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domingo, 3 de novembro de 2024

A Influência Externa nas Eleições Americanas

A corrida à Casa Branca está renhida, mas a influencia de potências estrangeiras, como a Rússia, a China ou o Irão, a acontecer como a influência russa nas eleições de 2016, será meramente da contra informação, da desinformação nas redes sociais, pode ter algum impacto, mas não creio que tenha uma influencia decisiva no eleitorado, e como tal, não chegará para alterar o resultado final das eleições americanas de Terça-feira dia 5 de novembro. Porquê? Porque há outros fatores internos, como a situação económica, a inflação, gastos com despesas militares, segurança, entre outros fatores fraturantes como a imigração ilegal ou o aborto, que terão certamente uma maior influência no resultado final de uma parte do eleitorado.

O que importa não é ver o número de votantes nas intenções de voto, pois as eleições são indiretas, os eleitores elegem delegados e não o candidato em si, além disso, as sondagens são feitas por uma amostra que é uma pequena parcela e revela apenas uma a tendência, que contém em si mesma uma margem de erro que ronda entre os 2,5% ou 3,5% de erro.

Para além da sondagem por amostragem está uma maioria silenciosa que irá definir no voto o que Trump ou Kamala querem, que é conquistar os Estados decisivos, e porque? Porque o candidato mais votado conquista todos os delegados desse estado ao colégio eleitoral, e ao conquistar o maior número de Estados decisivos e é isso que lhe dará a vitória. Basta conseguir 270 delegados e será eleito o candidato com maior representação de delegados e não necessariamente o mais votado. Poderá acontecer o candidato mais votado não conseguir os 270 delegados e nesse sentido não será eleito.

O perigo da influência estrangeira é também em certa medida a conjuntura politica internacional que pode decidir mudar o sentido de voto, a Guerra na Ucrânia, as contendas com a China, e além disso a influência destes através de fake news nas redes sociais, a questões identitárias do wokismo e a guerra em Gaza terão sem dúvida uma grande repercussão no eleitorado mais jovem.

Autor Filipe de Freitas Leal 

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, é licenciado em Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, com Pós-graduação em Políticas Públicas e Desigualdades Sociais, frequentou o Mestrado de Sociologia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Estagiou com reinserção social de ex-reclusos e o apoio a famílias em vulnerabilidade social. É Bloguer desde 2007, tem publicados oito livros de temas muito diversos, desde a Poesia até à Política.

domingo, 25 de junho de 2023

Intentona Militar Fez Tremer o Krémlin

Se preferir pode ouvir o artigo.
 O feitiço virou-se contra o feiticeiro, e Yevgueny Prigozhin, líder do grupo paramilitar de mercenários "Wagner" rebelou-se e levou avante um Golpe de Estado contra Vladimir Putin, indo em direção a Moscovo, no que chamou de "Marcha da Justiça" com cinco mil mercenários, tendo o Grupo Wagner chegado a ocupar a cidade de Rostov que é a capital de um Oblast (Província) do mesmo nome. Prigozhin alega a traição do Poder Central contra os combatentes e Putin diz que o golpe é uma "Facada nas Costas".

O mundo ficou perplexo e ao mesmo tempo preocupado, porque derrubar Putin, pode parecer ser bom, mas na verdade há sempre uma dúvida, se quem ocupar o lugar de Putin, ainda mais com um Golpe de Estado, será alguém que promova a democracia e a paz, ou pelo contrário será alguém pior ainda do que Putin? É esta a dúvida, primeiro porque não se sabe exatamente quem está por trás da organização deste Golpe de Estado, será apenas Prigozhin? Não parece que seja, não é um militar de carreira, embora ter criado o Grupo Wagner, e a participação na Guerra da Ucrânia tenha-lhe dado alguma experiência, que todavia não é suficiente para levar a cabo um Golpe de Estado.

O Golpe foi todavia abortado, tendo Putin negociado com Prigozhin as condições da rendição, pelo que as tropas revoltosas recuam, e o seu líder Prigozhin, fica em exílio na Bielorrússia de Lukashenko, que foi quem intermediou as negociações. Todavia, as principais exigências (que poderão não ser totalmente conhecidas do ocidente) que era a substituição dos comandos militares e do Ministro da Defesa russo, que poderão ter sido acatadas, mas não se sabe se na totalidade ou apenas uma parte por Putin, resta saber se apesar do golpe aparente na imagem do Krémlin fica abalada ou se sai reforçado deste episódio.

