#BringThemHomeNow!
Ha ainda nos túneis de Gaza, um numero estimado em 136 reféns israelitas e judeus sequestrados no fatídico dia dos massacres de 07/10/23.
Solidariedade é a essencia da Justiça Social
Para que uma sociedade se desenvolva em justiça social é fundamental a cultura da solidariedade.
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segunda-feira, 31 de outubro de 2011
7 Biliões de Seres Humanos sobre a Terra
segunda-feira, outubro 31, 2011
Filipe de Freitas Leal
Sem comentários
A 31 de outubro seremos na Terra 7 Biliões de Seres Humanos, 7 Biliões de
percursos de vida, 7 Biliões de histórias, de culturas, de crenças, de
tradições e de fé.
Que possibilidades para esta nova realidade humana num mundo cada vez mais
pequeno e com menores recursos? Há que acreditar que é possível encontrar
respostas, soluções e juntarmos esforços por um mundo novo.
O Reflexo de uma grande população, é sem sombra de duvida o aumento da
interculturalidade nas sociedades modernas, através das migrações
transnacionais e dos seus fluxos e influxos. Mas há que ter em conta que num
mundo onde os recursos quer naturais, quer agricolas e industriais estão a
ficar escaços, como o espaço habitavel, e as consequencias de desflorestação
trezem também consequencias ao eco-sistema que já vem reagindo à ação da
Humanidade, com alterações climáticas e catastrofes naturais.
A pobreza é sem duvida uma das consequencias mais visiveis num mundo com
uma sobre-população grande e advindo daí um indice de crescimento demográfico
ainda mais acentuado, visto a riqueza estar mal distribuida.
Para além do crescimento via natalidade, há o facto de os indices de
aumento da expetativa de vida e da expetativa de vida saudável estarem a subir,
e haver um aumento da população idosa, e por sinal havendo muitos idosos ainda
em possibilidade de vida ativa.
Para se equilibrar toda esta problemática há que se juntar esforços, na
busca de respostas capazes e coerentes para a construção de um mundo
sustentável e com espaço para todos, não é só um papel dos políticos, é o papel
de todos, precisamos despir preconceitos, romper barreiras e juntos com
cientista, sociologos, assistentes sociais, filosofos, economistas, psicologos,
engenheiros, empresários, médicos, professores, homens, mulheres, novos e
idosos juntos criarmos o que só nós poderemos fazer, que é exigir dos
responsaveis uma nova politica, uma política HUMANISTA em prol da Humanidade.
Referências:
domingo, 9 de outubro de 2011
Violência - Conferência do Núcleo de Serviço Social
domingo, outubro 09, 2011
Filipe de Freitas Leal
Sem comentários
Terá Lugar no dia 20 de Outubro Sexta-Feira, a Conferência com o tema "Violência", e que
será moderada pela Professora Doutora Dália Costa (ISCSP-UTL) e com organização
do NSS Núcleo de Serviço Social do ISCSP.
Os temas abordados serão os seguintes por ordem do programa: "Violência em sociedades
multi-culturais", pelo Dr. Joaquim Quintino Aires (Psicólogo); "Violência
na família", pela Drª. Fátima Duarte (da Equipa técnica da CNCPCJ);
"Violência no namoro", pelo Professor Catedrático Carlos Poiares
(Diretor da Faculdade de Psicologia da Universidade Lusófona); "Violência
na sociedade política", pela Professora Doutora Sandra Balão do ISCSP-UTL.
Sendo uma iniciativa do NSS Núcleo de Serviço Social, contando também com a
colaboração de Diogo Duarte, Patrícia Ricardo, Diogo Amaral entre
outros membros do NSS, estando de parabéns pela iniciativa
e pertinência do tema.
Data e Hora: 20 de Outubro de 2011 pelas 10h00.
Local: Lisboa, Polo Universitário da Ajuda / ISCSP-UTL - Auditório 2
Autor Filipe de Freitas Leal
Sobre o Autor
Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.
Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.
sábado, 8 de outubro de 2011
Suicídio - Índices Ultrapassam Acidentes de Viação
sábado, outubro 08, 2011
Filipe de Freitas Leal
1 comentário
Dados revelados pelo Jornal Público, de acordo com o INE Instituto Nacional de Estatísticas Português, mostram
que a incidência do Suicídio na mortalidade em Portugal,
tem ao contrário do que supõe o censo comum, um índice superior à
mortalidade causada por acidentes de viação, isto no que se refere a causas não
naturais.
Este estudo, tem uma importância muito pertinente, para a
compreensão sociológica do país, devido a dois factos, primeiro porque não é
noticiado de forma clara nos meios de comunicação social quando as pessoas se
suicidam, no entanto, sempre que há um acidente de viação com vitimas mortais,
isso é noticiado na TV, rádio e imprensa escrita; Segundo aspeto é que os
objetivos de noticiar ou não, são acima de tudo políticos e visam
evitar o alarmismo face aos suicídios, mas tentam além disso incidir
de forma didatica chamando os condutores a uma condução responsável e
responsabilizadora do modo como nós todos como cidadãos conduzimos nas
auto-estradas, para que se evite a mortalidade nos acidentes; Outro fator a ter
em conta é que apesar da subida dos suicídios em Portugal, e devido
aos tempos especialmente difíceis em que o Mundo e a Europa estão
submergidos, não deixam no entanto de estar dentro da média europeia.
Isto leva-nos a ter em conta que numa sociedade de informação, nem sempre o
que nós vimos mais vezes é o que acontece mais, ou mesmo seja uma verdade
absoluta.
Logo o facto de não sabermos da existência do numero e
do índice de suicídios não implica que eles não existam, e
o facto de estarmos sempre em contacto com noticias de acidentes de viação, ou
de assaltos ou outros tipos de crime, não significa que só
existam catástrofes acidentes e violência na nossa sociedade.
