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Solidariedade é a essencia da Justiça Social
Para que uma sociedade se desenvolva em justiça social é fundamental a cultura da solidariedade.
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segunda-feira, 4 de janeiro de 2016
30 Anos de Portugal na União Europeia
segunda-feira, janeiro 04, 2016
Filipe de Freitas Leal
Sem comentários
Trinta anos passaram após
a adesão de Portugal e Espanha à CEE, Comunidade Económica Europeia, era então o inverno primaveril para os portugueses radiantes de chegar ao seio europeu do
Mercado Comum tão almejado, era 1 de janeiro de 1986, o dia da entrada oficial
após uma atribulada reviravolta política com contornos caricatos e bastante
curiosos que poucos hoje se lembram ou querem lembrar, mas há também que fazer
o saldo dessa adesão, quem saiu a ganhar e quem perdeu?
No ano de 1976, após as
primeiras eleições legislativas e da formação do I Governo Constitucional (na
altura com maioria relativa) liderado por Mário Soares do Partido
Socialista, inicia-se o processo de pedido de adesão, poucos sabem mas esse já
era o projeto ambicionado pelo ultimo PND do governo de Marcello Caetano, mas
esbarrava sempre devido à inexistência de liberdades democráticas quer na então
metrópole quer nas suas províncias ultramarinas que tencionavam libertar-se; A pedido do governo português, o FMI intervém em Portugal pela primeira vez em 1977, não por o país estar economicamente
mal ou à beira da bancarrota, mas para apurar os ajustes financeiros e económicos, advindo do atraso
politico económico e social que o Estado Novo havia imposto ao país.
Ainda nos anos 70, e após a
queda dos dois governos de Mário Soares, um dos quais em coligação com o CDS de
Freitas do Amaral, dá-se inicio à fase dos governos de iniciativa Presidencial
do General Ramalho Eanes, culminando no primeiro governo maioritário da Aliança
Democrática liderada por Sá Carneiro que também pretendia a modernização da
economia e da sociedade portuguesa bem como a entrada do país na CEE.
Na degradação política da AD
após a morte de Sá Carneiro, o PS volta ao governo com Mário Soares, mas sem a
maioria, pelo que se forma o Bloco Central, coligação de governo entre o PS de Soares e o PSD de Mota Pinto, ai o projeto é ambicioso, arregaçam-se as mangas,
e mais uma vez Portugal prepara-se com determinação para a adesão ao Mercado
Comum, o FMI volta a Portugal, para serem colocadas em dia as contas, claro que
havia uma crise e era preciso recuperar a economia e relança-la, haviam acertos
a fazer e as medidas foram também austeras mas eficazes, não estava em causa
senão a adesão a um mercado exigente e altamente competitivo, não se tratava de
uma bancarrota eminente ao nível do que aconteceu recentemente com os gastos
públicos de países como a Grécia e Portugal, em que os deficits são muito
superiores à receita.
Posto isto, resta salientar,
que Mota Pinto afastara-se por doença, de tal modo que um dia após a assinatura em do tratado de adesão à CEE no Mosteiro dos Jerónimos a 13 de junho, os ministros do PSD demitem-se em bloco, o governo do
Bloco Central cai, devido à nova liderança do PSD surgida no congresso da Figueira da Foz em maio daquele ano, era Cavaco Silva, que ao impor o rompimento com o Bloco Central faz cair o governo e no Parlamento indica que os deputados do seu partido tenham um só sentido de voto, o de votar contra a adesão à CEE; Mais tarde nas eleições de 6 de
outubro, o PSD vence com apenas 29%, e Cavaco Silva, o homem que votara contra
a adesão, seria o Primeiro Ministro a beneficiar do trabalho realizado por
Mário Soares e Mota Pinto durante o governo do Bloco Central.
No mês de janeiro Portugal
adere formalmente à CEE, e nesse mesmo mês realizam-se as eleições
presidenciais nas quais é eleito Mário Soares, o político que mais tinha
trabalhado em prol da adesão de Portugal. Dessa coabitação política surge uma
presidência um tanto apagada, os primeiros anos há uma explosão de
desenvolvimento e consumo no país, e os preparativos para a adesão também à
moeda única, então denominada de ECU, hoje o Euro.