O que poderá ser tido como certo, é que após esta intentona, o Regime de Putin, não será o mesmo, Putin irá fechar ainda mais o regime, e proteger-se ainda mais de outras possíveis intentonas. Todavia, Putin não é eterno, será substituído mais tarde ou mais cedo, resta saber por quem e o que pretendem os seus sucessores, tendo em conta que em toda a História a Rússia só viveu em democracia durante o governo de Bóris Yelsin de 1991 até 1999. Atualmente a Rússia claramente não é um fascismo, como muitos querem fazer crer, nem uma ditadura, mas sim um regime hibrido, ou seja, um regime que mistura a democracia com autoridade forte.

Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, é licenciado em Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, com Pós-graduação em Políticas Públicas e Desigualdades Sociais, frequentou o Mestrado de Sociologia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Estagiou com reinserção social de ex-reclusos e o apoio a famílias em vulnerabilidade social. É Bloguer desde 2007, tem publicados oito livros de temas muito diversos, desde a Poesia até à Política.

terça-feira, 22 de novembro de 2022

Guerra e Paz! Quem Perde e Quem Vence?

Uma guerra é uma guerra, não é um jogo, e como tal não há empate, o fim de uma Guerra tem obrigatoriamente um vencedor e um derrotado, e isso significa que uma das partes terá que capitular e assinar um armistício.

Ora bem, neste caso da guerra da Ucrânia, não só não sabemos quando irá terminar o conflito, mas também não prevemos quem é que irá ao fim e ao cabo sair o vencedor de facto.
No Campo diplomático quem perde é a Rússia, sobretudo agora que foi considerado pelo Parlamento Europeu um Estado Pária e promotor do Terrorismo.
Ainda no Campo diplomático, quem ganha é a Ucrânia, primeiro porque é o Estado agredido e ilegitimamente invadido, mas também pela liderança de Zelensky. Todavia, há uma vitória sui generis, com perda significativa, no que se refere ao aspecto humano com muitas mortes e deslocados, mas também no aspecto material com a destruição esmagadora das infraestruturas da Ucrânia.
Como disse há nove meses, de forma ainda prematura, quem sairá fortalecido neste conflito será a China, e hoje é precisamente isso que se verifica. A Guerra na Ucrânia está a servir para enfraquecer o eixo ocidental EUA-Europa, e a fortalecer a China politicamente, bem como a Índia no plano económico.

Autor Filipe de Freitas Leal


Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, é licenciado em Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, com Pós-graduação em Políticas Públicas e Desigualdades Sociais, frequentou o Mestrado de Sociologia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Estagiou com reinserção social de ex-reclusos e o apoio a famílias em vulnerabilidade social. É Bloguer desde 2007, tem publicados oito livros de temas muito diversos, desde a Poesia até à Política.

terça-feira, 12 de abril de 2022

A Lógica (Falácia) da Guerra da Ucrânia


Se a Rússia já não é um país comunista, se não há o perigo comunista nem o fantasma da URSS, se acabou a "Cortina de Ferro" que dividiu a Europa e não havendo mais o "Pacto de Varsóvia", então, qual é a razão do avanço da OTAN para Leste? Qual a lógica do Ocidente por trás disso? Não faz sentido.

Por outro lado, se a Rússia já não é comunista, se a URSS se desmembrou há 32 anos (as repúblicas estavam unidas à força), se adotou a economia de mercado, se a Ucrânia devolveu o arsenal nuclear em troca de paz, então qual a lógica de Putin querer invadir a Ucrânia e aniquilar a sua soberania? É algo que também não faz sentido.

Além disso, quem ganha verdadeiramete a Guerra da Ucrânia? Os EUA, que vão passar a vender gás para a Europa? A Rússia que destrói a economia ucraniana por algum tempo e rouba-lhe a região do Leste? A Europa que se uniu e fortaleceu a OTAN? Não, nada disso, esta guerra na Ucrânia, foi um erro político e militar de Putin, mas também de Biden que poderia ter evitado, há todavia um vencedor à partida, a China, porque a Rússia sai isolada economicamente e enfraquecida politica e militarmente no plano internacional, será para a China o momento de deslocar os centros de decisão para a Ásia.

A China sai fortalecida com a guerra da Guerra, sem disparar um tiro, a China fortalece-se como potência política mundial, quer pelo enfraquecimento politico e quer económico da Rússia e dos erros de Putin que não previu as dificuldades e as consequências deste conflito.

