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Solidariedade é a essencia da Justiça Social
Para que uma sociedade se desenvolva em justiça social é fundamental a cultura da solidariedade.
terça-feira, 30 de agosto de 2011
A Alegoria da Caverna - Platão
terça-feira, agosto 30, 2011
Filipe de Freitas Leal
Sem comentários
Um dos mais belos trechos de literatura filosófica de
Platão, algo apaixonante que não permite permanecermos os mesmos após a leitura
das obras deste filósofo e das ideias do seu mestre Sócrates, desde a minha
juventude este texto juntamente com a "Apologia de Sócrates" estão
presentes de forma marcante no meu modo de ver o mundo.
Imaginemos um muro bem alto separando o mundo externo e
uma caverna. Na caverna existe uma fresta por onde passa um feixe de luz
exterior. No interior da caverna permanecem seres humanos, que nasceram e
cresceram ali.
Ficam de costas para a entrada, acorrentados, sem poder locomover-se,
forçados a olhar somente a parede do fundo da caverna, onde são projetadas
sombras de outros homens que, além do muro, mantêm acesa uma fogueira. Pelas
paredes da caverna também ecoam os sons que vem de fora, de modo que os
prisioneiros, associando-os, com certa razão, às sombras, pensam ser eles as
falas das mesmas. Desse modo, os prisioneiros julgam que essas sombras sejam a
realidade.
Imagine que um dos prisioneiros consiga se libertar e, aos poucos, vá se
movendo e avance na direção do muro e o escale, enfrentando com dificuldade os
obstáculos que encontre e saia da caverna, descobrindo não apenas que as
sombras eram feitas por homens como eles, e mais além todo o mundo e a natureza.
Caso ele decida voltar à caverna para revelar aos seus antigos companheiros
a situação extremamente enganosa em que se encontram, correrá, segundo Platão,
sérios riscos – desde o simples ser ignorado até, caso consigam, ser agarrado e
morto por eles, que o tomaram por louco e inventor de mentiras.
Platão não buscava as verdadeiras essências na simplesmente Phýsis, como buscavam Demócrito e seus seguidores. Sob
a influência de Sócrates, ele buscava a essência das coisas para além do mundo
sensível. E o personagem da caverna, que acaso se liberte, como Sócrates
correria o risco de ser morto por expressar seu pensamento e querer mostrar um
mundo totalmente diferente.
Transpondo para a nossa realidade, é como se você acreditasse, desde que
nasceu, que o mundo é de determinado modo, e então vem alguém e diz que quase
tudo aquilo é falso, é parcial, e tenta te mostrar novos conceitos, totalmente
diferentes. Foi justamente por razões como essa que Sócrates foi Morto
pelos cidadãos de Atenas, inspirando Platão à escrita da Alegoria da Caverna
pela qual Platão nos convida a imaginar que as coisas se passassem, na
existência humana, comparativamente à situação da caverna: ilusoriamente, com
os homens acorrentados a falsas crenças, preconceitos, ideias enganosas e, por
isso tudo, inertes em suas poucas possibilidades.
O diálogo de Sócrates e Glauco
Trata-se de um diálogo metafórico onde as
falas na primeira pessoa são de Sócrates, e seus interlocutores, Glauco e
Adimanto, são os irmãos mais novos de Platão. No diálogo, é dada ênfase ao
processo de conhecimento, mostrando a visão de mundo do ignorante, que vive de
senso comum, e do filósofo, na sua eterna busca da verdade.
Sócrates –
Agora imagina a maneira como segue o estado da nossa natureza relativamente à
instrução e à ignorância. Imagina homens numa morada subterrânea, em forma de
caverna, com uma entrada aberta à luz; esses homens estão aí desde a infância,
de pernas e pescoços acorrentados, de modo que não podem mexer-se nem ver senão
o que está diante deles, pois as correntes os impedem de voltar a cabeça; a luz
chega-lhes de uma fogueira acesa numa colina que se ergue por detrás deles;
entre o fogo e os prisioneiros passa uma estrada ascendente. Imagina que ao
longo dessa estrada está construído um pequeno muro, semelhante às divisórias
que os apresentadores de títeres armam diante de si e por cima das quais exibem
as suas maravilhas.
