sexta-feira, 20 de julho de 2007

Bertold Brecht - O Analfabeto Político


O pior analfabeto 
É o analfabeto político,
Ele não ouve, não fala,
Nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo da vida,
O preço do feijão, do peixe, da farinha,
Do aluguer, dos sapatos e dos remédios
Dependem das decisões políticas.

O analfabeto político
É tão burro que se orgulha
E estufa o peito dizendo
Que odeia a política.

Não sabe o imbecil que,
da sua ignorância política
Nasce a prostituta, o menor abandonado,
E o pior de todos os bandidos,
Que é o político vigarista,
Malandro, corrupto e lacaio
Das empresas nacionais e multinacionais.


Bertolt Brecht
(1898-1956)


Autor do blog Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

O Que é a Filosofia Hoje?

A filosofia, é em si o método que nos leva a pensar de maneira correta e coerente, é o que nos tem ajudado, ao longo dos séculos a tomar as decisões corretas na vida, e é a ciência que gera ciências, é a ciência que procura respostas para os problemas e indica os caminhos para a sociedade e a humanidade.
Dos sofistas, aos filósofos clássicos como Sócrates, Platão, Aristóteles entre outros, passando pela Escolástica de São Tomás de Aquino ou Santo Agostinho, revolucionou o método cientifico com Descartes, revolucionou a filosofia e desbravou a Sociologia com Augusto Conte, a Política e a Economia com Karl Marx, e tem vindo a ser necessária para nos continuar a mostrar caminhos.
Há diferentes filosofias, tantas quantas necessárias forem, porque as pessoas também, são diferentes e inserem o seu cunho pessoal e ideológico nos conceitos filosóficos que defendem, daí haver diferentes religiões e partidos políticos, essa diferença filosófica é o motor do desenvolvimento humano, cultural, social, económico e político de todo o género humano, e é indubitável que está na génese da luta de classes e nos diferentes sistemas económicos, políticos e sociais do mundo de hoje que se projetará no amanhã.


Autor Filipe de Freitas Leal




Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Um Novo Olhar Sobre o Mundo


Ver o mundo e as pessoas pelo mesmo prisma é mais uma forma de prisão, porque pode ser também o princípio de uma mentalidade preconceituosa, a qual não vê as peculiaridades de cada um, seja uma pessoa, um grupo, uma comunidade ou um povo.
É imperioso que saibamos respeitar outros pontos de vista, não no sentido de ter obrigatoriamente que concordar com os mesmos, mas sim o de sabermos nos colocar no lugar do outro, sobretudo de tentar compreender o próximo no modo como é e vê o mundo, por outras palavras urge eliminar o critério do julgamento tácito e por vezes tenaz que se faz comummente na sociedade dos nossos dias, e que normalmente acontece de um grupo, contra um indivíduo, ou de uma maioria contra uma minoria.
O nosso próximo, não é apenas o outro ou uma pessoa diferente, é sim o outro, no seu todo, que é o  resultado não só da sua vontade, mas fundamentalmente de uma série de fatores e circunstâncias que lhe moldaram a liberdade e o fizeram ser quem é, ou fazer o que as circunstâncias lhe permitem. Ou seja o resultado de um processo natural, cultural, e também social, sem este olhar a tolerância não terá o mínimo espaço para emergir no meio de nós, pelo que não poderíamos provocar uma mudança para a evolução do mundo que nos rodeia.
Todos nós somos em parte, fruto dos nossos esforços, em nos cultivarmos e em termos uma consciência crítica sobre nós mesmos e o mundo, ou a sociedade que nos cerca, não obstante, nem todos têm tido a mesma capacidade ou sorte, há no mundo toda uma enorme quantidade de flagelos e injustiças que em maior ou menor grau destroem e deformam a pessoa humana.
Muitas pessoas rendem-se, já não questionam nada, contudo estão desesperadas à procura de um emprego, de páo para matar a fome, de uma solução que tardem em vir em seu socorro, e assim tornam-se escravos do sistema globalizado, inconsequente, frio e desumano do capitalismo renascido com a queda do Muro de Berlim.
As religiões, e em particular o cristianismo, quer católico quer ortodoxo, criticam naturalmente qualquer socialismo materialista e totalitário. Contudo também condena veementemente o capitalismo e o neoliberalismo existentes hoje, que apesar do pragmatismo é nociva e acaba por deformar a consciência das massas, para as tornar numa massa meramente submissa e rendida ao consumismo.
O capitalismo venceu, dizem muitos, de facto é o que as aparências indicam, mas terá mesmo vencido, ou conduz-nos a todos para uma destruição final do Planeta e da espécie humana, devido à irresponsabilidade e da destruição dos recursos naturais e dos ecossistemas frágeis.
O grito do Mundo para salvar o planeta, poderá ser tardio se não for também o grito do mundo para acabar com a globalização e o capitalismo, se não for também o grito do mundo para salvaguardar os direitos e liberdades das pessoas e dos povos, mas a mudança ansiada, ou mesmo necessária, não deve impor o fim de todo o conjunto da nossa herança civilizacional milenar, nem deve subverter os valores tradicionais, só porque são tidos como de uma outra era, para agradar ou as massa ou interesses, movidos segundo a condução de uma batuta cujo móbil será tão somente os interesses comerciais e financeiros cujo pano de fundo será a moda ou a modernidade.

