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segunda-feira, 30 de abril de 2012

19 de Abril de 1506 - O Pogrom de Lisboa

 um monumento em Lisboa, que para além de belo, é de suma importância histórica, por ele passam centenas talvez milhares de pessoas, sem o ver ou vendo sem lhe dar importância devida, trata-se do monumento em homenagem aos judeus mortos no ano de 1506, no chamado "Pogrom de Lisboa" ou a "Matança dos Judeus de Lisboa", página trágica e cruel da nossa história, pois não pensem as gerações atuais que a perseguição e morte de judeus só ocorreu no Holocausto Nazista. Séculos antes por toda a Europa incluindo como aqui vemos Portugal, foram mortos milhares de judeus, quer pela inquisição quer em motins (Pogroms) de cariz anti-semita, tendo o povo judeu sido o bode expiatório para todo o tipo de males sociais.
Era o Ano de 1506, 19 de Abril, Portugal vivia uma seca muito grande, crise económica e peste, nas igrejas rezavam-se novenas, faziam-se procissões e rezavam-se missas, para combater o mal. Naquele fatídico dia segundo foi escrito por cronistas da época, um pseudo milagre estaria a acontecer, no interior da Igreja de São Domingo na baixa lisboeta, um cristão-novo (judeu obrigado a converter-se ao catolicismo) fez m comentário a desfazer a ideia do milagre, a Ira dos fiéis tornou-se numa turba enraivecida,   as mulheres e homens agarraram nesse e noutros cristãos novos e os espancaram até a morte em frente à entrada da Igreja, depois não satisfeitos com a morte dos inocentes, esquartejaram-nos e fizeram uma fogueira para queimar os corpos, padres dominicanos em vez de conterem a fúria, atiçaram a população para marchar até ao bairro dos judeus, onde famílias foram retiradas de suas casas, homens, mulheres, velhos e crianças, espancados e mortos.
Foi assim durante cinco dias, de uma loucura indomável, que o Rei D. Manuel I, teve de enviar tropas especiais para por cobro à vergonha, visto que amigos e funcionários régios foram mortos, o cheiro dos corpos queimados enchia toda a atmosfera de Lisboa, o ambiente era dantesco. Após as tropas reais reporem a ordem a 24 de Abril, o saldo de mortos ultrapassava os 2500, o Rei mandou retirar do Brasão de Lisboa o título de "Honrada".
O Presidente Jorge Sampaio, foi o único chefe de Estado, que pediu oficialmente na Sinagoga Sharé Tikvah, perdão ao povo judeu pelos erros cometidos no passado, tendo também inaugurado o monumento na fotografia acima.
Este é baseado no artigo: "A matança de Lisboa de 1506" da autoria de Carlos Baptista da Javurah de Lisboa (Espaço Isaac Abravanel)


Autor Filipe de Freitas Leal


Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Do Solis Invictus ao Natal de Hoje

