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quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Alfred Marshall

Um dos maiores economistas de sempre, que foi muito influente no seu tempo, Alfred Marshall, (nascido em Londres 1842, e falecido em Cambridge no ano de 1924.

Escreveu um célebre livro de economia "Principles of Economics" Principios de Economia, onde definiu muito claramente a noção económica de Oferta x Procura, além da Utilidade Marginal e dos custos de produção. O seu livro foi um dos principais manuais de economia por muito tempo.

A sua aptidão por matemática desde menino o levaram alto nos estudos e ingerssou na Universidade de Cambridge, tinha como objetivo ser ministro (pastor) da Igreja Anglicana, mas o seu sucesso na universidade fizeram que ingressasse na carreira académica na qual foi Professor de Economia Política, desviando-o do seu objetivo inicial, Marshall viria a ser professor de notáveis economistas como John Maynard Keynes, e os alunos de Cambridge gozaram por muito tempo de um grande prestigio devido à influência de Marshall.

Diz-se que seguiu na senda de Adam Smith, ou de John Stuart Mill ou ainda de David Ricardo, é possível, no entanto há muito de próprio nas ideias e no modo como Marshall via e encarava  a economia, daí o seu contributo que consistiu em utilizar a matemática aplicada como meio de análise do fenómeno económico.

Tal como a cultura britânica muito pragmática, Marshall levou à economia esse modo de pensar e agir, fazendo que só os factos observados, reais e lógicos fossem tido em conta no momento de decisões económicas, os seus conceitos também o foram, e por isso permaneceram e influenciaram toda a ciência económica, utilizando a noção de Tempo nos conceitos económicos, com os quais desenvolveu a teoria de custo de produção, utilidade marginal e desenvolveu a teoria da procura e da oferta.

Link:
http://www.pensamentoeconomico.ecn.br/


Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

domingo, 6 de novembro de 2011

Introdução à Economia 02 - Conceitos Básicos

A Economia – Conceitos e Noções

Neste presente artigo abordamos o objeto de estudo da ‘Economia’ e os seus conceitos fundamentais.

Então podemos iniciar, que a economia é a Ciência que estuda o modo como a sociedade, as pessoas e as entidades, escolhem a melhor forma de empregar os seus recursos, com o objetivo de suprir as suas necessidades, mas fundamentalmente, estamos a falar de Recursos Escassos, dai que nos leva a fazer a melhor escolha de acordo com as necessidades que temos e os recusos dos quais dispomos. (Samuelson 1948)

Conceito de Escassez

Por outras palavras, a economia é a ciência que estuda o modo como a Escassez influencia o nosso modos vivendi, na medida em que os recursos, deverão ser distribuídos a satisfazer necessidades ilimitadas, pelo que entra ai a Lei da Procura e da Oferta, quem tem mais adquire o bem. A Escassez de um bem determina o seu valor, bem como os recursos financeiros de que dispomos ir-nos-á mostrar, se estarão ou não ao nosso alcance, pelo que devido à escassez de um determinado bem, teremos de fazer as nossas escolhas consoante os recursos de que dispomos; A Escassez influencia a nossa escolha, que se reflete na escassez de recursos individuais tais como o tempo e o poder aquisitivo.

Conceito de Recurso

E aqui podemos entender por recurso, não apenas o dinheiro, mas os bens e instrumentos necessários à produção, ou a própria matéria prima, e fundamentalmente um outro recurso importante e também escasso que é o “Tempo”, como diz o ditado, “Time is money” tempo é dinheiro, pelo que o nosso tempo disponivel é um recursos escasso, que requer sem bem regido par podermos tirar dele o melhor proveito.

O Custo de Oportunidade

As escolhas que fazemos, face às necessidades e consoante os nosso recursos, geram o que chamamos comummente de Custo de Oportunidades, ou seja as escolhas, sejam elas quais forem implicam um custo, que é o valor da melhor alternativa escolhida em detrimento de outra, ou seja não se pode ter tudo, e ao fazermos uma escolha, perdemos uma das alternativas, optando sempre pela que nos parece melhor, abdicando de um recurso, que é o custo associado a essa escolha; Por outras palavras é o custo que um beneficio nos dá em detrimento de outro que deixamos de usufruir ou ter de acordo com a opção feita.

