sábado, 13 de dezembro de 2014

Catastroika - A Democracia Morre Onde Nasceu

A Democracia morre onde nasceu, exatamente na Grécia. E morre à mão de tecnocratas, capitalistas e de economistas cujo ideal é desmontar o Estado. Sem Estado, não há poder político, sem poder político não há democracia, por mais que se tente iludir ou fingir a mascara cai sempre.

E quando se diz que a democracia morre, significa que o governo do povo para o povo e pelo povo, tal como na antiga helénica, deixou de ser uma realidade e passou a ser uma utopia invertida, visto que já ter existido e não tem hoje quaisquer condições de poder voltar a existir, sobretudo num mundo totalmente globalizado, dirigido por uma corrente ultra-liberal vocacionado a destituir os Estados da sua propriedade, funções e essência, até que o que sobrar não será mais suficiente para evitar que se torne um mero pró forma.

 A ideologia que nos bombardeou com a consciência do direito do contribuinte, do consumidor, embrulhado num papel bonito e sedutor, não foi mais que uma forma de nos converter a colaboradores inconscientes do desmantelamento das instituições, umas após outras, e num regime onde a economia sobrepõe e se substitui nas funções do poder político, o resultado não poderá ser bom.

Se o comunismo falhou pelo excesso da estatização e de uma pressão cultural e psicológica vigente através de uma ideologia política de economia planificada, o caminho trilhado hoje pelo neo-liberalismo não nos trará melhor sorte. Porque as privatizações de setores chave da economia e a liberalização radical dos mercados gera a catástrofe onde se vende tudo, serviços de água, energia, comunicações, transportes, bancos, correios, aeroportos, e sobrará apenas uma bandeira já sem sentido de nacionalidade.

Portugal um dos países da Europa comunitária, que mais tem perdido com esta politica desde a subida ao poder do ultraliberal Cavaco Silva, que iniciou lenta mas paulatinamente as politica europeias e globalizantes das privatizações, com consequências visíveis e irreversíveis para o país e as gerações futuras.

Abaixo está disponível o vídeo na integra do documentário "Catastroika" focando as causas, os efeitos, e a razão de ser de todo este fenómeno.  



Autor Filipe de Freitas Leal


Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Sócrates Preso - E o Movimento Revolução Branca

Criado em 2012 o MRB Movimento Revolução Branca, quer vir a engrossar as fileiras da acusação como assistente e dar assim uma "força", ao processo de acusação do MP Ministério Público contra o Ex-Primeiro Ministro português José Sócrates, notícias divulgadas pelo site "Notícias ao Minuto".

José Sócrates encontra-se detido preventivamente desde o dia 24 de novembro, numa Prisão de Évora, sendo acusado de corrupção e branqueamento de capitais, num processo que envolve outros três arguidos também presos. Devido ao segredo de justiça não se sabe ainda a que época é que se referem as acusações, se foi durante o seu mandato como Primeiro Ministro, ou se posteriormente a essa data.

O movimento acima referido é um movimento popular  cujo nome até parece retirado da história do inicio do Século XX, onde o então Exército Branco lutava na Guerra Civil contra o regime soviético do Exercito Vermelho, instalado após a revolução de 1917. História à parte, qual é a análise critica que podemos aferir sobre isto?

Quanto a tudo isto, acho estranho e um absurdo, pois assemelha-se ao prazer de ajudar a matar moralmente as pessoas, sem sequer se ter iniciado o julgamento. Estamos se calhar a anos de ver o veredicto final que só à JUSTIÇA compete.

Creio que os cidadãos devem manter a calma e o bom senso, pois a Justiça age sem a necessidade de ajudinhas, mezinhas ou novenas e muito menos de meros linchamentos morais em praça pública, sabe-se lá orquestrados por quem e com que finalidade. Para mim isso só levará a politizar um processo que à partida não deveria ser tido como tal, até porque se aproximam eleições dentro de nove meses e o que está em jogo nessas eleições é a governabilidade e um projeto para o país.

