Partiu aos 75 anos um dos grandes músicos de Portugal, compositor e cantautor Fausto Bordalo Dias (1948-2024), um ícone da velha guarda, o povo português gostava imenso da sua música.
Foi sem sombra de dúvida um homem que mergulhou na música de intervenção nos anos 70, mas também manteve vivas as raízes da música tradicional portuguesa, o seu canto, a sua música eram inconfundíveis, tal como era inconfundível a pessoa que era, um ser sem igual. Fausto nasceu em 1948 a bordo de num navio chamado Pátria, ia a caminho de Angola, então colónia portuguesa, regressou a Portugal para prosseguir os estudos, e após o 25 de Abril juntou-se a outros músicos de renome a cantar as músicas de Abril no GAC Grupo de Ação Cultural. Mas apesar da sua intervenção politica, nunca deixou de denunciar a má descolonização feita na África portuguesa, e o modo como os colonos portugueses foram injustamente abandonados pelo poder político após a Revolução. Foi aluno do ISCSPU Instituto Superior de Ciências Sociais e Política Ultramarina da então UTL Universidade Técnica de Lisboa, onde aos 35 anos completou o curso de Ciência Política e Social.
Fausto esteve em vários países a fazer digressão, desde França, Reino Unido, até ao Brasil, EUA, entre outros países. Gravou vários discos LP's entre eles "Fausto", "Por Este Rio Acima" e "Muito além da Cordilheira", que foram marcantes, tendo recebido vários prémios, como Prémio Revelação da Rádio Renascença (1969), Prémio José Afonso (1988), Prémio Melhor Album e Prémio Melhor Canção, ambos da Sociedade Portuguesa de Autores (2012), Prémio de Carreira - Carlos Paredes (2017).
Adeus Fausto, até sempre e obrigado pela tua obra.
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