O Conceito de Necessidade em Economia

Por outro lado temos o conceito de necessidade, que pode ser definido a grosso modo, como um estado psicológico de insatisfação, quer nos apercebamos conscientemente ou não, da sua existência, levando-nos a procurar um meio de satisfazer essa necessidade através da procura, e das escolhas feitas, necessidades essas que podem ser de ordem psicológica, fisiológica, ou até mesmo de determinados recursos para satisfazer as necessidades sentidas. (Martinez 2012)

No entanto a satissfação das necessidades leva-nos a outros conceitos, tais como o conceito de Bens.

Conceito de Bem

Um bem, é um antes de mais um meio, pelo qual satisfazemos necessidades de diversa ordem, de forma direta ou indireta, e os bens são divididos em duas grandes catetorias de bens, os Económicos, e os Bens Livres.

Os bens económicos são bens utilizáveis mas escassos, já os bens livres, sao os que existem em quantidade ilimitada ou pelos menso suficientes para todos, satisfazendo as necessidades a que esse bem está associado, por exemplo o Ar, a Luz do Sol, o vento etc.

No entanto, eles para além disso, são também classificados da seguinte forma:
Bens Económicos:
01 - bens materiais
02 – bens imateriais (serviços)
03 – bens duradouros
04 – bens não duradouros
05 – bens finais
06 – bens intermédios
07 – bens de produção
08 – bens de consumo.
09 – bens privados
10 – bens complementares
11 – bens substitutos de sucedâneos
12 – bens independentes 

Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

sábado, 5 de novembro de 2011

Introdução à Economia 01 - Oikos e Nomos

A Economia - Oikos+Nomos

O sentido etimológico de economia, vem do grego "Oikos" que significa Casa e "Nomos", Regra, Norma, Lei, por outras palavras Economia quer dizer "Reger a Casa".

Mas podemos afirmar, de uma forma simples que a economia é uma ciência social que estuda a melhor escolha em condições de escassez, e tem como objetivo enquanto ciência compreender o comportamento dos consumidores, o funcionamento da própria economia numa dada sociedade ou na aldeia global, tem ainda a preocupação de estudar e compreender o papel dos agentes microeconómicos e macroeconómicos.

Em economia, podemos dizer, que é a ciência que utiliza da melhor forma a gestão dos recursos escassos, ou simplesmente que gere a Escassez.

Entende-se por escassez, o facto de na sociedade os recursos serem limitados, não podendo satisfazer todas as necessidades da demanda vinda de todos os seus agentes, quer seja no que se refere a produtos ou a serviços.

Todos nós temos necessidades, desejos e sonhos limitados, sendo restringidos pela escassez de recursos como o tempo, e o dinheiro, e sendo esses dois recursos limitados temos pois de saber fazer a escolha racional, tendo em conta a noção de Custo e Oportunidade, fazendo que tenha de optar por uma escolha em detrimento de outra, visando o maior beneficio dentro do menor custo possível.

Por exemplo, podemos usar o tempo, que sendo escasso deve ser gerido através escolhas baseadas na noção de custo x beneficio com o qual vamos aproveitar da melhor forma possível as  horas do dia, repartidas por tempo de escanço, trabalho, estudo, lazer e ainda o tempo despendido nas deslocações.

Normalmente a racionalidade leva-nos a fazer as melhores escolhas, para obter o melhor beneficio, mas nem sempre sabemos qual a melhor escolha, devido ao desconhecimento, daí haver erros e más escolhas.

A eficiência visa exatamente eliminar o mais possível o erro nas nossas escolhar; Estes são os principais pontos do estudo de "ICE Introdução à Ciência Económica" lecionado no Curso de Serviço Social-Pós Laboral do ISCSP Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da UTL Universidade Técnica de Lisboa.

No programa constam os seguintes tópicos, que serão colocados neste blog em posteriores posts.
          2. Introdução à Economia - Conceitos Básicos
          3. Economia de Mercado: Leis da oferta e da Procura,
          4. Macroeconomia: os grandes agregados,
          5. Equilíbrio orçamental e externo: finanças públicas e balança de pagamentos,
          6. Moeda e política monetária.
          7. Oferta e procura agregadas,
          8. Inflação e desemprego.

Fontes e Referências:
COSTA, Carla. G (Org) (2011) Principios de Economia, ISCSP, Lisboa
LOUÇÃ, Francisco (2007) Introdução à Macroeconomia, Escolar Editora, Lisboa
SAMUELSON, P. e NORDHAUS, D. (2005) Economia, Lisboa, McGraw Hill.

