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sábado, 12 de novembro de 2022

Alckmin, o Sucessor de Lula?

Tenho uma leve impressão, uma certa intuição de que a escolha do social-democrata Geraldo Alckmin para vice-presidente do Brasil não foi por mero acaso, pode mesmo tratar-se de uma estratégia de poder que se revelará a médio prazo.

Além disso, nem Lula está no seu melhor, e nem o Brasil é o mesmo de há 20 anos, e claro Bolsonaro perdeu as presidenciais mas saiu reforçado nas eleições legislativas e nos protestos de rua, pelo que vai querer voltar com força dentro de quatro anos.
Assim, isto faz-me crer na possibilidade de uma renúncia de Lula a meio do mandato, alegando problemas de saúde, assumindo o Vice-presidente Alckmin que foi Governador do Estado de São Paulo, cargo que exerceu com competência, e se fizer uma boa Presidência terá condições de concorrer sem enfrentar o índice de rejeição que Lula tem, índice esse que poderá aumentar devido aos tempos difíceis que o Brasil irá enfrentar. Neste caso a renúncia serviria para preparar uma candidatura forte capaz de derrotar Bolsonaro em 2026.

Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, é licenciado em Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, com Pós-graduação em Políticas Públicas e Desigualdades Sociais, frequentou o Mestrado de Sociologia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Estagiou com reinserção social de ex-reclusos e o apoio a famílias em vulnerabilidade social. É Bloguer desde 2007, tem publicados oito livros de temas muito diversos, desde a Poesia até à Política.

segunda-feira, 31 de outubro de 2022

Eleições no Brasil - Lula Vence à Tangente

"Foi por uma unha negra", como se costuma dizer em Portugal, ou seja, foi por um triz, o mesmo que dizer que a margem é muito reduzida 0,9%. Trata-se da volta de um líder a um País dividido.

Que eu me lembre, foram as piores eleições do Brasil, pois nunca vi nada assim, muitos votaram num candidato porque rejeitavam o outro candidato, além disso, o ambiente e os ânimos estavam exaltados, as pessoas não votaram por aderir a ideias ou projectos, mas antes votaram embaladas pelas paixões e os sentimentos mais elementares que foram embalados na campanha, e chegam a beirar o ódio.

O nível de polarização foi tamanho, que até chegou a dividir famílias, desfez amizades, atingiu níveis de loucura com uma deputada federal recém eleita a disparar contra um militante do partido adversário. Assim, para os que vivem no Brasil, é preciso ter muita cautela e serenar.

Diz a música de Ney Matogrosso: "Se correr, o bicho pega, e se ficar o bicho come", é o que se passa com Lula, ganhou as eleições, mas vão fazer-lhe a vida negra, porque não tem a maioria no parlamento, logo a situação não lhe será favorável, nem para determinar a distribuição de verbas do Orçamento de Estado, resta-lhe apenas o campo diplomático para ao menos, tentar repor o Brasil no Mapa Mundo, e voltar a ter importância na cena internacional.

Autor do blog: Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, é licenciado em Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, com Pós-graduação em Políticas Públicas e Desigualdades Sociais, frequentou o Mestrado de Sociologia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Estagiou com reinserção social de ex-reclusos e o apoio a famílias em vulnerabilidade social. É Bloguer desde 2007, tem publicados oito livros de temas muito diversos, desde a Poesia até à Política.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

Portugal e o Brasil Eram Um Só País

Bandeira do Reino Unido de  Portugal, Brasil e Algarves.





















O Brasil era Portugal, e os brasileiros nasciam portugueses, e assim foi de jure e de facto de 1500 a 1822, com o mesmo estatuto, as mesmas prerrogativas, os mesmos direitos e deveres, ou por outras palavras, Portugal e o Brasil foram um só país em dois continentes, pois antes de Pedro Alvares Cabral ou de Duarte Pacheco Pereira o Brasil não existia como identidade, o que existia antes, era um amplo território como pedra bruta a ser trabalhada.

O "Brasil" não foi conquistado, foi na verdade construído como parte integrante da Lusitanidade, assim, o Brasil é um produto de Portugal, onde ainda hoje o sangue português corre livre nas veias brasileiras, bem como o som dos nomes e sobrenomes portugueses que ecoam teimosamente no Brasil, país que fala um português de vogais abertas, com um som melódico e tropical.

Claro que é inegável que tenha havido uma ocupação do território, que aliás não apresentava unidade, pois o território estava dividido por diferentes nações indígenas, cada uma com o seu próprio idioma, cultura e as suas próprias crenças e religião, diferentes não apenas em relação aos portugueses, mas entre si mesmas, de facto os indígenas já estavam no local sim, mas não eram brasileiros, porque o Brasil ainda não existia. O Brasil nasce e se desenvolve com a colonização portuguesa.

