Até aos dias de hoje, o Brasil ainda mantém um hábito que advém do tempo de Colónia, é o facto de chamarem a pimenta preta, por "Pimenta do Reino", é curioso saber o porquê disso.
Como se sabe, a maioria das especiarias não havia na
Europa, mas sim na Índia, ou nos vários países da Península Indiana, denominada
de Indostão, o comercio das especiarias remonta ao século IV AEC (Antes da Era
Comum).
A Rota das Especiarias, eram rotas comerciais que traziam para a Europa as especiarias plantadas no Indostão, rotas essas que eram monopolizadas pela República Veneziana (um dos mais importantes países da Península Itálica a par dos Estados Pontifícios e da República Genovesa), mas que foi bloqueada pelo Império Otomano com a conquista de Constantinopla.
A tomada pelos turcos-otomanos de Constantinopla que passou a chamar-se de Istambul, fez aumentar o custo das especiarias no mercado europeu. Essa situação
impulsionou Portugal a investir na navegação, para que descobrisse fora do Mar
Mediterrâneo o Caminho Marítimo para as índias (O Indostão). Dessa tentativa
resultou em 1500 a descoberta do Brasil, com a fundação das primeiras cidades
portuárias, e mais tarde a construção da Cidade do Cabo na África Austral,
entreposto de abastecimento que permitiu chegar até às índias, ou Indostão.
A partir dessa época, no século XVI, Portugal passou a plantar em Portugal Continental (Vulgo Metropole) as especiarias, em particular a Pimenta. E monopolizava o comercio das especiarias com os restantes países da Europa vencendo assim o bloqueio turco-otomano.
As especiarias como a pimenta passaram a ser plantadas em Portugal, que passou a ter o monopólio da venda na Europa e também nas Colónias portuguesas, sendo que nas colónias, a pimenta não poderia ser
plantada, não saia de Portugal uma única muda da planta, daí, que a pimenta preta quando desembarcava nos portos portugueses
das várias colónias, incluindo o Brasil, já não era a Pimenta da Índia, mas
passou a ser a Pimenta do Reino até aos dias de hoje.