sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Estágio em Deficiência e Direitos Humanos



Portfólio de Estágio
Observatório Nacional
Sobre Deficiência e Direitos Humanos  

“A cegueira que cega, cerrando os olhos, não é a maior cegueira;
A que cega deixando os olhos abertos, essa é a mais cega de todas”
Padre António Vieira

1 Prefácio
Ao assumir esta cadeira de Laboratório de Observação I, pretendi, poder adquirir mais conhecimentos, que pudessem vir a ser-me úteis no meu aprendizado de Serviço Social, e simultaneamente ser enriquecedor do ponto de vista pessoal. Apresentaram-me um o Projeto do Observatório Nacional da Deficiência e Direitos Humanos, cujo objetivo é o de monitorizar em que medida os direitos humanos são adotados e aplicados na defesa das pessoas portadoras de deficiência, Ambos os objetivos foram atingidos, enriqueci imensamente do ponto de vista pessoal e educacional, e porque do mesmo modo que o caminho faz-se caminhando, assim é a aprendizagem, é no campo a estudar e a conhecer a realidade, ancoramos a teoria aprendida à realidade que vivemos no campo.
Houve como é natural de se prever, dificuldades pelo caminho, nomeadamente a falta de tempo, e o próprio desconhecimento de determinados aspetos que dizem respeito à deficiência, como a acessibilidades de diversa ordem, tais como páginas de web para cegos, ou a via pública que é por vezes mais um sinal de exclusão para os deficientes motores.
Mas o resultado final é de que me levou a pensar que é de suma importância para os alunos do Serviço Social, o contacto com o CAPP a nível de aprendizagem e colaboração em projetos similares em que os alunos possam participar, pois é muito enriquecedor.
2 – Resumo.
No estágio de laboratório foram-me entregues tarefas, referentes ao Projeto do “Observatório Nacional da Deficiência e Direitos Humanos (ONDHu); O projeto é realizado pela CAPP Centro Administrativo e de Políticas Públicas, do ISCSP, e está sob a orientação e responsabilidade da Professora Doutora Paula Campos Pinto, e fazem também parte do projeto o Professor Doutor Fausto Amaro, Professora Doutora Maria Engrácia Cardim e Diana Teixeira, com trabalhei, o projeto é uma iniciativa do INR Instituto Nacional de Reabilitação, do ISCSP Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas e da Fundação Calouste Gulbenkian, estando associadas ao projeto como parceiros, várias organizações e associações como a ACAPO - Associação de Cegos e Amblíopes de Portugal;  ADFA - Associação Portuguesa de Deficientes das Forças Armadas, entre outras entidades similares.
No âmbito da Comemoração do Dia Internacional das Pessoas Com Deficiência, a 3/12/12 propus como uma das tarefas a criação de um site que me permitiu contactar a dificuldade da inacessibilidade de muitas páginas da web para as pessoas cegas, com muita pena minha, pois até o meu blog pessoal está inacessível.
Outra das tarefas que me foram apresentadas, foi atualizar a agenda de contactos de várias associações e entidades de solidariedade social, que me permitiu conhecer variadíssimas delas, algumas que desconhecia a sua existência e fazem parte da minha área de residência, o que me permitirá aumentar o leque de futuras ações de estágio ou de voluntariado.
Seguiu-se a pesquisa de teses, dissertações e trabalhos académicos, com o objetivo de conhecer o que é que se está a produzir no âmbito académico da lusofonia sobre a temática da deficiência, tendo sido o Brasil, o país que escolhido para a pesquisa, pela sua dimensão populacional e geográfica, e a respetiva facilidade de pesquisa na web.
Por último, a Diana Teixeira, pediu-me para fazer clipping de notícias da imprensa brasileira, com o intuito de se conhecer de que modo e com que abrangência se comemorou o dia 3 de dezembro no Brasil.
Palavras-chave: Direitos Humanos, Pessoas com deficiência, Acessibilidades.
3 – Atividades Realizadas
Tarefas já citadas no Resumo as tarefas são as seguintes:
1. Criar uma página web para o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência - 3/12.
2. Atualização de dados de IPSS’s de Associações de Defesa das Pessoas com Deficiência.
3. Procurar trabalhos académicos, teses ou dissertações do Brasil, sobre a situação das pessoas com deficiência.
4. Procurar informação (clipping) do sobre a comemorado o Dia 3 de dezembro de 2012 no Brasil.
A primeira das tarefa, por sinal autoproposta, foi de uma grande utilidade para conhecer a realidade sobre a inacessibilidade dos cegos a navegar na internet, não tinha conhecimento do quão difícil é criar um site sem erros de leitura, e de acordo com o padrão de acessibilidade W3C.
Para o devido efeito cheguei a criar uma página no blogger, de longe o mais fácil de se fazer, mas totalmente sem acessibilidade visual, migrei par ao Word Press, o problema reduziu mas manteve a inacessibilidade, e tentei outros meios mas foi infrutífero de todo, pelo que teve de ser abandonada a tentativa de criar um site, acabei por descobrir no entanto que a inacessibilidade visual na net, é muito maior do que se pensa comummente, e até o meu blog está repleto de erros de acessibilidade o que é deveras desanimador, tendo em conta que a OMS Organização Mundial da Saúde estima que haja no mundo todo cerca de 180 milhões de cegos, sendo 45 milhões totalmente cegos e 135 milhões apresentam diferentes graus de baixa visão, sendo ainda que a maioria destas pessoas está situada nos países subdesenvolvidos.[1]