Glauco – Estou vendo.
Sócrates – Imagina agora, ao longo desse pequeno muro, homens que transportam
objetos de toda espécie, que os transpõem: estatuetas de homens e animais, de
pedra, madeira e toda espécie de matéria; naturalmente, entre esses
transportadores, uns falam e outros seguem em silêncio.
Glauco – Um quadro estranho e estranhos prisioneiros.
Sócrates – Assemelham-se a nós. E, para começar, achas que, numa tal condição,
eles tenham alguma vez visto, de si mesmos e de seus companheiros, mais do que
as sombras projetadas pelo fogo na parede da caverna que lhes fica defronte?
Glauco – Como, se são obrigados a ficar de cabeça imóvel durante toda a vida?
Sócrates – E com as coisas que desfilam? Não se passa o mesmo?
Glauco – Sem dúvida.
Sócrates – Portanto, se pudessem se comunicar uns com os outros, não achas que
tomariam por objetos reais as sombras que veriam?
Glauco – É bem possível.
Sócrates – E se a parede do fundo da prisão provocasse eco sempre que um dos
transportadores falasse, não julgariam ouvir a sombra que passasse diante deles?
Glauco – Sim, por Zeus!
Sócrates – Dessa forma, tais homens não atribuirão realidade senão às sombras
dos objetos fabricados?
Glauco – Assim terá de ser.
Sócrates – Considera agora o que lhes acontecerá, naturalmente, se forem
libertados das suas cadeias e curados da sua ignorância. Que se liberte um
desses prisioneiros, que seja ele obrigado a endireitar-se imediatamente, a
voltar o pescoço, a caminhar, a erguer os olhos para a luz: ao fazer todos
estes movimentos sofrerá, e o deslumbramento impedi-lo-á de distinguir os
objetos de que antes via as sombras. Que achas que responderá se alguém lhe
vier dizer que não viu até então senão fantasmas, mas que agora, mais perto da
realidade e voltado para objetos mais reais, vê com mais justeza? Se, enfim,
mostrando-lhe cada uma das coisas que passam, o obrigar, à força de perguntas,
a dizer o que é? Não achas que ficará embaraçado e que as sombras que via
outrora lhe parecerão mais verdadeiras do que os objetos que lhe mostram agora?
Glauco – Muito mais verdadeiras.
Sócrates – E se o forçarem a fixar a luz, os seus olhos não ficarão magoados? Não
desviará ele a vista para voltar às coisas que pode fitar e não acreditará que
estas são realmente mais distintas do que as que se lhe mostram?
Glauco – Com toda a certeza.
Sócrates – E se o arrancarem à força da sua caverna, o obrigarem a subir a
encosta rude e escarpada e não o largarem antes de o terem arrastado até a luz
do Sol, não sofrerá vivamente e não se queixará de tais violências? E, quando
tiver chegado à luz, poderá, com os olhos ofuscados pelo seu brilho, distinguir
uma só das coisas que ora denominamos verdadeiras?
Glauco – Não o conseguirá, pelo menos de início.
Sócrates – Terá, creio eu, necessidade de se habituar a ver os objetos da
região superior. Começará por distinguir mais facilmente as sombras; em
seguida, as imagens dos homens e dos outros objetos que se refletem nas águas;
por último, os próprios objetos. Depois disso, poderá, enfrentando a claridade
dos astros e da Lua, contemplar mais facilmente, durante a noite, os corpos
celestes e o próprio céu do que, durante o dia, o Sol e sua luz.
Glauco – Sem dúvida.
Sócrates – Por fim, suponho eu, será o sol, e não as suas imagens refletidas
nas águas ou em qualquer outra coisa, mas o próprio Sol, no seu verdadeiro lugar,
que poderá ver e contemplar tal qual é.