Baseado nos Apontamentos Universitários (2011/2012)
Filipe de Freitas Leal 2º Ano do Curso de Serviço Social do 
ISCSP - Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da UTL - Universidade Técnica de Lisboa.
Sendo Professora a Drª. Elvira Pereira.

Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico - convertido pelo Lince

Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

Famílias em Insolvência - O Que Fazer

A crise económica não afeta só os países, os ditos PIGS (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha) é já do conhecimento público, que a crise afeta cada vez mais as pessoas particulares e famílias, tendo vindo a ser noticiado, o rápido crescimento de situações de insolvência, devido ao desemprego que por sua vez está relacionado à falência de empresas, ao corte de funcionários, entre outros fatores, fazendo com que se agrave a crise e pondo em dificuldades, pessoas, famílias, empresas e o Estado, com consequências visíveis para a sobrevivência das pessoas, da economia e adiando assim o desenvolvimento do país.
A situação de insolvência teve um crescimento exponencial de 162% desde janeiro deste ano até agora, fazendo um total de 4.335 pessoas singulares e famílias a apresentarem-se a tribunal, segundo dados divulgados pelo jornal Público (ver aqui) e recentemente numa reportagem da RTP (ver aqui), enfim é um desmoronar da vida e da estrutura familiar, tendo inclusive aumentado o pedido de ajuda a instituições humanitárias e caritativas, que já se vêm com dificuldade de socorrer a tantos pedidos, face aos escassos apoios que recebem do estado a Cáritas sugeriu recentemente num programa radiofónico da TSF (ver aqui) uma linha de crédito para apoiar os mais necessitados.
Mas mais do que estatísticas, o que interessa às pessoas, é saber o que fazer numa situação de falência, até porque nem todos são fruto de consumismo compulsivo ou de atitudes perdulárias, mas de consequência da crise que se arrasta à anos, do desemprego, do divorcio e da doença que possa sobrevir a um agregado.
Portanto o sinal de alerta surge quando numa dada altura, e devido às situações desfavoráveis acima citadas, a família dê conta que não tendo condições de cobrir todas as despesas com o que tem de receita, é então que se deve dar inicio ao processo de insolvência e evitar fazer empréstimos sobre empréstimos no crédito predatório.
O Que Fazer Então? ... Em primeiro lugar e devido à situação sócio económica, o que se poderá fazer é acima de tudo manter a calma, o desespero não resolve nada, há pois que procurar ajuda e orientação especializada, inclusive na área do direito, seja um advogado, uma associação como a DECO ou a APOIARE, que poderão mediar uma renegociação das dividas, ou em último caso orientar para que a pessoa possa apresentar-se à Justiça como insolvente.
O importante é proteger o património evitando o arresto dos bens ou que confisquem parte do ordenado, situações que não ajudam a resolver o problema, e arrastam as pessoas e famílias para depressões e divórcios e até doenças daí advindas.
Na busca de soluções há duas hipóteses, renegociar a divida ou a declaração de insolvência, como acima citado, no caso da renegociação as dividas mantêm-se, aumentando o prazo e diminuindo as prestações, quanto à insolvência há que ter em conta vários aspetos, a saber:
 - Quando o devedor se encontra numa situação de incapacidade crescente de pagar,  tem até 6 meses para se declarar junto a um tribunal como insolvente através de um advogado;
 - Após a declaração do tribunal, cessam os pagamentos até à Assembleia de credores, onde o Juiz decidira o montante mensal ou anual que deverá entregar a um administrador nomeado pelo tribunal, durante 5 anos;
 - O Juiz poderá ainda conceder a exoneração das dividas, no fim do período de 5 anos, dependendo do caso.
Para maiores informações consultar: Sites sobre de insolvência e reestruturação de empresas e pessoas singulares e a apoiare.pt página da associação sem fins lucrativos para apoio de empresas e famílias em situação de endividamento.

Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

sábado, 15 de outubro de 2011

Manifestação de 15 de Outubro - A Democracia Sai à Rua -

"Fora, Fora Daqui, a Fome, a Miséria e o FMI"
Todos os Humanistas e homens e mulheres de boa vontade, de todos os credos, etnias, nacionalidades e condições, indignados com a situação atual da economia mundial e das políticas recessivas, no nosso país, foram convocados a participar na marcha que ocorreu em vários locais de Portugal, Europa e em mais de 80 países do Mundo atravessando os 5 continentes, com o objetivo de fazer ouvir a nossa voz, a voz dos INDIGNADOS, numa marcha de Protesto por uma Democracia mais ampla e uma economia mais justa, bem como por uma sociedade onde a cidadania seja real e participativa.