A atualização da “Base de Dados”, foi outra das tarefas, que apesar da morosidade permitiu-me ter conhecimento de inúmeras instituições, a natureza da sua vocação ou área de intervenção, e perceber que há inúmeras associações e instituições para a defesa dos direitos dos deficientes, bem como a promoção da sua inclusão social, mas são associações que na maioria das vezes são meramente locais e carecem de recursos, pelo que recorrem (e a meu ver bem) ao voluntariado como forma de suprimir essa dificuldade, como é o caso de uma instituição denominada “Coração Amarelo” no Cacém, instituição inclusive que cheguei a contactar pessoalmente, que não sendo no entanto uma porta aberta para um futuro estágio é no entanto uma porta para ações de voluntariado.
A busca de trabalhos académicos, teses ou dissertações, foi uma das tarefas que achei interessante pela ideia em si, conhecer a realidade sobre o que se está a produzir a nível académico nas universidades do país irmão, e dar-nos assim a conhecer o modo como é encarada e vivida a deficiência no Brasil, no entanto foi interrompido por motivos de iniciar com alguma urgência a última das quatro tarefas, o “Clipping” de notícias sobre a comemoração no Brasil do “Dia Internacional das Pessoas Com Deficiência” a 3 de dezembro.
Esta última tarefa, salientou que a medida das necessidades requer métodos adequados para a resolução de objetivos. Digo isto porque ao contrário de Portugal no Estado de São Paulo (Brasil) há uma Secretaria de Estado dos Direitos das Pessoas com Deficiência, o que a meu ver mostra um grande empenho na promoção da inclusão social, nas políticas públicas e sociais.
4 – Dificuldades Encontradas
Uma das lições aprendidas neste pequeno estágio é que cerca de 10% de toda a humanidade, cerca de 650 milhões de Pessoas, são portadores de algum tipo de deficiência. É a maior minoria do Mundo e urge uma maior consciencialização desta realidade. Fundamentalmente senti duas grandes dificuldades na execução das tarefas, uma é técnica, a outra a escassez do tempo.
1 – A primeira grande dificuldade, foi lidar com a falta de tempo na execução da própria tarefa, e com a inacessibilidade das páginas criadas para a comemoração do dia 3 de 12, mas aprender a lidar com isso também foi uma grande lição.
2 – A outra aprendizagem é a lidar com os contratempos e aprender que em tudo há ganhos e perdas, neste estágio, ao contrário do que pensei, 3 horas semanais, são muito pouco na pesquisa de dados, a internet é extremamente extensa, a busca de informação requer manejo e organização, ao mesmo tempo que é um mundo imenso de informação, são poucas as páginas verdadeiramente fiáveis no que toca a informações credíveis.
A imprensa escrita brasileira, não fez um destaque excecional, há notícias que foram no entanto veiculadas pela net, através da Secretaria dos Direitos das Pessoas com Deficiência.
5 – Conclusão e Sugestões
Nem tudo são rosas, nem tudo é mau, houve o fator positivo do trabalho realizado, que é a aprendizagem, e passo a citar 3 grandes lições aprendidas:
1 – O nível de inacessibilidade que sofrem as pessoas com deficiência nas ruas e nas estações de transportes públicos, bem como a grande exclusão social de parte dos que sofrem deficiência, é o exemplo das páginas da Net inacessíveis.
2 – Os direitos que visam a inclusão ainda têm um grande caminho pela frente.
3 – O Poder de ser ativista como a forma de alterar a situação, Em Portugal estima-se que sejam cerca 9.6% da População as pessoas com algum tipo de deficiência, cidadãos que antes de tudo, são pessoas portadoras de cidadania e direitos, Aprendi com a Diana Freitas, que ser ativista e ao acreditar no seu projeto podemos contribuir para uma sociedade mais justa, e com maior acessibilidade para os Deficientes Motores em Lisboa, Projeto 131, aliás vencedor
Sugestão - Penso que este projeto deveria ser apresentado a mais estudantes de Serviço Social, não só como estágio mas até como voluntariado das tarefas, penso ser bom para os alunos e útil para o projeto.
6 – Infografia
Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência www.pessoacomdeficiencia.sp.gov.br
Fundação Dorina Novil Para Cegos http://www.fundacaodorina.org.br/deficiencia-visual
Ficha Técnica
Aluno: Filipe de Freitas Leal
Curso: Serviço Social - 3º Ano – Pós-Laboral
Cadeira: Laboratórios de Observação I – 1º Sem.
Orientador: Professora Doutora Maria Engrácia Cardim
Supervisor: Professora Doutora Paula Campos Pinto e Diana Teixeira
Instituição: CAPP Centro de Administração e Políticas Públicas
Local: Lisboa – Polo Universitário da Ajuda (ISCSP)
Projeto: Observatório Nacional da Deficiência e Direitos Humanos.
Supervisor: Professora Doutora Paula Campos Pinto
Tarefa: Recolha de Teses / Dissertações

