1 –
Introdução
"A cultura do
espírito aumenta os sentimentos
de dignidade e de
independência."
Herbert
Spencer
O presente trabalho
académico, aborta a fase da fundação e consolidação da sociologia como ciência,
sobre a influencia do seu principal fundador, no pensamento sociológico de
Herbert Sepencer, embora tenha sido de modo transversal criticado por outros sociólogos...
2 – Spencer e o seu
pensamento
"A opinião é determinada, em última
análise,
pelos sentimentos e não pelo intelecto."
Herbert
Spencer
Herbert Spencer foi
um filósofo e sociólogo inglês, nascido em 1820 e falecido em 1903, conhecido
por ser um pensador evolucionista, tentou aplicar as suas ideias de
evolucionismo à Biologia, Psicologia, Sociologia, ética e também à política.
É de Spencer a ideia
da Selecção natural em sociedade, pela eliminação dos mais fracos, ideia hoje
denominada de “darwinismo social”, as suas principais obras foram “A Filosofia
Sintética” em 1896 e “Social Statics”.
Spencer influenciou
muito o pensamento científico estadunidense, não tendo no entanto influência
expressiva no pensamento francês devido às críticas vindas de Durkheim e dos
positivistas comteanos em
particular. Era admirador
de Charles Darwin e do seu evolucionismo.
Tanto Auguste Comte
como Herbert Spencer eram os autores dos novos sistemas filosóficos que,
acreditavam, terem sido construídos sobre as bases firmes da ciência, e ambos
estavam convencidos de que a sociedade deveria ser reconstruída de acordo com
as verdades de suas filosofias. No entanto os positivistas acreditavam que
Spencer tinha sido influenciado sobremaneira por Augusto Comte, mesmo que de
forma inconsciente essa critica acentuou-se inclusive quando da classificação
Spenceriana da ciência.
Spencer viveu ainda
perto de meio século após a morte de Augusto Comte, tendo atingido um grau de
importância que deveria tê-lo permitido ignorar as provocações dos seus
críticos positivistas, que o abalavam, sobretudo quando os positivistas receberam
apoio de críticos não positivistas. No entanto era ele mesmo um positivista.
O século XX eclipsou
as teorias de ambos, dificilmente se veria o interesse que despertaram no
século XIX, época da unificação do conhecimento científico e da descoberta das
leis da sociedade que haviam sido o grande sonho da ciência e filosofia.
3 – Spencer e a
classificação das ciências
"A
civilização é um progresso de homogeneidade
Indefinida e
incoerente rumo a uma
heterogeneidade
definida e coerente."
Herbert
Spencer
Recentemente
estudiosos do assunto, afirmam que Spencer tenha tido um grande grau de
independência face a Comte no seu pensamento filosófico sociológico.1*.
As divergências
fundamentais entre ambos, deviam-se sobretudo a Comte ter tido uma visão fixa
das espécies e a acreditar que era o último grande expoente do universo
equiparado a Newton, Spencer ao contrário era um defensor da ideia da evolução,
tendo ficado horrorizado com o apoio que as afirmações de Comte receberam,
sendo o conflito entre Spencer e o positivismo essencialmente baseado na
classificação das ciências e da religião da humanidade.
A filosofia
positivista de Auguste Comte foi construída em dois princípios interligados, “a
lei dos três estágios” e a “classificação das ciências”.
A lei dos três
estágios para Comte foi derivada da evolução da mente colectiva da humanidade
através de três grandes fases - a teológica, a metafísica e a positivista.
A “Classificação das
Ciências” representa a ordem hierárquica em que o "resumo" das
ciências - matemática, astronomia, física, química, biologia, sociologia, e
(depois) ética - atingem a fase positivista.2* Montada
como um sistema de escada, foi destinado a demonstrar que tinha chegado o
momento para a sociologia entrar na fase positiva. Como as outras ciências, a
sociologia devia ser estudada por um método peculiar para si, a história.