A Condição Sine Qua Non é A NÃO VIOLÊNCIA, a paz entre os homens é sem duvida a marca do Homem novo, por uma nova civilização.

O Protesto foi convocado em Portugal por diversas entidades politico.partidárias, sindicais e culturais que pretendem defender os interesses dos indignados portugueses, tão humilhados pelas politicas de um capitalismo cada vez mais feroz e sem rosto, onde as pessoas contam cada vez menos nos seus direitos e são cada vez mais forçadas a pagar a crise que não criaram, vivendo amordaçados numa democracia fantoche e hipócrita.

O Protesto (Manifestação) teve inicio às 15h00 em vários locais de Portugal, como Braga, Coimbra, Évora, Faro, Lisboa e Porto, nos Açores foi em Angra do Heroísmo. 
     Em Lisboa, a marcha saiu da Praça do Marquês de Pombal, em passeata até ao Palácio de São Bento, com palavras de ordem como "Fora, fora daqui, a fome, a miséria e o FMI", estiveram presentes membros e simpatizantes do PH Partido Humanista, BE Bloco de Esquerda, PCTP Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses, foi visivel a presença de outros rostos da oposição politica portuguesa, de intelectuais, artistas, membros da igreja e outras comunidades religiosas, numa mistura multicultural com gente de todos os quadrantes da nossa sociedade neste protesto contra uma politica claramente contraproducente para o bem comum e a justiça social.

     A manifestação dirigiu-se às escadarias do Parlamento, onde houve alguns incidentes com as forças policiais e dois manifestantes foram detidos.

      De resto as manifestações foram mais ou menos pacificas, tendo havido detidos em Nova Iorue e Londres, em Roma foi exceção com atos de vandalismo.

          Ver o site oficial em http://www.15deoutubro.net/


quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Crise, Insolvência e Famílias Falidas

Cada vez mais pessoas encontram-se numa situação de desemprego, devido à falência das empresas em que trabalhavam, ou não tendo falido optaram pela redução dos seus funcionários

Mais de 1100 Famílias insolventes no 1º trimestre de 2011

O numero de famílias que se declara em situação de insolvência não para de subir, desde o inicio do ano, pessoas que perdem emprego, carro e até casa, famílias que se separam e uma série de outras consequências que atingem a depressão e doenças psicossomáticas a ela relacionadas, chegando a haver casos de suicídio em que a imprensa tem vindo sabiamente a evitar falar para não alarmar a população.

Esta crise não nasce só da crise americana do Suprime de 2008, nem apenas da crise orçamental e financeira que abala todo o mundo desde a Irlanda, depois Grécia e Portugal, ameaçando agora da Espanha à França e dos EUA ao Japão (Ou seja todo o Mundo).

Esta crise, também é fruto de um país que se endividou desde a base da população ao topo do governo. Somos (desculpem o termo) um país de alguns agiotas e de milhões de endividados. Segundo o jornal Diário de Notícias, só no primeiro trimestre deste ano já haviam dado entrada nos tribunais com pedido de declaração de insolvência cerca de 1100 famílias, correspondendo ao triplo do ano anterior (1) ver Aqui. O jornal Correio da Manhã, afirmava em março que 700 famílias até à data já teriam devolvido as suas casas ao Banco, na impossibilidade de as pagar, quer causado pelo desemprego quer por cortes salariais (2) ver Aqui.

Por sua vez o telejornal da RTP, noticiou em meados de agosto que o crédito mal parado atingia já 660.000 famílias (
3) ver Aqui, e a cada dia fecham em média 17 empresas em todo o País, arrastando para o desemprego cada vez mais e famílias; Curiosamente nascem como cogumelos lojas de compra de ouro, onde as pessoas em dificuldade tem ido vender as suas joias para pagar a casa, o carro e até comprar mantimentos.

Leilões surgem por todo o Portugal, quem tem dinheiro (e acreditem que há de facto quem tenha ainda mais dinheiro nestas crises, qual raposa manhosa) faz sempre bons negócios em tempo de crise.