Tema: A Deficiência (exclusão/inclusão)




LINKS DE TESES E DISSERTAÇÕES SOBRE A DEFICIENCIA.

Lúcio Mauro Reis – Inclusão e exclusão na escola
2 - Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência no Brasil
Marina Codo Andrade Teixeira – Fundação Getúlio Vargas
3 - A Integração das Pessoas com Deficiência na Educação Superior no Brasil
Maria Teresa Moreno Valdez – Universidade de Fortaleza
4 - Género, corpo e sexualidade: Processos de significação e suas implicações na constituição de mulheres com “Deficiência Física”.
Marivete Gesser – Universidade Federal de Santa Catarina
5 - Análise das conceções de gestores sobre deficiência em pessoas que ocupam postos de trabalho em uma rede de supermercados.
Roberta Bezerra Brite – Uferj Universidade Federal do Rio de Janeiro
6 –  Acessibilidade de deficientes visuais em ambientes digitais/virtuais
Andréa Poletto Sonza – Universidade Federal do Rio Grande do Sul
7 – Educar para a Diversidade: Um olhar sobre as políticas públicas para a Educação Especial desenvolvidas no município de Sobral (1995-2006)
Marla Vieria Moreira da Silva – Universidade Estadual do Ceará
8 – Inclusão de Pessoas Portadoras de Deficiência no Mercado de Trabalho: Desafios e Tendências.
Jorge Luiz Moraes Doval . Universidade Federal do Rio Grande do Sul

LINKS REFERENTES AO DIA 3 DE DEZEMBRO NO BRASIL.

1 – Começa a 3ª Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa Deficiente: 
Local: Brasília; Tema: Um Olhar Através da Convenção da ONU Sobre os Direitos da Pessoas com Deficiência; Data: 03/12/2012.
2 – Revista “Sentidos” Nº 72: Dia Internacional da Pessoa com Deficiência é comemorado em todo o mundo 
Local: Editada em São Paulo; Tema: Comemoração do Dia Internacional da Pessoa com Deficiência; Data: 0Edição de 12/2012.
3 – Mobilidade Urbana Sustentável: “Agenda do Dia Internacional da Pessoa com Deficiência. 
Local: São Paulo; Tema: Comemoração do Dia Internacional da Pessoa com Deficiência; Data: de 01 a 3/12/2012.
4 – Mobilidade Urbana Sustentável: “Agenda do Dia Internacional da Pessoa com Deficiência. 
Local: São Paulo; Tema: Agenda com eventos sobre a Comemoração do Dia Internacional da Pessoa com Deficiência em São Paulo; Data: de 01 a 3/12/2012.
5 – 9ª Passeata em comemoração ao Dia Internacional da Pessoa com Deficiência. 
Local: São Paulo – Avenida Paulista; Tema: Passeata organizada pelo Sindicato dos comerciários e a consultoria TRInclusão; Data: de 01/12/2012.
6 – 3ª Virada Inclusiva 2012 – Celebrando o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência. 
Local: Diversos Municípios do São Paulo; Tema: Evento de grande dimensão, contando com Shows, Teatro, Exposições, Atividades desportivas, culturais; Data: de 1 a 3/12/2012.
7 – Secretaria dos Direitos Humanos (RJ) Conferência celebra o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência. 
Local: Diversos Municípios do São Paulo; Tema: Evento de grande dimensão, contando com Shows, Teatro, Exposições, Atividades desportivas, culturais; Data: de 1 a 3/12/2012.
8 –  Jornal “Folha de São Paulo” - 3ª Virada Inclusiva Acontece em SP. 
Local: São Paulo; Tema: Noticias com o programa da “Virada Inclusiva”; Data: 1/12/2012.
9 –  Direito Para Todos – “Sei o que sou não tenho de dar satisfações a ninguém” 
Local: Belo Horizonte (MG); Tema: “Sei o que sou, não tenho de dar satisfações a ninguém”; Data: 3/12/2012.
10 –  UFF Universidade Federal Fluminense – “Hoje é o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência” 
Local: Rio de Janeiro (RJ); Tema: “Agenda de eventos alusivos às comemorações do dia 3 de dezembro”; Data: 3/12/2012.
11 –  Prefeitura de Curitiba: Fórum destaca direitos da pessoa com deficiência 
Local: Curitiba (PR); Tema: Fórum de palestras e conferências, mas também conta com eventos musicais e exposições de artes visuais; Data: 3/12/2012.