Glauco – Necessariamente.
Sócrates – Depois disso, poderá concluir, a respeito do Sol, que é ele que faz
as estações e os anos, que governa tudo no mundo visível e que, de certa
maneira, é a causa de tudo o que ele via com os seus companheiros, na caverna.
Glauco – É evidente que chegará a essa conclusão.
Sócrates – Ora, lembrando-se de sua primeira morada, da sabedoria que aí se
professa e daqueles que foram seus companheiros de cativeiro, não achas que se
alegrará com a mudança e lamentará os que lá ficaram?
Glauco – Sim, com certeza, Sócrates.
Sócrates – E se então distribuíssem honras e louvores, se tivessem recompensas
para aquele que se apercebesse, com o olhar mais vivo, da passagem das sombras,
que melhor se recordasse das que costumavam chegar em primeiro ou em último
lugar, ou virem juntas, e que por isso era o mais hábil em adivinhar a sua
aparição, e que provocasse a inveja daqueles que, entre os prisioneiros, são
venerados e poderosos? Ou então, como o herói de Homero, não preferirá mil
vezes ser um simples lavrador, e sofrer tudo no mundo, a voltar às antigas
ilusões e viver como vivia?
Glauco – Sou de tua opinião. Preferirá sofrer tudo a ter de viver dessa
maneira.
Sócrates – Imagina ainda que esse homem volta à caverna e vai sentar-se no seu
antigo lugar: Não ficará com os olhos cegos pelas trevas ao se afastar
bruscamente da luz do Sol?
Glauco – Por certo que sim.
Sócrates – E se tiver de entrar de novo em competição com os prisioneiros que
não se libertaram de suas correntes, para julgar essas sombras, estando ainda
sua vista confusa e antes que seus olhos se tenham recomposto, pois habituar-se
à escuridão exigirá um tempo bastante longo, não fará que os outros se riam à
sua custa e digam que, tendo ido lá acima, voltou com a vista estragada, pelo
que não vale a pena tentar subir até lá? E se alguém tentar libertar e conduzir
para o alto, esse alguém não o mataria, se pudesse fazê-lo?
Glauco – Sem nenhuma dúvida.
Sócrates – Agora, meu caro Glauco, é preciso aplicar, ponto por ponto, esta
imagem ao que dissemos atrás e comparar o mundo que nos cerca com a vida da
prisão na caverna, e aluz do fogo que a ilumina com a força do Sol. Quanto à
subida à região superior e à contemplação dos seus objetos, se a considerares
como a ascensão da alma para a mansão inteligível, não te enganarás quanto à
minha idéia, visto que também tu desejas conhecê-la. Só Deus sabe se ela é
verdadeira. Quanto a mim, a minha opinião é esta: no mundo inteligível, a idéia
do bem é a última a ser apreendida, e com dificuldade, mas não se pode
apreendê-la sem concluir que ela é a causa de tudo o que de reto e belo existe
em todas as coisas; no mundo visível, ela engendrou a luz; no mundo
inteligível, é ela que é soberana e dispensa a verdade e a inteligência; e é
preciso vê-la para se comportar com sabedoria na vida particular e na vida
pública.
Glauco – Concordo com a tua opinião, até onde posso compreendê-la.
(Platão,
A República, v. II p. 105 a 109)
Interpretação
da alegoria
O
mito da caverna é uma alegoria que relata a prisão mental e cultural em que as
pessoas e até os povos vivem, antes da obtenção do conhecimento filosófico, é
uma forma de explicar a condição humana perante o mundo que o cerca, em que
toma consciência ou vive alienado e submergido na ignorância,
Platão sugere que se saia do senso comum para o conhecimento pleno, e a
alegoria da caverna mostra que a vida só pode ser verdadeiramente vivida se
tomarmos plena consciência da realidade, do mundo e de nós mesmo, e
que o senso comum não nos leva a lugar nenhum pelo que é uma prisão do corpo,
da mente e da alma humana, e essa libertação ocorre na busca de
respostas, compreensão
Segundo
Platão afirma que a realidade está no domínio das ideias (em grego diánoia
e noésis), mas a maioria das pessoas vive na ignorância, no mundo das coisas
sensíveis (em grego eikasia e pístis) e não tendo o conhecimento não têm a vida
de forma plena.
