Na Síria, a população celebrou nas ruas de Damasco e de forma efusiva, o fim de uma ditadura de mais de cinco décadas. O regime sírio do Partido Socialista Baath e do Presidente Bashar Al Assad caiu, obrigando Assad a abandonar o Poder e fugir de avião no domingo dia 8 de dezembro, este facto é para os seus adversários e inimigos uma boa noticia, mas não para os seus aliados principais a Rússia de Putin que perde um aliado na região, e para o Irão dos Ayatollás, porque a queda de Assad estanca o fornecimento de armas para as organizações terroristas como o Hezbollah e o Hamas, e corta a ligação aos seus próxis, além de ter a imagem do regime afetada.
Israel e a Turquia são os principais beneficiários da derrocada da ditadura da despótica família Assad, que estava no poder desde 1970. O Enfraquecimento do Irão beneficia o combate de Israel contra o Hamas e o Hezbollah, a Turquia beneficia porque viu-se livre de um adversário de longa data, mas os Estados Unidos ganham em toda a linha na medida em que destronaram a Rússia das suas posições no Médio Oriente, surgem no entanto, novas dúvidas quanto ao futuro. Ou seja, até quando este cenário da saída de Bashar Al Assad será motivo para celebrar, ou antes, a entrada num novo capitulo de guerras infindáveis.
Quem são os vários grupos que se uniram para derrubar Assad, quem poderá garantir a paz e um governo de transição, e que garantias há para as minorias étnicas e sobretudo a minoria de cristãos assírios ou mesmo a população xiita da Síria face ao novo poder sunita?; Ou seja, a verdade sobre a resposta a estas perguntas é a incerteza, pois levanta-se um veu que nos esconde o futuro em relação à paz ou à guerra naquele país já de si muito castigado por uma guerra civil que se iniciou em 2011 e continuou até aos dias de hoje. É grande o receio de que haverá mais uma vez uma nova fase da guerra sangrenta para que se clarifique quem governará a Síria e em que moldes.
Poe outras palavras, os benefícios da vitória dos rebeldes tendem a ser efêmeros, e uma guerra civil no vazio do poder pode ser o que faltava para acabar de incendiar o Médio Oriente e alastrar o conflito a outras zonas. Esperemos que não, mas os EUA e Israel poderão ter que fazer o serviço de limpeza envolvendo-se no conflito para apoiar o grupo que melhor satisfaça os seus interesses geoestratégicos contra a Rússia e o Irão, e até que ponto, estes não irão também eles apoiar um grupo e envolver-se no conflito?