A Democracia morre onde nasceu, exatamente na
Grécia. E morre à mão de tecnocratas, capitalistas e de economistas cujo ideal
é desmontar o Estado. Sem Estado, não há poder político, sem poder político não
há democracia, por mais que se tente iludir ou fingir a mascara cai sempre.
E quando se diz que a democracia morre,
significa que o governo do povo para o povo e pelo povo, tal como na
antiga helénica, deixou de ser uma realidade e passou a ser uma
utopia invertida, visto que já ter existido e não tem hoje quaisquer condições
de poder voltar a existir, sobretudo num mundo totalmente globalizado, dirigido
por uma corrente ultra-liberal vocacionado a destituir os Estados da sua
propriedade, funções e essência, até que o que sobrar não será mais
suficiente para evitar que se torne um mero pró forma.
A ideologia que nos bombardeou com
a consciência do direito do contribuinte, do
consumidor, embrulhado num papel bonito e sedutor, não foi mais que uma
forma de nos converter a colaboradores inconscientes do desmantelamento das
instituições, umas após outras, e num regime onde a economia sobrepõe e se
substitui nas funções do poder político, o resultado não poderá ser bom.
Se o comunismo falhou pelo excesso da
estatização e de uma pressão cultural
e psicológica vigente através de uma ideologia política de
economia planificada, o caminho trilhado hoje pelo neo-liberalismo não nos
trará melhor sorte. Porque as privatizações de setores chave da economia e a
liberalização radical dos mercados gera a catástrofe onde se vende tudo,
serviços de água, energia, comunicações, transportes, bancos, correios,
aeroportos, e sobrará apenas uma bandeira já sem sentido de nacionalidade.
Portugal um dos países da Europa comunitária,
que mais tem perdido com esta politica desde a subida ao poder do ultraliberal
Cavaco Silva, que iniciou lenta mas paulatinamente as politica europeias e
globalizantes das privatizações, com consequências visíveis e irreversíveis
para o país e as gerações futuras.
Autor Filipe de Freitas Leal
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