História à parte, resta-nos
analisar os resultados, mas antes primeiro é preciso que se tenha em conta,
qual o modelo económico adotado, e quais as consequências desse modelo para a
economia e a sociedade portuguesas, havendo de facto um dado
importantíssimo para compreender as mudanças políticas e ideológicas no seio da
União Europeia, trata-se do antes e do depois da queda do Muro de Berlim, a
decadência do comunismo soviético e a unificação alemã, colocam em xeque
o Welfare state surgido após a II Guerra Mundial, e que
recebeu o nome dos 30 Gloriosos, ou seja os 30 anos de paz, prosperidade e
justiça social, que tentaram contrapor a promessa comunista vinda de leste, o
capitalismo de rosto humano como era entendido, sabia que tudo era uma questão
de tempo, o monstro russo como lhe chamavam, iria ruir, e ruiu, após isso a Europa muda de
paradigma, de uma social-democracia keynesiana para o neoliberalismo.
Liberalismo esse que é
idealizado a partir de 1947/8 pelo austríaco Friederich von Hayek e o estadunidense Milton Friedman, acreditavam
que o Welfare State defendido pelo programa dos Trabalhistas britânicos do Labor Party, levaria ao cerceamento das
liberdade individuais e que era um programa eleitoralista demagogo e demasiado
coletivista, essas ideias que ambos defenderam vieram a influenciar o
republicano Ronald Reagan e a conservadora Primeira-Ministra britânica Margaret
Thatcher, desenvolvendo políticas neo-liberais, a partir dessa época em diante a influencia dos tecnocratas e
dos neoliberais dentro da aparelho da UE união europeia tem vindo a aumentar
com a formação do PPE Partido Popular Europeu, impondo políticas às quais os socialistas
europeus do PPE pouco ou nada podem ou conseguem fazer contra diretrizes e
normativas a que os estados se obrigam a respeitar e cumprir, que mais não são do
que a pratica de um programa ultraliberal que visa desmantelar os Estados e
privatizar todos os setores da economia em cada um dos países.
Cavaco Silva adotou o
liberalismo, apostando na privatização, ainda que lenta, porque era necessário
passar pelo crivo legal, pelas sucessivas revisões constitucionais, não só as
que permitiram a privatização dos bens públicos, mas também as que acabaram por
pôr em causa o estado social e os direitos conquistados com a Revolução dos
Cravos em 1974. Para além disso, o país, adotou um modelo económico assente num
tripé perigoso, 1.º) a Construção
civil e a especulação que
dela saiu; 2.º) a Banca e o sobreendividamento das famílias e
das empresas, acabando por fim, com a falência de vários bancos após a crise do
Subprime, que por sinal ainda não acabou; 3.º) as PPP's, ou seja o setor dos serviços entregue a
privados das Parcerias Publico-privadas, que se traduziu no maior erro
económico que algum país europeu já tenha cometido, e quem paga? É simples
responder, serão as próximas três gerações futuras a ter que pagar os erros que
se cometeram desde há 30 anos para cá, e sem sabermos afinal para que serviram e onde foram parar os fundos comunitários avaliados em 9 milhões de euros por dia.
Nesse sentido, ainda que as
politicas adotadas em Portugal pelo governos de Cavaco Silva, tivessem trazido
algum crescimento inicial, as escolhas adotadas não foram felizes como vimos no
exposto acima, não é preciso muita retórica, porque hoje a realidade social do
liberalismo cavaquista adotado em Portugal está à vista desde 1985, com os
piores resultados sociais e económicos, dados estatístico publicados nos
principais diários portugueses como o Público ou o Diário de Noticias, revelam
que os portugueses hoje tem uma qualidade de vida equivalente ao ano de 1990,
ou seja, em 1986 avançou-se 4 anos de qualidade de vida, de lá para cá, o país
progride mas os cidadãos comuns, têm uma qualidade de vida estagnada, equivalente ao que era há 26 anos atrás,
num país que é mais fácil vender um Ferrari do que um carro citadino comum, ora
isso revela-nos claramente uma grave inversão das conquistas sociais, num país
em que os pobres e os trabalhadores, pagam impostos para salvar bancos, da
mesma maneira que pagam para além dos impostos, as taxas para poder usufruir dos cuidados de
saúde básicos, como se de um luxo se tratasse.
Para além de tudo isto, resta saber, se de
facto a adesão à Moeda Única (Euro) não terá sido também mais um erros
estratégico, até porque se há uma grande falha nas politicas económicas
elaboradas pelos governos de Cavaco Silva, é precisamente isso, a falta de um
projeto nacional de longo alcance e abrangente a todos os setores da sociedade.
Só por essa falha Cavaco Silva impôs aos portugueses 30 anos perdidos dentro da
União Europeia, agora é tentar remediar e fazer planos com o que ainda se
poder, e o que se pretende para o futuro.
