As afirmações do Presidente português são infelizes, incompreensíveis, levando a política portuguesa ao mais baixo nível de sempre, na medida em que Portugal também sentiu o peso da oposição finlandesa ao empréstimo para ajudar a economia nacional, estando a fazer ainda pior que os finlandeses, as posições oficiais de Cavaco e de Passos Coelho, são totalmente desprovidas de lógica, e dão a entender que poderá estar a satisfazer interesses de outros países europeus a usar Portugal para pressionar a Grécia.
Em contrapartida o povo português é totalmente solidário com a Grécia, e milhares de portugueses, sentindo-se envergonhados com a posição dos seus governantes, saíram às ruas hoje, em todo o País, para demonstrar a sua solidariedade com o povo grego e pediram a saída de Passos Coelho do governo, bem como exigiram o silêncio do Presidente da república, visto que não governa e nem é o responsável pela pelas relações externas, e cuja opinião não coincide com a vontade dos portugueses de acordo com uma sondagem do semanário Expresso que apoiam Grécia e estão contra a Alemanha e as políticas de Bruxelas.
Se esta posição se mantiver e se bloquearem um acordo, levando o projeto europeu a falhar, e causando o afastamento da Grécia para fora do Euro, a culpa será em parte do governo português, que impediu uma solução mais rápida, opondo-se à renegociação da divida, facto ocorrido na reunião de ministros das finanças dos países comunitários, adiando assim a solução final para segunda feira dia 16 de fevereiro, o que põe em risco a coesão da Europa, e deita por terra o principio da solidariedade entre os países da UE.
As posições da França, em termos de abertura para a negociação do pagamento da divida, foi bem aproveitada pela Irlanda, que quer aproveitar a onda para renegociar a sua divida, algo que Portugal também deveria aproveitar e assim sair toda a União Europeia a ganhar, com politicas de coesão e solidariedade entre os Estados, e assim dar uma nova orientação politica e económica à Europa.
O Professor Marcelo Rebelo de Sousa nos seus comentários ao telejornal da TVI de domingo (Jornal das 20), afirmou crer que tanto o Presidente da República como o Primeiro Ministro fizeram afirmações infelizes, mas crendo que estariam a tentar não desagradar a opinião pública, que tantos sacrifícios terá feito, no entanto o que as afirmações do Professor Marcelo revelam, é que está já num discurso de corrida pré-eleitoral, às eleições presidenciais de 2016, e procura não ferir susceptibilidades à direita, a área que o irá apoiar nessa campanha e nem à esquerda, com quem o Próximo Presidente da República poderá certamente ter de conviver numa situação dita de coabitação política.
Contudo o argumento não pegou na opinião publica, visto que, em política as pessoas não são ingénuas, o que motivou as autoridades portuguesas a tomar uma posição tão dura contra a Grécia ainda é desconhecido, provavelmente terão sido instrumentalizados como forma de pressionar e isolar a Grécia, visto Portugal ter sido um país que cumpriu muito mais do que a Troika havia exigido ao governo em termos de reformas e cortes nas despesas.
Autor Filipe de Freitas Leal
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