“A cegueira que cega, cerrando os olhos, não é a maior
cegueira;
A que cega deixando os olhos abertos, essa é a mais cega
de todas”
Padre António Vieira
1 Prefácio
Ao assumir esta cadeira de Laboratório de Observação I, pretendi, poder
adquirir mais conhecimentos, que pudessem vir a ser-me úteis no
meu aprendizado de Serviço Social, e simultaneamente ser enriquecedor do ponto de vista pessoal. Apresentaram-me
um o Projeto do Observatório Nacional da Deficiência e Direitos Humanos, cujo
objetivo é o de monitorizar em que medida os direitos humanos são adotados e
aplicados na defesa das pessoas portadoras de deficiência, Ambos os objetivos
foram atingidos, enriqueci imensamente do ponto de vista pessoal e educacional,
e porque do mesmo modo que o caminho faz-se caminhando, assim é a aprendizagem,
é no campo a estudar e a conhecer a realidade, ancoramos a teoria aprendida à
realidade que vivemos no campo.
Houve como é natural de se prever, dificuldades pelo caminho, nomeadamente
a falta de tempo, e o próprio desconhecimento de determinados aspetos que dizem
respeito à deficiência, como a acessibilidades de diversa ordem, tais como
páginas de web para cegos, ou a via pública que é por vezes mais um sinal de
exclusão para os deficientes motores.
Mas o resultado final é de que me levou a pensar que é de suma importância
para os alunos do Serviço Social, o contacto com o CAPP a nível de aprendizagem
e colaboração em projetos similares em que os alunos possam participar, pois é
muito enriquecedor.
2 – Resumo.
No estágio de laboratório foram-me entregues tarefas, referentes ao Projeto
do “Observatório Nacional da Deficiência e Direitos Humanos (ONDHu); O projeto
é realizado pela CAPP Centro Administrativo e de Políticas Públicas, do ISCSP,
e está sob a orientação e responsabilidade da Professora Doutora Paula Campos
Pinto, e fazem também parte do projeto o Professor Doutor Fausto Amaro,
Professora Doutora Maria Engrácia Cardim e Diana Teixeira, com trabalhei, o
projeto é uma iniciativa do INR Instituto Nacional de Reabilitação, do ISCSP
Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas e da Fundação Calouste
Gulbenkian, estando associadas ao projeto como parceiros, várias organizações e
associações como a ACAPO - Associação de Cegos e Amblíopes de Portugal;
ADFA - Associação Portuguesa de Deficientes das Forças Armadas, entre outras
entidades similares.
No âmbito da Comemoração do Dia Internacional das Pessoas Com Deficiência,
a 3/12/12 propus como uma das tarefas a criação de um site que me permitiu
contactar a dificuldade da inacessibilidade de muitas páginas da web para as
pessoas cegas, com muita pena minha, pois até o meu blog pessoal está
inacessível.
Outra das tarefas que me foram apresentadas, foi atualizar a agenda de
contactos de várias associações e entidades de solidariedade social, que me
permitiu conhecer variadíssimas delas, algumas que desconhecia a sua existência
e fazem parte da minha área de residência, o que me permitirá aumentar o leque
de futuras ações de estágio ou de voluntariado.
Seguiu-se a pesquisa de teses, dissertações e trabalhos académicos, com o
objetivo de conhecer o que é que se está a produzir no âmbito académico da
lusofonia sobre a temática da deficiência, tendo sido o Brasil, o país que
escolhido para a pesquisa, pela sua dimensão populacional e geográfica, e a
respetiva facilidade de pesquisa na web.
Por último, a Diana Teixeira, pediu-me para fazer clipping de notícias da
imprensa brasileira, com o intuito de se conhecer de que modo e com que
abrangência se comemorou o dia 3 de dezembro no Brasil.
Palavras-chave: Direitos Humanos, Pessoas com deficiência, Acessibilidades.
3 – Atividades Realizadas
Tarefas já citadas no Resumo as tarefas são
as seguintes:
1. Criar uma página web para o Dia
Internacional das Pessoas com Deficiência - 3/12.
2. Atualização de dados de
IPSS’s de Associações de Defesa das Pessoas com Deficiência.
3. Procurar trabalhos
académicos, teses ou dissertações do Brasil, sobre a situação das pessoas com
deficiência.
4. Procurar informação
(clipping) do sobre a comemorado o Dia 3 de dezembro de 2012 no Brasil.
A primeira das tarefa, por sinal autoproposta, foi de uma grande utilidade para conhecer a
realidade sobre a inacessibilidade dos cegos a navegar na internet, não tinha
conhecimento do quão difícil é criar um site sem erros de leitura, e de acordo
com o padrão de acessibilidade W3C.