Devemos ser críticos face a isso,
saber que os Mass Media, são forjadores de mentalidades e por trás do que se
noticia há acima de tudo uma atitude política, com objetivos especificos que
visam não alarmar para umas coisas e de educar perante outras, de igual modo
posso aqui dizer e só para ilustrar que os abortos provocam em
Portugal inúmeras mortes, e no entanto também não são referidas essas
mortes na imprensa, por covardia política e de falta de honestidade
informativa. E porquê? porque para evitar esses abortos, o que teria de se
fazer politicamente não se quer, antes pelo contrário destroi-se o Estado
Providência, abandonam-se as pessoas e escondem-se os dados, que é o mesmo como
diria qualquer imperadorzinho romano, para o Povo pão e circo, muito Telelixo e
futebol, para que o Estado Providência se destrua debaixo da ignorância dos
nossos narizes.
Os dados do INE mostram que os
suicídios ultrapassaram os acidentes de viação em 2004, mas muito antes
andavam perto disso, desde os anos 60 do Séc XX, no novo século e após o
ano referido, tem vindo a aumentar exponencialmente. Só para termos uma ideia,
em 2008 cometeram suicídio 1035 pessoas segundo dados do INE, quanto
às mortes nos acidentes de viação foram de 776 segundo dados do MAI.
Em casos de risco de suicidio, depressão,
solidão e abandono, foi criado em Portugal em 1978 o serviço S.O.S. Voz Amiga, divulgue este
site, veja Aqui.
Nota do autor: Em 2014 foram revelados os dados comparativos aos suicídios referentes ao ano anterior, que tinham tido uma queda de 7%, no entanto manteve-se superior à taxa de mortes por acidentes de viação.
Apoio Psicológico: Prevenção de Suicídio Download
Nota do autor: Em 2014 foram revelados os dados comparativos aos suicídios referentes ao ano anterior, que tinham tido uma queda de 7%, no entanto manteve-se superior à taxa de mortes por acidentes de viação.
Apoio Psicológico: Prevenção de Suicídio Download
Autor Filipe de Freitas Leal
Sobre o Autor
Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.
Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
IAD - Introdução à Análise de Dados
quarta-feira, outubro 05, 2011
Filipe de Freitas Leal
Sem comentários
Introdução à Estatística para as Ciências
Sociais
Estatística, é uma ciência ou um
método de estudo sobre um conjunto de dados, para a obtenção de
informações acerca de uma dada atividade ou um dado facto.
Mais precisamente é a
ciência que nos dá uma informação sobre dados quantitativos ou qualitativos
importantes para a tomada de decisões.
Nenhuma ciência
experimental, como por exemplo a sociologia aplicada, pode prescindir de dados
e métodos quantitativos, mesmo na área do Serviço Social, os dados revelados
pelo método Estatístico e de Análise de Dados é fundamental para um melhor
conhecimento da realidade sócio-económica na qual se irá intervir.
Portanto como ciência a Estatística ocupa-se de coletar os dados,
organiza-los, descrevê-los e de os interpretar, que seja por investigação de
todos os elementos da população ou por amostragem de parte.
Estatística Descritiva, é a parte
mais visível da estatística e na qual se tem a coleta,
organização, análise das previsões e das correlações do nosso
quotidiano. É pois, uma ferramenta multidisciplinar da classificação e
organização de dados imprescindíveis para o conhecimento da realidade
social nas ciências sociais.
Estatística Inferencial, é a estatística feita
por amostragem, e é a partir daí, que inferimos sobre a realidade ou factos
sociais (em causa) e que nos darão respostas por hipóteses aos
problemas em questão.
Embora na amostragem não
haja a certeza absoluta, por haver margem de erro (como por exemplo uma
sondagem) então temos apesar disso uma aproximação considerável da
realidade que poderá ser por exemplo de 95% de probabilidade de acerto e de 5%
de probabilidade de margem de erro.
População, é o que se entende como o conjunto
de indivíduos a ser estudado, pode até ser um conjunto de objetos,
mas é no fundo sobre a "População" que incide o
estudo estatístico mas não estuda as pessoas em si, apenas pretende
compreender os fenómenos em causa ou os problemas para os quais se quer obter
respostas quantitativas ou qualitativas.
Da população que pode ser "finita" ou
"infinita" (ou seja em que os seus elementos respetivamente têm um
número limitado e torna-se possível enumera-los, e na infinita, são ilimitados
os seus elementos tornando-se impossível enumera-los todos) é feita
uma amostragem de parte dessa população, com o qual se obterá os dados.
Amostra, é a parte representativa da população num dado estudo, com o objetivo de
fazer inferências.
As sondagens, que
politicas ou não, são feitas por empresas de estudos de mercado, que utilizam
o método de "Amostra" através de entrevistas,
quer pessoalmente porta a porta quer por telefone.
Na amostra usamos a
indução, que é um modo de obter os dados de uma população partindo do
conhecimento das partes para inferir sobre a realidade do todo, mas aqui há
sempre uma margem de erro.
Manuais de Introdução à Análise de Dados
Análise de Dados - Textos de Apoio para professores do 1.º Ciclo. PDF.
Descrição, análise e interpretação de informação quantitativa. PDF
Métodos Quantitativos Estatísticos PDF
Manuais de Introdução à Análise de Dados
Análise de Dados - Textos de Apoio para professores do 1.º Ciclo. PDF.
Descrição, análise e interpretação de informação quantitativa. PDF
Métodos Quantitativos Estatísticos PDF
Bibliografia consultada:
BASTOS, L. Roberto, "Probabilidade e Estatística"
Universidade Estácio de Sá, Rio de Janeiro (2005) pp.5-52
PINTO, R. Ramos, "Introdução à Análise de Dados com recurso a SPSS"
Silabo, Lisboa (2009)
Baseado nos Apontamentos Universitários (2011/2012)
Filipe de Freitas Leal 2º Ano do Curso de Serviço Social do
ISCSP - Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da UTL -
Universidade Técnica de Lisboa,
Sendo Docente o Professor João Morais Martins.
Autor Filipe de Freitas Leal
Autor Filipe de Freitas Leal
Sobre o Autor
Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos blogs de temas diversos.
Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos blogs de temas diversos.
quinta-feira, 23 de junho de 2011
A Situação Social e Económica de Portugal
quinta-feira, junho 23, 2011
Filipe de Freitas Leal
Sem comentários
O livro
lançado pelo Diário de Notícias,
com o título “O Estado a que o
Estado chegou”, é um projeto editorial, que através de reportagens e
entrevistas, publicadas no respetivo diário lisboeta, entre os dias, 7 a 14 de
janeiro de 2011[1], teve como objetivo despertar os
portugueses, para a real dimensão da crise e das suas razões.
Nessas
reportagens foi ilustrado o aparelho do Estado, como sendo um edifício, que não
funciona bem, por ser mal construído, velho, desorganizado, com brechas,
dispendioso e desequilibrado tal como a Torre de Pisa,[2] aliás
ilustração clara, que foi adotada para capa do livro.
Ouve-se
comentar nas ruas e nos cafés, sobre a tão falada crise e dos erros políticos,
da classe dirigente, fala-se com facilidade de tudo, na linguagem simples e
popular, mas qual é afinal a origem do problema? Qual é a real dimensão da
situação? Quais são as consequências e quanto tempo vai ser preciso até
equilibrar as contas e colocar o País a produzir e exportar? São essas as perguntas
que nos surgem quando a leitura deste livro faz-nos viajar através dele ao país
real, e é a partir daí, que passamos a nos debruçar mais atentos às questões,
que urgem e que a todos diz respeito, sem exceções, tanto ao cidadão comum como
aos decisores do Estado e privados.
2 -
Análise da Obra
Podemos
para ilustrar, começar por exemplos que nos saltam à vista na despesa pública,
nos dados fornecidos pela obra[3], onde se constata que Portugal tem uma
despesa de 47,9% do total do PIB, despesa essa que começou a subir nos governos
constitucionais a seguir ao 25 de Abril de 74, tendo vindo sempre a subir, em
sucessivos governos, somente com o governo de José Sócrates, teve uma pequena
queda na despesa pública (2010), que no entanto não vingou vindo a subir, com a
crise instalada em 2008, por causa do Crédito do Suprime nos Estados Unidos, e
que contagiando a economia mundial qual efeito dominó, agravou a situação
portuguesa; É na sequência dessa crise que surge a falência de vários bancos a
nível mundial, levando a Islândia à bancarrota, bancos e seguradoras faliram
nos EUA, e por cá foi o BPP Banco Privado Português e o BPN Banco Português de
Negócios, que embora falido foi salvo pela Caixa Geral de Depósitos – CGD, que
acabou por engrossar os índices do défice público.
A
origem do Problema, ao longo do que se lê no livro, é o modelo económico e
administrativo que foi adotado, onde se criaram vícios e despesismos
desnecessários, para os corrigir, criaram-se organismos para gerir e fiscalizar
outros organismos, que além de não gerarem receita nenhuma geram mais despesa e
fazem crescer o “Monstro”[4] como as
que foram criadas em 2011 para analisar fiscalizar as contas do Estado e as
PPP’s, sendo que o estado tem perdas avultadas com as Parcerias Público Privadas,
que teoricamente seria o contrario, aliviar a carga fiscal entregando a
administração a privados.
Cabe ao
TC Tribunal de contas, fazer precisamente a fiscalização das contas do estado e
das PPP’s, instituições e organismo, sejam elas quais forem
No entanto
o Tribunal de Contas é o retrato fiel do exemplo da situação económica e
financeira do Estado, e porque? Pelo simples facto de que de todos os
organismos públicos, apenas apresentam contas 1.724 organismos, sendo
fiscalizados apenas 418 num total de 13.740·, tendo em conta que o conjunto dos
organismos do estado, uma grande quantidade está ou pode ficar isenta de
apresentar contas, tornando assim a máquina do Estado mais pesada, e sendo
grandiosa, gera uma despesa insuportável, que atinge os 81 mil milhões de euros
ano os tais 50% da riqueza produzida no país, tendo vindo a subir
consecutivamente o défice que rondava os 9,2% do PIB em 2010.
Não
obstante, nascem todos os anos em média, 12 fundações por dia, que vão usufruir
de fundos do erário público, para a sua manutenção, tendo a agravante de
ordenados avultados.
Esta
realidade fiscal e financeira, somada à baixa produtividade e competitividade
do país faz com que os mercados internacionais não confiem que Portugal consiga
honrar os seus compromissos e tem agido de forma a mostrar isso, subindo para
valores nunca antes vistos as taxas de juro para a divida portuguesa.
A obra,
viaja pelo país real, em números, em contas que nos assustam a todos e que
merecem atenção, à medida que nos despertam para a realidade ou arremessam-nos
para um pesadelo. Mostra-nos a obra que o funcionalismo público com cerca de 663 mil funcionários, é
exageradamente grande, para um país como o nosso, parco de recursos, a solução
encontrada dos recibos verdes no
estado, que se prevê aumentar, e que não esta prevista no OE Orçamento de
Estado[5] também
são um grave indício da situação, outro sinal de alerta é a carga fiscal usada como forma de socorro
financeiro, que sobrecarrega os contribuintes, e não soluciona o problema.
3 - A
Realidade socioeconómica do País
As
crises económicas, não são novidade na história de Portugal, até já tivemos uma
situação de Bancarrota no tempo de D. Carlos I, e demorou 10 anos para se sair
dessa situação, na I República, houve mais crises, a de 1913-14, levou ao
encerramento de dois bancos, desemprego, greves e a queda do governo.[6] Mais
tarde outra crise entre 1920-25, trazendo grande índice de inflação,
especulação com taxas de juro e desconto aumentou grandemente.
Mas não
houveram apenas crises na nossa História, no que se refere à tragédia
económica, houve inclusivamente a Bancarrota, que foi declarada parcialmente, e
que segundo o jornal “Publico” na sua edição de 10 de outubro de 2011[7] foi uma
solução possível na época, pois os bancos que compravam divida pública dos
países em crise financeira, fecharam os cordões à bolsa, dado o pânico com a
Insolvência da Argentina e do Uruguai. Portugal então sem poder vender divida
pública, teve de aplicar medidas de austeridade e viu-se obrigado a declarar a
Bancarrota Parcial.
