domingo, 18 de dezembro de 2011

A Festa das Luzes - O Chanukáh judaico

Nesta altura do ano, em que é grande a movimentação em torno das festividades do Natal e do Ano Novo, em que se vislumbram a Árvore de Natal, o Pai Natal (São Nicolau), as prendas e tantos outros adornos e mimos desta quadra, há também no entanto outras festas, (sinal de que a nossa sociedade é cada vez mais multicultural), e que apesar de desapercebidas no nosso meio, são vividas por pessoas e comunidades de outras confissões religiosas.

Os Ortodoxos por exemplo só comemoram o Natal em janeiro, devido ao Calendário Juliano ainda em vigor nas Igrejas do Leste, mas há outras comunidades que comemoram no fim de ano ou perto dele (e por vezes coincidindo com o Natal) as suas festividades religiosas próprias. É o caso de muçulmanos com a "Ashura" que comemorada a 6 de dezembro e dos judeus que vão comemoraram o Chanuká.

Os judeus em todo o Mundo comemoram nesta altura a Festa das Luzes denominada de Chanuká, em que são erigidas gigantes candelabros nas cidades de Nova York, Rio de Janeiro, Berlim entre outras, em Israel este ano os enfeites das duas festas do Natal e Chanuká, misturam-se e dividem o espaço nos centros comerciais e nas ruas.

O Hanukkah, segundo o calendário hebraico, iniciar-se-á na noite de 25 de kislev de 5772 (20 de dezembro de 2011), em que as famílias judias darão inicio à celebração na noite de terça-feira, ao acender-se a primeira vela da Menorah, chamada de Hanukkiah, cena que se repete nas outras sete noites,  A cada dia acender-se-á uma vela da Hanukkiah até ao oitavo, no qual termina a festa, a nona vela não conta é a que acende as outras (denominada Shumash).
Tal como o Natal, a festa é acompanhada de refeições apropriadas, cantares, danças, trocam-se prendas (em especial para as crianças) e na ceia comem-se doces os "sufganiots" (parecido com donnuts), as crianças brincam, em particular com os piões os dreidels, das ruas consegue-se ver nas janelas os candelabros acesos e nas portas as famílias judias penduram ornamentos brilhantes a condizer com o tema da época, tudo isto que somado ao ambiente festivo, familiar e religioso tornam o Hanukkah uma festa com um grande sentido de identidade judaica que prevalece até os nosso dias.

A origem da Festa é a Celebração da purificação do Templo, que havia sido profanado por ordem do Rei grego seleucida, Antioco IV, em 170 a.E.C; Os Irmãos Macabeus venceram os gregos e encontraram no Templo o Menoráh aceso (que representa a presença divina), mas o azeite que continha dava apenas para mante-lo aceso por mais um dia, no entanto o candelabro sagrado por milagre permaneceu aceso sem cessar por oito dias, os dias necessários para obter mais azeite, é daí que os judeus em todo o mundo comemoram esta data como a Festa das Luzes.

Termino este artigo fazendo votos, de Boas Festas a todos os leitores, de todas as comunidades e tradições culturais ou religiosas em particular um Feliz Chanuká para as comunidades judaicas e Votos de Boas Festas para todos.

Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Escala de Avaliação por Letras

Muitos alunos universitários, recebem os seus trabalhos suplementares, avaliados por letras, contudo muitos desconhecem ou confundem a equivalência entre a letra face ao valor numérico, tendo em conta, que a avaliação final de um aluno é sempre númerica para efeitos de certificação.
Assim, sabe se que há várias formas de se avaliar um aluno, desde as escalas numéricas que são amplamente conhecidas e que podem ir de 0 ou 1 a 5; 0 ou 1 a 10, ou de 1 a 20, e há também uma outra forma de avaliação que é o sistema de avaliação por letras, dito "escala americana", muito usado em avaliação de trabalhos e provas suplementares, é uma escala também muito usada no Brasil, embora seja adicionada uma letra (E que equivale a 0), eis aqui abaixo a respectiva escala de avaliação, com a tradução da escala americana para a europeia.
A+: 19,20 valores
A: 18 valores
A-: 16, 17 valores
B+: 14, 15 valores
B: 13 valores
B-: 11, 12 valores
C+: 9,10 valores
C: 8 valores
C-: 7,6 valores
D+: 5,4 valores
D: 3 valores
D-: 2,1 ou 0 valores
Além desta escala de A, B, C, D, há também a que vai do Excelente ao Insuficiente ou reprovado, vejamos abaixo, tal como é admitido nas principais universidades de Portugal:
I) Excelente = 19 a 20 valores;
II) Muito Bom = 16 e 18 valores;
III) Bom = 13 a 15 valores;
IV) Suficiente = 10 a 12 valores;
V) Insuficiente ou Reprovado = 0 a 9 valores.

Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Seminário | Saúde - Uma Condição de e para Todos



O Programa Escolhas vai realizar um seminário promovido também pela Cáritas Diocesana de Aveiro através do projeto MultiSendas, que terá como tema "Saúde - Uma Condição de e para Todos", o objetivo fundamental é a reflexão, o debate, a troca de ideias face às questões relacionadas com a promoção da saúde.
Serão abordados temas como a saúde e as comunidades ciganas, o papel dos profissionais de saúde junto das comunidades e também recomendações de ação.
O evento requer inscrição prévia ver ficha Aqui. deverá ser entregue até 6 de dezembro.
Para aceder ao programa completo: Aqui.

