quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

X - O que são a Elite e as Massas?


O conceito de Elite, no senso comum é visto como a minoria dominante, os que detêm o poder político, económico e social, em certa medida, este conceito não está errado, e porquê? Porque no Poder, seja ele nas Sociedades Maiores do
Poder político, seja nas Sociedades Menores do Poder social da hierarquia nas organizações, a elite é uma presença constante e o poder é mantido pelas Elites.
A elite é portanto, formada pelo conjunto de indivíduos que se destacam pala sua capacidade de liderança, pelo seu conhecimento, pela sua visão de fundo e sobretudo sobressaem-se pelo seu Know-how, ou seja, o saber fazer e fazê-lo de um modo melhor, assim sendo, a elite é formada pelos melhores.
O fenómeno das elites é transversal a todas as áreas do saber, pelo que em todas as classes sociais há a elite, ou seja, não se limita ao campo da política, antes pelo contrário é algo que penetra no mundo da empresa, da academia, das artes, do desporto, das forças armadas, da religião, entre outras áreas.
Gaetano Mosca
Assim teremos sempre a presença de uma elite ou grupo de pessoas que formam o conjunto das classes dominantes, contudo, a Teoria das Elites foi desenvolvida pela sociologia em particular pelo estudo da Estratificação Social e da mobilidade das classes sociais, abordada pelos sociólogos italianos Gaetano Mosca no seu livro ‘Elementi di scienza política’ e Pareto, que afirmam que o poder é mantido sempre pelas elites.
Vilfredo Pareto
Tanto Mosca como Pareto são colocados lado a lado nos estudos sociológicos ou políticos sobre a Teoria das Elites, tal como afirma Grynzpan (1999) contudo o mesmo autor refere que há acentuadas diferenças entre ambos, uma delas é que Pareto apesar de original nos seus escritos era fortemente influenciado por Mosca, tal como se fez notar nos ‘Les Systémes socialistes’ ou mesmo no ‘Trattato di sociologia generale’, o mesmo refere Raymond Aron em ‘As Etapas do Pensamento Sociológico’, seja como for, as ideias de Pareto, influenciadas ou não, vêm sendo entendidas pelos cientistas sociais como uma das grandes descobertas da nossa época, tal como afirma o autor acima citado.
Pareto observou que não há uma elite, mas várias elites, que se digladiam e lutam pelo poder, ou seja, o poder está sempre controlado pelas elites, que se alternam entre si, havendo claramente um desgaste durante a sua governação, sendo substituída a partir daí, por uma nova elite, esta teoria refere algo que contraria o conceito marxista de classe, aqui temos a desigualdade, é isso que opõe a elite às massas, os que governam e dominam aos que são governados e dominados em todas as áreas da sociedade.
Ao contrário da Elite que tem o impulso da inovação e o ímpeto da intervenção, as Massas que apresentam na sua esmagadora maioria, uma tendência conservadora e do medo da mudança bem como a incapacidade de intervir, pois não ousam correr riscos, Lara (2009).
Ortega y Gaset
As massas foram também objeto de estudo do pensador espanhol José Ortega y Gasset, desenvolvendo na sua principal obra, ‘A Rebelião das Massas, a ideia na qual mostra o homem das massas como o individuo conformado com o Status Quo, por outras palavras é toda a pessoa que renuncia inconscientemente à sua individualidade em favor do consciente coletivo que vai atrás da moda; as massas em si, não questionam, obedecem à tendência dominante, pelo que, esse individuo quer ser igual às massas, não pensa por si.