Autor do blog: Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, é licenciado em Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, com Pós-graduação em Políticas Públicas e Desigualdades Sociais, frequentou o Mestrado de Sociologia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Estagiou com reinserção social de ex-reclusos e o apoio a famílias em vulnerabilidade social. É Bloguer desde 2007, tem publicados oito livros de temas muito diversos, desde a Poesia até à Política.

segunda-feira, 14 de março de 2022

O Preço da Liberdade de Expressão

Foto de Asie Romero por Freepik.com
Desde que voltei a postar aqui as minhas ideias com mais regularidade já perdi oito "amigos" do Facebook.

Fazer o que? Cada um reage à sua maneira, cada um vê com a cor dos óculos que usa. Sem esquecer que pontos de vista são diferentes porque
veem a partir de ângulos diferentes a mesma realidade, já a ideologia, não passa da cor da lentes dos óculos.

Ninguém nos havia dito que a liberdade de expressão não tinha preço na democracia. Na verdade, tudo tem o seu preço, e ter opinião formada também tem um preço e um risco, o risco de se poder estar errado. E Eu assumo a possibilidade desse risco.

Todavia, há ainda outro preço a pagar pelo direito a ter opinião própria e a exprimi-la, é que a liberdade de expressão requer o respeito pela opinião dos demais.

Mas ainda há mais! Mesmo que não se concorde com uma ideia ou opinião, devemos tentar compreender o ponto de vista do outro.

Da mesma forma a Democracia e a Autodeterminação dos povos tem um preço alto, que por vezes paga-se com a Guerra, somando-se os sofrimentos e as consequências daí advindas, sejam físicas, morais, politicas e económicas.

É o caso do que se passa hoje na Ucrânia, o erro ou o crime da Ucrânia aos olhos de Putin e do seu séquito, é que se trata de um país livre, democrático e que tem coragem de dizer o que quer e para onde vai o seu destino. E quem o diz, não é o governo, é o povo que o elege.

E analisadas todas as ideias e comentários de que li, e de que ouvi nos Média como artigos, entrevistas, etc; chego à conclusão de que também a Rússia deixou de ser amiga da Ucrânia, porque a Rússia na pessoa de Putin e os agentes do seu regime totalitário, não suportavam a ideia de uma Ucrânia livre e de um povo livre, que estava a progredir e desenvolver-se.

Se a Ucrânia já fosse parte da UE, em pouco tempo seria uma das maiores potências da Europa com voz ativa na Política Europeia, e isso gera invejas políticas e decisões trágicas e irracionais como a Guerra contra um país irmão em Pleno Século XXI. 

Autor do blog: Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, é licenciado em Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, com Pós-graduação em Políticas Públicas e Desigualdades Sociais, frequentou o Mestrado de Sociologia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Estagiou com reinserção social de ex-reclusos e o apoio a famílias em vulnerabilidade social. É Bloguer desde 2007, tem publicados oito livros de temas muito diversos, desde a Poesia até à Política.

quarta-feira, 2 de março de 2022

O Mundo Apoia a Ucrânia

Por todo o mundo, há movimentos de solidariedade, recolha de alimentos, medicação, roupas e manifestações de apoio à Ucrânia e ao governo de Zelensky. A Bielorrússia e a Rússia e particularmente o governo de Putin, estão a ser condenados na maioria das capitais e dos governos, tanto assim, que a resolução votada na ONU no dia 02 de março de 2022, teve o voto a favor da condenação à Rússia de 141 países, 35 abstenções, entre os quais China, India, Africa do Sul, Cuba, entre outros. e apenas 3 países votaram ao lado da Rússia e da Bielorrússia contra a moção de condenação.

Desde o inicio do conflito que têm-se verificado manifestações e passeatas de apoio à Ucrânia e repúdio ao ato de agressão feito pela Rússia a mando do autocrata Putin. Além de iniciativas espontâneas, têm se verificado também iniciativas de grandes empresas multinacionais que cortaram negociações com Moscovo, a par do boicote e das sanções económicas que se verificam no corte do swift, na interdição do espaço aéreo aos aviões russos, e à livre circulação de magnatas e políticos russos em solo ocidental.

Após o inicio das sanções económico-financeiras a Bolsa de Valores russa caiu e o rublo foi desvalorizado em 30%, além de que também na área do desporto os clubes russos foram todos impedidos de jogar nos campeonatos europeus e internacionais pela UEFA e a FIFA.