Os partidos políticos limitam-se a apontar o dedo acusador a quem lá esteve e a quem lá está, mas na realidade os governos que tivemos nas ultimas décadas pós-25 de Abril são todos em maior ou menor grau, culpados por nunca se ter feito em Portugal uma verdadeira politica de desenvolvimento económico e social a pensar no futuro. À excessão claro, dos clubes de futebol que tiveram estádios construídos de borla, enquanto o Aeroporto e o TGV ficaram simplesmente parados por tempo indeterminado, mas as maternidades essas fecharam, os portugueses da província daqui para a frente terão que nascer em Espanha.

Quem lê os jornais portugueses de hoje, e os livros de Eça de Queiroz, não pode deixar de reparar que parece nada mudou desde 1899, o atraso e a inércia são a qualidade que nos marca como povo e o facto que nos deixa décadas sempre atrás de uma Europa sonhada e cada vez mais longe.

Culpar os políticos só por si não resolve, e nem faz justiça, para se ser justo é preciso apontar o dedo à classe empresarial portuguesa, sempre tão míope, formada por vezes por provincianos gananciosos e com poucos projectos de futuro a não ser o deles mesmos e da sua prole. É o caso dos nossos capitalistas que ao contrário dos vizinhos europeus, não querem "ajudar" (como diz o nosso presidente) a pagar a fatura e a contribuir para desenvolver o país. Mas fazem o favor de aproveitar a crise para gerar mais desemprego e continuar a enriquecer mesmo que não sejam minimamente inteligentes e que a maioria da nossa indústria devido a esses senhores teime em não ser competitiva, se estiver a dizer algo que não gostem fiquem já os leitores avisados que é o que se fala pela Europa fora.

A crise portuguesa não advém de uma grande divida externa ou de uma bolha financeira, mas sim da perda de competitividade das nossas empresas, da nossa economia, da nossa classe empresarial e dos nosso políticos, que teimando em nos dar estádios de futebol, telenovelas em vez de formação escolar e profissional.

Nunca houve uma politica coerente de habitação, o povo teve que se endividar para adquirir casa, a preços sempre mais sufocantes a que o povo cedeu.
Nunca houve uma politica decente de transportes públicos, os portugueses tiveram que se endividar para comprar um automóvel para ir para o trabalho e levar os filhos à escola.
Nunca houve uma política laboral justa, os imigrantes baratos e explorados continuaram ilegais e os portugueses tiveram que emigrar à procura de um sonho cada vez menos português.

Agora que as coisas estão piores, que é que vai ser sacrificado? O caro leitor acertou em cheio, sim é você mesmo, e também eu e muitos de nós, que nos sentimos a trabalhar para o boneco, sem ter alternativa, até porque somos pacíficos de mais e Eles contam com isso.

Não foram os portugueses com a sua passividade que alertou a preocupação da cúpula da União Europeia, foi a revolta nas ruas de Atenas, de um povo que se sente vilipendiado nos seus direitos e nos seus sonhos, pela classe política que provou ser formada por alguma gente gananciosa e irresponsável.

Claro que a crise americana atirou-nos para esta crise, claro que os gastos excessivos com parcerias e com consultorias de projetos sempre adiados pioraram a situação, os juros então nem se falam esvaziaram-nos as possibilidades de reagir, sendo um país já de si pobre, a margem é diminuta, mas daí a crer que é à base do desemprego, dos impostos compulsivos contra a classe média, dos medicamentos sem comparticipação contra os reformados e os mais pobres, a diminuição dos apoios sociais, ou ainda da privatização das empresas estatais que dão lucros, e que ainda por cima os funcionários serão mais uma fileira de desempregados por todo o país, claro que não acredito nesse remédio, que para além de ser amargo é contrário ao que se exige de um mínimo de justiça social num país dito de Estado de Direito, é contrário às famílias falidas, é contrário ás pequenas e médias empresas que pagam muitos impostos e é contrário à Democracia!

Só espero não ver a pobreza, como motivo de recordação dos turistas que por cá passam a fotografar a nossa paisagem.

(1) Diário de Notícias, de 26 de março de 2011 - Caderno de Economia.
(2) Correio da Manhã, de 29 de março de 2011 - Por Secundino Cunha.