Por outro lado, o sociólogo francês, Jean Baudrillard, entende as massas como um corpo que absorve toda a dinâmica ou energia que emana do poder político, social e económico, neutralizando-as sem reagir, além de formarem uma uniformidade, que torna tudo o que é diferente, algo impossível de ser aceite ou percebido, para Baudrillard as massas são por si mesmas o Conformismo.
A Psicologia Política e o estudo das Elites
A democracia é considerada como o mais nobre dos sistemas políticos, apesar disso, é precisamente o mais frágil, porque está assente na vontade popular através do voto, e esta pode ser, de acordo com as circunstâncias de um dado momento, alterada pelo comportamento das populações, devido a isso, a política utiliza como instrumento de análise, não apenas a psicologia social, mas também a Psicologia Política.
Esta ciência, segundo Graça Corrêa Jacques (2013), terá tido como precursores Weber, Durkheim, Freud, Adorno, (poderíamos também inserir nesta lista a contribuição de Gaetano Mosca e Vilfredo Pareto, pelos seus ensaios sobre as elites e a política) não-obstante, a autora refere que Lasswel é o fundador desta disciplina, a autora refere ainda, que apesar de ser uma ciência nova dentro da psicologia e um novo recurso para a análise do comportamento político, teve a sua origem na Grécia Antiga, sendo utilizada também por Maquiavel nas suas obras, todavia, como ciência específica teve o seu surgimento efetivo nos anos 50 do Século XX.
Os objetivos da Psicologia Política confundem-se em parte com a Sociologia Política, tal como o comportamento eleitoral, a cultura política, a prática da cidadania, o comportamento político por classes sociais, o autoritarismo político, o estudo das multidões, a comunicação social e a sua influência na opinião pública em geral e no eleitorado em particular, estuda também os novos comportamentos políticos saídos de movimentos religiosos, o nacionalismo, e os mecanismos psicológicos do comportamento social face às decisões políticas, ou ainda, os fenómenos políticos no que se refere à corrupção e a sua influência na população em geral.
Um exemplo de caso prático dos Estudos de Psicologia Social e da Sociologia Política, foi através dos motins ocorridos na cidade de Vitória no Brasil, devido à greve da Polícia Militar, levaram a uma série de ocorrências de violência e assaltos sem precedentes, em quatro dias, foram assassinadas mais de 70 pessoas, numa cidade cujos índices assemelham-se aos índices europeus, quando em condições normais. Este fenómeno normalmente é estudado de forma partilhada entre a Sociologia Política e a Psicologia Política, a primeira estuda as causas e as consequências sociais do fenómeno, a segunda debruça-se sobre as consequências políticas e saber onde falharam as relações de poder, ou por outras palavras, é saber o que ocorre e como se comportam as massas sem a existência da autoridade.
Neste sentido, as elites são também estudadas na Psicologia Política, devido à sua importância no exercício do poder, quer seja o poder político, das sociedades maiores, quer o social, das sociedades menores, em suma, estuda o poder coercivo da autoridade e a sua importância para a manutenção da ordem e do bem comum, ou ainda as consequências sociais da ausência de autoridade.
Autor: Filipe de Freitas Leal

