anos, não têm outra ajuda que não seja “O companheiro” e do apoio de muitos que lá trabalham como voluntários.
As necessidades dos reclusos, são muitas, por vezes vêm revoltados, não conseguem lutar por si, precisam ser incentivados, sobretudo os que não tem família, há necessidades de variadíssima ordem, nomeadamente problemas de saúde, falta de documentação, apoio judiciário, sendo preciso ajuda-los a criar rotinas de trabalho e de organização, gerir dinheiro, higiene, horários enfim criar o seu próprio projeto de vida.
Um testemunho – Amílcar Velhinho.
Amílcar Velhinho deu o seu testemunho, com teor de gratidão pelo apoio recebido no “Companheiro”, e afirmou categóricamente, “Quem passa pelo Companheiro só volta à cadeia se quiser, pois as suas atividades, os seus voluntários e o carinho que prestam nos cuidados de reinserção, é fundamental para o sucesso do indivíduo cá fora em liberdade”, conclui.
Amílcar Velhinho que na cadeia era “O velho”, esteve preso quatro vezes, foi reincidente, e decidiu-se a mudar, só conseguindo com o apoio acima referido, mas que todos sentem que “cá fora” os rótulos marcam, “lá dentro” é um mundo cão.
Voluntariado – O Companheiro
O Companheiro necessita de voluntários para manter vivo este projeto e tamém para manter viva a esperança de quem dele precisa.
Caso esteja interessado(a) em desenvolver um trabalho de voluntariado contacte de acordo com as indicações abaixo:
E-mail: v.franco@companheiro.org
Av.Marechal Teixeira Rebelo, 1500-424, BenficaTelefs: 21 716 00 18/69

Artigo reeditado em 07 de janeiro de 2015

Autor Filipe de Freitas Leal


Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

sábado, 19 de março de 2011

Feira do Livro da Lusofonia em Odivelas

Decorre desde o dia 25 de Janeiro de 2011, a “Feira do Livro de Autores de Países Lusófonos”, instalada na Biblioteca Municipal D. Dinis em Odivelas. Aí poderão ser encontradas obras de grandes autores de todos os países da CPLP, muitos dos quais presentes no decurso do evento.
Amanhã, sábado, decorrerá o último dia dedicado à Guiné-Bissau no certame. Seguir-se-á um período dedicado a Moçambique (de 22 de Março a 2 de Abril), um dedicado a São Tomé e Príncipe (de 5 a 16 de Abril) e, por último, um conjunto de dias dedicado a Timor Leste (de 19 a 30 de Abril).
Este evento terminará com a Grande Feira do Livro de Autores Lusófonos de 3 a 21 de Maio. Trata-se de um evento cujo objectivo declarado é aproximar os diferentes povos e culturas na unidade do mesmo idioma, dando corpo ao sentido que Fernando Pessoa tão bem cristalizou na frase “A Língua Portuguesa é a minha Pátria”.

Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

 
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