[1]  Fundação Dorina Novil para Cegos -  http://www.fundacaodorina.org.br/deficiencia-visual/ (19/12/12)



Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

domingo, 16 de dezembro de 2012

A Presidente e a Revista do Brasil


Muito recentemente encontrei na internet uma revista mensal denominada "Revista do Brasil", que é vendida em bancas de jornais e distribuída através dos sindicatos de diversos setores da sociedade brasileira, desde indústria, à banca, passando pelo comércio, contando com a colaboração de um enorme equipa de sindicalistas, professores e intelectuais, com o objetivo de proporcionar ao cidadão comum, ao trabalhador assalariado, uma informação livre, com qualidade e sem meias verdades, é no meu entender um serviço público de grande qualidade e importância.
O Projeto que tem no fundo um cariz humanista, com o intuito de humanizar o acesso da informação a toda a classe trabalhadora, e com isso proporcionar consciencialização, iniciou em 2006 e não para de crescer e fazer cada vez mais simpatizantes, em todo o Brasil e através da internet com um portal, e das redes sociais (facebook, orkut e twitter) atingiu público além fronteiras, nomeadamente no mundo da lusofonia; O projeto desenvolveu-se a partir do "Jornal Brasil Atual" e agora além da revista mensal, do jornal e da Editora Atitude, tem também um espaço radiofónico homónimo do jornal, através da "Rádio Terra FM".
A linha editorial do projeto é progressista, e tem uma linguagem acessível, usando por vezes neologismos, no entanto há um que me custa aceitar, e decidi escrever para os redatores, como que a solicitar que tomassem em linha de conta que para a "Presidente" Dilma Roussef, não fosse utilizado o termo "a Presidenta", primeiramente porque eu acho com toda a sinceridade que se de facto o que conta é a conquista plena das mulheres em termos de igualdade de género, o termo "Presidente" que é neutro serve muito mais para isso do que o neologismo "Presidenta", que acaba por criar em termos linguísticos um preconceito de género ao não haver o termo "Presidento" a forma masculina de uma palavra feminina.

