A apresentar mensagens correspondentes à consulta Economia ordenadas por relevância. Ordenar por data Mostrar todas as mensagens
A apresentar mensagens correspondentes à consulta Economia ordenadas por relevância. Ordenar por data Mostrar todas as mensagens

terça-feira, 16 de abril de 2013

Famílias Falidas - Os Novos Desalojados



Introdução
“Todas as casas onde há livros,
Quadros e discos são bonitas.
E são feias todas as casas,
Por mais luxuosas,
Onde faltem essas coisas” 
Eugénio de Andrade

A atual situação económica na Europa, e particularmente a situação portuguesa, tendo vindo a agravar-se, vem mostrar, as graves consequências para o país, para as empresas, e sobretudo para as famílias, que ao verem desabar-se-lhes o chão, perdem o seu sustento, poderão perder por acréscimo, tudo quanto tem, e por vezes tudo o que necessitam, e tudo que têm de mais valioso, o lar da família, o emprego, chegando a perder por vezes a saúde, há casos de pessoas que levam para o resto da vida, as consequências das dividas e de uma insolvência daí advinda,  levando, a alegria de viver, e não raras vezes a própria família se divide, perdendo o passado e o futuro.[1]

1 – Como se explica o fenómeno dos desalojados?

"Cada fracasso ensina ao homem
algo que necessitava aprender"
Charles Dickhens

Como nos mostra a visão, no artigo especial “Os novos desalojados” a principal causa deste surto de despejos, ou execuções judiciais, deve-se à crise que tem vindo a agravar-se desde o verão de 2008, com a Crise do Subprime, desencadeada nos Estados Unidos da América em 2006 tendo o seu auge no verão de 2008, alastrando-se desde então pelo mundo inteiro, e particularmente na Europa, que abalada, viu ser colocada em cheque a convergência económica e a consolidação da moeda única, o Euro. A crise, que na altura nasceu financeira, passou também a ter rapidamente, os contornos de uma crise económica, onde a Islândia entrara em banca rota, não tendo afetado o euro por não ser membro da EU União Europeia, já a queda da economia da Irlanda, e o resgate que o país pediu, pôs a nu a fragilidade da moeda única, e da economia europeia, que na realidades encontra-se a duas velocidades, surge o termo PIG’s, para designar de certa forma pejorativamente os países em crise (Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha), que na economia mundial contrastavam com os BRIC’s Brasil, Rússia, Índia e China, países em larga ascendência económica, a ascensão destes países, teve claramente consequências na economia europeia, a partir de deslocalização de empresas fabris, nomeadamente os acordos do OMC Organização Mundial do Comércio que afectou os têxteis portugueses, não sendo competitivos em temos de custo com os da Índia ou do Bangladesh. 

Gustavo Cardoso, escreveu no Público, afirmando que tal como na ciência o Zero Absoluto, não é na realidade possível de ser alcançado, na economia, certas medidas de ajuste e reajuste, não surtem e não surtirão os objetivos meramente teóricos, ou seja, para Gustavo Cardoso, não basta pagar a divida, e nem ter mera política de contenção, é precisamente o contrário que defende, é preciso criar politicas de promoção do emprego e do crescimento económico, tal como nos Estados Unidos da América, e as política tomadas para se poder sair da crise de 29.
[2]

Resumindo, a grave situação social, que se encontra à vista do cidadão comum, dos despejos, das falências de empresas e insolvências de famílias, tem também na sua origem um modelo económico, que não promoveu a estruturação real e concreta da economia, antes produziu castelos com baralhos de cartas, que agora se desmoronam, optou-se pelas auto-estradas, pelas construtoras, e deixou-se de lado a industria, as pescas, a agricultura ou até mesmo o turismo, e na habitação o tripé das construtoras que construiriam, das imobiliárias que vendiam, dos banco que emprestavam, foi essa a resposta que o setor privado deu, às necessidades dos cidadãos, face à ausência de políticas públicas de habitação mais definidas e arrojadas.

Esse modelo não é só nosso, a Espanha trilhou o mesmo caminho, e hoje aproximadamente 500 mil famílias estão sem casa, vidas e lares destruídos devido a um modelo económico errado, que buscou a eficácia e a eficiência sem ter um rosto humano, sem ter as pessoas no centro das suas opções políticas, administrativas e económicas, que esta a acarretar um aumento exponencial de suicídios em Espanha e também em Portugal, onde já se morre mais por suicídio que por acidentes de automóvel.

2 – Que fatores essenciais estão por detrás deste “novo” fenómeno social?