Na
introdução ao seu livro “Uma Tragédia Portuguesa”, António Nogueira Leite,
afirma que só em 2010 a população portuguesa se apercebeu da situação grave em
que o país se encontra[8], sendo pressionado pelos mercados
internacionais e pelas agências de rating, entre outros indicadores económicos
inegáveis como a subida em 2009 para 9.4% do défice do Estado face ao PIB,
fazendo Portugal passar uma das mais graves crises desde 1983, afirma Nogueira
Leite no seu livro,[9] observando-se um aumento do custo de
vida e uma queda substancial dos ordenados.[10]
O
problema de Portugal é estrutural, e está relacionado com o modelo económico
seguido logo após a democratização do País com a Revolução dos Cravos de 1974,
sendo seguido pela Espanha em 1975 com a morte de Francisco Franco e o restabelecimento da monarquia
constitucional. Os países ibéricos, periféricos e tardiamente democratizados,
apresentam falhas estruturais e diferenças substanciais entre ambos[11], devido ao modo
como cada um fez a democratização e a seguinte organização económico-social,
com ênfase no mercado de trabalho especialmente os índices de desemprego,
prevê-se que o estado venha a criar trabalho precário triplicando as despesas
de recibos verdes como forma de evitar contratações.
4 - A
baixa produtividade e o peso do Estado
A Baixa
produtividade tem produzido o crescimento do Défice face ao PIB, segundo o
gráfico do Eurostat,[12] fazendo
com que os credores internacionais não acreditem que Portugal conseguirá
cumprir com os seus objetivos, pois o país gasta mais do que consegue produzir,
e isso tem sido feito de forma sistemática, afirma o economista António
Nogueira Leite no seu livro “Uma Tragédia Portuguesa”, acrescentando que para
além da pouca produtividade de riqueza, a poupança é reduzida, perdendo a
histórica característica da economia portuguesa, que era uma economia de aforro,[13] Mas é preciso reparar também que as
família poupam pouco porque não tem como poupar numa economia como a nossa,
onde as famílias tem um alto grau de endividamento, por outras palavras “Estamos todos no
mesmo barco do endividamento”, o
Estado, as Empresas e as famílias portuguesas, que por falta de uma politica
habitacional correta no passado, fez com que os portugueses se endividassem
para comprar casa, e isso fez-nos perder a nossa capacidade de poupar veio o
endividamento paulatino do país e dos portugueses, na ânsia de um nível de vida
que na realidade não era o nosso, como consequência fez com que várias famílias
entrassem em situação de insolvência, crescendo o crédito mal parado.
5 -
Conclusão
O livro
que neste trabalho é referido, “O Estado a que o
Estado chegou”, da autoria de vários autores, tais como Carlos Diogo
Santos, João Cristóvão Baptista, Rui Marques Simões, Rui Pedro Antunes e Sónia
Simões, que sob a coordenação da jornalista Maria de Lurdes Vale, fez um
excelente trabalho, no que se refere, ao serviço público de informar a
população sobre a realidade do país no que diz respeito aos aspetos
financeiros, sociais e económicos.
Outrossim
o projeto editorial, teve como objetivo chamar à prática da cidadania, as
pessoas comuns que normalmente se vêm afastadas desse processo, tendo sempre em
conta que a consciencialização da população é uma grande mais-valia, para a
definição de políticas para o futuro.
O livro
alertou mais para a realidade do despesismo, com gastos supérfluos e
desnecessários que sobrecarregam o erário público e voltam-se contra uma
população envelhecida, pobre e descrente do futuro do país, para as gerações
dos seus filhos e netos; Ficou no entanto muito por falar, no entanto, aqui não
era o espaço apropriado para pedir responsabilidades, não era a plataforma
ideal para o lançamento de projetos de futuro, por isso creio eu, que se ficou,
apenas por uma análise do que é o presente, no edifício desequilibrado do Estado em que o
Estado está.
Filipe
de Freitas Leal
15/06/2011
Trabalho Individual de Sociologia Geral II
Professora Doutora Maria de Lurdes Fonseca
Curso de Serviço Social – 1º Ano – Pós Laboral
6 –
Autores Citados e Bibliografia
Autores
Citados
António
Nogueira Leite, Nasceu
em Lisboa em 1962, Licenciado em Economia pela Universidade Católica
Portuguesa, obteve o grau de Mestre em Economia pela Universidade de Ilinoys,
instituição onde se doutorou em 1988, É professor catedrático da Faculdade de
Economia da Universidade Nova de Lisboa, foi Secretário de Estado do Tesouro e das
Finanças de 1999 a 2000 do XIV Governo Constitucional de António Guterres.
João
Ramos de Almeida, jornalista
do “Público” desde 1995, é Realizador e Argumentista da empresa “Ânimo Leve”
que é uma produtora de vídeos, filmes e documentários, foi jornalista do
Expressos entre outros títulos da Imprensa portuguesa.
Robert
M. Fishman é um
professor de Sociologia e membro do Instituto Kellogg e do Nanovic
Instituto
da Universidade de Notre Dame. Seus livros mais recentes são Vozes da
Democracia (2004) e (com Anthony Messina) O Ano do Euro (2006). Ele está
atualmente escrevendo um livro sobre a prática democrática e resultados sociais
em Portugal e Espanha
Bibliografia
Diciopédia (2011) “História | Ciências Sociais e Humanas A Situação económica difícil da I República” página consulta em 11/06, http://www.infopedia.pt/$situacao-economica-dificil-da-i-republica
Fishman, Robert M. (2010), “Rethinking the Iberian Transformations: How Democratization Scenarios Shaped Labor Market Outcomes”, Springer Science+Business Media, LLC
Leite, António Nogueira (2011) “Uma Tragédia Portuguesa”, Alfragide, Lua de Papel.
VV.AA (2011) “O Estado a que o Estado Chegou”, Lisboa, Editorial Notícias.