Para o devido efeito cheguei a criar uma página no blogger, de longe o mais
fácil de se fazer, mas totalmente sem acessibilidade visual, migrei par ao Word
Press, o problema reduziu mas manteve a inacessibilidade, e tentei outros meios
mas foi infrutífero de todo, pelo que teve de ser abandonada a tentativa de
criar um site, acabei por descobrir no entanto que a inacessibilidade visual na
net, é muito maior do que se pensa comummente, e até o meu blog está repleto de
erros de acessibilidade o que é deveras desanimador, tendo em conta que a OMS
Organização Mundial da Saúde estima que haja no mundo todo cerca de 180 milhões
de cegos, sendo 45 milhões totalmente cegos e 135 milhões apresentam diferentes
graus de baixa visão, sendo ainda que a maioria destas pessoas está situada nos
países subdesenvolvidos.[1]
A atualização da “Base de Dados”, foi outra das tarefas, que apesar da
morosidade permitiu-me ter conhecimento de inúmeras instituições, a natureza da
sua vocação ou área de intervenção, e perceber que há inúmeras associações e
instituições para a defesa dos direitos dos deficientes, bem como a promoção da
sua inclusão social, mas são associações que na maioria das vezes são meramente
locais e carecem de recursos, pelo que recorrem (e a meu ver bem) ao voluntariado
como forma de suprimir essa dificuldade, como é o caso de uma instituição
denominada “Coração Amarelo” no Cacém, instituição inclusive que cheguei a
contactar pessoalmente, que não sendo no entanto uma porta aberta para um
futuro estágio é no entanto uma porta para ações de voluntariado.
A busca de trabalhos académicos, teses ou dissertações, foi uma das tarefas
que achei interessante pela ideia em si, conhecer a realidade sobre o que se
está a produzir a nível académico nas universidades do país irmão, e dar-nos
assim a conhecer o modo como é encarada e vivida a deficiência no Brasil, no
entanto foi interrompido por motivos de iniciar com alguma urgência a última
das quatro tarefas, o “Clipping” de notícias sobre a comemoração no Brasil do
“Dia Internacional das Pessoas Com Deficiência” a 3 de dezembro.
Esta última tarefa, salientou que a medida das necessidades requer métodos
adequados para a resolução de objetivos. Digo isto porque ao contrário de
Portugal no Estado de São Paulo (Brasil) há uma Secretaria de Estado dos
Direitos das Pessoas com Deficiência, o que a meu ver mostra um grande empenho
na promoção da inclusão social, nas políticas públicas e sociais.
4 – Dificuldades Encontradas
Uma das lições aprendidas neste pequeno estágio é que cerca de 10% de toda
a humanidade, cerca de 650 milhões de Pessoas, são portadores de algum tipo de
deficiência. É a maior minoria do Mundo e urge uma maior consciencialização
desta realidade. Fundamentalmente senti duas grandes dificuldades na execução
das tarefas, uma é técnica, a outra a escassez do tempo.
1 – A primeira grande dificuldade, foi lidar com a falta de tempo na execução
da própria tarefa, e com a inacessibilidade das páginas criadas para a
comemoração do dia 3 de 12, mas aprender a lidar com isso também foi uma grande
lição.
2 – A outra aprendizagem é a lidar com os contratempos e aprender que em tudo
há ganhos e perdas, neste estágio, ao contrário do que pensei, 3 horas
semanais, são muito pouco na pesquisa de dados, a internet é extremamente extensa,
a busca de informação requer manejo e organização, ao mesmo tempo que é um
mundo imenso de informação, são poucas as páginas verdadeiramente fiáveis no
que toca a informações credíveis.
A imprensa escrita brasileira, não fez um destaque excecional, há notícias
que foram no entanto veiculadas pela net, através da Secretaria dos Direitos
das Pessoas com Deficiência.
5 – Conclusão e Sugestões
Nem tudo são rosas, nem tudo é mau, houve o
fator positivo do trabalho realizado, que é a aprendizagem, e passo a citar 3
grandes lições aprendidas:
1 – O
nível de inacessibilidade que sofrem as pessoas com deficiência nas ruas e nas
estações de transportes públicos, bem como a grande exclusão social de parte
dos que sofrem deficiência, é o exemplo das páginas da Net inacessíveis.
2 –
Os direitos que visam a inclusão ainda têm um grande caminho pela frente.
3 – O
Poder de ser ativista como a forma de alterar a situação, Em Portugal estima-se
que sejam cerca 9.6% da População as pessoas com algum tipo de deficiência,
cidadãos que antes de tudo, são pessoas portadoras de cidadania e direitos,
Aprendi com a Diana Freitas, que ser ativista e ao acreditar no seu projeto
podemos contribuir para uma sociedade mais justa, e com maior acessibilidade
para os Deficientes Motores em Lisboa, Projeto 131, aliás vencedor
Sugestão -
Penso que este projeto deveria ser apresentado a mais estudantes de Serviço
Social, não só como estágio mas até como voluntariado das tarefas, penso ser
bom para os alunos e útil para o projeto.
6 – Infografia
Ficha Técnica
Aluno: Filipe de Freitas Leal
Curso: Serviço Social - 3º Ano – Pós-Laboral
Cadeira: Laboratórios de Observação I – 1º Sem.
Orientador: Professora Doutora Maria Engrácia Cardim
Supervisor: Professora Doutora Paula Campos Pinto e Diana Teixeira
Instituição: CAPP Centro de Administração e Políticas Públicas
Local: Lisboa – Polo Universitário da Ajuda (ISCSP)
Projeto: Observatório Nacional da Deficiência e Direitos Humanos.
Supervisor: Professora Doutora Paula Campos Pinto
Tarefa: Recolha
de Teses / Dissertações
Tema: A
Deficiência (exclusão/inclusão)