"Quem motiva uma boa ação,
É tão meritório como aquele que a praticou”
Talmude

Os fatores fundamentais, se voltarmos na história, a não muito anos atrás, teremos a compreensão que se trata de paradigmas, que foram intensificados com a queda do muro de Berlim, e o fim do braço de ferro, entre a corrente socialista soviética e a área capitalista liderada pelos Estados Unidos da América e pelas potencias europeias, como o Reino Unido, França, Itália e a então, Alemanha Ocidental, que até então tinham políticas sociais baseadas no Wellfaresate, pode-se dizer que o Projeto europeu, preconizava a convergência económica entre os diversos povos da Europa, mesmo à altura do socialista francês Jacques Delores, que defencia uma politica social que era em muito, baseada no modelo próximo do Wellfare Sate, que começou a alterar-se com o moderado democrata-cristão luxemburguês Jacques Santer, que foi aliás a partir dessa altura que a hegemonia socialista declinou dentro da União Europeia, devido precisamente ao fim da Cortina de Ferro, e ao inicio de uma expansão económica a Leste, há aqui uma forte componente ideológica, que aproveitou o facto de o Comunismo e do Socialismo terem falhado para promover, baseado no paradigma Neo-Liberal as politicas económicas e financeiras, com vista à criação de um Banco Central e de uma moeda Única forte para toda a Europa. É aqui que reside parte do problema, ou seja os Bancos Centrais de cada país da zona Euro, perderam a capacidade e a soberania, para indicar quais as políticas a seguir, que promovam o emprego e o crescimento económico, sendo que o BCE também não os substituiu nesse sentido, e limita-se a fiscalizar as contas das finanças dos países membros da moeda única, e a controlar a despesa pública, pelo que é inibido o investimento estatal que possa promover o crescimento, tal como ocorreu no New Deal, que só assim pôs termo à crise de 1929, como prova disso temos já o adiamento do Novo Aeroporto de Lisboa, do TGV e outras grande obras públicas, que poderiam ser o mote de relançamento da nossa economia.

3 – Que tipo de alterações ou necessidades pode suscitar uma súbita modificação das condições de acesso à habitação?

"A grandeza de uma profissão é talvez
Antes de tudo, unir os homens:
Não há senão um verdadeiro luxo,
e esse é o das relações humanas"
Antoine de Saint-Exupery

Como resposta, podemos olhar para trás e ver o que se verificou nos Estados Unidos da América, em que várias famílias, ao perderem as suas casas, literalmente ocuparam praças públicas, com tendas, e viveram nessas tendas, obviamente em condições sub-humanas, tinha-se instalado uma crise social da habitação, ou podemos olhar agora para Espanha e ver o que já se passa por lá, com o aumento exponencial de suicídios.
Por cá, a agência de notícias lusa, informava em 2011, que o aumento de “Pessoas Sem Abrigo” teve desde 2008, um aumento de 20% a 30%, a partir de contagem feita pela AMI Assistência Médica Internacional, com a colaboração de equipas de rua
Há já, neste momento, um agravamento das necessidades habitacionais, e uma readaptação do mercado, no que toca à baixa do valor dos imóveis, devido à crise financeira e económica, acompanhado também de uma baixa no valor do arrendamento, não obstante, a baixa de preços da habitação, não resolve todos os problemas, muitos casais jovens (e não tão jovens) em situação de desemprego de um dos cônjuges ou de ambos, tiveram que devolver as casas ao banco e optar por morar com parentes, outros optaram por imigrar.
A SEDES Associação para o Desenvolvimento Económico e Social, no seu estudo O Impacto da Crise no Bem Estar dos Portugueses, afirma que dos inquiridos no seu estudo em Setembro de 2012, onde indica que 56% afirmavam poder vir a não honrar os seus compromissos nos próximos 12 meses, que é um sinal alarmante, tendo em conta que a estagnação, embora com oscilação de valores percentuais, tem vindo a ocorre no nosso país desde 2002, ou seja mesmo antes da crise do subprime, e a esperada recuperação não veio, e agravou-se, afetandos todos os setores da sociedade e trazendo problemas acrescidos em todas as áreas, se Portugal importa cada vez menos, devido à queda da procura, também as exportações diminuem, pois a falência das empresas diminui a oferta de produtos e a capacidade de exportar, somando à queda da procura dos nossos produtos no mercado externo gerando mais falências e despedimentos, ou seja todos os setores são afetados e a habitação é uma deles, tornando-se hoje um problema social, cuja continuidade da crise poderá agravar ainda mais o desemprego e através disso o incumprimento no pagamento da habitação, por parte das famílias e a consequente insolvência de pessoas singulares.

