Quando utilizam a colonização portuguesa e espanhola para justificar o atraso socioeconómico e político em que a América Latina se encontra, está-se a julgar levianamente e a esquecer de que o poder há 500 anos, emanava do Papado instalado nos Estados Pontifícios e do catolicismo como modelo civilizacional, que exerceu, e ainda hoje exerce uma grande influência na cultura dos povos ibero-americanos.
Portugal e Espanha outrora estavam no topo das potências mundiais, chegaram a dividir o Mundo pelo tratado de Tordesilhas, obviamente com a bênção papal.
Os dois países ibéricos, mais tarde decaíram politicamente, quando os países do norte da Europa se rebelaram contra o Vaticano e aderiram à Reforma Protestante iniciada por Martinho Lutero, o que permitiu aos países dito protestantes tornarem-se potencias desenvolvidas.
Todos os países do sul da Europa, fiéis a Roma e que se mantiveram maioritariamente católicos (e por extensão as suas colónias) comprometeram o seu desenvolvimento socioeconómico, cultural e político.
Portanto, a respostas às questões da Histórica, têm de se buscar nas causas menos visíveis, porque não se pode julgar o passado com os olhos e a mentalidade do presente, pois isso será fazer pouco caso da história.
Eu escrevi este post, não para a divergência pura e simples, mas para contribuir para desmistificar mitos que se criaram e propagaram no discurso político sobre a história do Brasil, por vezes intencional, e ainda, para combater frases feitas e julgamentos demasiadamente fáceis.
É fácil demais acusar levianamente o passado anterior a 1822, no que concerne aos problemas do presente, se assim é, a proposta politica de hoje só pode ser a inanição total.
Ou seja, se a culpa dos meus problemas de hoje é a consequência dos erros dos meus avós, o que me restará então fazer? Nada, logo, isto aponta que o problema é na verdade FILOSÓFICO, ou seja, é uma questão de Lógica.
Autor: Filipe de Freitas Leal
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