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
Poema 15 - Me Gustas Cuando Callas...
quinta-feira, agosto 11, 2011
Filipe de Freitas Leal
Sem comentários
Me gustas cuando callas porque estás como ausente,
y me oyes lejos, y mi voz no te toca.
Parece que los ojos se te hubieran velado
y parece que un beso te cerrara la boca.
Parece que los ojos se te hubieran velado
y parece que un beso te cerrara la boca.
Como todas las cosas están llenas de mi
alma
emerge de las cosas, llena de alma mía.
Mariposa de sueño, te pareces a mi alma,
y te pareces a la palabra melancolia.
emerge de las cosas, llena de alma mía.
Mariposa de sueño, te pareces a mi alma,
y te pareces a la palabra melancolia.
Me gustas cuando callas y estás como
distante.
Y estás como quejándote, mariposa en arrulo
Y me oyes desde lejos y mi voz no te alcanza:
déjame que me calle com el silencio tuyo.
Déjame que te hable también con tu silencio.
Claro como una lámpara, simple como un anillo
Eres como la noche, callada y constelada
Tu silencio és de estrella, tan lejano y sencillo.
Y estás como quejándote, mariposa en arrulo
Y me oyes desde lejos y mi voz no te alcanza:
déjame que me calle com el silencio tuyo.
Déjame que te hable también con tu silencio.
Claro como una lámpara, simple como un anillo
Eres como la noche, callada y constelada
Tu silencio és de estrella, tan lejano y sencillo.
Me gusta cuando callas porque estás como
ausente.
Distante y dolorosa como se hubieras muerto.
Una palabra entonces, una sonrisa bastan.
Y estoy alegre, alegre de que no sea cierto
Distante y dolorosa como se hubieras muerto.
Una palabra entonces, una sonrisa bastan.
Y estoy alegre, alegre de que no sea cierto
Pablo Neruda (n. Parral, Chile 1904; m. 23 Set 1973 em Santiago)
in Vinte Poemas de Amor e Uma Canção Desesperada (Publicações Dom Quixote)
Poema 15 - Gosto quando te calas...
in Vinte Poemas de Amor e Uma Canção Desesperada (Publicações Dom Quixote)
Poema 15 - Gosto quando te calas...
Gosto quando te calas porque estás como
ausente
e me escutas de longe; minha voz não te toca.
É como se tivessem esses teus olhos voado,
como se houvesse um beijo lacrado a tua boca.
e me escutas de longe; minha voz não te toca.
É como se tivessem esses teus olhos voado,
como se houvesse um beijo lacrado a tua boca.
Como as coisas estão repletas de minha
alma,
repleta de minha alma, das coisas te irradias.
Borboleta de sonho, és igual à minha alma,
e te assemelhas à palavra melancolia.
repleta de minha alma, das coisas te irradias.
Borboleta de sonho, és igual à minha alma,
e te assemelhas à palavra melancolia.
Gosto quando te calas e estás como
distante.
Como se te queixasses, borboleta em arrulho.
E me escutas de longe. Minha voz não te alcança.
Deixa-me que me cale com teu silêncio puro.
Como se te queixasses, borboleta em arrulho.
E me escutas de longe. Minha voz não te alcança.
Deixa-me que me cale com teu silêncio puro.
Deixa-me que te fale também com. teu
silêncio
claro qual uma lâmpada, simples como um anel.
Tu és igual a noite, calada e constelada.
Teu silêncio é de estrela, tão remoto e singelo.
claro qual uma lâmpada, simples como um anel.
