Com o coração dele, feito de pano
Atirado a um canto num quarto escuro,
E rebuscado por encanto, ele se surpreendia
Teimoso coração que nunca se cansava,
De ter esperança no segundo seguinte,
No minuto teimoso, na hora desejada,
No tempo tardio da vida que tarda.
Até um dia.
O dia em que desacreditou de si mesmo,
E no qual as nuvens tornaram-se cinzentas.
Os dias penosos,
Até um dia.
Atirado a um canto num quarto escuro,
E rebuscado por encanto, ele se surpreendia
Teimoso coração que nunca se cansava,
De ter esperança no segundo seguinte,
No minuto teimoso, na hora desejada,
No tempo tardio da vida que tarda.
Até um dia.
O dia em que desacreditou de si mesmo,
E no qual as nuvens tornaram-se cinzentas.
Os dias penosos,
Até um dia.
O coração de pano, num corpo de papel,
Não conhecia antes o gosto do fel.
Com o rosto cabisbaixo e os olhos no chão,
Segurava tremulo um poema na mão,
Numa folha de papel arco-iris
Leu pela última vez o seu poema,
De versos desalinhados e sem rima,
Baixou as mãos, olhou para cima,
Com os seus olhos grandes e molhados,
Sem se aperceber e resignado,
Deixou cair o lápis, e a folha,
Na terra fértil da sua imaginação.
Não conhecia antes o gosto do fel.
Com o rosto cabisbaixo e os olhos no chão,
Segurava tremulo um poema na mão,
Numa folha de papel arco-iris
Leu pela última vez o seu poema,
De versos desalinhados e sem rima,
Baixou as mãos, olhou para cima,
Com os seus olhos grandes e molhados,
Sem se aperceber e resignado,
Deixou cair o lápis, e a folha,
Na terra fértil da sua imaginação.
Seguiu em frente, em direção ao futuro,
Caminhava na direção do sul,
Deixando plantada na terra a folha e o lápis,
Onde nascera uma árvore Cor de Arco-iris,
Cujos frutos eram poemas de amor,
E ele nunca soube da árvore colorida,
Que sem intenção e sem saber, plantara,
Nela, há um poema gravado no tronco,
À espera de alguém para lhe dar nome.
Caminhava na direção do sul,
Deixando plantada na terra a folha e o lápis,
Onde nascera uma árvore Cor de Arco-iris,
Cujos frutos eram poemas de amor,
E ele nunca soube da árvore colorida,
Que sem intenção e sem saber, plantara,
Nela, há um poema gravado no tronco,
À espera de alguém para lhe dar nome.
Autor: Filipe de Freitas Leal
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