Local: Auditório da Biblioteca Municipal de Aveiro
Data: no próximo dia 7 de Dezembro às 14:00.

Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

Fernando Pessoa - Se Eu Morrer Novo


Se eu morrer novo,
sem poder publicar livro nenhum
Sem ver a cara que têm os meus versos em letra impressa,
Peço que, se se quiserem ralar por minha causa,
Que não se ralem.
Se assim aconteceu, assim está certo.

Mesmo que os meus versos nunca sejam impressos,
Eles lá terão a sua beleza, se forem belos.
Mas eles não podem ser belos e ficar por imprimir,
Porque as raízes podem estar debaixo da terra
Mas as flores florescem ao ar livre e à vista.
Tem que ser assim por força. Nada o pode impedir.

Se eu morrer muito novo, oiçam isto:
Nunca fui senão uma criança que brincava.
Fui gentio como o sol e a água,
De uma religião universal que só os homens não têm.
Fui feliz porque não pedi cousa nenhuma,
Nem procurei achar nada,
Nem achei que houvesse mais explicação
Que a palavra explicação não ter sentido nenhum.

Não desejei senão estar ao sol ou à chuva -
Ao sol quando havia sol
E à chuva quando estava chovendo
(E nunca a outra cousa),
Sentir calor e frio e vento,
E não ir mais longe.

Uma vez amei, julguei que me amariam,
Mas não fui amado.
Não fui amado pela unica grande razão -
Porque não tinha que ser.
Consolei-me voltando ao sol e a chuva,
E sentando-me outra vez a porta de casa.
Os campos, afinal, não são tão verdes para os que são amados
Como para os que o não são.
Sentir é estar distraido.

Alberto Caeiro, 7-11-1915

Este artigo respeita as normas do novo Acordo Ortográfico.


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Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal - Nasceu em 1964 em Lisboa, é estudante de Serviço Social no  Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas - ISCSP, Fundou este blog em 2007, para o debate de ideias e a defesa do humanismo, edita outros blogs, cujo teor vai da filosofia à teologia, passando pelo apoio ao estudo autodidático. (ver o Perfil  

Prémio Cervantes 2011 - Nicanor Parra


          O Prémio de Literatura em Lingua Castelhana «Miguel de Cervantes» de 2011, foi atribuído hoje dia 1 de dezembro, ao escritor e poeta chileno Nicanor Parra, é a terceira vez que um escritor chileno recebe este prémio, que é atribuído anualmente pelo Ministério da Cultura de Espanha desde 1976.
          O poeta de seu nome completo Nicanor Parra Sandoval, foi ptambém conhecido pelo pseudónimo de Don Nica, nasceu em 1914 em San Fábian no Chile, estudou Matemática, Fisica e Engenharia na Universidade de Santiago do Chile, posteriormente nos Estados Unidos e Inglaterra estudou Engenharia e tornou-se professor no seu regresso ao Chile já casado com uma sueca de nome Inga Palmer.
          Juntamente com outros escritores fundou a "La Revista Nueva", revista de critica literária que vem dar voz e espaço ao movimento denominado de Antipoesia, no mesmo ano (1935) edita o seu primeiro livro de poesia: "Gato en el camino", Parra no entanto tinha um estilo poético que se opunha ao tradicionalismo de Pablo Neruda, daí denominar aos seus escritos de "Antipoemas".
          Como poeta não poderia deixar de ser um idealista, e aos 96 anos iniciou uma greve de fome em apoio aos presos políticos das comunidades indígenas Mapuche, que reivindicavam autonomia no Chile.

El Pelegrino
Atención, señoras y señores, un momento de atención: 
Volved un instante la cabeza hacia este lado de la república,
Olvidad por una noche vuestros asuntos personales, 
El placer y el dolor pueden aguardar a la puerta: 
Una voz se oye desde este lado de la república.
¡Atención, señoras y señores! ¡un momento de atención!

Un alma que ha estado embotellada durante años
En una especie de abismo sexual e intelectual
Alimentándose escasamente por la nariz
Desea hacerse escuchar por ustedes.
Deseo que se me informe sobre algunas materias,
Necesito un poco de luz, el jardín se cubre de moscas,
Me encuentro en un desastroso estado mental,
Razono a mi manera;
Mientras digo estas cosas veo una bicicleta apoyada en un muro,
Veo un puente
Y un automóvil que desaparece entre los edificios.

Ustedes se peinan, es cierto, ustedes andan a pie por los jardines,
Debajo de la piel ustedes tienen otra piel, 
Ustedes poseen un séptimo sentido
Que les permite entrar y salir automáticamente. 
Pero yo soy un niño que llama a su madre detrás de las rocas,
Soy un peregrino que hace saltar las piedras a la altura de su nariz,
Un árbol que pide a gritos se le cubra de hojas.
      
          
Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico - Convertido pelo Lince

 
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