O Anti-lusitanismo no Brasil é mera tática política do caciquismo que usa fantasmas e mitos históricos para manter o poder sobre uma massa que desconhece a sua verdadeira história; não esqueçamos que o Rei D. João VI foi coroado no Brasil em 1816, e foi o monarca que fez do Rio de Janeiro a Capital de todo o Império. Logo, ser anti-lusitano é na verdade ser anti-brasileiro porque tal sentimento visa negar a própria génese.

Não é por acaso que o Brasil é o que é na sua grandeza, pode-se perguntar os vários porquês. Como o porque será que se fala português em vez de italiano ou espanhol, e porquê é que o Brasil é o maior país Católico do mundo; Como veio parar o café ao Brasil; Quem foi que introduziu o Carnaval ou a laranja da Bahia? A resposta é que foi Portugal que introduziu a sua cultura no território que hoje é o Brasil.

Autor do blog: Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, é licenciado em Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, com Pós-graduação em Políticas Públicas e Desigualdades Sociais, frequentou o Mestrado de Sociologia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Estagiou com reinserção social de ex-reclusos e o apoio a famílias em vulnerabilidade social. É Bloguer desde 2007, tem publicados oito livros de temas muito diversos, desde a Poesia até à Política.

quinta-feira, 26 de agosto de 2021

Vandalizada Estátua de Alvares Cabral no Brasil

Incendiada em sinal de protesto durante a madrugada do dia 24 de agosto, a estátua de Pedro Alvares Cabral, o navegador português que em 1500 terá oficialmente descoberto o Brasil, a razão prende-se com um Projecto-Lei do Parlamento brasileiro que retira direitos de posse das terras

reivindicadas por indígenas que sejam anteriores ao ano de 1988, ano da actual constituição do país, trata-se do "Projecto-Lei 490", denominado de "Marco Temporal" por balizar o período a partir do qual os indígenas terão ou não, direito á posse das terras que reinvindicam.

Confesso que ao saber da noticia fiquei perplexo, e que ao mesmo tempo, a sensação de que se for preocupar-me com os problemas políticos do Brasil, que são tantos e gritantes, perco a saúde e não chego a velho. Pareço egoísta mas não é, é desespero por tantas incongruências gritantes e desnecessária, até porque na verdade o que está na base do protesto mostra que os indígenas estão certos. Pois trata-se de um grande golpe que só favorece a alguns políticos e em particular aos grandes latifundiários; a estátua em si, só serviu de meio para chamar a atenção.

A lei em causa é de facto um claro atentado aos direitos humanos. Todavia, o problema é que infelizmente, passados 199 anos de independência face a Portugal, o discurso ainda hoje é ensinado nas escolas,  que todos os males do Brasil são da responsabilidade dos colonizadores portugueses, distorcendo a realidade, pois foca no passado em vez de agir no presente e punir os culpados de hoje.

Por isso, o receio de que o problema de incendiar a Estátua, possa gerar a deturpação no discurso reivindicativo, ou seja, desviar o foco da opinião pública para o passado colonial que não é te modo nenhum o objetivo nem o problema real em causa.



sábado, 20 de outubro de 2018

Brasil - Da Crise à Decadência da Democracia

As eleições no Brasil, foram uma surpresa não tanto pelos resultados do escrutínio (pois já eram esperados), mas sim, pelo modo como a campanha foi realizada. Obviamente não se trata de algo que passe despercebido à comunidade Internacional e à imprensa mundial, mas ao analisarmos o resultado deixando de lado as paixões ideológicas e as simpatias políticas, torna-se possível entender que deve-se calmamente fazer um rescaldo deste Primeiro Turno da Eleição Presidencial no Brasil.

Antes de mais, a ascensão de um candidato declaradamente conservador e de extrema-direita no seio de um partido minúsculo, o qual foi guindado a ser agora a segunda força política no Parlamento ou seja o novo segundo maior partido do pais com 1 deputado em 2014, passa a ter 52 deputados eleitos em 2018; algo que dá o que pensar, pois é preciso saber se se trata de um bom marketing político, ou pelo contrário não será o sinal de desgaste da classe política assolada primeiro por escândalos de corrupção e em segundo pela crise que gerou falências e um saldo de 13 milhões de desempregados, mas também poderá ser o resultado do esvaziamento ideológico que a erosão do tempo deixou na mente das pessoas, à exceção claro, do Partido dos Trabalhadores.

