sábado, 11 de novembro de 2017

Krystallnacht - A Noite de Cristal


Foi na noite de 9 para 10 de novembro de 1938, que Hadolf Hitler e o ministro da propaganda do III Reich, Goebbels, davam vazão ao ódio ideológico do regime Nazista, como reação ao atentado em Paris que vitimou o diplomata alemão Ernst Von Rath, assassinado por um jovem judeu de nacionalidade polaca, cujo nome era Herschel Grynszpan, iniciando assim, uma nova e violenta fase do antissemitismo com a Noite de Cristal, também chamada de Noite dos Cristais Estilhaçados, devido aos cacos de vidro que se estenderam pelas ruas de toda a Alemanha, em alemão diz-se Krystallnacht, ocorrência que ultrapassou as fronteiras da Alemanha, abrangendo todos os territórios de língua germânica, tendo sido o maior dos Pogroms da era contemporânea, com a participação de militares e civis, com humilhação, depredação, saques, incêndios de lugares sagrados e atos de extrema violência contra os judeus, com violações, espancamentos de pessoas desarmadas e sem defesa, devido a isso terão havido nessa noite perto de 180 mortes. foi a noite mais tenebrosa e longa de todas as noites da civilização europeia. Foi a noite mais tenebrosa e longa de todas as noites da civilização europeia.
Naquela noite foram destruídas mais de 1.000 sinagogas, milhares de livros sagrados foram queimados, foram saqueadas e destruídas cerca de 7500 lojas, hospitais, escolas e residências de  judeus, que foram demolidas ou incendiadas; no dia seguinte mais de 30.000 judeus foram deportados tendo perdido a nacionalidade alemã e tratados como estrangeiros, por terem origem polaca, outros foram assim feitos cativos em campos de concentração.


No mundo inteiro a notícias fazia espantar incrédulos todos os que ouviam ou liam as noticias, aquela noite fora uma das maiores vergonhas para toda a civilização ocidental e europeia que maioritariamente se dizia cristã.
Tudo isto ocorreu precisamente em apenas 48 horas, tempo suficiente para destruir milhares de vidas e manchar a história de um país. Hoje o antissemitismo está a regressar com força ao continente europeu, nomeadamente por fanatismos políticos de extrema-direita e por atos terroristas de fanáticos muçulmanos, todavia hoje há a liberdade e a democracia, mas também os recursos necessários para lutar contra todo e qualquer fanatismo religioso e político, é nosso dever impedir que os extremismos voltem a dominar a nossa cultura e sociedade.



Autor: Filipe de Freitas Leal



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Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

Catalunha - O Erro da Mariano Rajoy

A atual crise política da Catalunha, tem sem sombra de dúvidas origem num variado e complexo conjunto de aspectos, tanto culturais, desde a sua origem histórica, adentrando nos meandros da vida política no Pós-Franquismo, que se estendem à economia e por fim à sociedade civil, sendo que esta crise tornou-se no pano de fundo para disfarçar o acumulo de erros políticos.
Todavia esta crise era evitável, e deveria ter sido evitada a todo o custo em beneficio da Espanha, dos espanhóis, dos catalães e por extensão da Europa. No entanto Mariano Rajoy permitiu que ela se agravasse, por três razões ou erros cometidos:
1) O primeiro erro de Rajoy foi ter agido com total inabilidade política, em vez de ter promovido uma reforma constitucional que há muito se faz sentir necessária, optou pelo endurecimento com o discurso de respeito pela constituição, sendo que se trata de uma constituição que não tem em conta os direitos humanos no que concerne à autodeterminação dos povos, e sabemos de antemão que a Espanha não, nem nunca foi uma nação, mas antes uma federação de países e povos que se reuniram à força imposta pela hegemonia castelhana, assim, castelhanos, galegos, bascos e catalães são nações distintas dentro de uma federação a que chamamos Espanha.
2) O segundo erro de Rajoy, foi ter tentado com esta crise ocultar as suas falhas de governação em geral e da baixa popularidade que quase o fizeram perder o governo, todavia conduzido ao cargo de Primeiro Ministro tentou mostrar-se forte para os opositores internos do seu partido, PP - Partido Popular (de direita), sobretudo num momento em que os escândalos de corrupção assolam o partido.
3) O terceiro e pior erro de Rajoy, foi ter ordenado a carga policial, no dia 1 de setembro, em que se realizou o referendo convocado por Carles Puigdemot o Presidente da Generalitat da Catalunha, erro agravado com a ameaça do Artigo 155 da Constituição (Suspensão da Autonomia), ameaça já anteriormente feita em 2010, assim provocado o nacionalismo independentista, que até então contava com cerca de 40% dos cidadãos catalães e seguramente não teria ganho o referendo, nesse sentido ter enviado forças policiais para oprimir os eleitores, encerrar escolas, confiscar urnas e agredir cidadãos indefesos, que fez aumentar a simpatia pela causa catalã no mundo inteiro, embora, a Europa em uníssono estivesse contra a Catalunha no discurso oficial, defendia nos bastidores que a solução não podia ser nem a força, nem meramente judicial, mas sim o diálogo e uma solução política.


Curiosamente, não se compreendeu bem, a posição do Rei Filipe VI, que normalmente não intervém em questões políticas, mas ao fazê-lo poderia ter tentado colocar água na fervura, mas inversamente pôs mais lenha na fogueira e voltou a não promover uma reforma política e constitucional. Resta saber o que se irá passar, já se fala em reforma constitucional, o que prova os equívocos e precipitações do governo central, com culpas também para o PSOE, mas sabe-se que neste momento prisões e a persecução não terão bons resultados políticos. 