Eis um tema interessantíssimo, que relata um pouco da História do Natal e de factos curiosos, esta festa tão grandiosa e com uma abrangência mundial que tanto encanta, mas da qual se sabe pouco, no que se refere à origem do Natal.
A História
Na antiguidade do Império Romano, celebrava-se a 25 de Dezembro a festa de Solis Invictus, de cariz pagão, que tendo sido instituído pelo Imperador Aureliano (adorador do Sol, como deus) decidiu instituir o Sol como o deus máximo do império romano, e o dia de Solis Invitus como dia de comemoração desse deus, e principal efeméride do império de nome completo "deus Solis invuctus", traduzindo para o português significa "deus sol invencível) e comemorava-se também o solstício de Inverno.
Com o advento e ascensão do Cristianismo católico, a Igreja tenta apagar os vestígios pagãos, dando um significado cristão às festas, passando a usar o dia 25 de Dezembro para simbolicamente comemorar o nascimento do Messias o Salvador, embora não se saiba o dia do nascimento de Jesus. Isto ocorreu apenas no Séc. IV, logo a origem do Natal não é de facto bíblica. Mas com o propósito de cristianizar foi encarado como sendo válido, inclusive os meses de Kislev e Tevet (Novembro a Janeiro) são meses frios e chuvosos, e isso contrasta com a presença de pastores referidos segundo a Bíblia na altura do nascimento de Jesus. logo a data de Dezembro é apenas simbólica do nascimento de Jesus, pois o menino Messias terá nascido alguns meses antes.
Os Símbolos Natalícios.
São Nicolau
Os símbolos religiosos dos primeiros cristãos, fosse para que celebração fosse, eram sempre os símbolos judaicos, mas com o tempo e a expansão do cristianismo e a separação deste face ao judaísmo, começaram a aparecer novos símbolos inclusive os do Natal, como São Nicolau, denominado de Pai Natal ou Papai Noel ou Santa Claus também é a desvirtuação de um santo católico, Nicolau, que terá nascido na Turquia, chegando a ser Bispo em Mira na Grécia, após a sua morte foi sepultado em Bari na Itália onde se encontra ainda o seu sepulcro.
Por outro lado a introdução da Árvore de natal é mais recente vinda do norte da Europa, terá tido provavelmente origens da religião e tradições druídicas dos países nórdicos, hoje está comummente associada ao Natal, mas também com um forte sentido consumista, fazendo perder gradualmente o seu conteúdo religioso.
Árvore de Natal
Hoje em dia, o Pai Natal moderno nada tem a ver com um senhor gordinho de barbas brancas, e vestido de vermelho, ou tendo vindo da Lapónia num trenó puxado por renas, essa foi uma adulteração que sofreu pouco a pouco à medida que se desvinculava o carácter religioso da festa e se atribua mais o simbolismo do consumo. E nesse sentido até a cor vermelha é fruto de uma campanha de marketing promocional levado a cabo pela Coca-Cola em 1906, vestindo o bispo de vermelho para aumentar as vendas da milagrosa bebida que antes era vendida em farmácias.
Nos países católicos, manteve-se por muito tempo uma grande resistência aos novos símbolos do Natal, o espaço era para o Menino Jesus, que era quem dava as prendas, Maria e José mais o menino estavam presentes no Presépio, que por iniciativa de São Francisco de Assis por volta do ano de 1220, e que era a representação iconográfica das personagens e do cenário bíblico do Novo Testamento à época do nascimento de Jesus Cristo. A etimologia da palavra presépio vem do latim e significa curral, estrebaria, formado pelas palavras Prae = À frente, e Saepes = fechado.
Presépio português
A consoada, ou ceia, é a refeição que se toma a seguir à missa do galo, e quando as pessoas voltavam para casa, então ceavam, unia as famílias, havia a Missa do galo, mas tudo isso tem vindo a desmoronar com um Natal capitalista, onde até os Chineses, fabricam  árvores de natal e enfeites de natal para espalhar por todo o mundo.
A todos que nos acompanham, que nos apoiam, que nos aconselham e que sobretudo crêem neste projecto que é "O Blog Humanista", um grande voto de um Natal Feliz, e de um Ano Novo de 2012 e que a humanidade desperte, ainda que lentamente, mas de forma decisiva para a necessidade de uma atitude mais humanista connosco mesmos, com o próximo, a comunidade e o mundo. 
Consoada ou Ceia de Natal, de acordo com a tradição portuguesa.







Autor Filipe de Freitas Leal


Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Pereira de Moura um Professor na Resistência

Gostaria de deixar escrito aqui, um artigo que iniciei na Wikipedia, sobre um tio meu, cuja memória me é muito querida, pois sempre senti muita afinidade e admiração por ele, quando eu era pequenino apenas o conhecia por Tio Chico, onde todos os anos ia passar à sua casa as noites de Natal com toda a família, lembro-me ainda que a casa do meu tio tinha as paredes repletas de livros, do teto ao chão, do hall de entrada, à sala, e até os corredores todos cheios de livros e mais livros.

De seu nome completo, Francisco José da Cruz Pereira de Moura, nasceu em Lisboa, a 17 de Abril de 1925 — e faleceu a 4 de Abril de 1998 ) foi um destacado economista e professor universitário português,[1][2] licenciado em finanças, em 1950, pelo Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras (atual ISEG) da Universidade Técnica de Lisboa e Doutor em Economia, em 1961, pela mesma Universidade, Pereira de Moura viria a ser professor catedrático no Instituto Superior de Serviço Social de Lisboa, e mais tarde do Instituto Superior de Economia e Gestão, onde foi professor de grandes personalidades da vida económica e política de Portugal, como João Salgueiro, Francisco Louçã, entre outros.[1]

Opositor do regime salazarista, fundou juntamente com outros companheiros de luta antifascista a Comissão Democrática Eleitoral (CDE), que viria a dar origem ao Movimento Democrático Português (MDP/CDE).[1]

Participou na vigilia da Capela do Rato, onde viria a ser preso pela Direcção-Geral de Segurança, a polícia política do regime, e demitido do seu lugar de professor do Instituto Superior de Economia.[2]

Na sequência da Revolução de 25 de Abril de 1974, Francisco Pereira de Moura representou o Movimento Democrático Português (MDP/CDE) como ministro sem pasta no primeiro governo provisório de Adelino da Palma Carlos e no terceiro governo provisório, e foi ministro dos assuntos sociais no quinto governo provisório de Vasco Gonçalves,[1][2] retirando-se no entanto da vida política, com a normalização da situação política e económica em Portugal, regressando ao ensino superior, em Portugal e também no estrangeiro, nomeadamente em Moçambique, deixando vasta obra técnica na área da Economia, dentre os quais o seu famoso livro "Lições de Economia", lançado pela Editora Livraria Medina.


Referências

  1. a b c d Louçã, Francisco (Abril de 1999). Francisco Pereira de Moura: the founder of modern economics in Portugal - 1925-1998 (em inglês). American Journal of Economics and Sociology. Página visitada em 4 de Dezembro de 2010.
  2. a b c Biografia de Francisco Pereira de Moura. netsaber.com.br. Página visitada em 4 de Dezembro de 2010.


Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

 
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