Autor Filipe de Freitas Leal


Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

A Monoparentalidade no Masculino


“Toda a doutrina social
Que vise destruir a família é má,
E para mais inaplicável.
Quando se decompõe uma sociedade,
O que se acha como resíduo final,
Não é o indivíduo, mas sim a família.”
Vítor Hugo
1 - Resumo
Nunca antes se viu uma tão grande alteração do modus vivendi das famílias, como nos tempos atuais, algo a que se chama comummente de novas famílias, começa a ganhar corpo e número na sociedade em que vivemos; por todo o mundo discute-se o casamento homossexual, a adoção de crianças por casais homossexuais, tanto lésbicas como gays está a atravessar todo o mundo com discussões parlamentares, o aumento dos divórcios como consequência da emancipação da mulher na sociedade, trouxe também o aumento exponencial das famílias reconstruídas, em que cada um dos cônjuges leva para o novo lar comum os filhos de um casamento anterior, os chamados "os teus, os meus e os nossos", com  este trabalho pretendemos mostrar o modelo familiar em crescimento na sociedade atual, trata-se das famílias monoparentias, formadas por um progenitor e seu filho ou filhos, surgido de motivos como a  viuvez ou divórcio, sendo a maioria formada por mulheres que criam os seus filhos sozinhas, surgem também famílias monoparentais formadas por homens que assumem a responsabilidade de criar os seus filhos sozinhos e tal como as mulheres nas mesmas circunstâncias  estes homens também têm de aprender a conciliar vida familiar e trabalho.
2 – A Monoparentalidade no masculino
Ao longo de milénios a família sofreu alterações profundas no âmbito sócioeconómico, com o advento da Revolução Industrial e o fim da Sociedade Agrícola, passa-se do padrão de família alargada, com funções e papeis definidos e determinadas por grau de parentesco e género, que eram culturalmente definido pelo meio social da época, onde havia quanto ao número de membros, um conjunto extenso formado por pai, mãe, vários filhos, parentes com consanguinidade e até empregados, passando a ser uma família nuclear  com número reduzido de filhos em convivência com pai e mãe (Hintz H. C. 2001).
Não obstante o que dominava ainda, do ponto de vista sócio cultural era uma hierarquização vertical da família, e no que toca ao poder dentro da família, havia o predomínio da liderança masculina, algo que nos dias atuais está a desaparecer lentamente, deixando de ser uma família hierarquicamente vertical para uma relação horizontal e de partilha de liderança com a mulher (Hintz H. C. 2001)
Não é de descartar o facto o modelo económico, que surgiu com a Revolução Industrial, tendo dado primazia à força física (indústria), através do homem (chefe de família e o mantenedor do lar) gera um aumento do preconceito de género, que foi exercido sobre o género feminino, ainda hoje esse preconceito é tanto maior quanto mais conservador for a sociedade onde vivam, como a Arábia Saudita onde as mulheres não podem conduzir, e o seu papel é meramente de cuidadora do Lar, mesmo no que se refere à sexualidade, o adultério era aceitável para os homens, e totalmente condenável para as mulheres que tinham de se manter fiéis aos maridos toda a vida.
O modelo acima referido, mostra que havia também um distanciamento entre pais e filhos com um grau de hierarquia elevado, modelo esse que se refletiu por muito tempo nas relações conjugais entre o marido como sendo o chefe de família e a mulher como a mãe educadora e cuidadora do Lar, ou por outras palavras há claramente um modelo de estereótipo (Hintz H. C. 2001), no qual as diferenças de género são mantidas com atribuições e funções específicas.
Com o evoluir do tempo, e sobretudo com a luta de várias mulheres sufragistas no inicio do século XX, algumas conquistas foram feitas, mas é sobretudo após a II Guerra Mundial, em que por falta de mão-de-obra masculina a mulher foi empregue nas fábricas e nos sérvios embora com ordenados inferiores ao que auferiam os homens, e assim foram conquistando lentamente o seu espaço, com a urgência de desenvolver a economia do pós-guerra, e com a emergência de uma nova mentalidade, mais liberal, vê-se nos anos 50 e 60 uma modificação de mentalidades face à liberdade sexual, e ainda com a pílula a possibilidade da mulher optar para controlar ou programar a natalidade ou ainda evitar uma gravidez segundo a sua vontade, o que veio a traduzir-se numa liberdade sexual para a mulher (Hintz H. C. 2001)
O que a segunda metade do século XX trouxe em termos de evolução da família foi o aparecimento das ditas “Novas Famílias” como as famílias monoparentais, famílias reconstituídas, casais não coabitantes, as uniões de facto, e mais recentemente o casamento homossexual.
No entanto eram tipos de famílias já existentes, mas encarados sob outro ponto de vista, sendo fundamentalmente as famílias monoparentais formadas por mães solteiras e viúvas, o mesmo com pais viúvos a cuidarem dos seus filhos, mas com tendência a um segundo casamento, o que vem a formar então as famílias reconstituídas.
Os tempos modernos que a sociedade da Informação, como lhe chama Alvin Toffler, trás significativas mudanças no modos vivendi das famílias e consequências no relacionamento entre os cônjuges e entre os pais e filhos, trata-se do apogeu da televisão, da infomática, e da mudança face aos tempos de convívio e diálogo entre a família, outro fator é a necessidade de homens e mulheres repartirem as tarefas referentes às rotinas diárias do dia a dia da família, havendo um maior aumento da impaciência e exigência entre os casais que degenera muitas vezes no divórcio, fator que tem vindo a crescer exponencialmente dos anos 60 para cá, sobretudo a alteração que se observa no status da mulher, que passou a ser maioritária no ensino superior, e não raras vezes a mulher aufere devido a isso, ordenados superiores ao seu cônjuge (Hintz H. C. 2001).
Mas o que importa salientar é que com os divórcios têm vindo também a aumentar, é notório o aparecimento cada vez mais comum de famílias monoparentais, onde um dos cônjuges fica a viver com os seus filhos, havendo também o aumento simultâneo de famílias reconstruídas, e dos famosos filhos “os meus, os teus e os nossos”.
3 – Conclusão
Segundo dados fornecidos pela PORDATA, em 2011, que afirma ser de 53.766 o número de famílias monoparentais masculinas, ou seja em que o Pai é que fica com um ou mais filhos a cargo.
Esta tendência tem também um fator importante, no sentido de agora serem também os homens a ter de conciliar trabalho e família nas suas prioridades, e tido como uma novidade contemporânea os pais assumirem e quererem de facto assumir a responsabilidade de criar os seus filhos, claro está que a maioria das famílias monoparentais é feminina, ou em que a mulher é que fica com a guarda dos filhos.
Os pais nas famílias monoparentais tem ainda muitas barreiras para vencer, nomeadamente o preconceito que é sentido, e por uma mentalidade ainda machista, que resiste em alguns setores da sociedade, no entanto, há algo de positivo, que é uma nova cultura de género, criada por estes homens e seus filhos, baseada numa filosofia fundamentalmente humanista e de cidadania, através de uma educação inclusiva no seio da família.
4 – Bibliografia e Infografia
A bibliografia fundamental adotada para este trabalho foi entre outros o "Mulheres em Dupla Jornada - A conciliação entre trabalho e família" da Professora Maria José Silveira Núncio, no entanto, para este capítulo especifico do trabalho foram utilizados outros trabalhos académicos, consulta de dados estatísticos do INE Instituto Nacional de Estatísticas e também da PORDATA, além de consultas de jornais como abaixo se segue:
Hintz, Ana Bela (2001) “Novos tempos, novas famílias?” “Pensando Famílias”, Porto Alegre, Brasil
Pordata, Dados estatísticos sobre as famílias monoparentais por sexo.
http://www.pordata.pt/Portugal/Agregados+domesticos+privados+monoparentais consultado dia 12/12/2012
Diário de Notícias, Ferreira, Ana Bela,(11/07/2010)  43 mil homens criam filhos sozinhos, Diários de Notícias, http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1615577 consulado dia 12/12/2012