Comte começara a
esboçar os padrões gerais e os detalhes minuciosos da sociedade e da religião
do futuro, e baseado na visão do alto da escada se tornara evidente uma vez que
as ciências mais elevadas foram dependentes das anteriores, Comte proclamava, a
loucura daqueles que buscam o conhecimento completo, visto ser possível obter uma
síntese do conhecimento que deveria ser no entanto subjectiva, esta ideia é a
herança que Comte herdara do século XVIII, como a missão de trazer a unidade do
conhecimento com o propósito de servir a humanidade.
Quando Spencer
chegou a Londres em 1848, já os escritos de Comte e das suas ideias
positivistas eram lidas e conhecidas em Inglaterra, tendo inclusive recebido
tanto admiradores como críticos. Não se sabe ao certo em que época Spencer
tenha tomado conhecimento das ideias e da obra de Comte. 3* Ambos
encontraram-se brevemente em 1856, que foi um encontro estéril de frutos
intelectuais.
Spencer escreveu um
livro denominado “a génese da ciência” que inicialmente fora escrito em artigos
de revista, onde criticava as ideias de Comte em particular na divisão comteana
da ciência.
Para simbolizar a
organização e classificação do conhecimento, Spencer em vez da escada de Conte,
preferiu usar uma árvore (tronco comum e ramificações sugerindo constante
interacção, bem como evolução do homogéneo para o heterogéneo e do simples para
o complexo, bem como do mais desorganizado para o mais organizado.
É baseado nestes
princípios que Spencer desenvolve os seus conceitos sociológicos, onde ele vê a
sociedade como um organismo vivo, em constante mutação e
progresso.
A partir do livro
“Principles of Psychology” (1855) inicia-se a noção científica de medir
diferenças. 4*
Portanto podemos
aferir, que Spencer baseado inicialmente no positivismo, acaba por criticar
Comte, devido à sua ideia de evolucionismo social, propondo uma classificação
científica baseada nessas ideias que haviam sido fundamentadas já na Biologia
inicialmente, mas estendeu à sociologia, economia e política, formando um
sistema coerente do conhecimento científico e filosófico do seu tempo, de
acordo com os ideais do Liberalismo da época.
Em suma é a critica
a Comte e a “Reelaboração” de uma Classificação das Ciências, que está a maior
contribuição de Herbert Spencer para as ciências, sobretudo no final do séc. XIX
e inicio do séc. XX. Classificação essa que divide em três grupos: 1º - As
Ciências Abstractas (lógica e matemática); 2º - As Ciências Concretas (astronomia,
geologia, biologia e psicologia) e 3º - As Ciências Concreto-Abstratas
(mecânica, física, química.).
É também de Herbert
Spencer a defesa de um ensino básico obrigatório e laico, bem como das ideias
liberais da não intromissão do Estado na economia.
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Referências:
1. W. M.
Simon, o positivismo europeu no século XIX: Um Ensaio em
História Intelectual (Ithaca,
1963), p.217-19
2. "Ética," a ciência abstracta
de indivíduo, não fazia parte da hierarquia desenvolvidas em
Auguste Comte , Cours de philosophie positive (1830-1842). Foi
adicionado em 1852, quando Comte estava escrevendo o Système de politique
positive (1851-1854).
3. Comentários do Cours ou partes dele
apareceram na Edinburgh Review, LXVII (1838), 271-308, e em
Blackwood's Magazine , LIII (1843), 397-414. Comte foi elogiado em
JS Mill , A System of Logic (Londres, 1843), e no GH Lewes, Uma
História Biográfica da Filosofia (Londres, 1845-1846). Ele se correspondia com
Mill, Alexander Bain, e Lewes, entre outros, nas Ilhas Britânicas. Ele tinha um
número de admiradores de Oxford, que formaram o núcleo do positivismo
organizado na Inglaterra.
4. Herbert Spencer, "A Génese da
Ciência," As discussões recentes na ciência, Filosofia e Moral (Nova
Iorque, 1871), p. 190-201.
4 – Bibliografia
Eisen, Sidney. Herbert
Spencer and the Spectre of Comte –
Journal of British Studies, Vol. 7, Nº. 1 (Nov., 1967) pp. 48-67
Stolley, Kathy S. The
Basics of Sociology – Greenwood Press – London
2005. Pp 4 e 37
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1 comentários:
belo blog, parabéns vou seguir
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