Autor do blog: Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, é licenciado em Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, com Pós-graduação em Políticas Públicas e Desigualdades Sociais, frequentou o Mestrado de Sociologia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Estagiou com reinserção social de ex-reclusos e o apoio a famílias em vulnerabilidade social. É Bloguer desde 2007, tem publicados oito livros de temas muito diversos, desde a Poesia até à Política.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Invasão da Ucrânia - O Ocidente deve Retaliar


Ao que me parece, a política tem que ser feita por reciprocidade, tão mais pacífica quanto possível, neste caso, postei esta frase nas redes sociais para que se juntasse a outras vozes de igual tom e com o mesmo objetivo: "Os EUA, a UE e Portugal, devem romper relações diplomáticas com a Rússia e isola-la no plano da Política Internacional."

Autor do blog: Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, é licenciado em Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, com Pós-graduação em Políticas Públicas e Desigualdades Sociais, frequentou o Mestrado de Sociologia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Estagiou com reinserção social de ex-reclusos e o apoio a famílias em vulnerabilidade social. É Bloguer desde 2007, tem publicados oito livros de temas muito diversos, desde a Poesia até à Política.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

OTAN Já Acredita Numa Invasão Total da Ucrânia

No principio a imprensa e os analistas ocidentais diziam que se tratava apenas de um jogo de medição de forças, forma de a Rússia mostrar- se ao mundo, como potencia bélica e militar na região leste da Europa,

Depois veio o reconhecimento das repúblicas separatistas e a invasão das mesmas, e uma vez mais, os mesmos líderes e analistas passaram a dizer que se tratava apenas de uma invasão circunscrita aos territórios rebeldes do Donbass.

Mas à medida que cresce a tensão de dia para dia, a OTAN pela voz do seu Secretário Geral Jens Stoltenberg, afirma acreditar numa invasão total da Ucrânia com o inevitável derrube do governo legítimo em Kiev.

Germano de Almeida analista politico, afirma que Putin, é esperto e muitíssimo inteligente, muito mais que os ocidentais, apanhou Biden como um presidente americano fraco, basta ver a vergonha da retirada do Afeganistão, soma-se Boris Johnson que se tornou um líder britânico fraco dando uma imagem decadente do Reino Unido, na França vimos Emanuel Macron a candidatar-se para a reeleição e acossado pela Extrema Direita, na Alemanha sai a grande líder Merkel e surge Olaf Scholz, um líder ainda sem a experiencia necessária para estas manobras diplomáticas. Diante deste quadro Putin encontrou o terreno fértil para avançar contra uma Europa fraca.

A Meu ver, a análise de Germano de Almeida é clara e coerente, poder-se-ia acrescentar que a visão dos líderes europeus, cedeu apenas aos interesses neoliberais de Bruxelas, que vê apenas os MERCADOS e os lucros mas não sabe se mover no xadrez da política internacional, e não conseguem ter uma visão de longo alcance.

Autor do blog: Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, é licenciado em Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, com Pós-graduação em Políticas Públicas e Desigualdades Sociais, frequentou o Mestrado de Sociologia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Estagiou com reinserção social de ex-reclusos e o apoio a famílias em vulnerabilidade social. É Bloguer desde 2007, tem publicados oito livros de temas muito diversos, desde a Poesia até à Política.

A Loucura da Guerra na Ucrânia

A loucura está instalada, Putin não quer salvar a Ucrânia do ocidente, nem as províncias separatistas hoje, da mesma forma que os soviéticos não queriam salvar o Afeganistão em 1979, mas sim o seu regime. No caso soviético, era a defesa do regime apelando ao idealismo comunista que já dava sinais de agonia, no caso de Putin é a defesa do seu governo autocrático apelando ao sentimento nacionalista.

Os dados estão lançados, agora é um dia de cada vez, para vermos como evolui a situação, e resta saber se as represálias europeias e estadunidenses a nível económico serão ou não suficientes para castigar Putin e a Rússia, e saber ainda, se a Rússia pretende fazer o mesmo que fez com a Geórgia, que em Agosto de 2008 reconheceu a independência das Repúblicas separatistas da Abcázia e da Ossétia do Sul.   

Certo é que num cenário de guerra, todos nós, cada um de nós, sai a perder, num período de tempo indeterminado de um conflito militar, que trará certamente consequências económicas para toda a Europa com a escassez de energia e o consequente aumento de preços. 