Trabalho de Grupo de “Políticas da Família”
Professora Doutora Maria José da Silveira Núncio

Curso de Serviço Social – 3º Ano – Pós Laboral



Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

12/12/12 - A Ùltima Data Coincidente do Século

Dia 12/12/12 é uma feliz coincidência em datas, e que vem se mantendo desde 2001, ano em que o dia 1 de janeiro de 2001 à 01h01m01s foram uma grande coincidência, repetindo-se por 11 vezes, de 2002 a 2012, mas a melhor foi 11/11/1111 às 11h11m11', sendo formado por apenas um único digito, o número um (1).

Precisamente foi no dia 12 de dezembro de 2012, pelas 12 horas, 12 minutos e 12 segundos, que se concluiu o número de coincidências deste século, não voltará a haver tão cedo, ou seja dentro de 100 anos teremos outro 01/01/01 mas de 2101, para o ano teremos no entanto e apenas a sequência curiosa e engraçada sequência no dia 11/12/13, sequência essa de números que não se repetirá antes de 2113.

Estas curiosidades suscitam muita curiosidade e interesse, para o gosto diversos e bastante heterogéneo, que vai do simples matemático, ao historiador, ao colecionador de efemérides, passando pelo cabala, místicos e ocultistas.

A primeira grande data coincidente, na realidade não foi vivida, trata-se do dia 1 de janeiro do ano 1, ou seja o inicio da Era atual, e não foi presenciada pois o calendário foi adotado muito tempo mais tarde, há quem pense erradamente claro, que o primeiro ano do calendário cristão teria sido o 0 (ano zero), nada mais errado, pois o zero é o símbolo de inexistência e isso não pode ser aplicado a datas, se a data existe tem de ser representada por um número real da existência dessa data por ordem numérica, 1, 2, 3, 4, etc, bem como os meses e logo os anos começaram por 1. Não obstante, o calendário referente à Era Cristã, ou Era Comum, só foi adotado no século IV pelo Imperador Constantino.

Já se sabe há algum tempo, que existe no calendário cristão um erro de cálculo do nascimento de Cristo até à data do inicio da Era Cristã, que ronda os 4 anos de diferença e nesse sentido hoje poderia ser 2016 ou 2017, o que faz com que a morte de Cristo teria ocorrido por volta do ano 28 ou 29 segundo informações de historiadores.

Link 1: Papa diz que calendário cristão é baseado em erro de cálculo.

Link 2: 12/12/12 uma conincidência irrepetivel este século.


Este artigo respeita as normas do novo Acordo Ortográfico.
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Sobre o Autor

 - Nasceu em 1964 em Lisboa, é estagiário em Serviço Social, numa ONG, tendo se licenciado pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa - ISCSP/UL, Fundou este blog em 2007, para o debate de ideias e a defesa do ideal humanista e da solidariedade social, edita ainda outros blogs, cujo teor vai da filosofia à teologia, passando pelo apoio ao estudo autodidático. (ver o Perfil)

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Israel x Palestina - A Díficil Equação da Paz I