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Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

XI - O que são a Ideologia e a Doutrina?


Muito frequentemente há quem entenda doutrina e ideologia como sinónimos; claro está que ambos os termos assemelham-se, sendo de frisar, que a Ideologia está no campo da filosofia, ou seja, na formação e construção das ideias e dos
ideais, tanto no campo da política como da religião e inclusive no Direito em particular na elaboração e aprovação das Leis.
Por ideologia, comummente entende-se um conjunto de ideais e princípios que são, em via de regra, estruturados de forma normativa ou programática por organismos, como os partidos políticos, os movimentos e associações cívicas, que por sua vez, são em diferentes instâncias, Grupos de pressão, e visam atingir fins específicos, na busca de concretizar seus interesses, lutar pelos seus direitos, ou apenas promover melhorias sociais significativas, podendo ser de índole comunitária, nacional, étnica, religiosa, social ou ambiental; assim sendo, ideologia corresponde a um ideal cujos objetivos podem cingir-se a um setor ou classe social, ou ser abrangentes a toda a sociedade.
A luta pela conquista do poder, bem como o seu exercício e a manutenção do respetivo poder político, mostram-nos que uma ideologia política é aquela que defende um conjunto de ideias relativas à natureza do funcionamento político do Estado, defendendo um conjunto de valores que pretende ver aplicados quando instalados no poder; por exemplo, um partido republicano no Reino Unido é formado por um conjunto de cidadãos que têm como ideal de sistema de Estado, a república e não a monarquia; o mesmo pode-se dizer de um partido comunista num qualquer país capitalista, que é assim, formado por um conjunto de militantes, cuja ideologia é a defesa de uma sociedade de economia planificada e estatizada, e assim sucessivamente.
As ideologias políticas dividem-se, de acordo com os grupos sociais que estão na sua génese, por exemplo: classes sociais, tal como ocorre no Brasil com o Movimento dos Sem Terra (MST), ou ainda os movimentos dos aposentados e pensionistas que existem por toda a Europa. Os partidos ou movimentos sociais e políticos dividem-se regra geral, entre Esquerda e Direita e normalmente defendem interesses opostos, (ou semelhantes, todavia apoiados por grupos adversários), sendo que pelo senso comum entende-se que os partidos da esquerda estão mais conotados com questões sociais e os de direita, com questões económicas e a defesa do direito da propriedade privada, não obstante, esta visão é um estereótipo, limitando o entendimento do que realmente pode ser a linha divisória entre estes dois campos opostos.
Como se formam as Ideologias?
Ao contrário do que parece, o termo ideologia é recente, surgiu em França no ano de 1801 num livro intitulado de ‘Elements d’Ideologie’ de autoria do francês Destutt de Tracy, segundo Chauí (1980), o autor pretendia elaborar uma ciência cujo objetivo seria estudar a génese das ideias, claro que a base de toda a ideologia é o campo da filosofia, pela ética, pela moral pela lógica, entre outros campos da filosofia política.
Posto isto, resta perguntar: como surgem e como se formam as ideologias políticas? Esta questão pode ser compreendida pela explicação seguinte:
- As ideologias surgem no campo da filosofia na medida em que tentam encontrar uma resposta a um problema social ou político, nesse sentido, estão no âmbito dos Conceitos ou da apreensão da realidade e da formação das ideias ou teorias políticas de acordo com os objetivos específicos.
