Mais de 1100 Famílias insolventes no 1º trimestre de 2011
O numero de famílias que se declara em situação de insolvência não para de subir, desde o inicio do ano, pessoas que perdem emprego, carro e até casa, famílias que se separam e uma série de outras consequências que atingem a depressão e doenças psicossomáticas a ela relacionadas, chegando a haver casos de suicídio em que a imprensa tem vindo sabiamente a evitar falar para não alarmar a população.
Esta crise não nasce só da crise americana do Suprime de 2008, nem apenas da crise orçamental e financeira que abala todo o mundo desde a Irlanda, depois Grécia e Portugal, ameaçando agora da Espanha à França e dos EUA ao Japão (Ou seja todo o Mundo).
Por sua vez o telejornal da RTP, noticiou em meados de agosto que o crédito mal parado atingia já 660.000 famílias (3) ver Aqui, e a cada dia fecham em média 17 empresas em todo o País, arrastando para o desemprego cada vez mais e famílias; Curiosamente nascem como cogumelos lojas de compra de ouro, onde as pessoas em dificuldade tem ido vender as suas joias para pagar a casa, o carro e até comprar mantimentos.
Culpar os políticos só por si não resolve, e nem faz justiça, para se ser justo é preciso apontar o dedo à classe empresarial portuguesa, sempre tão míope, formada por vezes por provincianos gananciosos e com poucos projectos de futuro a não ser o deles mesmos e da sua prole. É o caso dos nossos capitalistas que ao contrário dos vizinhos europeus, não querem "ajudar" (como diz o nosso presidente) a pagar a fatura e a contribuir para desenvolver o país. Mas fazem o favor de aproveitar a crise para gerar mais desemprego e continuar a enriquecer mesmo que não sejam minimamente inteligentes e que a maioria da nossa indústria devido a esses senhores teime em não ser competitiva, se estiver a dizer algo que não gostem fiquem já os leitores avisados que é o que se fala pela Europa fora.
A crise portuguesa não advém de uma grande divida externa ou de uma bolha financeira, mas sim da perda de competitividade das nossas empresas, da nossa economia, da nossa classe empresarial e dos nosso políticos, que teimando em nos dar estádios de futebol, telenovelas em vez de formação escolar e profissional.
Nunca houve uma politica coerente de habitação, o povo teve que se endividar para adquirir casa, a preços sempre mais sufocantes a que o povo cedeu.
Agora que as coisas estão piores, que é que vai ser sacrificado? O caro leitor acertou em cheio, sim é você mesmo, e também eu e muitos de nós, que nos sentimos a trabalhar para o boneco, sem ter alternativa, até porque somos pacíficos de mais e Eles contam com isso.
Não foram os portugueses com a sua passividade que alertou a preocupação da cúpula da União Europeia, foi a revolta nas ruas de Atenas, de um povo que se sente vilipendiado nos seus direitos e nos seus sonhos, pela classe política que provou ser formada por alguma gente gananciosa e irresponsável.
Claro que a crise americana atirou-nos para esta crise, claro que os gastos excessivos com parcerias e com consultorias de projetos sempre adiados pioraram a situação, os juros então nem se falam esvaziaram-nos as possibilidades de reagir, sendo um país já de si pobre, a margem é diminuta, mas daí a crer que é à base do desemprego, dos impostos compulsivos contra a classe média, dos medicamentos sem comparticipação contra os reformados e os mais pobres, a diminuição dos apoios sociais, ou ainda da privatização das empresas estatais que dão lucros, e que ainda por cima os funcionários serão mais uma fileira de desempregados por todo o país, claro que não acredito nesse remédio, que para além de ser amargo é contrário ao que se exige de um mínimo de justiça social num país dito de Estado de Direito, é contrário às famílias falidas, é contrário ás pequenas e médias empresas que pagam muitos impostos e é contrário à Democracia!
Só espero não ver a pobreza, como motivo de recordação dos turistas que por cá passam a fotografar a nossa paisagem.
Autor Filipe de Freitas Leal