sábado, 24 de abril de 2021

25 de Abril - 47 Anos de Democracia

Amanhã é o feriado Nacional do 25 de Abril, a Revolução dos Cravos que em Portugal derrubou o Regime Fascista no ano de 1974, eu tinha então 9 anos, 5 meses e um dia.  Lembro-me perfeitamente bem daquele dia como se fosse hoje de manhã.

Quanto ao 1º de Maio de 1974, foi de facto o primeiro grande evento em Liberdade depois de 48 anos de Ditadura. O Povo saiu à Rua com cravos vermelhos e brancos, os vermelhos simbolizavam a revolução e a democracia e os brancos a Paz e o fim da Guerra Colonial.

Estava um dia lindo, ensolarado, e as pessoas estavam felizes, sentia-se no ar uma emoção contagiante, que também atingiu as crianças, mas claro, não tínhamos o mesmo entendimento dos adultos. Parecia que Portugal, que durante 48 anos fora cinzento, ou a preto e branco, passara a ser, de um dia para o outro, florido e a Cores, afinal estávamos na primavera em todos os sentidos. Assim, amanhã fazem 47 anos da Revolução dos Cravos, e daqui a 2 anos, ou seja em 2023, o nosso País já terá vivido mais tempo em democracia do que em ditadura.

Muitas foram as conquistas trazidas pela Revolução, como a política dos três D's apresentada na noite de 25 de Abril pela JSN Junta de Salvação Nacional: a Democratização, a Descolonização (embora tenha sido mal feita e tenha prejudicado imenso os colonos portugueses em África) e o terceiro D é o do Desenvolvimento, que como se esperava, não aconteceu de um dia para o outro, foi um processo traumático, lento e que acarretou ainda outras três tentativas de Golpes de Estado e intentonas, quer dos reacionários da Extrema-Direita, quer dos radicais da Extrema-Esquerda, tais como o 28 de setembro de 1974, o 11 de março de 1975 e por fim, a derradeira e última intentona comunista, o 25 de novembro de 1975.

Mas também amanhã comemora-se outra data de suma importância na História de Portugal, são as Eleições Constituintes do dia 25 de Abril de 1975, sendo as primeiras eleições livres através de um sufrágio universal, onde as mulheres, graças ao 25 de Abril de 1974, conquistaram o pleno direito ao voto. Vi a minha avó que aos 68 anos votou pela primeira vez em toda a sua vida; foi também dado o direito de voto aos analfabetos, e também os invisuais obtiveram o direito de poder votar.

No quadro institucional, Os partidos surgiam aos montes, eram vários, as ruas estavam repletas de cartazes coloridos, com símbolos ideológicos, a maioria de esquerda. Nas primeiras eleições constituintes, o Partido Socialista (PS) liderado por Mário Soares venceu, ainda que sem maioria absoluta, seguido do Partido Popular Democrático (PPD) liderado por Sá Carneiro, o Partido Comunista Português (PCP) de Álvaro Cunhal, o Centro Democrático Social (CDS) liderado por Freitas do Amaral, o Movimento Democrático Português (MDP/CDE), liderado por Francisco Pereira de Moura, e ainda a União Democrática e Popular (UDP), liderada pelo Major Mário Tomé, ao todo, seis partidos conseguiram eleger deputados à Assembleia Constituinte, que elaborou a constituição democrática que entrou em vigor no dia 25 de Abril de 1976, no mesmo dia em que foram realizadas as Primeiras Eleições Legislativas das quais emanou o I Governo Constitucional.

Mas o 25 de Abril trouxe também alguma incerteza, viveu-se um período conturbado e doloroso com a radicalização da Revolução no governo de Vasco Gonçalves, era então o "Verão Quente" do PREC (Período Revolucionário Em Curso) quando houve a caça às bruxas, com alguns linchamentos em praça publica contra pessoas que foram acusadas de terem sido "bufos" da PIDE/DGS (Polícia política do regime que fazia as persecuções, detenções e torturas na prisão, como a de Caxias) era a Polícia Internacional para a Defesa do Estado/Direção geral de Segurança. Mas houve mais ocorrências de conturbação e confrontos ideológicos que geraram o aumento de uma tensão política.