- Seguem-se as ideias utilizadas para a concretização dos objetivos ou projetos, ou propriamente dito a resolução dos problemas apresentados, portanto, é o campo Programático.
- Por fim, o ideal é adotado como um modelo objetivo a atingir ou manter, ou seja, torna-se efetivamente uma ideologia e por conseguinte, uma causa.
O termo “ideologia” segundo o “Dicionário de Política” em Bobbio (1988), é utilizado em diferentes áreas ou campos das ciências sociais e humanas, como a filosofia, a sociologia e a ciência política, por vezes com significados diferentes, mesmo no uso corrente da linguagem vernácula por parte do cidadão comum, pode fazer com que a definição deste termo levantar alguma confusão.
No “Dicionário de Filosofia” em Mora (1978), afirma que se trata de uma disciplina da filosofia, a qual se ocupava da análise das ideias, das sensações, e mesmo dentro da filosofia política o conceito de ideologia varia de acordo com a corrente de pensamento, assim temos em Marx um significado diferente do que o teríamos em qualquer outro filósofo anterior ao Marxismo ou que se oponha a ele no que concerne às suas propostas políticas ou a sua análise sociológica.
Quanto ao Conceito de Doutrina
O significado do termo doutrina é Ensino, ou ainda, a propagação e transmissão das ideias e das ideologias, de modo sistemático, tanto no campo da política como da religião.
Por outras palavras a Doutrina é a difusão dos princípios e dos valores que dão forma institucional à ideologia. Por exemplo, na religião a transmissão da respetiva ideologia, a que chamamos de teologia, é feita pelo ensino, ou mais precisamente, pela Catequese.
A propagação das ideologias político-partidárias, são feitas pela difusão dos seus princípios, por meio de imprensa ou órgãos oficiais, pela divulgação da propaganda eleitoral e pelos comícios entre outros meios, que contribuem para manter viva a doutrina no corpo doutrinado, ou seja, nos seguidores.
Assim, doutrinar é mais que induzir alguém a apoiar a ideologia, é fazer com que acredite nela e identifique-se com esses ideais; para tal a doutrina dá à ideologia um corpo de princípios e valores, e normas internas, consolidando-se no conteúdo programático de um partido, na prática da vida religiosa, na atividade de uma associação ou de um sindicato.
No Direito o termo Doutrina, embora esteja ainda no campo teórico, não deixa de ser a interpretação do ideal a que chamamos Lei e da sua aplicação pela Justiça. A Doutrina do Direito é, portanto, entendida como Jurisprudência.
Se por um lado a Lei declara pelo Direito Civil, a liberdade de expressão, pensamento e associação a todos os cidadãos, por outro a doutrina vai mostrar como se coloca em prática esse direito, ou seja, que mecanismos devem ser utilizados para que tal seja posto em prática o referido ideal.
Transferindo isto para a política, podemos aferir que, se por um lado um ideal, tal como foi a República em tempos de monarquia, da monarquia constitucional em tempos de absolutismo, da democracia em tempos de ditadura, da paz em tempos de guerra, ou ainda o fim da escravatura, a igualdade de géneros, bem como a justiça social pelo Estado Providência entre outros ideais, revelam-nos, que foram inicialmente ideias, que se desenvolveram em ideologias, mas foi pela doutrina que chegaram a se transformar em programas políticos e poderem por fim concretizar-se.
Foi a doutrina que viabilizou os Direitos Humanos, as Liberdades fundamentais e o progresso social e humano, apesar disso, houve ideologias políticas que foram colocadas pelos governantes acima do bem comum, e viraram-se contra os governados e contra si mesmas, e obviamente falharam.
Autor: Filipe de Freitas Leal