4 – Que soluções (Públicas, Privadas, Cooperativa ou Solidárias) são apresentadas ou podem ser apresentadas para enfrentar este problema social?

"Ama a modesta profissão que aprendeste
E contenta-te com ela"
Marco Aurélio

No mesmo estudo da SEDES, (acima citado) aponta que 45% dos portugueses estão resignados com a situação e acham que não vale a pena fazer mais nada, no entanto a persistência dos problemas, e sobretudo o agravamento dos mesmo, implica que se façam tomar medidas, e cuja solução poderá passar, na minha opinião pessoal, pelo apoio e incentivo ao associativismo e à incrementação das cooperativas, não apenas de cooperativas de habitação, também na cooperativas agrícolas, e cooperativas de distribuição, criando um mercado mais humano e economicamente sustentável, e fundamentalmente na habitação, esse associativismo e cooperativismo permitiria fazer crescer a produção, recuperação de imóveis e até de zonas habitacionais degradadas, recorrendo inclusive a novos materiais alternativos de construção, e a poder criar uma arquitetura urbana de rosto humanista, promovendo uma sustentabilidade económica e ambiental das pessoas com a comunidade e o meio envolvente, suprindo a sociedade de infra estruturas comunitárias, de cariz cooperativo desde a educação à saúde, passando pela cultura e o lazer, fundamentada numa nova economia local e desse modo se criaria mais empregos, permitindo uma oferta a baixos custos da habitação, mas também de bens e serviços.

5 – Deverão as famílias esperar mais do governo e das suas políticas de habitação?
 "Não é a consciência que precede ao ser social,
Mas é o ser social real que precede à consciencia"
Karl Marx

A tendência atual dos governos Néo-liberais na Europa, é de menos intervenção e mais regulação, ora isto mostra-nos o que se poderá vislumbrar, por parte do Estado, no momento de nos perguntarmos sobre o que deverão esperar os cidadãos, e sobretudo podemos prever quais as opções que o governo tomará.
Observa-se que os gastos do Estado com a habitação social, têm vindo a reduzir, já desde 2006 e sobretudo acentuam-se com a crise do Subprime de 2008, é de esperar pois uma diminuição dos gastos com a habitação, o que propiciará talvez, a tendência de habitação clandestina com consequência da crise, mas que não é uma novidade em Portugal, pois cerca de 40% das habitações na década de 70 eram ilegais, e sem falar de barracas dos bairros de lata.
Não têm sido tomado em conta, as necessidades de alojamento e a real clientela das políticas públicas, e essa é uma das questões centrais da Política de Habitação, segundo Isabel Guerra do ISCTE/IUL no seu estudo de 2011 intitulado “Cidades, Comunidades e Territórios, o que nos leva a crer que há que haver uma alternativa ao centralismo no que toca à habitação em Portugal, e não tem que passar necessariamente pelo poder local, mas sim ser efetuado em parceria tanto com o poder local como com a iniciativa quer do associativismo quer do cooperativismo.

6 – Afinal o que é ou como se manifesta a preocupação social da habitação?

"Meu ideal político é a democracia,
Para que todo o homem,
Seja respeitado como individuo,
E nenhum venerado "
Albert Einstein

O presente trabalho, vem abordar o tema da habitação, no contexto de Políticas Públicas, e obviamente trata-se de uma preocupação social, isso traduz-se em algumas politicas quer diretas quer indiretas que o governo promove, para solucionar as necessidades de alojamento, em particular de populações carenciadas, essa preocupação social pode traduzir-se quer em apoio ao arrendamento jovem, ou em situação de pessoas ou famílias em dificuldades, o apoio ao aluguer com ajuda monetárias por parte das câmaras municipais no que é chamado Habitação a Custos Controlados, e é feito na base de um banco de casas para arrendar, pode passar também pela construção e reconstrução de imóveis, bem como de programas de urbanização que tentam criar uma nova dinâmica social a um determinado bairro e com o objetivo de promover também a inclusão social.
Dos programas públicos para a promoção da habitação e do alojamento, temos a PROHABITA, que pode também financiar a reconstrução da habitação, temos ainda o PER Programa Especial de Realojamento, que permite aos municípios a erradicação das barracas dos bairros de lata e o realojamento dessas populações.

Trabalho Académico de Políticas da Habitação
Licenciatura em Serviço Social
Orientador: Professor Doutor Albino Cunha
Autor: Filipe Leal (210.425)

Lisboa, abril de 2013 

8 –Bibliografia

Guerra, Isabel (2011) “Cidades, Comunidades, Territórios” – ISCTE/IUL – Lisboa, pág. 42
Sapo-Notícias (2011) “Número de sem-abrigo aumentou 20% a 30% desde 2008” Site consultado 14/04/2013.
SEDES, (2012) “O Impacto da Crise no Bem Estar dos Portugueses”
Público (2013) “O Zero Absoluto” Página consultada dia 14 de Abril de 2013.