[1] VV.AA (2011) O Estado a que o Estado Chegou, Lisboa, Editorial Notícias. pp. 11.
[2] Ibidem. pp. 13.
[3] Ibidem. pp. 27.
[4] VV.AA (2011) “O Estado a que o Estado Chegou”, Lisboa, Editorial Notícias. pp. 43.
[5] Ibidem. pp. 75-77.
[6] Diciopédia (2011) “História | Ciências Sociais e Humanas A Situação económica difícil da I República” página consulta em 11/06, http://www.infopedia.pt/$situacao-economica-dificil-da-i-republica
[7] Almeida, João Ramos de (2011) “Economia/Portugal já declarou bancarrota parcial em 1891 e saiu-se bem". Público Online, 10 de Junho, http://publico.pt/1460267
[8] Leite, António Nogueira (2011) “Uma Tragédia Portuguesa”, Alfragide, Lua de Papel, pp. 15
[9] Ibidem, pp. 21
[10] VV.AA (2011) “O Estado a que o Estado Chegou”, Lisboa, Editorial Notícias. pp. 85-87.
[11] Fishman, Robert M. (2010), “Rethinking the Iberian Transformations: How Democratization Scenarios Shaped Labor Market Outcomes”, Springer Science+Business Media, LLC
[12] Eurostat (2011) “Government Finance Estatistic”, Luxemburg, Eurostat Statistical Books
[13] Leite, António Nogueira (2011) “Uma Tragédia Portuguesa”, Alfragide, Lua de Papel, pp. 23.
Filipe de Freitas Leal
Sobre o Autor
Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.
Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.
Sociologia para o Mundo Atual
quinta-feira, junho 23, 2011
Filipe de Freitas Leal
1 comentário
1 - Introdução
O trabalho, que ora se
apresenta, teve originalmente o nome de "A Sociologia Aplicada ao Mundo
Atual", e para simplificar a compreensão do conteúdo teórico do mesmo, o
nome foi alterado para o que agora é apresentado ao caro leitor, o presente trabalho
de grupo, surgiu-nos de uma reflexão sobre dois pontos que para nós urgem, no
sentido de sabermos, compreendermos e também divulgarmos, a Importância da
Sociologia na sociedade atual, bem como a sua aplicação e as origens da
Sociologia em Portugal e dos diversos ramos dessa ciência, como a Sociologia
Aplicada, que é o foco deste trabalho.
A institucionalização da
sociologia no nosso país foi tardia, devido ao regime do Estado Novo e da sua
fobia pelo desenvolvimento intelectual e cientifico, o que não condiz por
exemplo, com o que se passou em Itália durante o regime de Mussolini com
Vilfredo Pareto ou do Brasil de Getulio Vargas com Gilberto Freyre, que
permitiram e incentivaram a prática da sociologia, embora que de forma
controlada ao sabor dos seus interesses, Pareto conotava-se com o fascismo
italiano, Gilberto Freyre por sua vez, estava era
interessado na busca da identidade brasileira, consagrado com a sua obra-prima
“Casa Grande e Senzala”[1] na qual ilustra a formação do povo brasileiro como a
mestiçagem do indígena, do português e do negro, o que agradava ao regime de
Vargas por motivos ideológicos, por outras palavras o que se viu em Itália e
Brasil, face à sociologia, não se verificou em Portugal, mais do que o porquê,
interessa-nos saber quais as consequências disso, para os setores cientifico,
académico e até económico no desenvolvimento nacional, visto entendermos a
sociologia como uma ciência de suma importância num mundo em constantes
mudanças.
Recorremos pois a dois
textos, entre outros, para nos aprofundarmos nestas duas questões, do sociólogo Octávio
Ianni, “A Sociologia e o Mundo Moderno” e do sociólogo Pedro
Hespanha, com o artigo “Os custos e os benefícios da
institucionalização tardia da sociologia em Portugal”.
2 – A Importância da
Sociologia Hoje
A sociologia é numa
ciência que com base empírica, tenta compreender as causas dos males sociais, e
as consequências de erros políticos que podem repercutir no futuro[2], conseguindo compreender e explicar, o modo das pessoas, das
instituições, das empresas e do próprio Estado se organizarem, tendo por isso,
um compromisso com o mundo moderno.
É a ciência que nasceu
da necessidade de se compreender a revolução tecnológica e económica, surgida
da Revolução Industrial, com Augusto Comte, na sua formação, com Émile Durkheim
na sua reformulação, e de Max Weber, Karl Marx entre outros, buscou respostas e
apontou caminhos a seguir para um mundo melhor, pois o auge do capitalismo fez
urgir no Século XIX, a busca de soluções, que conseguissem resolver problemas
de desigualdade social, pobreza, exploração da classe trabalhadora, tendo se
misturado teorias sociais, com filosofia social e ideias revolucionárias. A
Igreja Católica também teve um papel ativo na formação de ideais
político-sociais de cariz cristão, baseados no filosofo Saint Simon,
um socialista utópico, a encíclica mais revolucionária da história da Igreja,
“Rerum Novarum” do Papa Leão XIII, teve um papel preponderante na criação do
“Movimento Social Cristão”, e os seus valores e ideais cristãos e humanistas
nela estampados, estão na base da fundação do “Serviço Social”, na
época entendido ainda como um mero assistencialismo, mas prática profissional
que se socorre da sociologia para ter uma mais real apreensão do Homem em
sociedade, e buscando na sociologia aplicada, os dados com os quais
desenvolverá a sua praxis.
É com o mundo moderno
que nasce a sociologia, depois da Revolução Francesa, da Revolução Agrícola e
da Revolução Industrial, a nova sociedade, deixando de lado o modelo de uma
sociedade agrícola, marcada por uma diferenciação de classes acentuada, entre
nobreza, aristocracia, clero e a plebe; de um modelo de família alargada; de
uma forte influencia na vida social política e cultural do clero e da teologia
da Igreja; de poder patriarcal; de produção rudimentar, bem como de uma
organização económica ainda burguesa, mercantilista e colonialista,
cai paulatinamente para uma mudança de paradigmas que colocaram o homem
encurralado face ao desconhecido e a bruscas ruturas sociais, que foram
desenvolvendo gradativa e inexoravelmente no caminho do progresso e fazendo
nascer a emergência de um Homem novo, condição sine qua non para
uma sociedade que dava à luz inevitável e irreversivelmente à modernidade.