Autor Filipe de Freitas Leal
terça-feira, 24 de novembro de 2015
Cavaco Silva - Um Presidente Sem Alma
terça-feira, novembro 24, 2015
Filipe de Freitas Leal
Sem comentários
Mas como descrever um homem sem qualidades? Sendo que pode-se descrever uma pessoa pela alma que carrega, pela aura que emana dela, ou por outras palavras, pelo seu carisma. Ora neste sentido, é difícil ver-se algum carisma, nem na imprensa se encontra facilmente relatos de qualidades em Cavaco Silva, apenas se pode vislumbrar no horizonte da sua história política, o conservadorismo político, o pragmatismo ultra-liberal enquanto primeiro ministro, e o facciosismo político enquanto Presidente, contudo há algo que se pode acrescentar, que no fim amargo da sua presidência mereceu a derrota política da direita, que fez com que mostrasse aos portugueses que Cavaco agiu por espírito de matilha e com laivos de vingança em adiar uma solução governativa ao país, pareceu ser arrogante à opinião publica, as exigências que Cavaco fez a António Costa face ao acordo de esquerda, pelo que se presume que foi a contra gosto que Cavaco nomeou António Costa para um governo de esquerda.
Claramente foi parcial, em dar posse a Passos Coelho, sendo que no parlamentarismo o governo emana de uma maioria no Parlamento, e o cargo de chefe de governo não é um cargo de eleição, mas sim de nomeação.
Mais grave, e a saber que o país tinha urgência numa solução governativa, adia as decisões, e viaja à Ilha da Madeira, numa visita totalmente sem urgência, quando regressa, substitui o Concelho de Estado por uma longa audição de figuras consideradas públicas, que substituam assim a voz dos eleitores nas urnas no dia 4 de outubro.
Espera-se que os próximos inquilinos do Palácio de Belém, sejam merecedores da História a que irão pertencer, porque este que sai, não o foi de todo.
Autor Filipe de Freitas Leal
Sobre o Autor
Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.
Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.
quarta-feira, 11 de novembro de 2015
Crónica de Uma Morte Anunciada - Caiu o Governo
quarta-feira, novembro 11, 2015
Filipe de Freitas Leal
Sem comentários
Caiu na
Assembleia da República, após 11 dias de existência, o governo PSD-CDS/PP de
Passos Coelho, foi o XX.º Governo Constitucional de Portugal, e a queda
inevitável e já anunciada, transformou este no mais curto da história da III
República Portuguesa.
A queda do governo de direita era já previsível, tendo sido anunciada logo no dia 4 de outubro, como consequência do resultado
inconclusivo nas eleições legislativas, nas quais quem tem a maioria
absoluta dos assentos parlamentares, não é um partido mas uma
corrente política, a esquerda; Quanto aos resultados partidários, curiosamente o PS foi o
mais votado a nível nacional, mas foi o PSD que obteve o maior numero de mandatos, devido ao
sistema de círculos nominais do sistema de hondt.
Primeiro foi a votação do Programa do governo que foi rejeitado, por fim foi
votada a moção de censura contra o governo, proposta pelo PS, que obteve 123
votos a favor, vindos das bancadas do PS, BE, PCP, PEV e PAN, e 107 votos
contra do PSD e CDS, automaticamente o governo cai, e agora está de novo nas
mãos de Cavaco Silva decidir se nomeará Costa para formar governo ou opta por
deixar este governo com funções limitadas.
Contudo, Cavado Silva, poderia ter evitado o atual cenário da morte anunciada de um governo que nem chegou a nascer, isto, caso tivesse nomeado António Costa logo de inicio, e assim o presidente evitaria a perda de tempo e o impasse que o país vive, além de ter contribuído para dividir os portugueses, apoiado por setores conservadores e de alguma imprensa, que tentam minar a opinião publica contra a alternativa de um governo de esquerda.
Cavaco deveria ter sido um presidente sensato e capaz de transformar esta crise política num normal acontecimento do sistema parlamentarista, e contribuido assim para que o cidadão comum encare com naturalidade ao invés de medo, o que se passa, fazendo-o encarar com normalidade do funcionamento exequível do sistema parlamentarista e que está expresso na constituição em vigor.
Contudo, Cavado Silva, poderia ter evitado o atual cenário da morte anunciada de um governo que nem chegou a nascer, isto, caso tivesse nomeado António Costa logo de inicio, e assim o presidente evitaria a perda de tempo e o impasse que o país vive, além de ter contribuído para dividir os portugueses, apoiado por setores conservadores e de alguma imprensa, que tentam minar a opinião publica contra a alternativa de um governo de esquerda.