Autor Filipe de Freitas Leal


Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

A Situação Social e Económica de Portugal

1 - Introdução

O livro lançado pelo Diário de Notícias, com o título “O Estado a que o Estado chegou”, é um projeto editorial, que através de reportagens e entrevistas, publicadas no respetivo diário lisboeta, entre os dias, 7 a 14 de janeiro de 2011[1], teve como objetivo despertar os portugueses, para a real dimensão da crise e das suas razões.

Nessas reportagens foi ilustrado o aparelho do Estado, como sendo um edifício, que não funciona bem, por ser mal construído, velho, desorganizado, com brechas, dispendioso e desequilibrado tal como a Torre de Pisa,[2] aliás ilustração clara, que foi adotada para capa do livro.

Ouve-se comentar nas ruas e nos cafés, sobre a tão falada crise e dos erros políticos, da classe dirigente, fala-se com facilidade de tudo, na linguagem simples e popular, mas qual é afinal a origem do problema? Qual é a real dimensão da situação? Quais são as consequências e quanto tempo vai ser preciso até equilibrar as contas e colocar o País a produzir e exportar? São essas as perguntas que nos surgem quando a leitura deste livro faz-nos viajar através dele ao país real, e é a partir daí, que passamos a nos debruçar mais atentos às questões, que urgem e que a todos diz respeito, sem exceções, tanto ao cidadão comum como aos decisores do Estado e privados.

2 - Análise da Obra

Podemos para ilustrar, começar por exemplos que nos saltam à vista na despesa pública, nos dados fornecidos pela obra[3], onde se constata que Portugal tem uma despesa de 47,9% do total do PIB, despesa essa que começou a subir nos governos constitucionais a seguir ao 25 de Abril de 74, tendo vindo sempre a subir, em sucessivos governos, somente com o governo de José Sócrates, teve uma pequena queda na despesa pública (2010), que no entanto não vingou vindo a subir, com a crise instalada em 2008, por causa do Crédito do Suprime nos Estados Unidos, e que contagiando a economia mundial qual efeito dominó, agravou a situação portuguesa; É na sequência dessa crise que surge a falência de vários bancos a nível mundial, levando a Islândia à bancarrota, bancos e seguradoras faliram nos EUA, e por cá foi o BPP Banco Privado Português e o BPN Banco Português de Negócios, que embora falido foi salvo pela Caixa Geral de Depósitos – CGD, que acabou por engrossar os índices do défice público.

A origem do Problema, ao longo do que se lê no livro, é o modelo económico e administrativo que foi adotado, onde se criaram vícios e despesismos desnecessários, para os corrigir, criaram-se organismos para gerir e fiscalizar outros organismos, que além de não gerarem receita nenhuma geram mais despesa e fazem crescer o “Monstro”[4] como as que foram criadas em 2011 para analisar fiscalizar as contas do Estado e as PPP’s, sendo que o estado tem perdas avultadas com as Parcerias Público Privadas, que teoricamente seria o contrario, aliviar a carga fiscal entregando a administração a privados.

Cabe ao TC Tribunal de contas, fazer precisamente a fiscalização das contas do estado e das PPP’s, instituições e organismo, sejam elas quais forem
No entanto o Tribunal de Contas é o retrato fiel do exemplo da situação económica e financeira do Estado, e porque? Pelo simples facto de que de todos os organismos públicos, apenas apresentam contas 1.724 organismos, sendo fiscalizados apenas 418 num total de 13.740·, tendo em conta que o conjunto dos organismos do estado, uma grande quantidade está ou pode ficar isenta de apresentar contas, tornando assim a máquina do Estado mais pesada, e sendo grandiosa, gera uma despesa insuportável, que atinge os 81 mil milhões de euros ano os tais 50% da riqueza produzida no país, tendo vindo a subir consecutivamente o défice que rondava os 9,2% do PIB em 2010.

Não obstante, nascem todos os anos em média, 12 fundações por dia, que vão usufruir de fundos do erário público, para a sua manutenção, tendo a agravante de ordenados avultados.

Esta realidade fiscal e financeira, somada à baixa produtividade e competitividade do país faz com que os mercados internacionais não confiem que Portugal consiga honrar os seus compromissos e tem agido de forma a mostrar isso, subindo para valores nunca antes vistos as taxas de juro para a divida portuguesa.