Autor: Filipe de Freitas Leal


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Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

terça-feira, 7 de novembro de 2017

Os 100 Anos da Revolução Russa

Primeiro Centenário da Revolução Russa de 1917
A Revolução Russa foi um dos episódios mais marcantes da História contemporânea, foi talvez o que mais marcou a vida, a cultura, a economia e a política a nível mundial no Século XX. É portanto um dos marcos incontornáveis que passados 26 anos da sua queda na extinta URSS, continua a ser motivo de estudo por sociólogos, historiadores, economistas e antropólogos, continuando também a apaixonar milhares de adeptos, e até de adversários e opositores.
Os antecedentes dessa revolução foram sem sombra de duvida, o sistema servilista imposto pelo regime autocrático da monarquia russa na pessoa dos Czares e da pequena capacidade de visão política da aristocracia russa, que todavia, tem na I Guerra Mundial e no agravamento da situação económica, o móbil que fsltava, visto que a guerra afetava sobremaneira a classe burguesa que sustentava o Estado e pagava os custos bélicos através dos impostos e do sangue dos seus jovens. Pelo que se pode afirmar que a génese do comunismo era na verdade a burguesia, a classe à qual pertenceram ilustres figuras dentre as quais o próprio Lénine, aliada aos intelectuais, usando como pano de fundo ideológico a classe operária que se sobressaia desde a Revolução Indústrial, em detrimento do campesinato e da aristocracia, associadas ao Ancient Regime das Sociedades Agricolas e esclavagistas.
Vladimir Ilytch Ulianov (Lenin)
Atribuiu-se a Karl Marx a autoria intelectual do Regime Comunista, no entanto, o regime criado por Vladimir Ilych Ulianov (Lenin), aproveitou apenas os aspectos ideológicos, sem chegar à extinção das classes sociais, criou nova elite no seio do aparelho do seu partido, o PRSDR Partido Revolucionário Social Democrata Russo e da sua facção os Bolcheviques, ou os partidários da maioria, que consolidam a revolução com a deposição de Kerensky, que era do mesmo partido mas da facção dos Mencheviques, ou os adeptos da minoria e defensores do socialismo democrático.
Apesar de inicialmente unidos, os protagonistas da revolução, tinham pontos de vista distintos, Lénin, foi o pai fundador, Trotsky alertou para as ambições ditatoriais de Stalin e acabou exilado no México onde foi assassinado a mando do ditador, acabando por criar o regime, o estalinismo, com o culto da personalidade e as purgas no aparelho do Estado impondo a detenção e o degredo nos Gulags, ou a execussão, regime cuja diferença face ao fascismo residia na falta da liberdade religiosa e na inexistência da propriedade privada, regime esse que se consolida com a vitória na II Guerra Mundial e na exportação do regime para os países satélites que formavam a Cortina de Ferro.
Tal Revolução não se deu num só momento, mas estendeu-se por várias décadas, desde a guerra civil dos anos 20 até se consolidar com o pos-guerra com o que Churchill chamou de "Cortina de Ferro", formada por países satélites da hegemonia russo-soviética da URSS e do Comunismo Stalinista do PCUS Partido Comunista da União Soviética, que serviu de modelo basilar a todos os partidos comunistas a nível mundial, à exceção dos maoístas, dos trotskistas e dos jugoslavos de Tito.



Autor: Filipe de Freitas Leal

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Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

domingo, 5 de novembro de 2017

Constituição X Direitos Humanos

Constituição X Direito à Autodeterminação
É falacioso todo e qualquer Discurso da inconstitucionalidade usado pelo poder hegemónico para a defesa do Status Quo, e em detrimento dos Direitos Humanos, como a Autodeterminação dos povos.
O Pedestal quase divino ao qual a 'Constituição' foi estrategicamente elevada e sob a roupagem do Estado de Direito, já pouco tem de autenticidade democrática.
Regimes como 'O Estado Novo', o 'III Reich' ou a 'União Soviética', bem como inúmeros regimes militares sempre se escudaram na Lei e na Constituição para impor a ditadura, a censura e a persecução, de forma velada ou explicita.
Tivéssemos tido o zelo da constitucionalidade e nisso não poderia ter havido o PS de Mário Soares, o 25 de Abril de 1974, nem o Solidarnosc de Lech Walesa, nem a luta de Nelson Mandela, ou a FRETILIN de Xanana Gusmão, nem Lula poderia ter liderado as greves dos metalúrgicos e fundado o PT. Todas essas rupturas foram fruto de uma luta que ultrapassava os limites da Constituição.
Foi aliás contra a constitucionalidade que Mahatma Ghandi liderou pacifica e pacientemente a "Desobediência Civil" que culminou na independência da Índia.
Tal como afirmou o célebre Piotr Kropotkin, "A liberdade não se recebe, Conquista-se!

Autor: Filipe de Freitas Leal

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Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Morreu Jerry Lewis - A Comédia está de Luto

O Ator e comediante estadunidense Jerry Lewis aos 91 anos no domingo dia 20 de agosto na cidade de Las Vegas nos EUA. Lewis nasceu Yoseph Levitch no seio de uma família judia russa de etnia askenazita e da corrente ortodoxa que emigrou para os Estados Unidos fugindo da pobreza e das prepercussões antissemitas.
O Seu nome artístico marcou a infância de muitos dos que hoje estão na casa dos quarenta, cinquenta e até os sessentões, eu mesmo lembro da minha infância a ver os filmes de Lewis, alguns dos quais com parceria com Dean Martin. Hoje o cinema e a comédia ficaram mais pobres, a história não irá deixar passar o nome deste humorista e ator.
Autor: Filipe de Freitas Leal

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Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

 
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