A Crise Política - A sustentabilidade dos governos no Brasil sempre foi muito frágil desde o fim da ditadura, o sistema eleitoral, foi mal estruturado e acabou por fazer com que, mais de duas dezenas de partidos dividam entre si os assentos parlamentares, o Presidente, que no Brasil é quem governa, não tem como fazer valer o seu programa de governo, senão por um complexo sistema de alianças e jogos político-partidários. Com esta bomba política que caiu contra Temer na tarde do dia 16 de maio, levou os aliados no Parlamento dessem em debandada, a base de apoio ruiu.
Temer disse no entanto que não renunciaria, ainda que se mantenha no poder, não conseguirá governar nestas condições, o que prejudicará ainda mais a já frágil recuperação económica, além de toda a situação causada, vir prejudicar a imagem do Brasil na comunidade internacional.
Segundo, porque trata-se de um acontecimento fraturante na sociedade, não por uma divisão dicotómica de esquerda e direita, mas pelo facto de que os valores pátrios e os discursos políticos tornam-se insignificantes, criando um vazio político, ideológico mas sobretudo moral, pois os que estão no topo, dão os exemplos da incúria e sobretudo do desrespeito para com os contribuinte e os seus eleitores, por outras palavras, "faz o que eu digo, não faças o que eu faço", ou como diz um ditado árabe: "A árvore quando é cortada, repara com tristeza que o cabo do machado que a corta é de madeira".
A Situação é grave, e Temer será pressionado a renunciar, inclusive pelos membros do seu partido, para salvar o que ainda pode ser salvo da imagem política do partido, do parlamento e do país. O próximo presidente será interino e terá que marcar eleições presidenciais indiretas, para um exercício no cargo por um ano, assim pode-se antever que 2018 será o ano crucial e mais difícil da política no Brasil.
Autor: Filipe de Freitas Leal