Abril (2013) “ Espanha: Suicídios de pessoas que perdem as casas” Página consultada dia 14/04/ 2013.


Autor Filipe de Freitas Leal


Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Pereira de Moura um Professor na Resistência

Gostaria de deixar escrito aqui, um artigo que iniciei na Wikipedia, sobre um tio meu, cuja memória me é muito querida, pois sempre senti muita afinidade e admiração por ele, quando eu era pequenino apenas o conhecia por Tio Chico, onde todos os anos ia passar à sua casa as noites de Natal com toda a família, lembro-me ainda que a casa do meu tio tinha as paredes repletas de livros, do teto ao chão, do hall de entrada, à sala, e até os corredores todos cheios de livros e mais livros.

De seu nome completo, Francisco José da Cruz Pereira de Moura, nasceu em Lisboa, a 17 de Abril de 1925 — e faleceu a 4 de Abril de 1998 ) foi um destacado economista e professor universitário português,[1][2] licenciado em finanças, em 1950, pelo Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras (atual ISEG) da Universidade Técnica de Lisboa e Doutor em Economia, em 1961, pela mesma Universidade, Pereira de Moura viria a ser professor catedrático no Instituto Superior de Serviço Social de Lisboa, e mais tarde do Instituto Superior de Economia e Gestão, onde foi professor de grandes personalidades da vida económica e política de Portugal, como João Salgueiro, Francisco Louçã, entre outros.[1]

Opositor do regime salazarista, fundou juntamente com outros companheiros de luta antifascista a Comissão Democrática Eleitoral (CDE), que viria a dar origem ao Movimento Democrático Português (MDP/CDE).[1]

Participou na vigilia da Capela do Rato, onde viria a ser preso pela Direcção-Geral de Segurança, a polícia política do regime, e demitido do seu lugar de professor do Instituto Superior de Economia.[2]

Na sequência da Revolução de 25 de Abril de 1974, Francisco Pereira de Moura representou o Movimento Democrático Português (MDP/CDE) como ministro sem pasta no primeiro governo provisório de Adelino da Palma Carlos e no terceiro governo provisório, e foi ministro dos assuntos sociais no quinto governo provisório de Vasco Gonçalves,[1][2] retirando-se no entanto da vida política, com a normalização da situação política e económica em Portugal, regressando ao ensino superior, em Portugal e também no estrangeiro, nomeadamente em Moçambique, deixando vasta obra técnica na área da Economia, dentre os quais o seu famoso livro "Lições de Economia", lançado pela Editora Livraria Medina.


Referências

  1. a b c d Louçã, Francisco (Abril de 1999). Francisco Pereira de Moura: the founder of modern economics in Portugal - 1925-1998 (em inglês). American Journal of Economics and Sociology. Página visitada em 4 de Dezembro de 2010.
  2. a b c Biografia de Francisco Pereira de Moura. netsaber.com.br. Página visitada em 4 de Dezembro de 2010.


Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

A Situação Social e Económica de Portugal

1 - Introdução

O livro lançado pelo Diário de Notícias, com o título “O Estado a que o Estado chegou”, é um projeto editorial, que através de reportagens e entrevistas, publicadas no respetivo diário lisboeta, entre os dias, 7 a 14 de janeiro de 2011[1], teve como objetivo despertar os portugueses, para a real dimensão da crise e das suas razões.

Nessas reportagens foi ilustrado o aparelho do Estado, como sendo um edifício, que não funciona bem, por ser mal construído, velho, desorganizado, com brechas, dispendioso e desequilibrado tal como a Torre de Pisa,[2] aliás ilustração clara, que foi adotada para capa do livro.

Ouve-se comentar nas ruas e nos cafés, sobre a tão falada crise e dos erros políticos, da classe dirigente, fala-se com facilidade de tudo, na linguagem simples e popular, mas qual é afinal a origem do problema? Qual é a real dimensão da situação? Quais são as consequências e quanto tempo vai ser preciso até equilibrar as contas e colocar o País a produzir e exportar? São essas as perguntas que nos surgem quando a leitura deste livro faz-nos viajar através dele ao país real, e é a partir daí, que passamos a nos debruçar mais atentos às questões, que urgem e que a todos diz respeito, sem exceções, tanto ao cidadão comum como aos decisores do Estado e privados.