Cavaco deveria ter sido um presidente sensato e capaz de transformar esta crise política num normal acontecimento do sistema parlamentarista, e contribuido assim para que o cidadão comum encare com naturalidade ao invés de medo, o que se passa, fazendo-o encarar com normalidade do funcionamento exequível do sistema parlamentarista e que está expresso na constituição em vigor.
Por Filipe de Freitas Leal
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Sobre o Autor
Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.
Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.
sábado, 24 de outubro de 2015
Sectarismo de Cavaco Agrava Crise Política
sábado, outubro 24, 2015
Filipe de Freitas Leal
1 comentário
O Presidente de Portugal,
Cavaco Silva, agravou a crise política em que o país está mergulhado,
indigitando para o governo o atual Primeiro-ministro Passos Coelho da coligação
de direita, entre os Néo-liberais do PSD e os Democratas-cristãos do CDS, sem
que estes tenham apoio parlamentar suficiente; não se limitando apenas a esse
ato, o presidente discursou com um tom arrogante, e ameaçador fechando
a porta a um possível governo de esquerda, maioritária no parlamento, composto
pelas bancadas socialista (PS), bloquista (BE) e comunista (PCP-PEV),
acusando-os de defenderem a saída do euro e a saída da OTAN.
Alertou
ainda a que os socialistas sejam responsáveis, num apelo aos deputados para que
votem em consciência em vez de votar em bloco, o que se leu como um incentivo à
cisão interna do PS.
A atitude
de Cavaco Silva gerou contestação e divisão na sociedade portuguesa em dois
pólos ideológicos, esquerda x direita, e devido a isso fez com que o PS e toda
a esquerda se unissem, o que faz com que o governo seja incapaz de governar.
Para
muitos comentadores na imprensa e na televisão, Cavaco Silva, agiu de modo
faccioso, irresponsável e com mero espírito de matilha ao
favorecer apenas os interesses do seu partido em lugar dos interesses da nação
e dos portugueses.
Autor Filipe de Freitas Leal
Sobre o Autor
Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.
Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.
segunda-feira, 19 de outubro de 2015
O Parto Difícil do Parlamentarismo Português
segunda-feira, outubro 19, 2015
Filipe de Freitas Leal
Sem comentários
Ganhar as eleições com apenas mais uns deputados que o 2.º lugar, se não se traduzir em capacidade governativa e em diálogo, é o mesmo que ganhar sem ter a vitória, se temos que respeitar os resultados da PáF 38% também temos que saber ver que 51% dos portugueses não votaram na PáF e como respeitar essa vontade?
Se tivermos em conta que o eleitorado é formado por um conjunto de 9 milhões de portugueses inscritos, e que desse total 43% não votou porque não confia em ninguém, desses apenas 19% votaram na PáF, e 81% dos eleitores portugueses não aprova um novo governo de Passos Coelho, e querem chamar a isto a escolha do povo?
Se se tratasse de uma eleição em que fosse reduzida a abstenção e ainda assim a PáF tivesse maioria absoluta e esmagadora, então poderíamos dizer que sim, o povo escolheu, mas aqui temos o inverso, a maioria dos portugueses não confia na PáF, e isso refletiu-se na formação do atual parlamento, logo não interessa quem ganhou mas sim quem consegue governar, quer queiramos quer não, compreender isto é o que nos permite sermos uma democracia desenvolvida.
Só em Portugal é que o Parlamentarismo não funciona, por razões culturais ou por interesses políticos que se viram contra a própria lógica do bom senso e do patriotismo. Para qualquer Chefe de Estado europeu, o certo seria dar posse a um governo maioritário e nunca a um minoritário sem capacidade negocial à sua esquerda.
Penso que Cavaco Silva só irá seguir este caminho se quiser, até porque o mais correto seria dar posse a um governo que conseguisse governar 4 anos; Ora sem apoio no parlamento como é que o PSD quer fazer passar as suas propostas? Não vai conseguir governar, vai ser um caos provocado pelo próprio Cavaco. Mas o parlamentarismo não funciona assim, não se vê isto em outros países, aqui há um stress enorme, o PáF teve mais deputados, mas não forma maioria, logo é incongruente a atitude de nomear Passos Coelho.
No entanto na imprensa e nas redes sociais o discurso assumo outros contornos, fala-se em Golpe de Estado, em traições ao eleitorado, isto porque as pessoas são enganadas há 41 anos, os partidos como o PSD, iludem o eleitorado a dizer que estão a votar para primeiro ministro, quando na verdde não estão, votam sim para deputados que representam o seu circulo nominal.