Autor Filipe de Freitas Leal




Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Absurdos & Incongruências

O blog, pretende ser um espaço de discussão, debate de ideias e defesa de causas aberto a todos que tenham uma consciência critica do Mundo em que vivemos, pela crítica construtiva voltada para o bem comum, na qual as nossas lutas sejam as lutas da Justiça social, da sustentabilidade ambiental que nos alertem para as questões da seca e falta de água potável, da erosão, da poluição e das diversas agressões ao ecossistema; de lutas contra os maus tratos aos animais e a extinção de espécies, que graça por todo o planeta, que indique caminhos para a distribuição de riqueza e justiça social e não fiquemos só pela critica pura do derrotismo ou no bota a baixo, que aliás nascem da inépcia e de um fechar-se em si mesmo.
No entanto não se pode ficar impávido, ao vermos degradarem-se na nossa sociedade os direitos conquistados após anos de luta na clandestinidade, o facto é que as liberdades de abril, conquistadas com sacrifício estão a cair por terra dia após dia, os nossos direitos mais elementares, a nossa dignidade e até a esperança no regime que nascia do 25 de abril, têm vindo a desaparecer na cultura política do povo, devido à corrupção, à imoralidade política e da vergonhosa submissão de alguns dos nossos dirigentes, face aos interesses estrangeiros ou mesmo de grandes multinacionais.
Também no campo empresarial as falências fraudulentas, as fugas para o estrangeiro de multinacionais tecnicamente chamadas de deslocações, enfim surge por todo o país um rumor de um descontentamento enorme e silencioso. Graça neste país, a loucura disfarçada sobe a capa de discursos pragmáticos e de sebastianismos inconfidentes. Loucura que mostra o rosto do absurdo, através de juntas médicas que recusam pensões vitalícias e levam a que doentes terminais sejam declarados aptos para o trabalho e sem quaisquer apoios sociais, além de serem obrigados a apresentar-se ao trabalho, acabando por vir a morrer.
Pessoas que contribuíram toda uma vida, para a sociedade em que viviam, e que foram desprezadas e espezinhadas pela incompetência, pela mesquinhes sórdida, que acabara por tirar a dignidade a quem incapacitado, sem voz e com todos os indícios da doença que o consumia, fora obrigado a humilhar-se impotente de fazer ver a sua doença, como o que foi noticiado na imprensa de um professor que mesmo doente fora-lhe negada a baixa por uma junta médica, vendo-se obrigado a continuar a desempenhar as suas funções, ainda que sem as poder realizar devido a se encontrar numa cadeira de rodas.
Dirigentes políticos, que não tiveram a consciência, a visão, a razão e muito menos o coração para reconhecer o que era óbvio, de que o professor estava gravemente doente e não quiseram admitir o que de si era impossível negar; Escolheram o caminho do absurdo e a incongruência dos seus atos, que se repetem de lés a lés no triste Portugal.
Este espaço pretende humildemente juntar-se a outros tantos na internet, a fim de contribuir construtivamente para que se faça uma revolução cultural, que em Portugal nunca houve e que cada vez mais faz-se necessário.