2 - Análise da Obra

Podemos para ilustrar, começar por exemplos que nos saltam à vista na despesa pública, nos dados fornecidos pela obra[3], onde se constata que Portugal tem uma despesa de 47,9% do total do PIB, despesa essa que começou a subir nos governos constitucionais a seguir ao 25 de Abril de 74, tendo vindo sempre a subir, em sucessivos governos, somente com o governo de José Sócrates, teve uma pequena queda na despesa pública (2010), que no entanto não vingou vindo a subir, com a crise instalada em 2008, por causa do Crédito do Suprime nos Estados Unidos, e que contagiando a economia mundial qual efeito dominó, agravou a situação portuguesa; É na sequência dessa crise que surge a falência de vários bancos a nível mundial, levando a Islândia à bancarrota, bancos e seguradoras faliram nos EUA, e por cá foi o BPP Banco Privado Português e o BPN Banco Português de Negócios, que embora falido foi salvo pela Caixa Geral de Depósitos – CGD, que acabou por engrossar os índices do défice público.

A origem do Problema, ao longo do que se lê no livro, é o modelo económico e administrativo que foi adotado, onde se criaram vícios e despesismos desnecessários, para os corrigir, criaram-se organismos para gerir e fiscalizar outros organismos, que além de não gerarem receita nenhuma geram mais despesa e fazem crescer o “Monstro”[4] como as que foram criadas em 2011 para analisar fiscalizar as contas do Estado e as PPP’s, sendo que o estado tem perdas avultadas com as Parcerias Público Privadas, que teoricamente seria o contrario, aliviar a carga fiscal entregando a administração a privados.

Cabe ao TC Tribunal de contas, fazer precisamente a fiscalização das contas do estado e das PPP’s, instituições e organismo, sejam elas quais forem
No entanto o Tribunal de Contas é o retrato fiel do exemplo da situação económica e financeira do Estado, e porque? Pelo simples facto de que de todos os organismos públicos, apenas apresentam contas 1.724 organismos, sendo fiscalizados apenas 418 num total de 13.740·, tendo em conta que o conjunto dos organismos do estado, uma grande quantidade está ou pode ficar isenta de apresentar contas, tornando assim a máquina do Estado mais pesada, e sendo grandiosa, gera uma despesa insuportável, que atinge os 81 mil milhões de euros ano os tais 50% da riqueza produzida no país, tendo vindo a subir consecutivamente o défice que rondava os 9,2% do PIB em 2010.

Não obstante, nascem todos os anos em média, 12 fundações por dia, que vão usufruir de fundos do erário público, para a sua manutenção, tendo a agravante de ordenados avultados.

Esta realidade fiscal e financeira, somada à baixa produtividade e competitividade do país faz com que os mercados internacionais não confiem que Portugal consiga honrar os seus compromissos e tem agido de forma a mostrar isso, subindo para valores nunca antes vistos as taxas de juro para a divida portuguesa.

A obra, viaja pelo país real, em números, em contas que nos assustam a todos e que merecem atenção, à medida que nos despertam para a realidade ou arremessam-nos para um pesadelo. Mostra-nos a obra que o funcionalismo público com cerca de 663 mil funcionários, é exageradamente grande, para um país como o nosso, parco de recursos, a solução encontrada dos recibos verdes no estado, que se prevê aumentar, e que não esta prevista no OE Orçamento de Estado[5] também são um grave indício da situação, outro sinal de alerta é a carga fiscal usada como forma de socorro financeiro, que sobrecarrega os contribuintes, e não soluciona o problema.

3 - A Realidade socioeconómica do País

As crises económicas, não são novidade na história de Portugal, até já tivemos uma situação de Bancarrota no tempo de D. Carlos I, e demorou 10 anos para se sair dessa situação, na I República, houve mais crises, a de 1913-14, levou ao encerramento de dois bancos, desemprego, greves e a queda do governo.[6] Mais tarde outra crise entre 1920-25, trazendo grande índice de inflação, especulação com taxas de juro e desconto aumentou grandemente.

Mas não houveram apenas crises na nossa História, no que se refere à tragédia económica, houve inclusivamente a Bancarrota, que foi declarada parcialmente, e que segundo o jornal “Publico” na sua edição de 10 de outubro de 2011[7] foi uma solução possível na época, pois os bancos que compravam divida pública dos países em crise financeira, fecharam os cordões à bolsa, dado o pânico com a Insolvência da Argentina e do Uruguai. Portugal então sem poder vender divida pública, teve de aplicar medidas de austeridade e viu-se obrigado a declarar a Bancarrota Parcial.