Além disso, creio que este gesto é um ato digno da Idade Média, onde não havia os Direitos Humanos muito menos o Estado de Direito, tratando-se de um tempo em que qualquer pessoa acusada tinha à partida a presunção de culpa e a justiça podia ser feita pelas próprias mãos em determinados casos.

Isto leva-me a convidar quem por ventura leia este artigo a indagar-se, se não serão estes movimentos também algo que prejudica o andamento do processo e que motivam uma politização do mesmo em detrimento da democracia, e do bom funcionamento de cada um dos três poderes soberanos?

Um cidadão com dois dedos de testa, e um pouquinho de dignidade, não se junta a iniciativas nem a favor nem contra, deixa que a justiça aja, e além disso independentemente de o acusado ser culpado ou não, essa pessoa já tem a sua carreira pública destruída. E se por acaso as acusações fossem falsas? E se for ilibado? Já não haveria como voltar a trás, e devolver-lhe a reputação, não chega isso?

Meus amigos leitores, atitudes assim, não são dignas de cidadãos portugueses que viveram quase meio século em ditadura. De acordo com o ideal humanista que defendo, creio que a Liberdade exige respeito por quem tem o direito a ter um julgamento justo, independentemente de nomes ou de cores partidárias. Claro que é natural que se possa ter a sua própria ideia sobre este e outros casos, mas daí a achar que o que a acreditamos é a verdade absoluta e partir para uma condenação em praça pública vai uma grande distância, sendo uma falta de civismo e uma incongruência.

Porque em vez disso não se batem para denunciar outros casos e prender suspeitos de iguais crimes que se encontram em liberdade? É claro que todos nós temos as nossas tendências, e por isso mesmo não devemos esquecer que na política há sempre telhados de vidro.

Autor Filipe de Freitas Leal



Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

domingo, 30 de novembro de 2014

Poema # 32 - Um Brinde

Decidi abrir uma garrafa de champanhe,
Nem sei bem para comemorar o quê,
Talvez tudo, talvez quase nada,
Ou um nadinha de tudo.

Comemorar sobretudo a vida,
Comemorar que mais um dia passou,
Sem que perdesse a esperança,
Sem deixar-me levar num turbilhão,
De um mar revolto, das indecisões.

Um brinde à vida, um brinde a tudo,
O que o Universo hoje nos permite
Um brinde porque há um passado e uma história,
Um brinde porque há um futuro e uma esperança,
Um brinde porque há o aqui e o agora,
Um brinde porque temos de fazer escolhas
E é aqui que reside a festa da vida,
A responsabilidade das nossas escolhas.

Na luta pelos nossos sonhos,
Na conquista das nossas mais profundas
E misteriosas vocações.

Porque nunca é tarde,
Para dizer o que tem que ser dito,
Nem fazer o que deve ser feito
Um brinde a todos os que sonham
Um brinde a todos os que amam,
Um brinde a ti e a mim.
Um brinde
Um




Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

Poema # 31 - Barquinhos de Papel

Procuro-me pensativo durante a noite,
Alumiada por velas, e brilhos,
E o sopro da madrugada como açoite,
Tira-me os pensamentos dos trilhos.

Como se comboios fossem,
Sem ter partida, são de brincar.
Não têm sequer paisagem
E nem onde chegar.

O silêncio ecoa, e faz-me pensar,
Em tudo, e até um pouco de nada.  
Procuro, sempre e sem cessar,
Pois nenhuma ideia é acabada.

Nem sei o quê, ou onde me encontrar
Nem em que posição tentar dormir,
Ou se escolho um sonho para sonhar,
Ao menos um que me faça rir.
Sonhos qual barquinhos de papelão
Deitados à fonte como se fossem ao mar,
E se não lhes deito a mão,
Nem sequer podem navegar.

E sem dormir, aporto nos livros acordado,
Procuro-te nas páginas, com saudades
De ter certezas que tive no passado.
E que hoje são só meras vaidades.

