terça-feira, 7 de julho de 2015

Grécia - O Não Grego e o Génio de Tsipras.

O NÃO (OXI) Vence o referendo por 61,3% face aos 38,7% do Sim, é caso para se brincar com as palavras, Oxigénio para a Europa dos povos, Oxi do referendo e o génio de Tsipras, que conseguiu angariar uma grande vitória política tanto interna com externa, e que sai reforçado pelo referendo, sem nos esquecermos que Yanis Veroufakis, demitiu-se do Ministério das Finanças para dar espaço de manobra nas negociações que se seguem, o que mostra de forma clara a liderança de Tsipras, um homem que não traiu os seus ideais nem abandona o seu povo, face às chantagens do Neo-liberalismo Eurocentrista, que não disfarça o défice democrático e a arrogância dos poderosos do Eurogrupo.


Yanis Varoufakis demitiu-se
Após o redondo não dado pelos gregos de todas as classes sociais os partidos da oposição apoiaram formalmente a estratégia de Tsipras, a Nova Democracia, o Pasok e o To Potami apoiaram no Parlamento as medidas a apresentar por Tsipras à Europa, Europa essa que tremeu perante a incerteza, no entanto Merkel e Hollande reuniram se no dia a seguir em Paris, Hollande aliás está a ser o mediador para manter-se a Grécia na Zona Euro, e também para impedir uma radicalização da direita europeia do PPE, ou o mero desprezo incompreensível vindo de setores do PSE.

Merkel e Hollande reunidos em Paris
 Esta é a verdadeira face da União Europeia, a "desunião  europeia" nasce de uma agenda político-ideológica  claramente vinculada ao neo-liberalismo e desvinculada da  justiça social e da solidariedade entre os povos algo algo  que marcou o principio fundador da CEE.

 No dia anterior ao referendo, postei no facebook uma  homenagem à Grécia, com um maestro holandês de  Maastricht, André Rieu e uma famosa música grega do  filme Zorba o grego, foi o suficiente para encherem o post de criticas infundadas aos gregos, algo que é na realidade a alma dos xenófobos e de um novorriquismo pedante.

Não devemos misturar as coisas, não confundindo o povo com os políticos, sobretudo porque os políticos que governaram a Grécia de forma leviana deveriam estar presos.

Quanto aos cidadãos, estão a suportar com desemprego, reformas baixas, pobreza e impostos altos e fome, o que a cúpula da Europa lhes impõe, para serem sempre os pobres a salvar os bancos.

Mas há mais, eu acho que quem deve tem que pagar, mas como pagar se a economia está a ser destruída?

Por fim peço, que ao comentarem os meus posts tenham compreensão e solidariedade para com os gregos, pois sofrem sem ter culpa, já basta as palavras arrogantes dos governantes portugueses, não é preciso mais ecos semelhantes.

Eu não sabia que era com dinheiro que se desenvolvia uma democracia, sempre pensei que fosse através da cidadania ativa dos cidadãos e do respeito pelos Direitos Humanos por parte das instituições políticas.


Autor Filipe de Freitas Leal

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Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Grécia - Referendo Contra a Chantagem da UE

A Grecia vai referendar este domingo as propostas do Eurogrupo sobre a divida grega, tendo Tsipras apelado ao voto no NÃO, nesta sexta-feira último dia de campanha, afirmando ser a única resposta viável para negociar em melhores condições com os credores, pedindo ainda que mantenham a calma e não cedam às chantagens, pediu que votassem de forma serena, dando uma resposta clara e inequívoca à Europa.
Se eu fosse grego votaria ao lado do governo do Syrisa, pois teve a grande vantagem de nos fazer ver a verdadeira face da UE por baixo dos fatos, que mais não é que uma falsa união em torno dos grandes interesses, tal como o FMI, como já se sabe há muito.
Tirar mais umas pensões aos já desgraçados por anos de tormento para "recuperar a economia" e principalmente "pagar aos credores", que so visa recuperar os seus bancos, mais que a economia de um país.
Não é compreensível que Dijsselbloem, um Social-democrata, que defende a bandeira vermelha do seu partido o Partido do Trabalho, pelo qual é ministro das finanças da Holanda, esteja como presidente do Eurogrupo a defender e promover politicas que para além de não permitir o crescimento, imponham um sofrimento atroz aos mais pobres.
Em contrapartida, um jovem cidadão britânico, iniciou uma campanha para angariar 1,6 biliões de euros para ajudar a Grécia, um gesto louvável.
Estou do lado dos gregos, mas não concordo com está ideia, embora em Portugal já se tenham feito campanhas idênticas, uma até foi para ajudar a Finlândia.
Não concordo, porque o que é preciso é mudar a situação através de políticas públicas que combatam a corrupção e a evasão fiscal, bem como políticas que possam gerar o crescimento da economia e o emprego.
A Grécia não precisa de esmolas, nem Portugal, Chipre ou Espanha, são precisos é políticas e políticos humanistas, para governar para as pessoas e o bem comum.
Autor Filipe de Freitas Leal

