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quinta-feira, 16 de julho de 2015

A Capitulação Grega das Almas de Atenas

O que se terá passado verdadeiramente em Bruxelas, que espécie de reunião terá sido aquela, em que o espírito estóico dos gregos foi vergado até à máximo da humilhação?

Que se terá passado em Bruxelas na madrugada de 12 para 13 daquele fatídico dia de julho, e quais as consequências politicas, económicas e sociais daí advindas? São muitas as perguntas que nos invadem em catadupa.

Nos rostos de Tsipras e de Euclides Tsakalotos, podemos ver os rostos da derrota, de quem capitulou, ficamos todos deveras perplexos com o desfecho inesperado deste acordo, que pelo semblante dos atores deste ultimo ato no Parlamento em Atenas, não parece que tenha sido um acordo, mas como de facto se fala, foi tudo menos isso. Não é de por de lado que tenha havido um Ultimato, ou cediam ou os gregos seriam esmagados, como semanas atrás fora dito a Yanis Varoufakis por membros do Eurogrupo.

Tudo isto trouxe um sabor amargo de mágoa a muitos cidadãos europeus, homens e mulheres de boa vontade, que acreditaram na democracia europeia, na promessa de uma Europa dos Povos e das Nações construída na base da solidariedade e dos Direitos Humanos, sonho esse que nos foi traído de forma covarde neste julho de 2015 de desoito estados contra um.

Mágoa essa, também sentida pelos portugueses, pelo facto de terem visto os seus governantes a ser os maiores inimigos da Grécia e dos gregos, quando Portugal tinha razões de sobra para ser o maior aliado, pior é que o fizeram em nome do povo português. Contudo, creio que os portugueses na sua maioria estão a favor do povo grego e vêem-se irmanados nesta situação.

Foi um verdadeiro ato de covardia política ao impor à Grécia medidas de politicas financeiras que asfixiam a economia grega e o futuro do país, não condeno Tsipras por ter assinado o acordo, pois só algo muito poderoso poderia vergar um homem numa reunião cuja estratégia havia sido previamente preparada aos mínimos detalhes, visando o desgaste psicológico dos governantes gregos, pela tatica da contra informação e dos repetidos avanços e recuos táticos ao mesmo tempo em que a economia grega desesperava por liquidez, Tsipras não poderia ter tomado a iniciativa unilateral de sair da Zona Euro, teria de ser o Eurogrupo a decidir isso, a fim de que o Dracma voltasse a ser reintroduzido.

O que a Europa realmente quer, não é o pagamento da divida em si (que sabe sobejamente que essa divida é impagável tal como a divida portuguesa), nem tampouco é o dinheiro dos gregos, mas sim usar a Grécia como exemplo para todos os outros Estados membros que ousem não se submeter à lógica de um Meta-Estado despótico, que por sua vez está unicamente vinculado a uma visão estritamente financeira.


O que se passou é meramente político, os países estão a ser desmantelados na sua soberania, os povos estão a ser negligenciados na suas decisões na boca das urnas, por outras palavras, a Grécia foi rebaixada à condição de uma mero Estado vassalo a submeter-se ao Senhor Feudal do Eurogrupo, por outras palavras houve um golpe de estado contra um governo legitimo que ousou tentar libertar o seu país.

A negra madrugada de 13 de julho, será lembrada como as bruxas em Bruxelas a vingarem-se das pobres almas de Atenas, a democracia morre onde nasceu e com ela morreu a Europa, os dados estão lançados e o baralho de cartas não resistirá ao vento que sopra do oriente nem ao calor que virá do Sul. Game Over.

Autor Filipe de Freitas Leal


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Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

domingo, 21 de junho de 2015

A Crise Grega - O Impasse para Evitar a Tragédia

Quanto à Grécia, a realidade, é bem pior do que as palavras fáceis de comentadores de jornais e tv's tentam fazer crer.
Porquê? Porque a Grécia pura e simplesmente está falida, não há outra saída, que não uma moratória para poder crescer.
Isto não tem nada a ver com "dar ajuda a quem quer ser ajudado", como foi dito, mas sim dar ajuda a quem de facto precisa e não tem como pagar a divida e não o quer fazer à custa dos mais desfavorecidos.
A Grécia está verdadeiramente na bancarrota, e o Syriza não é o culpado pela situação, mas sim os anteriores governos, da Nova Democracia e do Pasok, com as suas politicas Néo-liberais e a corrupção generalizada da sociedade grega.
É claro que a Europa não se pode dar ao luxo de dar dinheiro dos contribuintes a fundo perdido a nenhum país, mas também não ficará nada bem, se deixar ir para a fogueira da "bancarrota", todo um povo, e negar-se a ajudar ao crescimento e desenvolvimento de um Estado membro, como aliás era o objetivo inicial da CEE, que através da solidariedade entre os povos da Europa se construiria o futuro europeu.

O futuro deveria pertencer a Deus, mas parece que hoje pertence aos
tecnocratas ultra-liberais do Eurogrupo.
Autor Filipe de Freitas Leal

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Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Cartoon # 20 - A Grécia e a Crise Europeia



Este Cartoon, da autoria de Ingran Pinn, do Financial Times, ilustra um artigo no respectivo diário londrino, em que afirma que há um divórcio feito às pressas entre a Europa e a Grécia.

