Eis um tema interessantíssimo, que relata um pouco da História do Natal e de factos curiosos, esta festa
tão grandiosa e com uma abrangência mundial que tanto encanta, mas da qual se
sabe pouco, no que se refere à origem do Natal.
Na antiguidade do Império Romano, celebrava-se a 25
de Dezembro a festa de Solis Invictus, de cariz pagão, que tendo sido instituído pelo
Imperador Aureliano (adorador do Sol, como deus) decidiu instituir o Sol como o
deus máximo do império romano, e o dia de Solis Invitus como dia de comemoração
desse deus, e principal efeméride do império de nome completo "deus
Solis invuctus", traduzindo para o português significa "deus sol
invencível) e comemorava-se também o solstício de Inverno.
Com o advento e ascensão
do Cristianismo católico, a Igreja tenta apagar os vestígios pagãos, dando um
significado cristão às festas, passando a usar o dia 25 de Dezembro para
simbolicamente comemorar o nascimento do Messias o Salvador, embora não se saiba
o dia do nascimento de Jesus. Isto ocorreu apenas no Séc. IV, logo a
origem do Natal não é de facto bíblica. Mas com o propósito de cristianizar foi
encarado como sendo válido, inclusive os meses de Kislev e Tevet (Novembro a
Janeiro) são meses frios e chuvosos, e isso contrasta com a presença de
pastores referidos segundo a Bíblia na altura do nascimento de Jesus. logo a
data de Dezembro é apenas simbólica do nascimento de Jesus, pois o menino
Messias terá nascido alguns meses antes.
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São Nicolau |
Os símbolos religiosos dos primeiros cristãos,
fosse para que celebração fosse, eram sempre os símbolos judaicos, mas com o
tempo e a expansão do cristianismo e a separação deste face ao judaísmo,
começaram a aparecer novos símbolos inclusive os do Natal, como São Nicolau,
denominado de Pai Natal ou Papai Noel ou Santa
Claus também é a desvirtuação de um santo católico,
Nicolau, que terá nascido na Turquia, chegando a ser Bispo em Mira na Grécia,
após a sua morte foi sepultado em Bari na Itália onde se encontra ainda o seu
sepulcro.
Por outro lado a
introdução da Árvore de natal é mais
recente vinda do norte da Europa, terá tido provavelmente origens da religião e
tradições druídicas dos países nórdicos, hoje está comummente associada ao
Natal, mas também com um forte sentido consumista, fazendo perder gradualmente
o seu conteúdo religioso.
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Árvore de Natal |
Hoje em dia, o Pai
Natal moderno nada tem a
ver com um senhor gordinho de barbas brancas, e vestido de vermelho, ou tendo
vindo da Lapónia num trenó puxado por renas, essa foi uma adulteração que
sofreu pouco a pouco à medida que se desvinculava
o carácter religioso da festa e se atribua mais o
simbolismo do consumo. E nesse sentido até a cor vermelha é fruto de uma
campanha de marketing promocional levado a cabo pela Coca-Cola em 1906,
vestindo o bispo de vermelho para aumentar as vendas da milagrosa bebida que
antes era vendida em farmácias.
Nos países católicos,
manteve-se por muito tempo uma grande resistência aos novos símbolos do Natal,
o espaço era para o Menino Jesus, que era quem dava as prendas, Maria e José
mais o menino estavam presentes no Presépio, que
por iniciativa de São Francisco de Assis por volta do ano de 1220, e que era a
representação iconográfica das personagens e do cenário bíblico do Novo
Testamento à época do nascimento de Jesus Cristo. A etimologia da palavra
presépio vem do latim e significa curral, estrebaria, formado pelas palavras Prae = À frente, e Saepes = fechado.
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Presépio português |
A consoada, ou
ceia, é a refeição que se toma a seguir à missa do galo, e quando as pessoas
voltavam para casa, então ceavam, unia as famílias, havia a Missa do galo,
mas tudo isso tem vindo a desmoronar com um Natal capitalista, onde até os
Chineses, fabricam árvores de natal e enfeites de natal para espalhar por
todo o mundo.
A todos que nos
acompanham, que nos apoiam, que nos aconselham e que sobretudo crêem neste
projecto que é "O
Blog Humanista", um grande voto de um Natal Feliz, e de um Ano Novo de
2012 e que a humanidade desperte, ainda que lentamente, mas de forma decisiva
para a necessidade de uma atitude mais humanista connosco mesmos, com o próximo,
a comunidade e o mundo.
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Consoada ou Ceia de Natal, de acordo com a tradição portuguesa. |