No entanto, não podemos esquecer que, faz-se necessário e é importante pensar e refletir sobre tudo isto, não basta comemorar Abril, é preciso saber para onde querermos ir como país e como povo, que desafios surgem hoje, saber também quais são os recursos que temos, para poder dar resposta às necessidades que são muitas, urge planear o futuro para as gerações vindouras e renovar dia após dia, a democracia, com justiça social e liberdade, mas também promover a projecção económica para gerar mais desenvolvimento, emprego e o ensino, a educação e a cultura, promovendo continuamente a qualidade de vida para todos, deixando de lado a batuta neoliberal que não tem trazido senão desigualdades e incerteza.

O Mundo Recebeu Portugal de Volta - Orgulhosamente Acolhidos

E o Mundo sorriu com Portugal no 25 de Abril de 1974, "Foi Bonita a Festa Pá" dizia o Chico Buarque de Holanda, numa música que compôs em homenagem ao 25 de Abril de 74. Fiquei todo arrepiado de emoção ao ver este vídeo do Chico. O 25 de Abril marcou a minha vida, foi devido ao 25 de Abril que mais tarde tivemos de sair de Portugal com a radicalização da revolução pela Esquerda comunista, acho que se não fosse o 25 de Abril, eu hoje seria outra pessoa.

O que o 25 de abril me ensina ainda hoje é que somos todos iguais, tanto para o bem como para o mal, somos humanos no sentido profundo desta palavra, temos em nós todas as paixões e desejos do mundo, e todas as forças que se digladiam e divergem, porque há interesses e modos de ver diferentes, e isso sentiu-se com muita intensidade, nas disputas políticas, nos atentados a partidos de Direita no Sul, e dos partidos de Esquerda no Norte, onde a Igreja influenciava o povo a votar à Direita, mas viu-se ainda com a ocupação de terras agrícolas e até de casas, bem como as tentativas que quase levaram Portugal à Guerra Civil em 1975, sem falar numa crise económica nacional agravada com a crise internacional do Petróleo de 1973, sem falar nos 500 mil colonos portugueses, praticamente expulsos de África, que vieram como refugiados, tendo perdido tudo nas ex-colónias, onde muitos nasceram, isto devido à negligência das autoridades portuguesas que praticamente abandonaram as colónias e os colonos, e assim vieram para a Metrópole praticamente sem nada, traumatizados e ao mesmo tempo indignados tiveram que recomeçar do zero, e ultrapassar o estigma do rótulo de "retornados".

Mas para comemorar hoje o 25 de Abril, é preciso comemorar também a Independência Nacional, daqui a 7 anos Portugal comemora 900 anos de existência como Nação soberana, e sem a continuidade da independência já não valerá a pena continuar comemorar o 25 de Abril. Uma nação é mais que um território e um nome, a nação começa por ser a identidade de um povo, da sua história, tradições e cultura que devem ser preservados e têm de ser valorizados.


segunda-feira, 29 de março de 2021

O ‘Carisma’ Vs. a ‘Banha da Cobra’


O que distingue um líder nato de um mero ‘Testa de Ferro’

Na opinião de Fernando Henrique Cardoso, Bolsonaro não tem carisma, e eu não posso deixar de concordar com o ex-Presidente brasileiro, porque em primeiro lugar é exatamente como eu penso e vejo, não apenas sobre Bolsonaro, ou Donald Trump, mas sobre todos os políticos populistas e os que defendem regimes musculados; no meu entender, o facto de um qualquer líder político conquistar milhões de eleitores ingénuos ou incautos, ou exercer um poder musculado não significa carisma. 

Pois, só se for pela negativa, porque não surte efeito em pessoas conscientes e politizadas, como é o caso de uma grande percentagem de cidadãos que tenham dois dedos de testa, capacidade de análise critica e consciência política.