Quem sabe talvez na próxima página,
Ou porque não no sonho que virá a seguir,
As respostas quem as tem ou imagina?
A não ser o caminho que se tem a seguir.




Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

Banco Alimentar - Campanha a 29 e 30 de Dezembro

Os Bancos Alimentares Contra a Fome, realizam este fim de semana, dias 29 e 30 de novembro,  mais uma campanha de recolha de alimentos, como habitualmente é efetuada fundamentalmente nos hipermercados e supermercados de norte a sul de Portugal.
Está prevista para esta campanha de recolha, a participação de mais de 40 mil voluntários, no entanto a organização estende a data para os que preferirem contribuir pela internet com as suas dádivas, ou ainda com a compra de vales nas caixas dos supermercados.
Face à crise e a uma taxa de crescimento exponencial do desemprego, devido a falências de empresas e insolvência de famílias, os portugueses tem dado sinais de solidariedade com os mais desfavorecidos e com as famílias em situação de vulnerabilidade social.
Segundo dados estatísticos do BA Banco Alimentar contra a fome, foram recolhidos no mesmo período do ano passado, aproximadamente 30 toneladas de alimentos, que foram distribuídas por mais 2.500 instituições de solidariedade social por todo o País, abrangendo mais de 400 mil pessoas com ajuda alimentar, esta é uma ideia que vele a pena alimentar.


Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

sábado, 29 de novembro de 2014

Citações # 11 - A Paixão (Erasmo de Roterdão)

"Para que a vida humana não fosse totalmente triste e enfadonha, Júpiter concedeu-lhes muito mais paixões do que razão, na proporção de um asse para meia onça. Além disso, relegou a razão para um canto estreito da cabeça, deixando todo o resto do corpo entregue ao domínio das paixões. Por fim, opôs à razão isolada a violência de dois tiranos: a Cólera, que domina a cidadela do peito, com a fonte de vida, que é o coração, e Concupiscência, cujo império se estende até ao baixo ventre. Como conseguirá a razão defender-se destes dois inimigos, para mais reunidos? A vida comum dos homens mostra-o com bastante clareza. A razão apenas consegue gritar, até enrouquecer, as leis da honestidade. É rainha de quem os homens troçam e injuriam até que, cansada , se cala e se confessa vencida"

Erasmo de Roterdão

(Retirado de "Inteligência Emocional de Daniel Goleman)



Por Filipe de Freitas Leal

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Sobre o Autor                                                                           

Filipe de Freitas Leal é Licenciado em Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa ONG, vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, É Blogger desde 2007, com o ideal de cariz Humanista, além disso dedica-se a outros blogs de cariz filosófico, teológico e poético.

Merkel, Portugal e os Licenciados

Há alguns dias a Chanceler alemã, afirmou que Portugal tinha licenciados a mais, o que gerou um grande celeuma na imprensa portuguesa, deste modo para se saber se o que a Chanceler disse é fundamentado ou não, será necessário comparar dados estatísticos, e ver se há ou não falta de técnicos de nível médio.

No entanto o que há demasiado em Portugal, é desempregados, ora, se o Estado financia, através de bolsas de estudo o ensino superior em detrimento do ensino tecnológico, e sem investir no emprego, claro que ela terá razão.


E se Portugal precisa de captar investimento externo em Industrias mais do que serviços, então é preciso investir na Educação Tecnológica, tal como tinha programado o anterior governo, e ai ela também terá razão.

Não vejo porque a Chanceler iria dizer algo sem se informar primeiro do que estava a dizer. há de certo uma razão para tal afirmação, muito embora incomode muita gente que não gosta de ouvir as verdades.

O problema não é dos licenciados, nem dos trabalhadores ou dos empresários, é sim um problema de gerir bem ou gerir mal os recursos e as necessidades do nosso país.


Por Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor                                                                           

Filipe de Freitas Leal é Licenciado em Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa ONG, vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, É Blogger desde 2007, com o ideal de cariz Humanista, além disso dedica-se a outros blogs de cariz filosófico, teológico e poético.

 
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