Sendo humanista e defensor da Não-Violência Ativa, como modo de vida pessoal, preconizo o diálogo na construção da paz, como meio de se resolverem quaisquer conflitos armados ou não, e defendendo os direitos humanos acima de tudo.
Tenho observado no entanto, há já algum tempo, que há acontecimentos e factos que são julgados sob dois pesos e duas medidas, ou melhor são difundidos sob prismas diferentes e obviamente tendenciosos, com o intuito de formar uma opinião pública favorável aos seus interesses, e precisamente, um desses casos é o conflito no Médio Oriente, que opõe Palestinianos e Israelitas, e espanta-me ser tão levianamente julgado, na exata medida da ignorância daquele que julga, sem conhecer os antecedentes históricos do denvolvimento do conflito, quer de aspectos como o espaço geográfico e a conjuntura da época, quer de outros aspectos que nos escapam à primeira vista; E digo leviano porque suscita maiores paixões este caso do que quaisquer outros conflitos separatistas e sangrentos, como são os conflitos do Curdistão, do Saara Ocidental, do Tibet, do Darfur, da Chechénia, da Abcásia ou da Ossétia do Sul entre outros, ou ainda conflitos internos, como os da Síria, locais em que se dá a morte de milhares de pessoas e um grave e notório desprezo pelos Direitos Humanos, muitas vezes sob o silêncio da comunidade internacional e sobretudo da grande imprensa, porque então é que a Palestina e Israel chamam mais atenção que todos os outros? a resposta é simples: porque trata-se de mera hipocrisia da comunidade internacional.
Mesmo o caso de Timor-Leste, estaria votado ao esquecimento, das milhares de timorenses que foram presos, torturados e mortos, sob o regime torcionário de Jacarta e do seu algoz o ditador Suharto, que silenciou a voz maubere com a conivência de grandes potencias internacionais, e se não fosse Portugal a insistir no caso do massacre de Santa Cruz o peso económico da Indonésia teria falado mais alto.
Voltando à questão do antijudaísmo, olhando atrás no tempo, observamos que o ódio antissemita, tantas vezes nutrido e incentivado quer pelos vários cleros cristãos, quer pelos diversos Estados em várias zonas da Europa e do mundo, fez levantar "A questão judaica", aliás titulo de uma obra do pensador Karl Marx, e podemos ainda ilustrar o preconceito antijudaico na Europa com o Caso Dreyfus, ocorrido em França, ou ainda com o que se passou com Aristides de Sousa Mendes, Consul de Portugal em Bordéus, ao tempo da II Guerra Mundial, e que salvou várias vidas humanas, concedendo vistos para a fuga de judeus, Salazar não o perdoo, castigou-o severamente, destituído do seu cargo e sem outros recursos, Aristides viveu num total ostracismo e morreu numa miséria absoluta. Porquê? Porque salvou milhares de famílias judias! se não fossem judeus talvez até fosse condecorado pelo regime salazarista.
Como resposta a um continuo e crescente antissemitismo, numa Europa em que o fascismo crescia a olhos vistos, acompanhado de um exacerbado nacionalismo político e religioso, levou o Ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, Arthur James Balfour a fazer uma declaração, que ficou conhecida na História como a Declaração de Balfour, a 2 de novembro de 1917, tratando-se de uma carta enviada a um banqueiro judeu, o Barão Rothschild, cujo nome era Lionel Walter Rothschild, e que estava envolvido no movimento sionista, iniciado por Theodor Herzl anos antes em Basileia na Suiça.
Carta essa, em que Balfour em nome do governo britânico está disposto a conceder o estabelecimento de um lar judeu na Palestina (então província do Império Otomano), caso a Inglaterra conseguisse derrotar e desmembrar o Império Otomano na I Guerra Mundial.
Primeiramente é preciso ter em conta que os palestinianos não se reviam no Império Otomano tal como outros árabes, ter em conta que nunca deixaram de haver judeus na Palestina, embora devido ao abandono crescente que os Otomanos impunham a essa província, e os impostos que os otomanos cobravam à população não muçulmana,  fazendo com que muitos judeus saíssem da Palestina, tendo havido no entanto comunidades judaicas que persistiam em viver na Terra Santa e que eram formadas por judeus naturais da Palestina os chamados Sabras.
Com o Movimento Sionista, imigram no fim do Século XIX, muitos judeus russos, polacos e de outros países da Europa do Leste, vitimas de Pogroms, iniciando a construção em 1906 de uma cidade totalmente judaica na Palestina "Tel Aviv", construída sob uma terra pantanosa que os otomanos venderam ao judeus, mas essa imigração aumenta com o inicio da II Guerra Mundial e com o fim do Holocausto, onde passaram a tentar imigrar vários sobreviventes judeus segundo autorização dada pelos britânicos, temos dessa altura o Caso do Navio Exodus, que chegou a buscar judeus refugiados na Ilha de Porto Santo em Portugal.
A Palestina nunca fora um país independente, e já na antiguidade o termo "Palestina" era aplicado a toda uma região onde existiam o Reino de Israel, Judá, de Edom, de Moab e outros povos como os nabateus e os filisteus, e é precisamente dos filisteus que nasce o termo grego "phalasti" que quer dizer "Falastina" ou terra dos filisteus (povo oriundo do mar Egeu a que os egípcios chamavam os povos do mar), que se situava onde é hoje a faixa de Gaza, tendo este território, vindo mais tarde a ser ocupado pelos árabes muçulmanos, no entanto sempre existiram populações autóctones de judeus, os chamados Sabras, muitos no entanto viam-se forçados a emigrar, devido à pobreza que era imposta pelo império otomano aos judeus,  através de avultados impostos ou ainda de segregação.