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Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

XII - O que é a Dicotomia Esquerda Vs. Direita?

Os termos Esquerda e Direita, na cultura do cidadão contemporâneo, são uma ideia estática, isto porque se entende que no espectro político a esquerda é formada por partidos socialistas e comunistas e a direita pela ala conservadora e
nacionalista. Até aqui está tudo aparentemente correto, porém, a realidade política é diferente. Além do mais, a origem dos termos Esquerda eDireita nada tem a ver propriamente dito com as posições político-ideológicas, mas antes com os lugares que cada partido ou grupo de deputados utilizava quando se sentava no Parlamento, face à posição do Presidente da Assembleia: os partidos da situação ou do governo sentavam-se à direita, já os deputados dos partidos da oposição sentavam-se à esquerda.
Historicamente essa divisão teria surgido no século XVIII a partir da Revolução Francesa, sendo portanto, uma tradição posterior a 1789. Inicialmente focava a divisão entre os monárquicos e os republicanos, tendo havido também as posições que dividam os religiosos dos laicos e a burguesia contra a aristocracia. Com o tempo, essa terminologia utilizada nos bastidores dos parlamentos e veiculada pelas notícias da imprensa, fez com que se tornasse uma forma institucional de categorizar os oponentes de acordo com o cariz político, e ideológico, passando a rotulá-los de Esquerdistas ou Direitistas, de acordo com as posições que cada elemento defendia no plenário.
Contudo há que salientar que, mesmo dentro do espectro ideológico, indo da esquerda para a direita, os partidos se comparam entre si, por forma a procurar ser conotados como sendo a verdadeira ideologia, ou a genuína esquerda, outros, a genuína direita em detrimento das demais forças concorrentes. Isto só ocorre devido às posições que cada um toma, de outra forma não se poderia classificar o espectro político de uma dada formação partidária.
Por exemplo um dado partido A, de Centro-esquerda, comparado com um partido Bde Centro-direita e também com um partido C de Extrema-esquerda, poderia ser enquadrado ou rotulado de diferentes prismas da seguinte forma: o Partido A é considerado de Esquerda pelo Partido B, no entanto é entendido como sendo de Direita pelo Partido C.
O Centro, como posicionamento ideológico, é praticamente impossível de existir; trata-se mais de um slogan e de marketing político dos que não querem ser conotados nem à esquerda nem à direita, são os partidos de massas denominados de Catch All Parties.
Obviamente a dicotomia que divide as correntes Esquerda e Direita é mais vasta do que à primeira vista parece, pelo que há as correntes derivadas da extrema-esquerda e centro-esquerda face à Esquerda, e do centro-direita e extrema-direita face à Direita.
Normalmente em política, pode-se defender propostas e posições de Esquerda ou de Direita em diferentes matérias, ou seja, um partido ou um político pode tomar posições mais à esquerda numa determinada matéria e mais à direita noutras matérias. À Esquerda entende-se como o enquadramento político ideológico dos partidos e movimentos engajados com as questões e as problemáticas sociais, a justiça social, o ambientalismo e os Direitos Humanos; quanto à Direita, apresenta um matiz conotado com a economia e as finanças de um país, a defesa dos interesses das empresas privadas e a luta pela não interferência do Estado nos assuntos económicos, pelo que apresentamos o enquadramento com o esquema partidário-ideológico.
Esta dicotomia dividiu o mundo no Século XX, sobretudo a seguir a II Guerra Mundial, contudo após a queda do Muro de Berlim e o fim do Comunismo soviético surgiu uma fase de grande apatia do eleitorado que já não se revê em discursos polarizados de esquerda Vs. direita, mas antes desviaram a atenção política para o carisma do líder e sobretudo para o desempenho da atuação da governança.
Enquadramento Partidário: Esquerda Vs. Direita:
·       Extrema-esquerda
Tudo para a revolução, tudo para o Estado.
Ø Comunistas (marxistas, maoístas, trotskistas);
Ø Anarcossindicalistas;
Ø Libertários;
·       Esquerda
A Solidariedade primeiro a Utopia depois.
Ø Socialistas Neomarxistas (Portugal BE, Brasil PT);
Ø Esquerda alternativa (Espanha, Podemos);
Ø Trabalhistas (Reino Unido, Labor, Brasil PDT);
Ø Ambientalistas (Brasil PV, Portugal PAN);
Ø Humanistas siloístas;
Ø Movimentos independentistas de esquerda;
Ø Feministas;
Ø Movimentos de minorias étnicas e raciais;
Ø Movimentos pela igualdade de género (LGBT);
Ø Partidos alternativos (Contribuintes, aposentados, defesa dos animais, entre outros);
·       Centro-esquerda
Ênfase para a Justiça Social
Ø Socialistas (Espanha PSOE, Portugal PS, Brasil PSB);
Ø Sociais-democratas (Alemanha SPD, Brasil PSDB);
Ø Democratas (EUA, Itália PD);
·       Centro-direita
Ênfase para a economia liberal.
Ø Liberais;
Ø Liberais-democratas (Portugal PSD, Brasil PMDB);
Ø Progressistas;
Ø Ciudadanos (Espanha);
Ø Populistas;
Ø Republicanos (EUA).
·       Direita
Manutenção do Status Quo
Ø Democratas-cristãos;
Ø Conservadores britânicos;
Ø Nacionalistas;
Ø Movimentos separatistas de direita;
·       Extrema-direita
Manutenção da Ordem e tudo pela Nação
Ø Fascistas;
Ø Neofascistas (França FN, Itália MSI);
Ø Ultranacionalistas;
Ø Neonazistas;
Ø Fundamentalismo Islâmico;
Ø Anticomunistas;
Ø Antissemitas.

Autor: Filipe de Freitas Leal

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Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

XIII - O que são a Extrema-Esquerda e a Extrema Direita?