O PS tem 86 deputados, o BE 19 e a CDU (PCP-PEV) 17, formando uma maioria de esquerda com capacidade negocial e de estabilidade governativa, só por teimosia e irresponsabilidade é que Cavaco colocaria o país numa crise politica grave, e seria algo risível aos olhos dos seus parceiros europeus e internacionais.
Por fim, o Parlamentarismo que é o sistema de governo adotado em Portugal é assim que funciona, já houve governos minoritários? Já, quase todos do PS, que é o único partido que consegue negociar à sua esquerda e à sua direita, podendo sustentar uma governação de 4 anos, isso aconteceu com o 1.º Governo de Guterres. Todos os outros governos minoritários caíram e não chegaram a 2 anos.
No resto da Europa países como a Alemanha, a Espanha, Áustria, Bélgica e sobretudo a Itália, entre outros, é comum e normal que após a realização de eleições, de formado o novo quadro parlamentar, não havendo maioria absoluta, fazem-se os acordos com vista a formar um governo com apoio parlamentar suficiente para governar uma legislatura. negociando-se os programas, com cedências de parte a parte, ao que podemos chamar isso de uma democracia desenvolvida, Tudo isso é vivido sem stress quer à esquerda que à direita.
Contudo resta salientar que para além do atual quadro parlamentar ser uma novidade em Portugal, o sistema eleitoral português pelo método de Hondt, tem erros, devido à divisão dos círculos nominais, a nível nacional o PS obteve mais votos para eleger os seus 86 deputados sendo de 20.312, por cada um, um esforço eleitoral superior ao do PSD que conseguiu ter mais deputados com menos votos, sabendo-se que os votos dos 89 deputados do PSD são de 19.462 para cada deputado.
Por outras palavras o PSD teve 1.732.118, e o PS 1.747.685, mais 15 votos que o PSD. Isto porque há círculos eleitorais que elegem deputados que são proporcionalmente superiores à sua densidade demográfica atual.
Resta esperar mais uma geração para que os portugueses se habituem ao próprio regime politico que tem e desconhecem, deixando cair por terra os mitos do passado em que Comunistas e Esquerdistas comiam crianças ao pequeno almoço.
De facto sente-se um pânico enorme na direita portuguesa e na Comunicação Social a ela ligada, trata-se de uma direita acéfala, porque não é capaz de pensar para além do seu próprio bolso, não é capaz de construir um projeto de futuro para todos os português, mas fica-se apenas pelo umbigo e o circulo fechado dos amigos e dos favores.
É por isso que Portugal é a cauda da Europa, e foi há muito ultrapassado pelos países do leste, e acaso houve recuperação económica nos últimos meses, verdade seja dita que é devido à recuperação de Espanha, o nosso maior cliente.
Resta dizer que só quem está muito bem instalado na vida, e não tem nada a perder é que defende um governo que destruiu completamente todo o património de Portugal a começar pela esperança deste bom povo português. A PáF não merece ser governo porque além de não saber negociar à sua esquerda, traiu os portugueses quando em 2011 formou governo, não só não cumprindo nada do que havia prometido, como traiu paulatinamente os reformados, os aposentados, os pensionistas, os desempregados, e teve uma imagem para o resto do mundo de um país pobre de mãos estendidas a mendigar e a ceder a todas as imposições dos credores.
Sobre o Autor
Se tivermos em conta que o eleitorado é formado por um conjunto de 9 milhões de portugueses inscritos, e que desse total 43% não votou porque não confia em ninguém, desses apenas 19% votaram na PáF, e 81% dos eleitores portugueses não aprova um novo governo de Passos Coelho, e querem chamar a isto a escolha do povo?
Se se tratasse de uma eleição em que fosse reduzida a abstenção e ainda assim a PáF tivesse maioria absoluta e esmagadora, então poderíamos dizer que sim, o povo escolheu, mas aqui temos o inverso, a maioria dos portugueses não confia na PáF, e isso refletiu-se na formação do atual parlamento, logo não interessa quem ganhou mas sim quem consegue governar, quer queiramos quer não, compreender isto é o que nos permite sermos uma democracia desenvolvida.
Passos Coelho ganhou as eleições sem ter vitória. |
Penso que Cavaco Silva só irá seguir este caminho se quiser, até porque o mais correto seria dar posse a um governo que conseguisse governar 4 anos; Ora sem apoio no parlamento como é que o PSD quer fazer passar as suas propostas? Não vai conseguir governar, vai ser um caos provocado pelo próprio Cavaco. Mas o parlamentarismo não funciona assim, não se vê isto em outros países, aqui há um stress enorme, o PáF teve mais deputados, mas não forma maioria, logo é incongruente a atitude de nomear Passos Coelho.