Não obstante, já haviam
surgido anteriormente, nos séculos XVIII e inicio do XIX, surgido ideias
próximas de uma nova sociedade, ou por outras palavras, uma revolucionária
forma de organização social, vindas da Filosofia em particular
do Iluminismo e do despotismo esclarecido que inegavelmente trouxeram
contributos epistemológicos inegáveis para as ciências sociais[3], influencia expressiva vinda de nomes sonantes da intelligentsia
dessas correntes como Rousseau, Kante, Hegel, Goethe, Beethoven, Schiller, Adam
Smith, Ricardo e Condorcet, entre outros, que tentaram introduzir no campo da
Cultura, da Sociedade e da História os métodos já usados pela física e quimica;
Mas esses pensadores e suas obras não estando acompanhadas da mudança
alavancada da economia e da industria não surtiram efeito, se não o de ter sido
semente para os pensadores posteriores.[4]
Foi nesse contexto que
fez confundir mais tarde a sociologia com a filosofia social, esta ultima não
sendo uma ciência, visto ser dedutiva, não é se não uma corrente do pensamento
filosófico, que ao buscar as causas primeiras e os fins últimos limita-se a dar
orientações éticas, morais e ideológicas no campo social.
Claro é que a
sociologia, divide-se em correntes de pensamento, que vão desde o positivismo,
ao marxismo, passando pelo funcionalismo, estruturalismo, fenomenologia,
histórico entre outras tendências, mas todas estas se reduzem a três
polarizações essenciais, sendo a causação funcional, a conexão de sentido e a
contradição.
O princípio de um
pensamento claramente cientifico que busque a causação funcional, está presente
em Comte, Durkheim, Spencer, Parsons entre outros; o da conexão de sentido,
está presente em Weber, Dilthey, Rickert, Toennies, Nisbet e outros; da
contradição está Marx, Engels, Lenin, Trotsky, Rosa Luxemburgo, Lukacs,
Gramsci, Goldmann e outros.[5]
Mas não é só de história
que devemos descrever aqui, as razões da importância da sociologia, como
ciência, é fundamentalmente do seu objeto de estudo: O todo social no seu
conjuntos, e o estudo das partes que se relacionam entre si e o compõem.
Há ainda os desafios da
Revolução Social, das suas transformações, avanços e recuos na sociedade civil,
trazem o nascimento de novas culturas, comportamentos, técnicas em metamorfoses
relevantes para as mentalidades.
Há uma corrente da
sociologia lida com a ideia de massa, composta de trabalhadores assalariados,
de desempregados, é forte, colossal, mas necessita de regras de direção, pois
se assim não fosse, ultrapassaria os limites do normal, e isso faz com que
dependa da Elite, que é para as massas a referencia de conduta e objetivos.
Há uma segunda corrente
da sociologia que lida com a ideia do Povo, a comunidade de cidadãos, que se
organiza de forma associativa e participa do processo político, mas que segundo
Stuart Mill e Tocqueville podem encaminhar-se para a tirania da maioria.
Outra corrente da
sociologia lida com a ideia das Classes Sociais, da diversidade e desigualdades
que há nas multidões, massa e povo.[6]
A sociologia revela-nos
a faceta de compreendermos as diferentes dimensões do mundo moderno, com o uso
de expressões como sociedade civil e Estado, racional e irracional, anomia e
alienação, utopia e ideologia, revolução e contrarrevolução bem como cidadania,
podendo com isso e para o efeito do exercício pleno dessa cidadania, no espaço
público, em pensar, agir, participar e como o fazer ou não no mundo moderno,
mas também fazendo antever que sem a sociologia, o mundo seria sem duvida um
lugar obscuro e mais penoso. Obscuro pela falta da clarividência vindo da
ciência social, e penoso pela falta de perspetivas e pelo o obscurantismo nos
imporia.
Não se podem esquecer os
processos e as estruturas interligadas da politica, da economia, da arte, da
cultura, das relações laborais e interpessoais em sociedade em geral, bem como
da conquista que elas trazem para romper desigualdades de classes, de género,
de raça.
A sociologia tem vindo a
ser não a redentora, mas a libertadora de mentalidades que outrora presas a uma
compreensão mitológica do mundos e a uma submissão explicita e subalterna ao
poder, não podiam saber sequer da possibilidade de sendo cidadãos participar e
expressar livremente os seus anseios ideias, passou a ser agente de mudança, a ser
coautor dos factos sociais, e com a liberdade adquiriu a consciência da
cidadania.[7]
Nada disto seria
possível sem a sociologia, ou talvez melhor das várias sociologias que se
debruçam sobre objetos de estudo e problemas específicos, ampliando o campo de
ação do cidadão livre, numa sociedade moderna.
3 – O Que Faz a
Sociologia Aplicada
A Sociologia
Aplicada, como o nome indica é o uso da sociologia, como uma ciência
auxiliar, na busca da compreensão e solução de problemas, da micro sociologia
como as relações familiares, à macro sociologia como a criminalidade ou a
poluição, com o fim de dar respostas plausíveis a esses problemas sociais.[8]
Michale Burawoy,
presidente da ASA American Sociological Association, define a sociologia
aplicada do seguinte modo: "A sociologia aplicada promove e
informa o debate público sobre questões como, as desigualdades de classes,
discriminação racial, de novos regimes de género, a degradação ambiental, o
multiculturalismo, revoluções tecnológicas, o fundamentalismo do mercado e a
violência de diferentes formas como a civil e a estatal." [9]
É a Sociologia para além
dos limites da academia, é uma abordagem sociológica que se envolve com um
público vasto e visa o debate, o estudo feito por métodos empíricos, como a
amostragem e estatísticas, com as quais vai auxiliar a aplicação de politicas
em setores diversos, como serviço social, educação, recursos humanos, combate
ao racismo e pobreza, bem como o auxilio na gestão de problemas específicos de
empresas publicas e privadas.