Outros jornais tem ilustrado a crise grego-europeia de pontos de vista divergentes, vendo que a rutura que Tsipras faz com o seu discurso, é corajosa, sendo no entanto tão perigosa para a Grécia como para a Europa, em particular, para países como Portugal, que estando fragilizado economicamente, não entende que poderá vir a ter que negociar no futuro a sua divida, e insiste em ser meramente "o bom aluno", pelo que o futuro é incerto para Portugal, que tendo vendido todo o seu património, não terá encaixe de capitais tão brevemente, e o governo português não deve fazer é pelo menos não se colocar contra a Grécia, tal como fez a Finlândia fez quando se opos a apoiar o resgate português.

Autor Filipe de Freitas Leal

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Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

segunda-feira, 9 de março de 2015

Grécia - A Encruzilhada Europeia

Wolfgang Schäuble, ministro das Fianças da Alemanha, irrita-se com a exigência de renegociação da divida por parte de Yanis Varoufakis o ministro das finanças do governo grego de Alexis Tsipras, recentemente Schäble afirmou que "Concordamos que discordamos" ao que Varoufakis, contradisse dizendo: "Nem sequer concordamos que discordamos", no entanto parece que Berlim deve dar condições de recuperação económica à Grécia, caso queira o dinheiro de volta, porque para poder pagar a divida obviamente, é preciso ter com o que pagar, não basta emprestar dinheiro a juros, faz-se imperioso que os credores se certifiquem de quais são as necessárias condições que permitam o cumprimento.
O problema não é a Alemanha, como querem fazer crer algumas vozes contestatárias na Europa, mas sim, o problema é uma questão ideológica, é contra ideias que se combate no campo de batalha chamado Euro e União Europeia,  numa dicotomia que cria trincheiras entre esquerda e direita, entre o mercado livre do Neo-liberalismo e a economia mista, entre a mentalidade meramente financeira dos tecnocratas e uma realidade vivida por hordas de deserdados, os chamados órfãos do sonho europeu.
E como trata-se de um problema ideológico, político, num braço de ferro por vezes desproporcional, torna-se também a prática política da Terra-queimada, visando a destruição de todas as conquistas do Welfare State que surgiram na Europa do Pós-Guerra, política essa que visa entrar-se numa nova revolução global, pelo esvaziamento dos Estados e a despersonalização dos povos.

Autor Filipe de Freitas Leal

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Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

domingo, 15 de fevereiro de 2015

Governo Português Posicionou-se Contra a Grécia

Milhares Saem às Ruas em Favor da Grécia e Contra Cavaco e o Governo.
Cavaco Silva afirmou esta semana que "A Grécia não pode fazer o que bem entende, e não pode fugir às suas responsabilidades", afirmações que passaram ao lado dos governantes gregos, obviamente preocupados com quem interessa de facto, e não com um país periférico como Portugal, em todos os sentidos.

As afirmações do Presidente português são infelizes, incompreensíveis, levando a política portuguesa ao mais baixo nível de sempre, na medida em que Portugal também sentiu o peso da oposição finlandesa ao empréstimo para ajudar a economia nacional, estando a fazer ainda pior que os finlandeses, as posições oficiais de Cavaco e de Passos Coelho, são totalmente desprovidas de lógica, e dão a entender que poderá estar a satisfazer interesses de outros países europeus a usar Portugal para pressionar a Grécia.

Em contrapartida o povo português é totalmente solidário com a Grécia, e milhares de portugueses, sentindo-se envergonhados com a posição dos seus governantes, saíram às ruas hoje, em todo o País, para demonstrar  a sua solidariedade com o povo grego e pediram a saída de Passos Coelho do governo, bem como exigiram o silêncio do Presidente da república, visto que não governa e nem é o responsável pela pelas relações externas, e cuja opinião não coincide com a vontade dos portugueses de acordo com uma sondagem do semanário Expresso que apoiam Grécia e estão contra a Alemanha e as políticas de Bruxelas.

Se esta posição se mantiver e se bloquearem um acordo, levando o projeto europeu a falhar, e causando o afastamento da Grécia para fora do Euro, a culpa será em parte do governo português, que impediu uma solução mais rápida, opondo-se à renegociação da divida, facto ocorrido na reunião de ministros das finanças dos países comunitários, adiando assim a solução final para segunda feira dia 16 de fevereiro, o que põe em risco a coesão da Europa, e deita por terra o principio da solidariedade entre os países da UE.

As posições da França, em termos de abertura para a negociação do pagamento da divida, foi bem aproveitada pela Irlanda, que quer aproveitar a onda para renegociar a sua divida, algo que Portugal também deveria aproveitar e assim sair toda a União Europeia a ganhar, com politicas de coesão e solidariedade entre os Estados, e assim dar uma nova orientação politica e económica à Europa.

O Professor Marcelo Rebelo de Sousa nos seus comentários ao telejornal da TVI de domingo (Jornal das 20), afirmou crer que tanto o Presidente da República como o Primeiro Ministro fizeram afirmações infelizes, mas crendo que estariam a tentar não desagradar a opinião pública, que tantos sacrifícios terá feito, no entanto o que as afirmações do Professor Marcelo revelam, é que está já num discurso de corrida pré-eleitoral, às eleições presidenciais de 2016, e procura não ferir susceptibilidades à direita, a área que o irá apoiar nessa campanha e nem à esquerda, com quem o Próximo Presidente da República poderá certamente ter de conviver numa situação dita de coabitação política.

Contudo o argumento não pegou na opinião publica, visto que, em política as pessoas não são ingénuas, o que motivou as autoridades portuguesas a tomar uma posição tão dura contra a Grécia ainda é desconhecido, provavelmente terão sido instrumentalizados como forma de pressionar e isolar a Grécia, visto Portugal ter sido um país que cumpriu muito mais do que a Troika havia exigido ao governo em termos de reformas e cortes nas despesas.

Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

 
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