No entanto na imprensa e nas redes sociais o discurso assumo outros contornos, fala-se em Golpe de Estado, em traições ao eleitorado, isto porque as pessoas são enganadas há 41 anos, os partidos como o PSD, iludem o eleitorado a dizer que estão a votar para primeiro ministro, quando na verdde não estão, votam sim para deputados que representam o seu circulo nominal.
O PS tem 86 deputados, o BE 19 e a CDU (PCP-PEV) 17, formando uma maioria de esquerda com capacidade negocial e de estabilidade governativa, só por teimosia e irresponsabilidade é que Cavaco colocaria o país numa crise politica grave, e seria algo risível aos olhos dos seus parceiros europeus e internacionais.
Por fim, o Parlamentarismo que é o sistema de governo adotado em Portugal é assim que funciona, já houve governos minoritários? Já, quase todos do PS, que é o único partido que consegue negociar à sua esquerda e à sua direita, podendo sustentar uma governação de 4 anos, isso aconteceu com o 1.º Governo de Guterres. Todos os outros governos minoritários caíram e não chegaram a 2 anos.
António Costa - Líder do PS |
Contudo resta salientar que para além do atual quadro parlamentar ser uma novidade em Portugal, o sistema eleitoral português pelo método de Hondt, tem erros, devido à divisão dos círculos nominais, a nível nacional o PS obteve mais votos para eleger os seus 86 deputados sendo de 20.312, por cada um, um esforço eleitoral superior ao do PSD que conseguiu ter mais deputados com menos votos, sabendo-se que os votos dos 89 deputados do PSD são de 19.462 para cada deputado.
Por outras palavras o PSD teve 1.732.118, e o PS 1.747.685, mais 15 votos que o PSD. Isto porque há círculos eleitorais que elegem deputados que são proporcionalmente superiores à sua densidade demográfica atual.
Resta esperar mais uma geração para que os portugueses se habituem ao próprio regime politico que tem e desconhecem, deixando cair por terra os mitos do passado em que Comunistas e Esquerdistas comiam crianças ao pequeno almoço.
De facto sente-se um pânico enorme na direita portuguesa e na Comunicação Social a ela ligada, trata-se de uma direita acéfala, porque não é capaz de pensar para além do seu próprio bolso, não é capaz de construir um projeto de futuro para todos os português, mas fica-se apenas pelo umbigo e o circulo fechado dos amigos e dos favores.
É por isso que Portugal é a cauda da Europa, e foi há muito ultrapassado pelos países do leste, e acaso houve recuperação económica nos últimos meses, verdade seja dita que é devido à recuperação de Espanha, o nosso maior cliente.
Resta dizer que só quem está muito bem instalado na vida, e não tem nada a perder é que defende um governo que destruiu completamente todo o património de Portugal a começar pela esperança deste bom povo português. A PáF não merece ser governo porque além de não saber negociar à sua esquerda, traiu os portugueses quando em 2011 formou governo, não só não cumprindo nada do que havia prometido, como traiu paulatinamente os reformados, os aposentados, os pensionistas, os desempregados, e teve uma imagem para o resto do mundo de um país pobre de mãos estendidas a mendigar e a ceder a todas as imposições dos credores.
Autor Filipe de Freitas Leal
Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.
Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.
segunda-feira, 5 de outubro de 2015
Portugal - Ganhar as Eleições sem Ter a Vitória
segunda-feira, outubro 05, 2015
Filipe de Freitas Leal
Sem comentários
Os dados estáo lançados / Alea jacta est
No sistema parlamentarista não é per si, que quem tenha o maior número de votos à partida que caberá a missão de formar governo, mas sim, deverá ser aquele que conseguir reunir consensos para um governo estável, isto só é possível à esquerda com António Costa, a menos que o Presidente Cavaco Silva queira condenar o Portugal a um governo de gestão limitado nas suas funções, e consequentemente a novas eleições em Abril ou Maio do ano que vem.
Como disse, os dados estão lançados, e ainda é cedo para a direita cantar vitória. até porque também a coligação do governo PSD-PP, ainda que sendo a mais votada, é claramente perdedora, visto ter perdido a maioria absoluta e a confiança da grande maioria dos portugueses, tanto no que se refere aos votos úteis, como brancos, nulos e sobretudo a abstenção que foi superior a 43% do total de eleitores.