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Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

domingo, 21 de junho de 2015

A Crise Grega - O Impasse para Evitar a Tragédia

Quanto à Grécia, a realidade, é bem pior do que as palavras fáceis de comentadores de jornais e tv's tentam fazer crer.
Porquê? Porque a Grécia pura e simplesmente está falida, não há outra saída, que não uma moratória para poder crescer.
Isto não tem nada a ver com "dar ajuda a quem quer ser ajudado", como foi dito, mas sim dar ajuda a quem de facto precisa e não tem como pagar a divida e não o quer fazer à custa dos mais desfavorecidos.
A Grécia está verdadeiramente na bancarrota, e o Syriza não é o culpado pela situação, mas sim os anteriores governos, da Nova Democracia e do Pasok, com as suas politicas Néo-liberais e a corrupção generalizada da sociedade grega.
É claro que a Europa não se pode dar ao luxo de dar dinheiro dos contribuintes a fundo perdido a nenhum país, mas também não ficará nada bem, se deixar ir para a fogueira da "bancarrota", todo um povo, e negar-se a ajudar ao crescimento e desenvolvimento de um Estado membro, como aliás era o objetivo inicial da CEE, que através da solidariedade entre os povos da Europa se construiria o futuro europeu.

O futuro deveria pertencer a Deus, mas parece que hoje pertence aos
tecnocratas ultra-liberais do Eurogrupo.
Autor Filipe de Freitas Leal

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Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Cartoon # 20 - A Grécia e a Crise Europeia



Este Cartoon, da autoria de Ingran Pinn, do Financial Times, ilustra um artigo no respectivo diário londrino, em que afirma que há um divórcio feito às pressas entre a Europa e a Grécia.

Outros jornais tem ilustrado a crise grego-europeia de pontos de vista divergentes, vendo que a rutura que Tsipras faz com o seu discurso, é corajosa, sendo no entanto tão perigosa para a Grécia como para a Europa, em particular, para países como Portugal, que estando fragilizado economicamente, não entende que poderá vir a ter que negociar no futuro a sua divida, e insiste em ser meramente "o bom aluno", pelo que o futuro é incerto para Portugal, que tendo vendido todo o seu património, não terá encaixe de capitais tão brevemente, e o governo português não deve fazer é pelo menos não se colocar contra a Grécia, tal como fez a Finlândia fez quando se opos a apoiar o resgate português.

Autor Filipe de Freitas Leal

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Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

Grécia - A Única Saída é Uma Moratória

O Primeiro Ministro Grego Alexis Tsipras, afirmou que o BCE - Banco Central Europeu, e o FMI - Fundo Monetário Internacional, querem humilhar a Grécia, tendo ambas as organizações responsabilidades criminosas, pela situação em que a Grécia está submergida hoje, e de facto o que está evidente é uma fratura quanto ao que pretendia ser o projeto europeu, visto que nem a  Troika, nem a Grécia querem dar o braço a torcer.

De acordo com uma notícia veiculada no site do semanário português "Expresso", em que afirma que o governantes portugueses, acusam o governo grego de estar a fazer uma chantagem inadmissível, no entanto no meu ponto de vista, inadmissível é a falta de solidariedade que os governantes portugueses estão a ter com a Grécia, pois há a possibilidade de Portugal poder vir a estar na mesma situação em que hoje se encontram os gregos.

Que esse discurso de bater no ceguinho seja tido pela Alemanha, entre outros países poderosos, é compreensível, embora seja de igual modo errado, mas que o mesmo comportamento de falta de solidariedade parta de Portugal, um dos três países que pediu resgate, e que ainda náo sabe o dia de amanhá, ai é totalmente incompreensível, é uma verdadeira diplomacia de subserviência.

Penso ser necessário que a Europa adote de facto uma Realpolitik, e seja realista tanto quanto pragmática, no entanto não estamos a ver isso, não estão a ser realistas, como querer que a Grécia pague, se não permitem que a mesma se reerga, pelo facto de não ser à custa do desemprego, da fome, emigração em massa, cortes nas despesas entre outras fatalidades, que se erguerá a economia de um país.

Creio que caso a Europa, não chegue a um acordo que permita uma moratória para a Grécia poder pagar a divida, então todos sairão a perder, inclusive Portugal, porque se lutar por esta possibilidade, em caso de o país voltar a estrar em incumprimento, também poderá então beneficiar de uma moratória semelhante.

Neste sentido, acho que não devemos falar de modo fácil, da dificuldade vivida pelos gregos sem olhar para a realidade de Portugal, que recebeu biliões de euros nestes últimos 30 anos, desde que aderiu à CEE, e onde 
e que foi parar esse dinheiro todo, que era para o desenvolvimento da indústria, formação, etc? Porque é que com tanto dinheiro, Portugal continua de mão estendida, na UE? E a história não acaba aqui, pois Portugal poderá vir a pedir mais um resgate e ai já não pode falar dos gregos.

Mas no fundo, o que não bate certo, nesta história é a posição da Troika e da UE, que ao pressionar a Grécia, está a dizer algo, e a tomar uma política de desmembramento e de segregação usando o caso grego, como exemplo para os demais membros, mas será só isso? Presumo que sim, mas com algo mais, caso contrário a atitude de Tsipras não teria sido esta, a vida mais lógica nesta situação é a reestruturação da Grécia através de uma moratória, ou do perdão de parte da divida, o que acarreta que o mesmo se faca, em relação a Portugal, bem como à Irlanda, e é aqui que   está parte do Problema, enquanto os países não se vierem todos descapitalizados, tendo vendido todos o seu património estatal, e rendidos ao ultra-liberalismo a Grécia nem nenhum outro país terá hipóteses dentro deste clube.

Autor Filipe de Freitas Leal

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