Tu és igual a noite, calada e constelada.
Teu silêncio é de estrela, tão remoto e singelo.
Gosto quando te calas porque estás como
ausente.
Distante e triste como se tivesses morrido.
Uma palavra então e um s6 sorriso bastam.
E estou alegre, alegre por não ter sido isso.
Distante e triste como se tivesses morrido.
Uma palavra então e um s6 sorriso bastam.
E estou alegre, alegre por não ter sido isso.
Pablo Neruda in 20 Poemas de Amor
Autor Filipe de Freitas Leal
Sobre o Autor
Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.
Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
Estatutos do Homem - Thiago de Mello
quarta-feira, agosto 10, 2011
Filipe de Freitas Leal
Sem comentários
"Mulheres Correndo na Praia" - Pablo Picasso |
Artigo I
Fica decretado que agora vale a
verdade.
agora vale a vida, e de mãos
dadas,
marcharemos todos pela vida
verdadeira.
Artigo II
Fica decretado que todos os dias da
semana,
inclusive as terças-feiras mais
cinzentas,
têm direito a converter-se em manhãs de
domingo.
Artigo III
Fica decretado que, a partir deste
instante,
haverá girassóis em todas as
janelas,
que os girassóis terão direito
a abrir-se dentro da sombra;
e que as janelas devem permanecer, o
dia inteiro,
abertas para o verde onde cresce a
esperança.
Artigo IV
Fica decretado que o homem
não precisará nunca mais duvidar
do homem.
Que o homem confiará no homem como
a palmeira confia no vento,
como o vento confia no ar,
como o ar confia no campo azul do
céu.
Parágrafo
único:
O homem,
confiará no homem
como um
menino confia em outro menino.
Artigo V
Fica decretado que os homens estão
livres do jugo da mentira.
Nunca mais será preciso usar a
couraça do silêncio
nem a armadura de palavras.
O homem se sentará à mesa com seu
olhar limpo
porque a verdade passará a ser
servida antes da sobremesa.
Artigo VI
Fica estabelecida, durante dez
séculos,
a prática sonhada pelo profeta
Isaías,
e o lobo e o cordeiro pastarão
juntos
e a comida de ambos terá o mesmo gosto
de aurora.
Artigo VII
Por decreto irrevogável fica
estabelecido
o reinado permanente da justiça e da
claridade,
e a alegria será uma bandeira generosa
para sempre desfraldada na alma do
povo.
Artigo VIII
Fica decretado que a maior
dor sempre foi e será sempre
não poder dar-se amor a quem se
ama
e saber que é a água que dá à
planta o milagre da flor.
Artigo IX
Fica permitido que o pão de cada
dia tenha no homem o sinal de seu suor.
Mas que sobretudo tenha sempre o
quente sabor da ternura.
Artigo X
Fica permitido a qualquer
pessoa, qualquer hora da vida,
uso do traje branco.
Artigo XI
Fica decretado, por definição, que
o homem é um animal que ama
e que por isso é belo,
muito mais belo que a estrela da
manhã.
Artigo XII
Decreta-se que nada será obrigado
nem proibido, tudo será permitido,
inclusive brincar com os rinocerontes
e caminhar pelas tardes
com uma imensa begônia na lapela.
Parágrafo
único:
Só uma
coisa fica proibida:
amar sem
amor.
Artigo XIII
Fica decretado que o dinheiro não
poderá nunca mais comprar
o sol das manhãs vindouras.
Expulso do grande baú do medo,
o dinheiro se transformará em uma
espada fraternal
para defender o direito de
cantar e a festa do dia que chegou.
Artigo Final.
Fica proibido o uso da palavra
liberdade, a qual será suprimida dos dicionários
e do pântano enganoso das bocas.
A partir deste instante a
liberdade será algo vivo e transparente
como um fogo ou um rio, e a sua
morada será sempre
o coração do homem.
Adaptado por Pablo Neruda.
