Mais
importante que ganhar a guerra, é não perder a Paz.
Neste
momento é o que se tem vindo a perder, numa espiral de violência
em
todo o Mundo Árabe. Resta saber até onde irão soprar as ondas de
choque deste terramoto político, religioso e cultural do Médio
Oriente, face a uma ONU que na prática é um boneco de faz de conta,
e face ao Ocidente EUA e Europa divididas e decadentes, bem como a
perda da influencia das Igrejas Cristãs na sociedade moderna?!?
Nada
se perde tudo se transforma, o que hoje é uma crise económica,
poderá ser amanhã uma crise política, cultural e assim
sucessivamente, até entrarmos numa crise civilizacional, com novos
valores, novas culturas, e novos modos de exercer o poder sobre as
massas dominadas (quer elas se apercebam disso quer não) esta
civilização que as pessoas da minha idade e mais velhas conheciam,
está a ruir, não é apenas a evolução dos tempos modernos, com
novas tecnologias, é um ruir de valores elementares, dos quais se
formaram as bases para a Democracia e o Estado de Direito. É do
oriente que vem os novos ventos, que impõe a mudança, foi assim que
nasceu a Europa, vinda do Oriente (Anatólia) voando sentada em cima
de um touro alado.
Embora
a História se repita, e muitas crises sejam cíclicas, quando voltam
deixam sempre marcas profundas e irreversíveis, e face ao
recrudescimento das convulsões políticas no mundo árabe, a posição
da diplomacia Argentina de retirar a cidadania a cidadãos israelitas
com dupla nacionalidade bem como a pressão dos países europeus contra a ofensiva israelita, é exatamente o que Israel deveria ter
evitado, ou previsto e é precisamente o que o Hamas desejava, pois o
enfraquecimento militar do Hamas através dos bombardeamentos
israelitas, não é nada comparado com o fortalecimento que lhe é
dada à sua posição política, quer a nivel internacional e
sobretudo a nível interno do mundo árabe, isolando Marhmoud Abbas e
a Al-Fatha, e este sendo substituído na liderança teremos uma
radicalização e um retrocesso na política da Autoridade
Palestiniana, e ainda maior nos movimentos extremistas islâmicos que
se espalharam por todo o mundo.
Temos
muitas perguntas, observamos muitos factos, e através de meios de
informação diversos, e por vezes parciais e tendenciosos, de tal
modo que não obtemos respostas, mas ainda que sem respostas para
todas esta crise civilizacional, a única bandeira em que eu acredito
é no Humanismo.
É
o Fator H, o que não pode faltar seja em que cultura for, as pessoas
estão e deverão estar em primeiro lugar, na construção de um
mundo melhor, ainda que as civilizações sejam mutáveis, ou morram
tal como nascem. Mas que não deixemos morrer em nós os valores
maiores, que as civilizações anteriores nos trouxeram, seja do
cultura greco-romana, da religião judaico-cristã,, seja do
renascimento, ou da cidadania e dos Direitos Humanos nascida com a
Revolução Francesa, o Humanismo é o que nos trouxe até aqui, e é
o que nos permitirá ir mais longe, porque mais importante que ganhar
a guerra seja contra o que for, tal como D. Quixote contra os
Moinhos, ou seja contra inimigos reais, o que não podemos perder é
a PAZ que emana do ideal do Novo Humanismo.
Por Filipe de Freitas Leal
Autor Filipe de Freitas Leal
Leituras visualizações
Sobre o Autor
Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.