No estudo da política, convém abordar para além dos partidos de alternância no poder, aqueles que, estando fora da área de governação, ou mesmo afastados dos assentos parlamentares, não deixam de ter importância. São os partidos da
extrema-esquerda, que hoje lutam contra a globalização e pela preservação do meio-ambiente, e os partidos de extrema-direita, que estão a ter um considerável crescimento nas suas fileiras de militantes, sobretudo de jovens que defendem os ideais ultranacionalistas, com contornos racistas, antissemitas e xenófobos, que se encontram em franco crescimento numa altura em que o Terrorismo fundamentalista tem-se sentido cada vez mais presente pelos atentados suicidas que vitimaram inocentes em várias cidades do globo. Aqui para ilustrar este capítulo, nada melhor do que o hastear da bandeira soviética, sobre os escombros de Berlim a Capital da Alemanha Nazista, onde um regime de exceção, de corrente da extrema-esquerda, substituiu outro, que era de extrema-direita. 
Mas afinal o que são os extremos em política? Talvez, para responder esta questão, o melhor seria de facto observar o que defendem, porque lutam, e assim poderemos conhecer e identificar melhor as ideologias que estão por trás de cada um dos diversos partidos e movimentos extremistas.
Paradoxalmente, os extremos tocam-se e, apesar das suas diferenças intrínsecas e da rivalidade entre ambos, há grandes semelhanças entre a Extrema-esquerda e a Extrema-direita, nomeadamente quando estão no poder.
Quem são e o que defendem então os partidos e movimentos extremistas? Esta questão tem variado ao longo do tempo; atualmente há um maior descontentamento com os partidos da área da governação, sobretudo em tempos de crise, ou de terrorismo como ocorre na Europa, fazendo ressurgir o fantasma da extrema-direita, mas em moldes ligeiramente diferentes do que ocorreu na Alemanha, Itália, Portugal ou Espanha no inicio do Século XX, hoje a maioria dos adeptos da extrema-esquerda é formada por jovens descontentes, das classes baixa ou média-baixa, que se deixaram influenciar pelos ideais dos neonazistas, de cariz racista, xenófobo, antissemita, sexista e homofóbico, facto este que tem-se evidenciado cada vez mais nos últimos anos.
Os partidos de extrema-direita tiveram no entanto, alguma visibilidade eleitoral desde os anos 80 do século XX, como foi o caso da FN Frente Nacional em França e do MSI Movimento Social Italiano, por se tratar de votos de protesto contra os partidos tradicionais de Centro-esquerda e Centro-direita. Em Portugal o fenómeno é recente, visto que o país viveu durante cinquenta anos em ditadura fascista, facto que não impediu o surgimento do PNR Partido Nacional Renovador, tal como tantos outros similares espalhados pela Europa.
A Extrema-direita é defensora de um regime ditatorial, altamente policiado, com controlo total sobre os meios de comunicação social, a exclusão de minorias étnicas e religiosas, é contrária ao sistema parlamentarista e preferencialmente até contra a república. Por conseguinte, a monarquia, enquanto regime de Estado, poderá satisfazer os ideais nacionalistas dos grupos em questão.
Os partidos da extrema-esquerda, no entanto têm tido uma maior influência nas bases juvenis, mas tem vindo a perder terreno desde a queda do Muro de Berlim, o que gerou um desvio para movimentos renovados de esquerda, como o Podemos em Espanha ou o Bloco de Esquerda em Portugal e o PSOL Partido Socialismo e Liberdade no Brasil.
Diferenças entre Extrema-esquerda e Extrema-direita:
·       Extrema-esquerda:
Ø  Defende a revolução;
Ø  Pretende uma sociedade igualitária;
Ø  Pretende uma ditadura do proletariado;
Ø  Antiglobalização burguesa;
Ø  Defende a redistribuição dos rendimentos;
Ø  Considera a democracia um regime burguês;
Ø  Subida ao Poder pelo Golpe de Estado;
ü  Exemplo: Revolução Russa.
·       Extrema-direita:
Ø  Defende um regime altamente policiado;
Ø  Defende a superioridade racial e a segregação;
Ø  Defende uma sociedade classista e sexista;
Ø  Pretende uma ditadura de cariz Nazi-fascista;
Ø  Características racistas e xenófobas;
Ø  Antiglobalização e protecionismo económico
Ø  Etnocentrismo;
Ø  Anticomunismo;
Ø  Antissemitismo;
Ø  Subida ao poder pela eleição
ü  Exemplo: Alemanha Nazista
ü   
Semelhanças da Extrema-esquerda e Extrema-direita:
·       Sistema de Governo
Ø  Partido único;
Ø  Regime apoiado nas Forças Armadas;
Ø  Coerção – Polícia política;
Ø  Censura;
·       Sistema Económico e Social
Ø  Economia Planificada - Comunismo;
ü Propriedade coletiva,
ü Laicismo ou ateísmo oficial, permitindo algumas outras religiões de forma controlada.
Ø  Corporativismo - Fascismo;
ü Economia planificada,
·     Permite a propriedade privada,
ü Religião oficial permite algumas outras religiões de forma controlada.
·     Na Alemanha Nazi, foi criada a Igreja Nacional.
Autor: Filipe de Freitas Leal

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Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

 
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