A ONU em 1947, defende (e a meu ver muito bem) que para estar de acordo com os direitos humanos, e especificamente o direito dos povos à autodeterminação, só seria possível se o povo judeu (que foi impedido da sua autodeterminação por aproximadamente 2000 anos), juntamente com  o povo palestiniano tivessem direito a formar os seus respetivos Estados, a Resolução 181 foi aprovada e fez-se a partilha territorial do que restava da Palestina, visto uma parte já estar à altura separada (Transjordânia) que veio a formar a atual Jordânia.
O grande opositor do direto dos israelitas à sua autodeterminação, foi o líder religioso ultra radical o Mufti de Jerusalém Mohammad Al-Husayni, que chegou a fazer aliança com os nazistas para o impedimento de um Estado judeu na Palestina, em 1947 defendeu que os palestinianos não reconhecessem o seu próprio Estado recém criado, e reivindicassem todos os territórios atributos a Israel. quando este ultimo declara a independência, Ben Gurion líder do MAPAI Partidos dos Trabalhadores, estendeu a mão ao povo irmão da Palestina, e apela para que ambos possam viverem em Paz na construção dos seus dois países, Ben Gurion defendeu ainda que tanto os palestinianos em Israel, como os judeus na Palestina, convivessem pacificamente em espítiro de colaboração, mas o que ele e os britânicos temiam aconteceu, No dia anterior à Retirada da Grã-Bretanha do Território, e para que não caísse o poder no vazio, Israel declara a Independência, a 14 de maio de 1948, tal como previsto pela resolução 181, sendo que os palestinianos não criaram o seu próprio Estado, e no dia 15 de maio, Israel é atacado por 5 exércitos da Liga Árabe, a Síria, a Jordânia, o Líbano o Egito e o Iraque, com o intuito de destruir à nascença o Estado Judaico e de expulsar os israelitas.
O rescaldo dessa iniciativa da Liga Árabe foi muito prejudicial para os palestinianos, pois foi feita a anexação de partes da Palestina pela Jordânia e Egito, tendo ainda centenas de milhares de refugiados palestinianos que viver em países árabes, os palestinianos foram tratados pelos vizinhos árabes, em alguns casos como meros estrangeiros e não como árabes, sofrendo segregação, tendo ocorrido inclusive na Jordânia o massacre que é conhecido por setembro negro, em que tropas jordanianas entraram em confronto com refugiados palestinianos e com a OLP que estava estacionada no seu país, confronto esse que durou 10 dias, onde morreram cerca de 3500 palestinianos, e os restantes fugiram ou foram expulsos.
Desde 1948, o conflito teve uma escalada crescente, levando à criação da OLP Organização para a Libertação da Palestina liderada por Yasser Arafat, que mais tarde reconheceu o  direito de Israel à sua autodeterminação, e renunciou à luta armada.
Atualmente a Autoridade Palestiniana, está dividida, desde a guerra civil que ocorreu em 2007 na Faixa de Gaza, e que opôs o grupo extremista Hammas ao moderado Al-Fatah de Mahmoud Abbas, e é visivel o franco progresso da Cisjordânia face à Faixa de Gaza.
O impressionante é que o foco de atenção que a imprensa internacional dá neste conflito, virando-se exclusivamente para Israel, quando este ataca é tido apenas como ocupante e agressor, não tendo em conta os ataques do Hammas durante 3 dias com 766 rockets,  lançados a partir de zonas residenciais contra civis israelitas, não terão as autoridades de Israel o dever moral de defender a sua população e de se defender de atos terroristas, que em nada contribuem para a paz? será que a Imprensa internacional não leva em conta o direito de idosos, mulheres e crianças entrarem num autocarro (onibos) sem que sejam mortos por bombistas-suicidas? a imprensa que condeno é a grande imprensa, das TV's que vendem reality shows, e impõe produtos de consumo, com um intuito de alienar e de não informar os seus telespectadores acerca do que deveras deve ser informado, ou ainda os jornais sensacionalistas e baratos que só vendem o ódio e o sangue como notícia de capa, onde está uma grande imprensa que informe e forme uma opinião pública, sobre os auspícios da verdade dos factos? que promova a paz, que nos livre dos ódios muitas vezes gratuitos, é que as populações requerem ser educadas e ensinadas para tal, pois as massas limitam-se a pensar conforme o sistema assim impõe, aprendem o ódio, e o ódio não é o caminho para a paz, o caminho é estarmos informados, nem que seja por vias alternativas, o caminho é a conciliação de esforços, para uma imprensa livre e coerente, o caminho passa pela Independência da Palestina sim, mas sem o terrorismo do "Hammas", sem as mentiras de uma grande parte da imprensa, pois ambos os povos têm direito a viver com dignidade, com liberdade de expressão e de informação, ou não terão os judeus direito a ter o seu próprio país? ainda há pessoas com uma mentalidade preconceituosa e sobretudo antissemita.  Urge fazer do foco de notícias, apenas os esforços para a paz, de forma meramente informativa e não tendenciosa.

Autor Filipe de Freitas Leal


Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

 
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