sexta-feira, 24 de maio de 2019

Eleições Europeias com Discursos Vazios


É com um discurso vazio, que no domingo os europeus vão às urnas para escolher os "eurodeputados", cada país irá eleger um número de deputados consoante a sua dimensão populacional, todavia, os deputados não representam os seus países, senão que os representam integrados dentro de forças políticas exclusivamente europeias, e é neste sentido que se nota a incongruência de um discurso eleitoral desfocado dos problemas europeus, ou por outras palavras, os candidatos por partidos nacionais, focam o seu discurso nas problemáticas locais e nacionais, e fogem da "realpolitik" que deverá focar a política externa europeia, as politicas económicas comuns e os destinos da Europa como um bloco unido, sobretudo com a possível saída do Reino Unido, e a Ascenção galopante de China.
Exceptuando-se o Reino Unido (sobretudo com o Brexit Party), que irá tratar desta eleição europeia como um segundo refendo ao Brexit, na grande maioria dos países europeus, esta-se a discutir o cenário político interno, sobretudo como é o caso de Portugal que irá ter eleições legislativas em outubro, e cuja oposição tenta fazer desta eleição uma sondagem eleitoral.
No entanto é necessário tentarmos compreender, se este cenário é do interesse do poder estabelecido em Bruxelas, ou pelo contrário é ainda, a tentativa (falhada) dos Estados semi-soberanos, passarem uma imagem de total independência face à União Europeia, quando se sabe de ante-mão, que cada vez mais os Estados Membros, são cada vez mais, independentes, politica e economicamente da Confederação em que se uniram.
Somando-se a esta situação, verifica-se que na eleição para o Parlamento Europeu, (segundo sondagens realizadas em vários órgãos de comunicação social) que a grande maioria dos eleitores europeus, não sabe extamente para que serve o Parlamento Europeu e nem o que realmente faz o deputado desse órgão. Trata-se de um organismo que não é legislativo, mas meramente consultivo, e no qual os partidos nacionais desaparecem, formando grupos parlamentares exclusivamente europeus, como o PPE - Partido Popular Europeu de Direita, ou o PSE - Partido Socialista Europeu de Centro-Esquerda, devido a isto, é de salientar, que a Eleição para o Parlamento Europeu deveria ser feita principalmente com partidos europeus, associados a partidos nacionais, e não feita por partidos nacionais que não fazem chegar aos seus eleitores o real projeto que irão defender dentro do partido europeu a que estão associados. Assim soma e segue a Europa a caminho de uma Federação, deixando alheados do processo os eleitores europeus das várias nações que compõe a Federação.

Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

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