Autor Filipe de Freitas Leal




Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

sábado, 7 de julho de 2007

O Judaísmo - O Berço da Civilização

O Judaísmo, não é meramente uma religião, e nem apenas marcada por dogmas profundos, no judaísmo não se define a divindade, e a vida e o post-mortem não são o centro do judaísmo, o que faz esta religião ser tão especial, é que do seu cunho surgiu a filosofia do Humanismo, e também as duas grandes religiões monoteístas, da revelação ou do livro, o Cristianismo e o Islamismo, o judaísmo não é mera filosofia de vida, é fundamentalmente a religião de um povo que não definindo D-us, conhece-o e relaciona-se com Ele de um modo peculiar de geração em geração, séculos após séculos, com uma verdadeira devoção a um D-us, que não pode ser definido nem representado por imagem alguma, a não ser pela imagem do amor que tem para com seu Povo.
A oração judaica mais conhecida, é por excelência a melhor definição do que é o judaísmo e de quem são os judeus, ou qual o seu propósito, o "Shmáh Yisrael" que diz "Ouve Ò Israel, o Senhor é o teu D-us, o Senhor é Um", e continua,  “Amarás ao Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua mente”, o que equivale a dizer que a fé em D-us dá-se não só pela adesão, mas uma adesão completa de corpo, mente e espírito.