A maioria dos sociólogos
trabalha em colégios e universidades, partilhando o conhecimento sociológico
aos seus alunos, por outro lado na sociologia aplicada, têm uma variedade de
campos de trabalho, desde o aconselhamento, o marketing, a investigação, o
trabalho de campo como a intervenção em serviço social e projectos dessa
natureza, enfim numa variedade de áreas da sociedade, que vão da saúde à
criminalidade, passando pela compreensão de comportamentos desviantes como
toxicodependência, os índices e razões do divórcio, violência doméstica, o racismo
entre tantos outros factos sociais, que merecem ser investigados e para os
quais se buscam respostas que possam definir políticas de prevenção ou mesmo de
uma possível solução.[10]
A mais simbólica e
primeira tentativa e bem sucedida da sociologia aplicada, foi nos Estados
Unidos com a criação da Nacional Association for the Advancement of Colored
People em 1909.[11]
4 – O Nascimento da
Sociologia Portuguesa
Tendo em conta a
importância da Sociologia no mundo moderno, e da função da Sociologia Aplicada
para os diversos setores cientifico, cultural e político, resta-nos a resposta
à questão histórica, porque é que demorou tanto e quais as consequências do
atraso em instituir a sociologia em Portugal?
Debaixo de uma ditadura,
que para as ideias fora feroz, não deixou margem para um desenvolvimento das
ciências sociais e em particular a sociologia,[12] mas foi ainda antes do 25 de Abril de 1974, que um setor
intelectual, emergia na sociedade portuguesa com ideias europeístas, e que
ansiosas por reformas, fez então surgir a emergência das ciências sociais em
Portugal como fator do desenvolvimento.
Após a revolução há uma
explosão das ciências sociais, como a sociologia, antropologia social, ciências
da educação, entre outras, tendo sido criadas várias licenciaturas, centros de
pesquisa nas universidades, associações cientificas, organizações
profissionais, publicações de livros e revistas, há uma amplo e fecundo interesse
pelas ciências sociais, fazem-se congressos, conferências.
Mas é injusto falar-se
do surgimento da sociologia em Portugal, sem se falar da contribuição dada por Teófilo
Braga, que para além de ter sido presidente da República foi também um
pensador, é o principal precursor do positivismo em terras lusas, ainda nos
fins do século XIX.[13] E a I República teve influência do positivismo comteano,
porém a Sociologia não teve espaço para implantar as reformas necessárias que
conduzissem à mudança e ao progresso, pelo que a sociologia da época não fez
mais que simples teorizações, faltando ao desenvolvimento de estudos empíricos,
perdendo o apoio e tendo sido vista como suporte de ideias socialistas, pelo
que caiu em esquecimento com o golpe de 28 de maio.
Outra corrente houve, de
reformismo de La Play, surgindo na Sociedade Portuguesa de Geografia
através de conferências sobre “Reformas Sociais”, em 1909 Léon Poisard um
sociólogo francês da mesma escola de La Play, veio a Portugal e fez um
estudo baseado em questionários, e o resultado foi publicado um ano depois,
onde se assinalava erros estruturais da sociedade portuguesa, vindos de muito
tempo atrás, e continuados, acrescentava ainda que a organização das classes
sociais e famílias não permitia o desenvolvimento do país no caminho do
desenvolvimento.[14]
Sé em 1918 surge a SPCS
Sociedade Portuguesa de Ciências Sociais, no Porto, que conseguiu editar
durante um ano um boletim científico e diversas monografias, encerrando em
1919.
A ditadura do Estado
Novo desde 28 de maio de 1926, não deu espaço em Portugal à sociologia, no
entanto foi na escola playsiana, que surgiu nos anos 30 a organização
de cursos de Serviço Social e de enfermagem, tendo sido
criados novos institutos ligados à Igreja Católica.
Foi criada em 1935 o ISSSL
Instituto Superior de Serviço Social de Lisboa, pelo Cardeal Cerejeira,
dois anos mais tarde surge em Coimbra da iniciativa do filantropo Bissaya
Barreto a ENS Escola Normal Social, que viria a ser
o ISSSC Instituto Superior de Serviço Social de Coimbra, esses cursos eram
ministrados à luz da doutrina social da Igreja, bem como da caridade cristã,
havia no entanto sido criado em 1906 o ISEU Instituto Superior de Estudos
Ultramarinos que veio a se transformar no ISCSPU Instituto Superior de Ciências
Sociais e Políticas Ultramarinas. mais que isso não era possível, pois a
Ditadura desconfiava dos sociólogos e detestava qualquer teorização social.
Nos anos 60, como já
atrás foi dito, a classe burguesa dominante, e um certo setor progressista do
regime, entendia que deveriam haver mudanças, que permitissem a Portugal deixar
para trás o atraso estrutural e social que nos distanciava do resto da Europa e
dos países desenvolvidos, mas também porque o modelo corporativista estava
desacreditado, não tendo conseguido se instituir como alternativa de
organização e desenvolvimento social, até porque estava ao serviço de
interesses político-ideológicas de uma corrente do pensamento que fora vencida
na II Guerra Mundial, e também de um colonialismo mundialmente criticado, que
punha em cheque a credibilidade e o desenvolvimento português. Esse setor da
sociedade representava também o que já era a preocupação de toda a sociedade
portuguesa, buscou-se então conhecimentos especializados na área social e
surgiram institutos e cursos que ministravam disciplinas como sociologia,
fundado o IESE Instituto de Estudos Superiores de Évora e a revista “Análise
Social, mas ainda não suficientemente capazes de fazer surtir a consciência da
importância da sociologia como ciência fulcral para o desenvolvimento da
sociedade, da cultura e da economia nacionais. Somente com a Liberdade
conquistada no 25 de Abril, o campo da sociologia se abriu em Portugal no que
toca ao seu ensino e também à investigação cientifica.