Na introdução ao seu livro “Uma Tragédia Portuguesa”, António Nogueira Leite, afirma que só em 2010 a população portuguesa se apercebeu da situação grave em que o país se encontra[8], sendo pressionado pelos mercados internacionais e pelas agências de rating, entre outros indicadores económicos inegáveis como a subida em 2009 para 9.4% do défice do Estado face ao PIB, fazendo Portugal passar uma das mais graves crises desde 1983, afirma Nogueira Leite no seu livro,[9] observando-se um aumento do custo de vida e uma queda substancial dos ordenados.[10]

O problema de Portugal é estrutural, e está relacionado com o modelo económico seguido logo após a democratização do País com a Revolução dos Cravos de 1974, sendo seguido pela Espanha em 1975 com a morte de Francisco Franco e o restabelecimento da monarquia constitucional. Os países ibéricos, periféricos e tardiamente democratizados, apresentam falhas estruturais e diferenças substanciais entre ambos[11], devido ao modo como cada um fez a democratização e a seguinte organização económico-social, com ênfase no mercado de trabalho especialmente os índices de desemprego, prevê-se que o estado venha a criar trabalho precário triplicando as despesas de recibos verdes como forma de evitar contratações.

4 - A baixa produtividade e o peso do Estado

A Baixa produtividade tem produzido o crescimento do Défice face ao PIB, segundo o gráfico do Eurostat,[12] fazendo com que os credores internacionais não acreditem que Portugal conseguirá cumprir com os seus objetivos, pois o país gasta mais do que consegue produzir, e isso tem sido feito de forma sistemática, afirma o economista António Nogueira Leite no seu livro “Uma Tragédia Portuguesa”, acrescentando que para além da pouca produtividade de riqueza, a poupança é reduzida, perdendo a histórica característica da economia portuguesa, que era uma economia de aforro,[13] Mas é preciso reparar também que as família poupam pouco porque não tem como poupar numa economia como a nossa, onde as famílias tem um alto grau de endividamento, por outras palavras “Estamos todos no mesmo barco do endividamento”, o Estado, as Empresas e as famílias portuguesas, que por falta de uma politica habitacional correta no passado, fez com que os portugueses se endividassem para comprar casa, e isso fez-nos perder a nossa capacidade de poupar veio o endividamento paulatino do país e dos portugueses, na ânsia de um nível de vida que na realidade não era o nosso, como consequência fez com que várias famílias entrassem em situação de insolvência, crescendo o crédito mal parado.

5 - Conclusão

O livro que neste trabalho é referido, “O Estado a que o Estado chegou”, da autoria de vários autores, tais como Carlos Diogo Santos, João Cristóvão Baptista, Rui Marques Simões, Rui Pedro Antunes e Sónia Simões, que sob a coordenação da jornalista Maria de Lurdes Vale, fez um excelente trabalho, no que se refere, ao serviço público de informar a população sobre a realidade do país no que diz respeito aos aspetos financeiros, sociais e económicos.

Outrossim o projeto editorial, teve como objetivo chamar à prática da cidadania, as pessoas comuns que normalmente se vêm afastadas desse processo, tendo sempre em conta que a consciencialização da população é uma grande mais-valia, para a definição de políticas para o futuro.

O livro alertou mais para a realidade do despesismo, com gastos supérfluos e desnecessários que sobrecarregam o erário público e voltam-se contra uma população envelhecida, pobre e descrente do futuro do país, para as gerações dos seus filhos e netos; Ficou no entanto muito por falar, no entanto, aqui não era o espaço apropriado para pedir responsabilidades, não era a plataforma ideal para o lançamento de projetos de futuro, por isso creio eu, que se ficou, apenas por uma análise do que é o presente, no edifício desequilibrado do Estado em que o Estado está.

Filipe de Freitas Leal
15/06/2011

Trabalho Individual de Sociologia Geral II
Professora Doutora Maria de Lurdes Fonseca
Curso de Serviço Social – 1º Ano – Pós Laboral


6 – Autores Citados e Bibliografia

Autores Citados

António Nogueira Leite, Nasceu em Lisboa em 1962, Licenciado em Economia pela Universidade Católica Portuguesa, obteve o grau de Mestre em Economia pela Universidade de Ilinoys, instituição onde se doutorou em 1988, É professor catedrático da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa, foi Secretário de Estado do Tesouro e das Finanças de 1999 a 2000 do XIV Governo Constitucional de António Guterres.
João Ramos de Almeida, jornalista do “Público” desde 1995, é Realizador e Argumentista da empresa “Ânimo Leve” que é uma produtora de vídeos, filmes e documentários, foi jornalista do Expressos entre outros títulos da Imprensa portuguesa.
Robert M. Fishman é um professor de Sociologia e membro do Instituto Kellogg e do Nanovic
Instituto da Universidade de Notre Dame. Seus livros mais recentes são Vozes da Democracia (2004) e (com Anthony Messina) O Ano do Euro (2006). Ele está atualmente escrevendo um livro sobre a prática democrática e resultados sociais em Portugal e Espanha