A obra, viaja pelo país real, em números, em contas que nos assustam a todos e que merecem atenção, à medida que nos despertam para a realidade ou arremessam-nos para um pesadelo. Mostra-nos a obra que o funcionalismo público com cerca de 663 mil funcionários, é exageradamente grande, para um país como o nosso, parco de recursos, a solução encontrada dos recibos verdes no estado, que se prevê aumentar, e que não esta prevista no OE Orçamento de Estado[5] também são um grave indício da situação, outro sinal de alerta é a carga fiscal usada como forma de socorro financeiro, que sobrecarrega os contribuintes, e não soluciona o problema.

3 - A Realidade socioeconómica do País

As crises económicas, não são novidade na história de Portugal, até já tivemos uma situação de Bancarrota no tempo de D. Carlos I, e demorou 10 anos para se sair dessa situação, na I República, houve mais crises, a de 1913-14, levou ao encerramento de dois bancos, desemprego, greves e a queda do governo.[6] Mais tarde outra crise entre 1920-25, trazendo grande índice de inflação, especulação com taxas de juro e desconto aumentou grandemente.

Mas não houveram apenas crises na nossa História, no que se refere à tragédia económica, houve inclusivamente a Bancarrota, que foi declarada parcialmente, e que segundo o jornal “Publico” na sua edição de 10 de outubro de 2011[7] foi uma solução possível na época, pois os bancos que compravam divida pública dos países em crise financeira, fecharam os cordões à bolsa, dado o pânico com a Insolvência da Argentina e do Uruguai. Portugal então sem poder vender divida pública, teve de aplicar medidas de austeridade e viu-se obrigado a declarar a Bancarrota Parcial.

Na introdução ao seu livro “Uma Tragédia Portuguesa”, António Nogueira Leite, afirma que só em 2010 a população portuguesa se apercebeu da situação grave em que o país se encontra[8], sendo pressionado pelos mercados internacionais e pelas agências de rating, entre outros indicadores económicos inegáveis como a subida em 2009 para 9.4% do défice do Estado face ao PIB, fazendo Portugal passar uma das mais graves crises desde 1983, afirma Nogueira Leite no seu livro,[9] observando-se um aumento do custo de vida e uma queda substancial dos ordenados.[10]

O problema de Portugal é estrutural, e está relacionado com o modelo económico seguido logo após a democratização do País com a Revolução dos Cravos de 1974, sendo seguido pela Espanha em 1975 com a morte de Francisco Franco e o restabelecimento da monarquia constitucional. Os países ibéricos, periféricos e tardiamente democratizados, apresentam falhas estruturais e diferenças substanciais entre ambos[11], devido ao modo como cada um fez a democratização e a seguinte organização económico-social, com ênfase no mercado de trabalho especialmente os índices de desemprego, prevê-se que o estado venha a criar trabalho precário triplicando as despesas de recibos verdes como forma de evitar contratações.

4 - A baixa produtividade e o peso do Estado

A Baixa produtividade tem produzido o crescimento do Défice face ao PIB, segundo o gráfico do Eurostat,[12] fazendo com que os credores internacionais não acreditem que Portugal conseguirá cumprir com os seus objetivos, pois o país gasta mais do que consegue produzir, e isso tem sido feito de forma sistemática, afirma o economista António Nogueira Leite no seu livro “Uma Tragédia Portuguesa”, acrescentando que para além da pouca produtividade de riqueza, a poupança é reduzida, perdendo a histórica característica da economia portuguesa, que era uma economia de aforro,[13] Mas é preciso reparar também que as família poupam pouco porque não tem como poupar numa economia como a nossa, onde as famílias tem um alto grau de endividamento, por outras palavras “Estamos todos no mesmo barco do endividamento”, o Estado, as Empresas e as famílias portuguesas, que por falta de uma politica habitacional correta no passado, fez com que os portugueses se endividassem para comprar casa, e isso fez-nos perder a nossa capacidade de poupar veio o endividamento paulatino do país e dos portugueses, na ânsia de um nível de vida que na realidade não era o nosso, como consequência fez com que várias famílias entrassem em situação de insolvência, crescendo o crédito mal parado.

5 - Conclusão

O livro que neste trabalho é referido, “O Estado a que o Estado chegou”, da autoria de vários autores, tais como Carlos Diogo Santos, João Cristóvão Baptista, Rui Marques Simões, Rui Pedro Antunes e Sónia Simões, que sob a coordenação da jornalista Maria de Lurdes Vale, fez um excelente trabalho, no que se refere, ao serviço público de informar a população sobre a realidade do país no que diz respeito aos aspetos financeiros, sociais e económicos.