Boaventura de Sousa
Santos disse certa vez: “A tradição sociológica em Portugal tem alguma
especificidade. Dominou durante muito tempo uma postura crítica. Em dois
momentos, porém, muito diferentes entre si, o compromisso orgânico pretendeu
tomar a dianteira: o primeiro foi durante a crise revolucionária do 25 de
Abril, o segundo, nos últimos quatro anos, em resultado de uma certa
modernização e também de uma certa governamentalização das práticas sociais e institucionais,
ambas impulsionadas pela integração de Portugal na CEE”. (...) “Os desafios que
nos são colocados exigem de nós que saiamos deste pêndulo. Nem guiar nem
servir,. Em vez de distância critica, proximidade critica. Em vez de
compromisso orgânico, o envolvimento livre. Uma objetividade feita de
independência, e não de neutralidade”.[15]
5 - Conclusão
O presente trabalho
trata do nascimento da sociologia, os vários problemas que aborda e com é que
esta disciplina surgiu em Portugal. Como se pode analisar, a
sociologia teve um grande impacto na historia da sociedade, foi a partir desta
disciplina que se começou a entender os fenómenos sociais como a pobreza, a
desigualdade social, a exploração da classe trabalhadora.
Contudo após um trabalho
ardo por parte dos sociólogos e o facto de o querer fazer compreender o que era
a sociologia, esta veio confundir-se com a filosofia social por terem objetivos
idênticos, todavia a filosofia social é uma ciência por ser dedutiva e a
sociologia divide-se em correntes de pensamento que tem por fim ultimo explicar
o pensamento científico.
A sociologia aplicada é
um ramo da sociologia, esta disciplina veio como resposta para os problemas e
paradigmas apresentados pela própria sociologia. Isto quer dizer que a
sociologia aplicada estuda de vários modos todos os problemas, como por
exemplo, o trabalho de campo para fim de dar resposta aos problemas sociais, o
marketing, a investigação, entre outros.
No entanto, em Portugal
tardou a se instituir a sociologia, o que poderá ter comprometido o
desenvolvimento de uma inteligentzia portuguesa, com caráter cientifico
próprio, fundamentalmente verificaram-se duas correntes que tentaram
implementar os estudos sociais e sociológicos em Portugal, a corrente
positivista e a playsiana, que no inicio do século chegaram a fundar
institutos, lançamento de boletins, monografias, conferencias mas havia ficado
pelo plano teórico, deixando de lado o empirismo, e nos anos 30 a 40
iniciaram timidamente os estudos sociais pelo Serviço Social.
Toda via, foi com o 25
de Abril que se deu o arranque, da sociologia tanto no que se refere ao ensino
como ao estudo científico.
Andréia Capucho
Filipe de Freitas Leal
Sandra Franco
Junho de 2011.
6 – Autores Citados e
Bibliografia
Autores Citados
Pedro Hespanha, Doutorado em Sociologia
pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, sendo Professor na mesma
universidade. É um dos Fundadores e investigadores do CES Centro de Estudos
Sociais da Universidade de Coimbra, tendo se especializado em Sociologia
Rural e Urbana e em Políticas Sociais.Doutorado em Sociologia
pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, Hespanha é atualmente
docente na mesma universidade. Membro fundador e investigador permanente do
Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, é especialista em
Sociologia Rural e Urbana e em Políticas Sociais.
Octávio Ianni, (1926-2004) Nasceu em
Itu – São Paulo, Brasil, formou-se em ciências sociais na Faculdade de
Filosofia, Ciências e Letras da USP, em 1954. Logo após a formatura, integrou o
corpo de assistentes da Faculdade, na cadeira de Sociologia I, da qual
Florestan Fernandes era o titular: Foi considerado um dos maiores sociólogos
brasileiros, seu ultimo livro foi “A Sociedade Global” (1992) pois
dedicou os seus últimos anos ao estudo da globalização.
Bibliografia
HESPANHA, Pedro (1996) “Os custos
e os benefícios da institucionalização tardia da sociologia em Portugal”,
Coimbra, Oficina do CES Centro de Estudos Sociais, pp. 1 (ver anexo)
HENSLIN, James M. (2005)
“Sociology – A down-to-Earth pproach”, Boston, Pearson.
IANNI, Octávio. (1989) “A
Sociologia e o mundo moderno”. Tempo Social; Revista de Sociologia, São Paulo,
USP, 1(1): 7-27.
Infopédia, FREYRE,
Gilberto [Em
linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2011. [Consult. 2011-06-19].
Disponível na www: http://www.infopedia.pt/$gilberto-freyre>.
[1] Gilberto Freyre. In Infopédia [Em linha]. Porto:
Porto Editora, 2003-2011. [Consult. 2011-06-19].
Disponível na www: .
[3] IANNI, Octavio. (1989) “A Sociologia e o mundo
moderno”. Tempo Social; Revista de Sociologia, São Paulo, USP, 1(1): 7-27, 1º
semestre. 1989. Pp. 2
[5] IANNI, Octavio. (1989) “A Sociologia e o mundo
moderno”. Tempo Social; Revista de Sociologia, São Paulo, USP, 1(1): 7-27, 1º
semestre. 1989. Pp. 2
Public Sociology [Consult. em 19/06/2011].
[11] Ibidem.. Pp. 21
[12] HESPANHA, Pedro (1996) “Os custos e os benefícios da institucionalização tardia da sociologia em Portugal”, Coimbra, Oficina do CES Centro de Estudos Sociais, pp. 1 (ver anexo)
[13] Ibidem, Pp. 3
[15] HESPANHA, Pedro (1996) “Os custos e os benefícios da institucionalização
tardia da sociologia em Portugal”, Coimbra, Oficina do CES Centro de Estudos Sociais.[12] HESPANHA, Pedro (1996) “Os custos e os benefícios da institucionalização tardia da sociologia em Portugal”, Coimbra, Oficina do CES Centro de Estudos Sociais, pp. 1 (ver anexo)
[13] Ibidem, Pp. 3
Autor Filipe de Freitas Leal
Sobre o Autor
Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.
Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.