A aliança com Abraão e os Patriarcas. (1800- AEC)
O Judaísmo יהדות é a primeira religião monoteísta da história, foi a partir de Avraham que o Senhor D-us fez uma aliança, a chamada "Aliança Abraamica", foi então que D-us fez de um só homem, a partir de Ur na Babilónia disse a esse homem para sair de sua terra em direção a Canaã, a Terra Santa, e dele fez um povo numeroso que seria e é o "Povo Eleito", daí pai de nações é o significado do seu nome, devido ao facto de ser o patriarca das três grandes religiões da revelação, chamadas de religiões Abraamicas, ou monoteístas: o Judaísmo, o Cristianismo e o Islão, em Abraão encontram-se Moisés, Cristo e Maomé.
Abraão fala com os anjos
Mas o mais curioso é que Abraão e Sara não conseguiam ter filhos, e Abraão duvidava, até que teve um filho com a escrava da sua mulher Agar e nasceu Ismael, mas o Senhor não queria assim, quis sim um filho legitimo vindo de Sara que foi mãe aos 90, Abraão foi pai aos 100, e a Aliança dizia que aos 8 dias o menino e todo o varão do clã de Abraão teriam de ser circuncidados, daí o nome do filho é Isaac יצחק, que junta os números cabalísticos 100, 90 e 8 da raiz do verbo rir. No entanto D-us  testa a fidelidade de Abraão, e após mandar expulsar para o deserto Ismael e sua mãe, pede o sacrifício de Isaac, e vê a sua fidelidade absoluta, dando-lhe em troca um cordeiro sacrificial, daí vem a tradição hebraica de sacrifícios no templo, contrastando com os outros povos bárbaros que cometiam infanticídios e sacrifícios humanos em nome de deuses falsos.
O cativeiro no Egito e o Êxodo. (1650-1260 AEC)
Moisés abre as águas do Mar Vermelho
Após Abraão, Isaac foi pai de Jacob que o anjo mudou o nome para Israel,  este de 12 filhos dos quais se formariam as dose tribos de Israel, seus filhos são Rúben, Simeão, Levi, Judá, Dã, Naftali, Gade, Aser, Issacar, Zebulom, José e Benjamim e uma filha Diná.
José יוֹסֵף, através do qual o clã desceu ao Egito, onde o povo acabou por viver em cativeiro por 400 anos, como havia sido dito pelo próprio D-us a Abraão. É no cativeiro do Egito, que nasceu um líder que os irá libertar Moisés, que se revoltando descobre as suas origens hebraicas e de ter sido salvo das águas de um rio por uma princesa egípcia de nome Seth.
Vai para o deserto e de lá casa, tem filhos até que D-us o chama no cume do monte do Monte Horeb, onde D-us o nomeia libertador do povo hebreu.
Após as sucessivas investidas de Moisés e Araão, e as pragas de D-us culminaram na fuga do povo hebreu do Egito, através do mar Vermelho o povo pisou chão seco e o atravessou em direção a 40 anos no deserto.
Nesse tempo Moisés dá a partir do Monte Sinai, os 10 primeiros dos 613 mandamentos da Toráh, que é a Instrução do judaísmo, e criou-se o Tabernáculo, ninguém daquela geração entrou na Terra Santa.
A Conquista da Terra Santa e os Juízes (1200-1055 AEC)
Conquista de Jericó
Após a conquista gradativa da Canaã, com o seu líder Josué e o seu desaparecimento, criou-se um vazio, pois não havia uma unidade nacional, o país estava dividido em 12 tribos, liderados por seus próprios Patriarcas, tendo apenas a religião, a língua e as tradições culturais como ligação, cada tribo tinha os seus Juízes, que eram homens santos ligados à Religião e à observância da Toráh bem como aos sacrifícios no Tabernáculo.
Mas o povo, entendeu que só uma monarquia forte, como tinham os países vizinhos, e portanto um Rei que os unisse, é que lhes poderia proporcionar vitórias, conquistas e paz.
Assim o Juiz Samuel nomeou Saul da tribo de Benjamin como o primeiro Rei de Israel unificado.
O Reino Unificado de Israel  (1055-931 AEC)
"Saul arremessa lança contra David" por George Tinworth
Uma vez coroado Samuel, começa a governar Israel e o conduz em vitórias, mas começou a entrar em decadência ao cometer transgressões no seu reinado, que o levaram a perder a graça divina, ao invés de se reabilitar Saul cometeu pecados mais graves que acabaram por lhe custar a vida na sua ultima batalha, e lançar o pais na Guerra Civil pela sucessão, opondo o filhos de Saul a David, este último já havia sido nomeado por Samuel, para o substituir, e só assumiu o Reinado de Israel após a morte de Isboset I, filho de Saul.
O reinado de David foi dos mais notáveis da História de Israel, conquistando Jerusalém e fazendo dela a Capital do Reino de Israel, no entanto não Conseguiu construir o Templo, o que só foi realizado por seu filho Salomão, rei de grande sabedoria.Foi um rei amado por muitos, tanto de Israel como de reinos vizinhos, Construiu o 1º Templo de Jerusalém, mas também cometeu pecados por ter casado com mulheres estrangeiras.

Divisão e Cativeiro  (931-586 AEC) 
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No fim do reinado de Salomão, o Reino divide-se entre Israel e Judá, com diversos reinados e guerras civis encarniçadas, pelo meio o pecado da idolatria, e o castigo seria o Cativeiro da Babilónia e Assíria, o cativeiro teve um impacto enorme na vida e religião do povo Israelita, pois tiveram que adaptar a praticar a religião sem o Templo que fora destruído a 9 de Av, daí o jejum de Tesha BeAv. A toráh foi o grande alicerce do povo judeu no exílio. Desse tempo muitos relatos saíram para a Tanakh, como o livro de Ester, o profeta Daniel entre outros livros e histórias que marcaram o povo judaico nesta fase. O que marcou este período foi o aparecimento anterior à conquista de Nabucodonossor, dos profetas que, avisavam e profetizavam o que poderia acontecer, se Israel não se arrependesse de pecar pela Idolatria e desobediência, uma outra consequência do Cativeiro da Babilónia foi a diáspora, e separação de muitos judeus e 10 das doze tribos. Um dos Profetas ditos maiores dessa época, foi Daniel, ele que até hoje tem profecias que se cumpriram no fim dos Tempos.