Artículo 1
Queda decretado que ahora vale la vida,
que ahora vale la verdad, y que de manos dadas
trabajaremos todos por la vida verdadera.
Artículo 2
Queda decretadoque todos los días de la semana,
inclusive los martesmás grises, tienen derecho a convertirse
Queda decretado que ahora vale la vida,
que ahora vale la verdad, y que de manos dadas
trabajaremos todos por la vida verdadera.
Artículo 2
Queda decretadoque todos los días de la semana,
inclusive los martesmás grises, tienen derecho a convertirse
en mañanas de
domingo.
Artículo 3
Queda decretado que, a partir de este instante,
habrá girasoles en todas las ventanas,
que los girasoles tendrán derecho a abrirse dentro de la sombra;
y que las ventanas deben permanecer el día entero abiertas
Artículo 3
Queda decretado que, a partir de este instante,
habrá girasoles en todas las ventanas,
que los girasoles tendrán derecho a abrirse dentro de la sombra;
y que las ventanas deben permanecer el día entero abiertas
para el verde donde
crece la esperanza.
Artículo 4
Queda decretado que el hombreno precisará nunca más dudar del hombre.
Que el hombre confiará en el hombre como la palmera confía en el viento,
como el viento confía en el aire, como el aire confía en el campo azul del cielo.
El hombre confiará en el hombrecomo un niño confía en otro niño.
Artículo 5
Queda decretado que los hombres están libres del yugo de la mentira.
Nunca más será preciso usar la coraza del silencio ni la armadura de las palabras.
El hombre se sentará a la mesa con la mirada limpia,
porque la verdad pasará a ser servida antes del postre.
Artículo 6
Queda establecida, durante diez siglos,
la práctica soñada por el profeta Isaías,
y el lobo y el cordero pastarán juntos y la comida de ambos
tendrá el mismo gusto a aurora.
Artículo 7
Por decreto irrevocable queda establecido el reinado permanentede la justicia y de la claridad. Y la alegría será una bandera generosa
para siempre enarboladaen el alma del pueblo.
Artículo 8
Queda decretado que el mayor dolor siempre fue y será siempre
no poder dar amor a quien se ama,
sabiendo que es el agua quien da a la planta el milagro de la flor.
Artículo 9
Queda permitido que el pan de cada día
tenga en el hombre la señal de su sudor.
Pero que sobre todo tenga siempre el caliente sabor de la ternura.
Artículo 10
Queda permitido a cualquier persona, a cualquier hora de la vida,
el uso del traje blanco.
Artículo 11
Queda decretado, por definición, que el hombre
es un animal que ama, y que por eso es bello, mucho más bello
que la estrella de la mañana.
Artículo 12
Decrétase que nada estará obligado ni prohibido.
Todo será permitido, inclusive jugar con los rinocerontes y caminar por las tardes
con uma inmensa begonia em la solapa.
Sólo uma coisa queda prohibida: amar sin amor.
Artículo 13
Queda decretado que el dinero no podrá nunca más comprar el sol
de lãs mañanas venideras.
Expulsado del gran bául del miedo,
el dinero se transformará en una espada fraternal
para defender el derecho de cantar
y la fiesta del día que llegó.
Artículo final
Queda prohibido el uso de la palabra libertad,
la cual será suprimida de los diccionarios
y del pantano engañoso de las bocas.
A partir de este instantela libertad será algo vivo y transparente,
como um fuego o un río, o como la semilla del trigo
y su morada será siempre el corazón del hombre.
Artículo 4
Queda decretado que el hombreno precisará nunca más dudar del hombre.
Que el hombre confiará en el hombre como la palmera confía en el viento,
como el viento confía en el aire, como el aire confía en el campo azul del cielo.
El hombre confiará en el hombrecomo un niño confía en otro niño.
Artículo 5
Queda decretado que los hombres están libres del yugo de la mentira.
Nunca más será preciso usar la coraza del silencio ni la armadura de las palabras.
El hombre se sentará a la mesa con la mirada limpia,
porque la verdad pasará a ser servida antes del postre.