Loucura I - A opção militar de Putin
É um facto que Putin, não quer resolver esta questão pela via diplomática, prova disso é a sua retórica ao ter reconhecido unilateralmente as Repúblicas Populares de Lugansk e Donetsk, e com ousadia e ironia enviou tropas em missão de "Paz".

Loucura II - Os erros de calculo de parte a parte
Em certa medida, há erros de todos os lados; Em primeiro de Putin com o seu imperialismo e ousadia belicista para salvar a face; Em segundo: Também dos europeus que com a sua febre neoliberal nos "Mercados" quis expandir a UE para leste, e para tal, reconheceram em 2014 um golpe de Estado na Ucrânia que derrubou um governo pró-russo mas legitimamente eleito; Em terceiro: Também dos Estados Unidos, que nunca foi capaz de perceber que avançar com bases militares da OTAN para Leste seria uma afronta à Rússia.

Loucura III - A imprudência dos governantes ucranianos
Por ultimo, mas não menos importante, há culpas dos governantes ucranianos que não tiveram a sensibilidade de incluir plenamente na sociedade os cidadãos russófilos, não se preocuparam em reconhecer o direito à Autonomia das Províncias de etnia russa e são estas duas razões que fazem parte dos motivos do atual conflito.

Autor do blog: Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, é licenciado em Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, com Pós-graduação em Políticas Públicas e Desigualdades Sociais, frequentou o Mestrado de Sociologia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Estagiou com reinserção social de ex-reclusos e o apoio a famílias em vulnerabilidade social. É Bloguer desde 2007, tem publicados oito livros de temas muito diversos, desde a Poesia até à Política.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

Ir à Guerra não é brinquedo

No meu tempo, ir à Guerra, não era com hora marcada como quem vai para o chá das cinco.

Ir à Guerra não é o mesmo que ser convidado para um jantar na casa do vizinho, com cordialidade e pedindo licença para entrar.

No meu tempo, ir à Guerra era meter o pé na porta e arromba-la de surpresa, quando menos preparado estava o inimigo.

Ir à Guerra não é um espetáculo de circo, uma série televisiva, nem um folhetim de jornais, e muito menos, sorteios ou apostas de lotaria.

No meu tempo, ir à Guerra, era destruir a vida de muita gente, de um país inteiro, onde se perdia a vergonha por um lado e por outro lado perdia-se a dignidade, a esperança e a vida.

Mas hoje, hoje tudo é diferente, menos uma coisa: É que entre mortos e feridos alguém há de escapar, e curiosamente, tal como antes, vence não o melhor ou o mais justo, mas o mais forte.

Autor do blog: Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, é licenciado em Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, com Pós-graduação em Políticas Públicas e Desigualdades Sociais, frequentou o Mestrado de Sociologia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Estagiou com reinserção social de ex-reclusos e o apoio a famílias em vulnerabilidade social. É Bloguer desde 2007, tem publicados oito livros de temas muito diversos, desde a Poesia até à Política.

domingo, 13 de fevereiro de 2022

Questões sobre o Conflito Rússo-ucrâniano

Há algumas perguntas que me surgem, para as quais eu não consigo obter resposta, porque para mim, este conflito é um absurdo autêntico:

1º - Se de facto irá ocorrer uma invasão da Ucrânia, porque é que Putin perde tanto tempo em negociações sem fim e com um aparato militar mediático, permitindo dessa forma, que a Ucrânia e os Aliados se organizem, obtendo maior capacidade de defesa e resposta?
2º - Se de facto o objetivo da Rússia é ter uma zona tampão, não permitindo que os países satélites estejam no campo de influência da OTAN, sendo essa uma das exigências russas para não invadir a Ucrânia. E neste caso, se a independência e a soberania da Ucrânia dependem do facto de não pertencer a uma organização que seja considerada uma ameaça para a vizinha Rússia, então porque é que os EUA insistem em que a Ucrânia venha a tornar-se membro da respetiva organização?
3º - O que ganha a Ucrânia com este conflito, ao ser invadida, ao perder território e à ruína da sua economia; Porquê então, o Presidente Volodymyr Zelensky não desiste da OTAN, em nome da paz, da estabilidade económica, política e social, para o seu país e o seu povo?
4º - Por fim, resta perguntar onde está a lógica disto tudo? Não em relação à Rússia de Putin, aos EUA de Biden e à Europa representada aqui por Macron, mas sobretudo em relação às decisões dos políticos da Ucrânia. Creio que estão a ser conduzidos como cordeiros para interesses que não são verdadeiramente os interesses do povo ucraniano.