O Período do Segundo Templo  (450 AEC a 70 EC)
Templo de Herodes
Este período Relata, desde a Reconstrução do Templo por Neemias, até à Destruição do Segundo Templo feito por Herodes, já no ano 70 EC pelos Romanos. Passando Claro pela colonização Helénica de Alexandre o Grande.
Os judeus estavam ansiosos por independência, haviam sido colonizados sucessivamente por vários povos uns atrás dos outros, esperavam pois por um líder Religioso que libertasse o país e o conduzisse à prosperidade, daí a espera no Messias. Foi uma época rica do ponto de vista filosófico e teológico, tais como o Rabbi Hillel, contemporaneo de Jesus Cristo, e surgiram também  muitos movimentos como os zelotas, Essénios entre outros.
A Diáspora e o novo judaísmo (70-1500 EC)
Com o fim das guerras Romano-Judaicas, e a Derrota de Bar Kocbah, nasce uma nova Diáspora. O massacre de "Massada", os milhares de judeus crucificados, e um povo sem templo, partem por expulsão para o exílio em todas as partes do mundo. Os judeus até então compreendiam grupos como os Fariseus, Essénios, Zelotes, Saduceus, nasce o judaísmo caraíta, e vêm nascer no judaísmo os Nazarenos, que se dividiram em Paulinos e Ebionitas, mas acabaram por se separar do judaísmo recusando lutar ao lados dos judeus na defesa do Templo, pois afirmavam que Jesus tinha previsto tal facto.
O apogeu do cristianismo deu-se com a aceitação de gentius e a simbiose de outras doutrinas como a religião pagã dos romanos entre outros. O que facilitou a igreja a tomar atitudes antissemitas e perseguir os judeus mas também os cristãos que praticassem as leis da Toráh tais como Shabat, alimentação kosher, Pessach etc.
Saque do Templo
A partir daqui, a extinção de Essénios e Zelotas, e a separação dos Nazarenos, os judeus do grupo dos Fariseus é que tomam conta do judaísmo na Diáspora.

Surge doravante a reforma do judaísmo, que se faz pelo chamado judaísmo talmúdico, os cristãos e os judeus separam-se definitivamente da fé judaica, no ano 70 EC (da era comum), no Ano de 150 EC, a revolta de Bar Cokba, termina em tragédia no cerco de Massada, Jerusalém é destruída e seria sucessivamente ao longo da História ocupada e reocupada por vários povos, que deixaram sempre à margem o povo judeu, obrigado à exclusão, os judeus são expulsos da sua própria terra, uma vez convertido o Império Romano à nova religião monoteísta, surgirá a prática do antissemitismo, que se prolongará no longo tempo nebuloso da História humana, por mais de 1900 anos, não tendo no entanto conseguido surtir o efeito desejado, da eliminação do povo judeu ou simplesmente da sua fé inabalável em D-us.


O Muro das lamentações tornou-se o símbolo que testemunhou a perseverança, a garra e a fé viva de um povo, que perpetuou na História o seu nome, por mais pequeno que fosse o seu numero, na contagem total dos povos e religiões da Terra, um povo que viu nascer e cair impérios, do Egito à Babilónia, da Grécia a Roma, entre tantos outros como o Império Otomano,  caíram impérios e caíram regimes, das monarquias absolutas e dos seus pogroms, ao fascismo, ao Nazismo e Comunismo, todos caíram, mas os judeus estão de pé, permanecem, no ato continuo e atuante da história que D-us lhes confiou, e ainda assim soube responder ao antissemitismo, sobressaindo-se, tendo contribuído para a Humanidade dando, o seu melhor, em todas as áreas do saber, da ciência e das artes. O Humanismo é um cunho ténue mas permanente no coração da Toráh, e é uma prática que se sobressai na solidariedade que os judeus ao longo de dois mil anos aprenderam a estender a mão (Ten Yad) aos seus e também ao próximo com o anseio da Paz e da Tolerância.


Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

 
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