Artículo 6
Queda establecida, durante diez siglos,
la práctica soñada por el profeta Isaías,
y el lobo y el cordero pastarán juntos y la comida de ambos
tendrá el mismo gusto a aurora.
Artículo 7
Por decreto irrevocable queda establecido el reinado permanentede la justicia y de la claridad. Y la alegría será una bandera generosa
para siempre enarboladaen el alma del pueblo.
Artículo 8
Queda decretado que el mayor dolor siempre fue y será siempre
no poder dar amor a quien se ama,
sabiendo que es el agua quien da a la planta el milagro de la flor.
Artículo 9
Queda permitido que el pan de cada día
tenga en el hombre la señal de su sudor.
Pero que sobre todo tenga siempre el caliente sabor de la ternura.
Artículo 10
Queda permitido a cualquier persona, a cualquier hora de la vida,
el uso del traje blanco.
Artículo 11
Queda decretado, por definición, que el hombre
es un animal que ama, y que por eso es bello, mucho más bello
que la estrella de la mañana.
Artículo 12
Decrétase que nada estará obligado ni prohibido.
Todo será permitido, inclusive jugar con los rinocerontes y caminar por las tardes
con uma inmensa begonia em la solapa.
Sólo uma coisa queda prohibida: amar sin amor.
Artículo 13
Queda decretado que el dinero no podrá nunca más comprar el sol
de lãs mañanas venideras.
Expulsado del gran bául del miedo,
el dinero se transformará en una espada fraternal
para defender el derecho de cantar
y la fiesta del día que llegó.
Artículo final
Queda prohibido el uso de la palabra libertad,
la cual será suprimida de los diccionarios
y del pantano engañoso de las bocas.
A partir de este instantela libertad será algo vivo y transparente,
como um fuego o un río, o como la semilla del trigo
y su morada será siempre el corazón del hombre.
(Tradução de Pablo Neruda, conforme
constante em
Os Estatutos do Homem, Vergara & Riba Editoras, 2001)
Os Estatutos do Homem, Vergara & Riba Editoras, 2001)
Sobre o Autor
Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.
Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.
Fé (Maná)
quarta-feira, agosto 10, 2011
Filipe de Freitas Leal
Sem comentários
No puedo
entender
este mundo como
es,
que uno puede
odiar
herir y
traicionar ¿Po qué?
(...)
Como puede ser
que haya gente
que pueda matar
por diferencia
de opinión
por tierra o
por religión, no sé
(...)
FE. Dame fe,
dame alas,
dame fuerza
para
sobrevivir,
en este mundo.
Cómo puede ser
que haya tanta
destrucción,
en vez de
resolver
les enferma
todo el poder.
Que esto queda
claro:
Hay que amarnos
como hermanos,
Tenemos el
valor, para darnos más
amor
lo sé, ya lo
sé.
(...)
El puede cambiar
sólo hay que
intertalo,
no hay que
odiar, hay que amar
(...)
hay que
intentar, hay que intentar
no hay que
perder la fe.
Dame fe, dame
alas,
dame fuerza
para
sobrevivir,
en este mundo.
(...)
Composição de Alex Gonsalez.
Adaptado
de: http://letras.terra.com.br/mana/77263/traducao.html
Autor Filipe de Freitas Leal
Sobre o Autor
Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.
Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.
Pablo Neruda - Um Poeta Humanista
quarta-feira, agosto 10, 2011
Filipe de Freitas Leal
Sem comentários
Pablo
Neruda nasceu no Chile na cidade de Parral, em 1904 no dia 12 de julho, tendo
sido batizado com o nome de Ricardo Eliécer Neftalí Reyes Basoalto.
Neruda nasceu numa família humilde, filho de um operário
dos caminhos de ferro (José Reyes Morales), e de uma professora (Rosa Basoalto
Opazo) que não chegou a conhecer devido a ter sido morta quando Neruda ainda
era bebé.O seu nome foi legalmente modificado para Pablo Neruda, pseudónimo
adotado na juventude seguindo a influencia do escritor Checo Jan Neruda.