Pessoas que são ou foram consideras verdadeiramente como líderes carismáticos, independentemente de se gostar ou não das suas ideias ou do modo como exerceram a sua liderança foram por exemplo: Mahatma Ghandi, John Kennedy, Barack Obama, Martin Luther King, Charles De Gaule, Mário Soares, Vladimir Lenine, João Paulo II, Francisco Sá Carneiro, Madre Teresa de Calcutá, Margareth Thatcher, Fidel Castro, Hugo Chaves, entre outros, porque tinham de facto um carisma que era reconhecido por todos, no caso de Bolsonaro, este cativa uma parcela da população, mas uma parcela ainda por cima, pouco esclarecida politicamente, na maioria uma população inculta que ignora a dinâmica dos fenómenos políticos, embora também composta por uma burguesia de um novo-riquismo, ou de uma parte da classe média alta, para quem o sentido de voto é grande medida uma escolha meramente estratégica.

Além do mais, uma característica do carisma é sem sombra de dúvida a arte da Oratória, tal como os bons e grandes advogados, ora, neste caso o atual Presidente brasileiro não tem nenhuma capacidade oratória, limita-se a falar ao nível da linguagem elementar e popular.

Outra característica é a coerência entre o discurso e a ação política, ou o princípio da não contradição, ora, Bolsonaro não tem sequer uma ideologia clara e definida, não sabemos exatamente o que pensa ideologicamente, por isso, nota-se que é um mero “Testa de Ferro” e que está a serviço de uma agenda. Portanto ele só pode ser considerado carismático para a parcela de eleitores que ainda acreditam nele.

Para exemplificar, temos Passos Coelho, como um líder que não tem carisma, tal como Pinhochet também não teve; Cavaco Silva tem algum carisma, no entanto Francisco Sá Carneiro, Mário Soares, Freitas do Amaral tinham um grande carisma, e até Paulo Portas tem imenso carisma.

Quanto ao ex-Presidente Lula, é inegável que tem um grande carisma, tanto é que foi eleito duas vezes e recebeu apoio até do centro-Direita, e ainda hoje apaixona e galvaniza uma parcela grande da população brasileira. Lula tinha oratória, e era coerente ideologicamente, quanto ao que o acusam, isso são outros quinhentos, é política suja, uma cabala para o afastar de voltar ao poder, e assim permitir à Direita iniciar a implementação de reformas neoliberais mais ousadas.

O ex-Presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso, tem Carisma, tal como Tancredo Neves tinha, também Collor de Mello, só que esse lambuzou-se com o mel dos cofres públicos e foi destituído (o primeiro impeachment em todo o mundo).

José Sócrates em Portugal tinha imenso carisma, não se sabe até que ponto não foi também um alvo a eliminar através de um processo gigantesco que moveram contra ele, que ainda por cima não se provou nada.

Lembrei-me de uma palavra que se usava antigamente, que descreve o que é o Bolsonaro e políticos como ele: "Banha da Cobra", são como vendedores de ilusões, trazem falsidade, vigarice, assim a Banha da Cobra é dizer ao cliente incauto, neste caso eleitor ingénuo, o que ele quer ouvir, isso tem outro nome, demagogia e populismo.

Portanto, carisma é exatamente o contrário da banha da cobra, não é dizer o que o eleitorado quer ouvir, é dizer o que é preciso ser dito, é convencer de que as suas ideias e os seus projetos são os melhores, é conquistar a adesão das pessoas pela persuasão, nem todos conseguem fazer isto, e nem sempre é para o bem, tal como Hitler que de facto fez isso, galvanizou a esmagadora maioria dos alemães, embora o resultado tenha sido negativo. Mas prova este exemplo que Carisma é conquistar pela palavra e fazer o eleitorado abraçar a sua causa, não o contrário dizer o que convém para se atingir o poder.

Nesse sentido, o líder carismático é aquele, que apesar de muitos não concordarem com as suas ideias, é reconhecido pela esmagadora maioria como um catalisador de sinergias, um líder capaz de dialogar com a oposição e fazer acordos, um líder que conquista multidões em prol de um projeto, através dos seus ideais ou de uma causa, mas não basta ser líder para ser-se carismático, mas é fundamental ter carisma nato para ser-se um bom líder, seja na política, seja nos negócios ou qualquer outra área.

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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

Nefelibata - Andando nas Nuvens

Como sempre ando com a cabeça na lua ou melhor dizendo, nas nuvens.

E chamam-me de Nefelibata, como Eugénio de Andrade.

Elogio deveras honroso, quando de súbito chamam-me de Nefelibata, como se outro nome não houvera antes, e este, cujo significado é muito maior que um titulo nobiliárquico.

