segunda-feira, julho 18, 2016
Filipe de Freitas Leal
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Ancara vive uma encruzilhada política imposta
pela tentativa falhada de Golpe de Estado, levado a cabo pelos militares que pretenderam derrubar o Presidente Erdogan e o Primeiro Ministro Ildyrim, ambos do AKP, a fim de por cobro às
crescente influência da religião na vida política e social do país, mas também
para defender e repor os valores da Constituição que segundo os militares golpistas não
tem vindo a ser respeitado por Erdogan.
Claro que a grande maioria dos líderes mundiais
condenou imediatamente a tentativa de golpe, era previsível que assim fosse, é
considerado politicamente correto, mas em Política nem tudo é o que parece, é
natural que no fundo alguns políticos digam o contrário daquilo que pensam e
sentem face à Turquia, a aproximação de Erdogan à Religião na vida política
incomoda a Europa, sobretudo numa época de combate ao terror e ao fanatismo faz
com que as ideias e as atitudes do líder turco sejam naturalmente incómodas,
até mesmo dentro da Turquia em vários setores económicos e intelectuais que
defendem uma integração com a União Europeia, apesar disso os partidos da
oposição foram para as ruas manifestar-se contra o golpe, uma atitude de precaução prevendo a vitória militar de Erdogan e a influência que isso acarreta agora para a vida política e militar, assim em qualquer caso, os partidos nas
ruas, defenderam no fundo a democracia.
Erdogan que é acusado de desvios ideológicos
contrários aos valores tradicionais de uma Turquia laica, bem como é acusado de
abuso de poder e autoridade ao perseguir lideres oposicionistas, ataque à
liberdade de imprensa e de uma política externa desastrosa e perigosa, não só
para a Turquia, como também para aos Estados Unidos e a OTAN com alguns acidentes diplomáticos
inconvenientes e desnecessários contra a Rússia e em provocações contra Israel.
Resta contudo, saber se este fenómeno político
que foi o Golpe de Estado em Ancara, terá sido só uma iniciativa interna dos
militares, e sobretudo se terá sido um exercício para observar fragilidades e derruba-lo num futuro golpe, é previsível por outro lado que tenha partido do exterior, tentando influências os
resultados no tabuleiro do Xadrez da Geopolítica do Médio Oriente, numa guerra
sem fim à vista na Síria e de um terrorismo cada vez mais feroz, que fere
inclusive os verdadeiros valores do islão, esta é a pergunta que se coloca,
muitos apostam que sim, e caso não seja essa a natureza do golpe, creio que
muita gente teria esfregado as mãos de contente com a queda do ditador Erdogoan.
Autor: Filipe de Freitas Leal
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Sobre o Autor
Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.