Outrossim o projeto editorial, teve como objetivo chamar à prática da cidadania, as pessoas comuns que normalmente se vêm afastadas desse processo, tendo sempre em conta que a consciencialização da população é uma grande mais-valia, para a definição de políticas para o futuro.

O livro alertou mais para a realidade do despesismo, com gastos supérfluos e desnecessários que sobrecarregam o erário público e voltam-se contra uma população envelhecida, pobre e descrente do futuro do país, para as gerações dos seus filhos e netos; Ficou no entanto muito por falar, no entanto, aqui não era o espaço apropriado para pedir responsabilidades, não era a plataforma ideal para o lançamento de projetos de futuro, por isso creio eu, que se ficou, apenas por uma análise do que é o presente, no edifício desequilibrado do Estado em que o Estado está.

Filipe de Freitas Leal
15/06/2011

Trabalho Individual de Sociologia Geral II
Professora Doutora Maria de Lurdes Fonseca
Curso de Serviço Social – 1º Ano – Pós Laboral


6 – Autores Citados e Bibliografia

Autores Citados

António Nogueira Leite, Nasceu em Lisboa em 1962, Licenciado em Economia pela Universidade Católica Portuguesa, obteve o grau de Mestre em Economia pela Universidade de Ilinoys, instituição onde se doutorou em 1988, É professor catedrático da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa, foi Secretário de Estado do Tesouro e das Finanças de 1999 a 2000 do XIV Governo Constitucional de António Guterres.
João Ramos de Almeida, jornalista do “Público” desde 1995, é Realizador e Argumentista da empresa “Ânimo Leve” que é uma produtora de vídeos, filmes e documentários, foi jornalista do Expressos entre outros títulos da Imprensa portuguesa.
Robert M. Fishman é um professor de Sociologia e membro do Instituto Kellogg e do Nanovic
Instituto da Universidade de Notre Dame. Seus livros mais recentes são Vozes da Democracia (2004) e (com Anthony Messina) O Ano do Euro (2006). Ele está atualmente escrevendo um livro sobre a prática democrática e resultados sociais em Portugal e Espanha





Bibliografia

Diciopédia (2011) “História | Ciências Sociais e Humanas A Situação económica difícil da I República” página consulta em 11/06, http://www.infopedia.pt/$situacao-economica-dificil-da-i-republica
Fishman, Robert M. (2010), “Rethinking the Iberian Transformations: How Democratization Scenarios Shaped Labor Market Outcomes”, Springer Science+Business Media, LLC
Leite, António Nogueira (2011) “Uma Tragédia Portuguesa”, Alfragide, Lua de Papel.
VV.AA (2011) “O Estado a que o Estado Chegou”, Lisboa, Editorial Notícias.

[1] VV.AA (2011) O Estado a que o Estado Chegou, Lisboa, Editorial Notícias. pp. 11.
[2] Ibidem. pp. 13.
[3] Ibidem. pp. 27.
[4] VV.AA (2011) “O Estado a que o Estado Chegou”, Lisboa, Editorial Notícias. pp. 43.
[5] Ibidem. pp. 75-77.
[6] Diciopédia (2011) “História | Ciências Sociais e Humanas A Situação económica difícil da I República” página consulta em 11/06, http://www.infopedia.pt/$situacao-economica-dificil-da-i-republica
[7] Almeida, João Ramos de (2011) “Economia/Portugal já declarou bancarrota parcial em 1891 e saiu-se bem". Público Online, 10 de Junho, http://publico.pt/1460267
[8] Leite, António Nogueira (2011) “Uma Tragédia Portuguesa”, Alfragide, Lua de Papel, pp. 15
[9] Ibidem, pp. 21
[10] VV.AA (2011) “O Estado a que o Estado Chegou”, Lisboa, Editorial Notícias. pp. 85-87.
[11] Fishman, Robert M. (2010), “Rethinking the Iberian Transformations: How Democratization Scenarios Shaped Labor Market Outcomes”, Springer Science+Business Media, LLC
[12] Eurostat (2011) “Government Finance Estatistic”, Luxemburg, Eurostat Statistical Books
[13] Leite, António Nogueira (2011) “Uma Tragédia Portuguesa”, Alfragide, Lua de Papel, pp. 23.

Filipe de Freitas Leal


Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

 
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