Há inequivocamente um ganhador sem Vitória e um perdedor sem derrota, em suma há um empate político e um impasse histórico, eis o rescaldo das eleições de 4 de outubro.
A Realidade tem que ser encarada de Frente, e os dados devem ser lidos com seriedade e sobretudo respeito com a vontade popular, assim sendo e analisando bem, temos um ganhador sem vitória e um perdedor sem derrota, ou seja há um empate politico:
Nisto ficamos a aguardar expectantes a decisão do decisor, que diz que raramente tem dúvidas e nunca se engana, ou pelas palavras de Sophia de Mello Breyner: "O velho abutre é sábio e alisa as suas penas, A podridão lhe agrada e os seus discursos têm o dom de tornar as almas mais pequenas".
Posto isto, vamos como diz o povo às favas contadas, ou seja contas feitas à vida, vimos que a coligação PSD-CDS/PP perde:
E agora? ainda querem saber de quem é a vitoria? Calma, ou como diz outro ditado português "até ao lagar dos cestos ainda é vindima".
A semana que ontem nasceu promete ser longa, tudo ainda está em aberto, e o sistema parlamentarista irá mostrar se funciona ou se é mera teoria, pondo também à prova o Presidente da República face ao problema que tem nas mãos.
Contudo, é absurdo que a maioria das pessoas vote à esquerda, mas a minoria de direita é quem detém o poder governa.
No PS os que se acham pavões, são meramente abutres que lançam-se à disputa de despojos de uma derrota que não houve. Foi o interior do PS que tornou em derrota o que na verdade foi um empate, e para desempatar basta haver um acordo com o BE.
Enquanto o PS não se posicionar verdadeiramente à esquerda, como aliás de facto deve ser o seu campo, não voltará a ser alternativa de governo.
A maioria do
portugueses é hoje de esquerda, isso impossibilita o PSD-PP de governar a seu
bel prazer de acordo com a sua agenda, pelo que do parlamento que agora se
forma com as eleições de 4 de outubro, sairá nomeado pelo Presidente da
República um líder para formar o futuro governo.
No sistema parlamentarista não é per si, que quem tenha o maior número de votos à partida que caberá a missão de formar governo, mas sim, deverá ser aquele que conseguir reunir consensos para um governo estável, isto só é possível à esquerda com António Costa, a menos que o Presidente Cavaco Silva queira condenar o Portugal a um governo de gestão limitado nas suas funções, e consequentemente a novas eleições em Abril ou Maio do ano que vem.
Como disse, os dados estão lançados, e ainda é cedo para a direita cantar vitória. até porque também a coligação do governo PSD-PP, ainda que sendo a mais votada, é claramente perdedora, visto ter perdido a maioria absoluta e a confiança da grande maioria dos portugueses, tanto no que se refere aos votos úteis, como brancos, nulos e sobretudo a abstenção que foi superior a 43% do total de eleitores.
Há inequivocamente um ganhador sem Vitória e um perdedor sem derrota, em suma há um empate político e um impasse histórico, eis o rescaldo das eleições de 4 de outubro.
A Realidade tem que ser encarada de Frente, e os dados devem ser lidos com seriedade e sobretudo respeito com a vontade popular, assim sendo e analisando bem, temos um ganhador sem vitória e um perdedor sem derrota, ou seja há um empate politico:
1.º)
43,11% de Abstenção é claramente uma derrota para este governo;
2.º)
O PáF obteve 36,8 % contra 38,9 % do PSD sozinho em 2014, claramente uma
derrota;
3.º)
A esquerda maioritária inviabilizará um governo de direita, claramente uma
derrota;
4.º)
Ainda que formem governo, sem conseguir mas não consigam aprovar a sua
agenda, é claramente uma derrota política para o governo.
Não
interessa quem ganha as eleições, interessa é quem ganha o jogo no xadrez
político, sendo que como diz o ditado popular "a procissão ainda vai no
adro" pelo que a semana será longa.
Nisto ficamos a aguardar expectantes a decisão do decisor, que diz que raramente tem dúvidas e nunca se engana, ou pelas palavras de Sophia de Mello Breyner: "O velho abutre é sábio e alisa as suas penas, A podridão lhe agrada e os seus discursos têm o dom de tornar as almas mais pequenas".
Posto isto, vamos como diz o povo às favas contadas, ou seja contas feitas à vida, vimos que a coligação PSD-CDS/PP perde:
-
12 deputados para o PS;
-
11 deputados para o BE;
- 1
deputado para a CDU;
- 1
deputado para o PAN.
E agora? ainda querem saber de quem é a vitoria? Calma, ou como diz outro ditado português "até ao lagar dos cestos ainda é vindima".