Bibliografia

Diciopédia (2011) “História | Ciências Sociais e Humanas A Situação económica difícil da I República” página consulta em 11/06, http://www.infopedia.pt/$situacao-economica-dificil-da-i-republica
Fishman, Robert M. (2010), “Rethinking the Iberian Transformations: How Democratization Scenarios Shaped Labor Market Outcomes”, Springer Science+Business Media, LLC
Leite, António Nogueira (2011) “Uma Tragédia Portuguesa”, Alfragide, Lua de Papel.
VV.AA (2011) “O Estado a que o Estado Chegou”, Lisboa, Editorial Notícias.

[1] VV.AA (2011) O Estado a que o Estado Chegou, Lisboa, Editorial Notícias. pp. 11.
[2] Ibidem. pp. 13.
[3] Ibidem. pp. 27.
[4] VV.AA (2011) “O Estado a que o Estado Chegou”, Lisboa, Editorial Notícias. pp. 43.
[5] Ibidem. pp. 75-77.
[6] Diciopédia (2011) “História | Ciências Sociais e Humanas A Situação económica difícil da I República” página consulta em 11/06, http://www.infopedia.pt/$situacao-economica-dificil-da-i-republica
[7] Almeida, João Ramos de (2011) “Economia/Portugal já declarou bancarrota parcial em 1891 e saiu-se bem". Público Online, 10 de Junho, http://publico.pt/1460267
[8] Leite, António Nogueira (2011) “Uma Tragédia Portuguesa”, Alfragide, Lua de Papel, pp. 15
[9] Ibidem, pp. 21
[10] VV.AA (2011) “O Estado a que o Estado Chegou”, Lisboa, Editorial Notícias. pp. 85-87.
[11] Fishman, Robert M. (2010), “Rethinking the Iberian Transformations: How Democratization Scenarios Shaped Labor Market Outcomes”, Springer Science+Business Media, LLC
[12] Eurostat (2011) “Government Finance Estatistic”, Luxemburg, Eurostat Statistical Books
[13] Leite, António Nogueira (2011) “Uma Tragédia Portuguesa”, Alfragide, Lua de Papel, pp. 23.

Filipe de Freitas Leal


Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

sábado, 14 de maio de 2011

Vida e Obra de Max Weber

O Artigo escrito por Carl Diehl, que aqui resumo, foi escrito na revista The Quarterly Journal of Economics em 1923 com o título The Life and Work of Max Weber, onde comenta a vida e a obra de Max Weber, suas posições metodológicas, fala também do “tipo ideal”, da relação entre o protestantismo e o desenvolvimento do capitalismo e das conceções sociológicas de Max Weber.

A morte prematura de Max Weber (1864-1920) chocou toda a comunidade académica e cientifica da época, embora tivesse começado a sua carreira como jurista, Weber desenvolveu as suas atividades como professor, economista, historiador e sociólogo, dedicando-se em grande parte à sociologia e às suas questões mais pertinentes, tendo exercido com as suas obras uma grande influência para as ciências sociais, que ultrapassaram as fronteiras da Alemanha, chegando à maioria dos países mais desenvolvidos de então.


Um dos seus grandes contributos foi o livro “A Ética protestante e o espírito do Capitalismo”, Weber afirmava que a ética é um juízo de valor e que todos os economistas e políticos agiam sempre de acordo com juízos de valor, sendo que o capitalismo é um “tipo ideal” que é um conceito de análise da ciência social mostra a ação voltada para um fim e não apenas no seu aspeto exterior.1

Weber via a sociologia como uma ciência especial por si só e com uma metodologia própria diferente das ciências naturais, aqui a preocupação de Weber era de fazer ver que a sociologia tinha a resposta da compreensão do todo social, suas causas e efeitos, tendo sido com esse espírito e convicção que abraçou a causa da criação da Sociedade Sociológica Alemã.


Weber para além disto tudo tinha uma faceta política, não como um político de carreira, mas também tinha preocupações com a política do seu país, o que mais temia era a instauração de um regime de cariz comunista na Alemanha, e tentou promover a unidade da burguesia com a classe trabalhadora alemã, após a I Grande Guerra Mundial foi nomeado para consultor dos termos do armistício de 1918 e de negociar o tratado de Versalhes bem como de elaborar a Constituição de Weimar.