Formou-se em Pedagogia na Universidade do Chile em
Santiago, mais tarde vai para a carreira diplomática e chega a ser Embaixador
do Chile em Rangun (Birmania), entre outros países esteve em Espanha, mas foi
afastado devido à Guerra Civil Espanhola.
Conotado com a ideologia comunista é apoiante de Salvador
Allende, que vence as eleições pelo Partido Socialista coligado com o PCC
Partido Comunista Chileno.
Recebera o Prémio Nóbel da Literatura em 1971, e fora
convidado por Salvador Allende para ler poesia para mais de 70 mil pessoas no
Estadio Nacional de Santiago do Chile.
Foi proscrito pelo regime de Augusto Pinochet, e morreu
pouco depois, com cancro da próstata, no ano seguinte foram publicadas
postumamente as suas memórias "Confesso que vivi".
Da sua extensa obra de poesia destacam-se "Vinte
poemas de Amor e una cancion desesperada", "Canto General",
"Crepusculário", "Confesso que vivi" entre outros.
Referencias
de Consulta:
Autor Filipe de Freitas Leal
Sobre o Autor
Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.
Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.
segunda-feira, 25 de julho de 2011
O Principezinho na "Quinta da Regaleira"
segunda-feira, julho 25, 2011
Filipe de Freitas Leal
Sem comentários
Nos jardins da "Quinta da
Regaleira" em Sintra decorre até finais de outubro a peça teatral, que é
realizada ao ar livre, de quinta feira a domingo, sempre às 17h00.
A Obra pela qual é mais conhecido Antoine de Saint-Exupéry, é reverenciada também pelo cinema, televisão e teatro, tentanto partilhar
e descrever o pensamento profundo que o autor colocou na sua obra, através do
personagem "O Pequeno Principe" que com uma rosa na mão viajava de
planeta em planeta, para mostrar ao Mundo que o que mais importa é
verdadeiramente é sabermos honrar as nossas amizades e vivermos com lealdade
uns para com os outros.
Devido a essa mensagem de lealdade na amizade entre o Pequeno Principe e o aviador, tão marcante no livro de Saint-Exupéri que é uma didática para crianças, fez no entanto cativar adultos nestes 70 anos que passam desde a sua primeira edição.
Devido a essa mensagem de lealdade na amizade entre o Pequeno Principe e o aviador, tão marcante no livro de Saint-Exupéri que é uma didática para crianças, fez no entanto cativar adultos nestes 70 anos que passam desde a sua primeira edição.
Para mais informações consulte o site: "O Principezinho na Regaleira".
Autor Filipe de Freitas Leal
Autor Filipe de Freitas Leal
Sobre o Autor
Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.
Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.
Feira do Livro em Sintra
segunda-feira, julho 25, 2011
Filipe de Freitas Leal
Sem comentários
Está a decorrer em Sintra, desde o dia 22 e
até o dia 31 de julho, a Feira do Livro de Sintra, situada na bela paisagem
sintrense do "Jardim da Correnteza" Avenida dos Combatentes da I
Grande Guerra e ladeada pela presença da "Casa Montero" onde está a
Biblioteca Municipal.
Estarão presentes várias editoras,
alfarrabistas e previstas festividades no evento, tais como danças folclóricas
e concertos de música e animação para os mais novos.
As barracas que abrigam caprichosamente as
editoras, tem o formato de tendas medievais a condizer com a vista do Palácio
da Vila e do Castelo dos Mouros como pano de fundo de uma vila tão a condizer
com um evento cultural. Esperamos que este evento se repita muito mais vezes.
Se visitar Sintra já sabe, visite a Feira do Livro todos os dias até às 23h00,
sendo que aos sábados e domingos inicia às 15h00 e dias de semana às 17h00.
Autor Filipe de Freitas Leal
Sobre o Autor
Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.
Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.