A semana que ontem nasceu promete ser longa, tudo ainda está em aberto, e o sistema parlamentarista irá mostrar se funciona ou se é mera teoria, pondo também à prova o Presidente da República face ao problema que tem nas mãos.
Contudo, é absurdo que a maioria das pessoas vote à esquerda, mas a minoria de direita é quem detém o poder governa.
No PS os que se acham pavões, são meramente abutres que lançam-se à disputa de despojos de uma derrota que não houve. Foi o interior do PS que tornou em derrota o que na verdade foi um empate, e para desempatar basta haver um acordo com o BE.
Enquanto o PS não se posicionar verdadeiramente à esquerda, como aliás de facto deve ser o seu campo, não voltará a ser alternativa de governo.
Quanto à esquerda, enquanto não se redefinir ideologicamente, não conseguirá mais que uma implosão da esquerda em várias esquerdas de várias forças políticas desunidas, desavindas e que fazem do Partido Socialista o seu pior inimigo isolando-o ao Centro, enquanto é a Direita minoritária que unida desgoverna, humilha e esfola ao sabor dos mando da Troika.
Autor Filipe de Freitas Leal
Sobre o Autor
Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.
Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.
domingo, 15 de fevereiro de 2015
Governo Português Posicionou-se Contra a Grécia
domingo, fevereiro 15, 2015
Filipe de Freitas Leal
Sem comentários
As afirmações do Presidente português são infelizes, incompreensíveis, levando a política portuguesa ao mais baixo nível de sempre, na medida em que Portugal também sentiu o peso da oposição finlandesa ao empréstimo para ajudar a economia nacional, estando a fazer ainda pior que os finlandeses, as posições oficiais de Cavaco e de Passos Coelho, são totalmente desprovidas de lógica, e dão a entender que poderá estar a satisfazer interesses de outros países europeus a usar Portugal para pressionar a Grécia.
Em contrapartida o povo português é totalmente solidário com a Grécia, e milhares de portugueses, sentindo-se envergonhados com a posição dos seus governantes, saíram às ruas hoje, em todo o País, para demonstrar a sua solidariedade com o povo grego e pediram a saída de Passos Coelho do governo, bem como exigiram o silêncio do Presidente da república, visto que não governa e nem é o responsável pela pelas relações externas, e cuja opinião não coincide com a vontade dos portugueses de acordo com uma sondagem do semanário Expresso que apoiam Grécia e estão contra a Alemanha e as políticas de Bruxelas.
Se esta posição se mantiver e se bloquearem um acordo, levando o projeto europeu a falhar, e causando o afastamento da Grécia para fora do Euro, a culpa será em parte do governo português, que impediu uma solução mais rápida, opondo-se à renegociação da divida, facto ocorrido na reunião de ministros das finanças dos países comunitários, adiando assim a solução final para segunda feira dia 16 de fevereiro, o que põe em risco a coesão da Europa, e deita por terra o principio da solidariedade entre os países da UE.
As posições da França, em termos de abertura para a negociação do pagamento da divida, foi bem aproveitada pela Irlanda, que quer aproveitar a onda para renegociar a sua divida, algo que Portugal também deveria aproveitar e assim sair toda a União Europeia a ganhar, com politicas de coesão e solidariedade entre os Estados, e assim dar uma nova orientação politica e económica à Europa.
O Professor Marcelo Rebelo de Sousa nos seus comentários ao telejornal da TVI de domingo (Jornal das 20), afirmou crer que tanto o Presidente da República como o Primeiro Ministro fizeram afirmações infelizes, mas crendo que estariam a tentar não desagradar a opinião pública, que tantos sacrifícios terá feito, no entanto o que as afirmações do Professor Marcelo revelam, é que está já num discurso de corrida pré-eleitoral, às eleições presidenciais de 2016, e procura não ferir susceptibilidades à direita, a área que o irá apoiar nessa campanha e nem à esquerda, com quem o Próximo Presidente da República poderá certamente ter de conviver numa situação dita de coabitação política.
Contudo o argumento não pegou na opinião publica, visto que, em política as pessoas não são ingénuas, o que motivou as autoridades portuguesas a tomar uma posição tão dura contra a Grécia ainda é desconhecido, provavelmente terão sido instrumentalizados como forma de pressionar e isolar a Grécia, visto Portugal ter sido um país que cumpriu muito mais do que a Troika havia exigido ao governo em termos de reformas e cortes nas despesas.
Autor Filipe de Freitas Leal
Sobre o Autor
Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.
Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.