Análise Crítica

Seu nome completo era Karl Emil Maximilian Weber (Erfurt, 21 de abril de 1864 – Munique, 14 de junho de 1920), era o primogénito de 8 filhos de Max Weber, um renomado advogado e servidor público e de Hellen Falenstein (uma calvinista moderada).

Max Weber já escrevia textos e ensaios aos 13 anos, mostrando a seus pais ser intelectualmente precoce, mas na sua família um dos irmãos (Alfred Weber) também se tornou um sociólogo e economista.


Weber e Mariane em 1894
O Jovem Weber casou-se com uma prima em 2º grau, Mariane Schnitger Weber, uma feminista que escreveu vários livros sobre problemas femininos e a biografia do seu marido após a sua morte prematura: “Weber uma Biografia”.

Deixou inúmeros livros por escrever, como um sobre o sistema completo da sociologia, escreveu como sociólogo sobre diferentes áreas tais como, jurídica, económica, política e religiosa e sobre aspetos metodológicos das ciências sociais e história da economia agrícola, são alguns dos seus textos que foram no entanto edições póstumas, algumas até editadas pela mulher Mariane Weber tais como as palestras sobre “Esboço da História Económica e Social"2

Tendo sido um grande humanista, contribuio sobremaneira para a cultura ocidental com a sua obra, no entanto teve Weber um obra muito extensa, considerável e diversa,3 e o seu contributo é enorme também para a sociologia, tendo vindo de uma formação na infância com influência da religião protestante, e da formação como jurista e economista, que o influenciaram na sociologia, teorizando sobre a sociologia da economia, sociologia política e sociologia da religião bem como na teorização da História Económica e Agrícola, onde fala da Idade Média.

No entanto deixou inúmeros livros por acabar, como um sobre o sistema completo de sociológica, que entretanto foi postumamente editado, bem como outras obras e textos dispersos que abrangiam diversas áreas sociológicas como a económica, política, religiosa e sobre história económica e social, um dos seus mais importantes livros foi “A Ética Protestante e o espírito do Capitalismo” onde afirma que são as ideias protestantes que estão na base do desenvolvimento do capitalismo, 4.


Outros livros importantes foram Economia e Sociedade, 1910/1921; História Geral da Economia, 1919; A Ciência como vocação, 1917 entre outros.

Das ideias e conceitos de Weber, um que se destaca é o Tipo ideal, e define um conjunto de tipos ideais tais como a democracia e o capitalismo ou mesmo o feudalismo. Mas lembrando do capitalismo Weber desenvolveu a teoria da origem do capitalismo pelo cristianismo protestante, observando na sociedade alemã que os protestantes eram a elite da sociedade e até os trabalhadores assalariados teriam melhores qualificações e habilitações para o trabalho do que os católicos, e defendeu a ideia que os protestantes estariam voltados para um racionalismo económico, que os colocava forçosamente no topo da sociedade.

Da Wikimédia Commons
Max Weber com Ernst Toller em 1917
Estudou o anglicanismo, calvinismo  luteranismo e voltou-se também para outras correntes do cristianismo protestante com vista a comprovar a base protestante do desenvolvimento do capitalismo, como algo que está na própria doutrina religiosa. 

Foi a 20 de junho de 1920, que a “Pneumónica” (gripe espanhola) levou prematuramente um dos fundadores da sociologia, aos 56 anos.

Bibliografia e Sitografia Consultada
·         CARL DIEHL, The Life and Work of Max Weber, in The Quarterly Journal of Economics, Vol. 38, No. 1 (Nov., 1923), pp. 87-107
·         RAYMOND ARON, As etapas do pensamento sociológico, 9ª Edição – Dom Quixote, 2010. Pgs 487-541
http://www.infopedia.pt/$max-weber – acedido em 08/05/2011 e 13/05/2011
http://www.culturabrasil.pro.br/weber.htm – acedido em 08/05/2011
1 Max Weber. In Infopedia, Porto: Porto Editora, 2003-2011 [consulta. 2011-05-13]
2 Carl Diehl, The Life and Work of Max Weber, in The Quarterly Journal of Economics, vol 38 No 1 (Nov, 1923), pp 89
3 Raymond Aron – As etapas do pensamento sociológico, pg 485
4 Max Weber, In “Cultura Brasil” – www.culturabrasil.com.br [consulta 2011/05/08]
5 Idem.

Autor Filipe de Freitas Leal

contador de visitas Pessoas visitaram esta página

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

 
Projeto gráfico pela Free WordPress Themes | Tema desenvolvido por 'Lasantha' - 'Premium Blogger Themes' | GreenGeeks Review