Aliás não tenho feito outra coisa, se não ir até às mais altas nuvens, que é aliás, onde adquiro sempre da melhor forma e com a maior alegria, a minha doce inspiração.

E ainda que fisicamente distante, é na inspiração das nuvens, que se encontra a proximidade de um ideal, ou de se rever quem está  longe, como as pessoas que amamos e com as quais nos identificamos.

Seremos todos nefelibatas, sempre que nos entregarmos ao doce trabalho do pensamento e da imaginação, e do qual surgem os livros, a pintura, a música, a poesia, e sobretudo, a capacidade de imaginar para além do espaço e do tempo.

Autor do blog: Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, é licenciado em Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, com Pós-graduação em Políticas Públicas e Desigualdades Sociais, frequentou o Mestrado de Sociologia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Estagiou com reinserção social de ex-reclusos e o apoio a famílias em vulnerabilidade social. É Bloguer desde 2007, tem publicados oito livros de temas muito diversos, desde a Poesia até à Política.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

Dois Sonetos de Amor da Hora Triste

'Dois sonetos de Amor da Hora triste', um poema que ficou imortalizado na memória dos portugueses, escrito pelo poeta Álvaro Feijó, (1916-1941), nascido em Viana do Castelo; cedo se fez poeta, e também cedo partiu, tinha apenas 25 anos de idade, morreu de doença prolongada em Lisboa, e deixou-nos o seu legado, a sua poesia e sensibilidade pelo estilo neorrealista que caracterizava à época, os grandes vultos da literatura. Tendo publicado apenas um livro em vida, 'Corsário' (1940), foi no entanto agraciado com uma obra póstuma, no mesmo ano da sua morte, 'Poemas de Álvaro Feijó' no qual consta o presente poema.

I 

Quando eu morrer, e hei-de morrer primeiro
do que tu - não deixes fechar-me os olhos 
meu Amor.

Continua a espelhar-te nos meus olhos 
e ver-te-ás de corpo inteiro 
como quando sorrias no meu colo.

 
E, ao veres que tenho toda a tua imagem 
dentro de mim, se, então, tiveres coragem, 
fecha-me os olhos com um beijo. 

Eu, Marco Pólo, 
farei a nebulosa travessia 
e o rastro da minha barca 
segui-lo-ás em pensamento. Abarca 
nele o mar inteiro, o porto, a ria... 

E, se me vires chegar ao cais dos céus, 
ver-me-ás, debruçado sobre as ondas, para dizer-te adeus. 

II 

Não um adeus distante 
ou um adeus de quem não torna cá, 
nem espera tornar. Um adeus de até já, 
como a alguém que se espera a cada instante. 

Que eu voltarei. Eu sei que hei-de voltar 
de novo para ti, no mesmo barco 
sem remos e sem velas, pelo charco 
azul do céu, cansado de lá estar. 

E viverei em ti como um eflúvio, uma recordação. 
E não quero que chores para fora, 
Amor, que tu bem sabes que quem chora assim, mente.

E, se quiseres partir e o coração to peça, diz-mo.

A travessia é longa... Não atino talvez na rota.

Que nos importa, aos dois, ir sem destino.

_____________

Autor do blog: Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

sábado, 2 de janeiro de 2021

Crise no Partido do Trabalho de Israel.

Pela primeira vez em 72 anos, o HaAvodá -  Partido do Trabalho, que ajudou  a fundar o Estado de Israel, poderá não eleger nenhum deputado e a Esquerda será varrida do Parlamento israelita.

Porquê a Esquerda está tão fragmentada e enfraquecida, porquê a maioria dos eleitores não mais se revê na Esquerda e por fim, quais as razões e os erros cometidos ao longo da História?

Algumas das razões poderão ser o facto de que, a Esquerda israelita sofre as consequências da nova identidade da Esquerda e das causas fraturantes adotadas pelos trabalhistas, sociais-democratas e socialistas europeus e latino-americanos no período pós-soviético. Tornando-se uma Esquerda antissemita, com identidade antinacionalista, defendendo politicas antipatriotas, facto que leva o eleitorado israelita a não se identificar mais com o Partido do Trabalho - Avodá.