De acordo com o exposto acima, verifico que é demasiado estranho, que mais do que os políticos ucranianos, sejam os EUA a decidir o destino da Ucrânia, ao quererem impor esse país do Leste europeu como membro e parceiro da OTAN, estão assim, a agravar a situação e a empurrar a Ucrânia para o abismo.
Não podemos esquecer que Biden já cometeu erros que cheguem, primeiro a desastrosa saída do Afeganistão, e agora com o escalar do seu discurso de ameaças à Rússia, pode cometer mais um grave erro, o de provocar o conflito militar, prejudicando neste caso, não apenas a Ucrânia mas também a Europa.

Quando um país como Israel, que tem um dos melhores serviços secretos do mundo, decide retirar a sua representação diplomática de Kiev, e informa aos seus cidadãos para não viajarem para a Ucrânia, pode ser entendido como um grande sinal da eminente invasão da Ucrânia, probabilidade muito maior do que se esperava.

Autor do blog: Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, é licenciado em Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, com Pós-graduação em Políticas Públicas e Desigualdades Sociais, frequentou o Mestrado de Sociologia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Estagiou com reinserção social de ex-reclusos e o apoio a famílias em vulnerabilidade social. É Bloguer desde 2007, tem publicados oito livros de temas muito diversos, desde a Poesia até à Política.

sábado, 22 de janeiro de 2022

Rússia Vs. Ucrânia - Holodomor não acabou


Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, afirma um famoso ditado português, mas nem sempre assim é, a vontade da Rússia em perseguição face à Ucrânia não é de hoje, e por isso, Holodomor não deve nem pode ser esquecido, facto 
ocorrido em 1932 e 1933, que resultou na morte pela fome a que milhões de ucranianos foram votados pelo caudilho comunista Joséf Stálin,  o ditador soviético que tentou criar uma URSS  multicultural, desterrando povos inteiros da sua pátria, como os tártaros, e que o mais que conseguiu foi ter transformado o comunismo numa espécie de nazi-fascismo vermelho, oprimindo a todos, mas em particular e com especial ódio, o povo da Ucrânia.

Embora a região da Crimeia seja conhecida na atualidade, pelos recentes conflitos de invasão, ou pela anexação da Crimeia em 2014 por parte da Rússia, o facto é que o mesmo território tem uma população própria, os tártaros que foram impedidos de voltar à sua terra natal, terra que já havia pertencido ao Império Otomano, passando para o Império Russo em 1792, mas foi apenas em 1954 que o Soviete Supremo passou a região da Crimeia para a República Socialista Soviética da Ucrânia, todavia, recuperar a Crimeia para a Rússia, sempre foi um desejo de  Putim, para mostrar a sua força e ao mesmo tempo o seu desprezo total pela Ucrânia e os ucranianos.

Putin procura hoje, mostrar ao mundo que tem poder, e quer reerguer a Rússia no xadrez internacional, sobretudo com o enfraquecimento político dos EUA, e com a ascensão inegável dos chineses, além disso, tenta ainda aproveitar para manter o poder musculado dentro de fronteiras, afastando opositores e esmagando a oposição. No Xadrez político apoia o Irão, a Síria e outros inimigos do ocidente, aqueles mesmos a que George W. Bush denominou de o Eixo do Mal. 

As manobras que hoje se verificam para intimidar Kiev, e se se verificarem com invasão efetiva, são em primeiro lugar para se impor perante a Europa e o resto do mundo, aproveitando para continuar a oprimir a Ucrânia, usada como bobe expiatório de todos os problemas internos russos.  Se a Europa mantiver apenas as ameaças de sanções económicas e financeiras, e os EUA a dizer que avançam para o terreno, torna ainda mais perigoso o barril de pólvora.

O facto é que ódios irracionais antigos, somados a contextos políticos específicos de um reposicionamento geopolítico e geoestratégico, ainda causam bastantes problemas, oxalá os ventos mudem.

Autor do blog: Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, é licenciado em Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, com Pós-graduação em Políticas Públicas e Desigualdades Sociais, frequentou o Mestrado de Sociologia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Estagiou com reinserção social de ex-reclusos e o apoio a famílias em vulnerabilidade social. É Bloguer desde 2007, tem publicados oito livros de temas muito diversos, desde a Poesia até à Política.

 
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