Para evitar a catástrofe eleitoral (aproveitando que a sigla do partido no boletim de voto é "Emet" palavra hebraica que significa verdade) a Esquerda israelita terá de se renovar, não apenas de liderança, mas sobretudo de uma renovação de ideais e discursos, deixando cair as questões fraturante sem deixar de defender os Direitos Humanos, e sobretudo, voltar a erguer a bandeira da Esquerda de outrora, uma esquerda patriota e nacionalista, mantendo também o foco para as questões sociais.

quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Netanyahu Aproxima-se de Joe Biden


Após a derrota de Donald Trump, o xadrez político não para, Netanyiahu reconhece a derrota do seu aliado, e prepara-se para manter o processo de Paz no Médio Oriente, esperando que se mantenha como prioridade para política externa estadunidense; sabe-se que normalmente

no passado, foram os democratas a promover os processo de paz, como com Jimmy Carter com Anuar Sadat e Menachen Begin em 1978, posteriormente com Bill Clinton com Yasser Arafat e Itzack Rabin em 1993.

Todavia, com Obama o paradigma foi outro, acenava positivamente para ambos os lados e não avançou no processo de paz. Donald Trump fora Presidente estadunidense que tinha clara a necessidade de um processo de paz concreto para o equilíbrio geopolítico global. Agora é esperar a tomada de posse e verificarmos quais são as intenções do futuro inquilino da Casa Branca. Benyiamin Netanyahu chamou Joe Biden de amigo e que espera que e mantenha favorável a estreitar as relações com Israel.

Como primeira análise, o objetivo da política externa de Trump no processo de paz no Médio Oriente, não foi o de isolar a Palestina, mas antes pelo contrário de enfraquecer o radicalismo islâmico e o financiamento do terrorismo que não afetam apenas Israel, mas toda a região e inclusive a Europa com a crescente vaga de ataques terroristas contra civis indefesos.

sábado, 7 de novembro de 2020

A Derrota e o Legado de Trump

Não sou fã do modo de se fazer política nos Estados Unidos e nem sequer da cultura estadunidense, daí que para mim tanto faz, Biden ou Trump, os EUA serão o que sempre foram, rivais da Europa, inimigos da China e da Rússia. Só a nível interno que há diferenças substanciais, os democratas
tendem a ser mais pacíficos e atentos a questões sociais, mas ambos ideologicamente Neoliberais, tanto no plano económico como na política internacional.

Trump todavia, foi um Presidente republicano diferente dos antecessores, visto que primou pela paz, a fim de não gastar dinheiro do erário publico com guerras, Trump foi muito positivo no que concerne à politica internacional para a Paz no Médio Oriente, reconheceu Jerusalém como a Capital de Israel, e concluiu acordos de paz entre Israel os Emirados Árabes Unidos e o Bahrein; Trump estava também a preparar um acordo de paz entre Israel e a Arábia Saudita, resta-nos ver em que irá ficar este projecto com o governo democrata de Biden, (presumo que na gaveta para agradar gregos e troianos).

Quanto aos erros de Trump, deveram-se fundamentalmente ao modo inusitado, provocador e até mal-educado como fez política, através das "Bocas" ou das "indiretas" que constantemente publicava no twitter; algo que sinceramente é desagradável para todos os que têm dois dedos de testa e não se deixam ir em cantigas, mas informo-vos que hoje em dia é pratica corrente, comum à Esquerda e à Direita, e se esta é a nova maneira de estar e de fazer política, saibam que estamos em muito maus lençóis daqui para a frente. E não falo apenas dos EUA.

Para finalizar, a capitulação de Trump deveu-se à Covid-19 e ao numero elevadissimo de mortos e das políticas inadequadas na área da saúde, até porque Trump fez bandeira de campanha acabar com o "Obama Care" e cometeu o erro de subestimar o perigo da Pandemia.

Por outro lado, todos já sabem e devem ter notado que o confuso sistema eleitoral estadunidense é nesta época algo inadequado, pelo que faz-se necessário alterar o sistema de Eleição Indireta por Colégio Eleitoral, para o sistema de Eleição Direta proporcional, ou seja, pelo método de Hondt.

 
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