Em grande medida, o que se passou foi a conjugação de diversos fatores e situações que, entre elas levaram ao desgaste da imagem dos candidatos tradicionais, mas sobretudo porque houve dois tipos de candidatos e dois modos de fazer campanha, assim, à direita está Bolsonaro um político populista com um discurso radical e incómodo, que nos seus discursos coloca-se ao lado dos populares prometendo armas para toda a população. Do outro temos o candidato do PT o Partidos dos Trabalhadores, que na verdade agiu sempre como um anticandidato, servindo como um candidato que foi a mera sombra de Lula da Silva, que o nomeou como seu Delfim  a partir do cárcere na prisão em Curitiba.

O PT teve uma campanha focada na vitimização de um Impeachement que foi golpe ou da prisão de Lula da Silva, que serviu de mote de campanha, voltando-se para dentro, para o seu eleitorado, não dialogou à esquerda e ao centro achando-se o único partido capaz e merecedor de ser o salvador do Brasil, dando espaço a que o Salvador da Pátria estivesse no lado oposto.

Houve outros fatores interessantes que levaram Bolsonaro a ser o favorito, em primeiro lugar, porque todas as forças políticas focaram nele a sua campanha, mas também pela marketing negativo que foi o #ELENÃO, que serviu para dar força aos descontentes, que são a massa de eleitores de baixa escolaridade e pouco esclarecidos em política, mas que sentem-se traídos pelo regime político que saiu da Constituição de 1988, os "deserdados" ou simplesmente a horda de descontentes, decide votar precisamente nos candidatos que os outros partidos combatem, ou seja quanto maior é o ataque a Bolsonaro mais intenção de votos tem e mais forte fica sua campanha, este fator é fundamentalmente provocado pela campanha do PT, que tem sido das mais fracas até hoje, no sentido da estratégia e táticas, nem os milhares de dólares que recebeu do governo do Irão, chegaram para evitar o descalabro do PT e a decadência da democracia.

Por tudo isto, podemos aferir que quem ajudou a eleger Bolsonaro foi o PT, por falta de visão, por falta de estratégia e por um marketing político ultrapassado, quando a campanha do candidato do PSL, foi praticamente feita como a do Presidente Trump, ou seja, nas redes sociais como o Twitter. Mas o tiro no pé, foi quando Fernando Haddad do PT subiu no mesmo palanque com o Presidente Temer que foi dar-lhe oficialmente o seu apoio pessoal e institucional do MDB.

Resta saber o que será a governança de Bolsonaro, que políticos escolherá para formar a sua equipa e que políticas irão ser tomadas, é cedo para dizer que a democracia acabou ou que uma ditadura vem a caminho tal como ocorreu na Turquia, é preciso ter primeiramente em conta que sem um Golpe de Estado isso não será possível no Brasil, em segundo que no Parlamento não terá apoio suficiente para fazer mudanças nesse sentido e por último, lembremo-nos que o Brasil não é a Turquia nem a Venezuela.

Autor: Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

A Condenação de Lula e a Crise Brasilera

Muitos me entenderão mal, mas de facto, (e sem querer fazer qualquer apologia), penso que a condenação de Lula, é do ponto de vista político, um erro, que poderá trazer num futuro breve, graves consequências políticas e sociais, e o tempo se encarregará de mostrar como.
A insistência na condenação do ex-presidente Lula da Silva, revela o interesse de o afastar da vida política em ano de eleições presidenciais, e, reforça assim, a tese do Golpe palaciano.
Visto que o juiz do tribunal de segunda instância confirma a condenação da primeira instância do Juiz Moro, inclusive com o agravamento da pena de nove anos e meio para doze, resta assim, à defesa de Lula, recorrer ao STF Supremo Tribunal Federal, algo que se irá arrastar por longo tempo, e impedirá assim, Lula de poder se candidatar às eleições de outubro próximo.
Devido à falta de liderança politica e à corrupção generalizada, bem como da crise económica, com o aumento do desemprego, a falência de alguns Estados Membros, como o Estado do Rio de Janeiro, e ainda somando-se o aumento substancial da violência, fazem com que o Brasil atravesse hoje um período político perigoso, havendo claramente, um conflito latente e gradual, do ponto de vista político e socioeconómico, que gera uma grave clivagem entre esquerda e direita, e entre classes sociais, cujo resultado, poderá comprometer todo o desenvolvimento económico, e até mesmo a coesão social do Brasil.
Espero, contudo, que o bom senso prevaleça e que surjam lideranças capazes de levar avante o Gigante adormecido.
Espero ainda, e com toda a sinceridade, que tudo corra com a máxima normalidade, até porque uma grave crise económica e política no Brasil, num mundo globalizado e altamente competitivo, não iria favorecer ninguém, a não ser os que já enriqueceram ilicitamente, mas isso já são outros quinhentos.
Autor: Filipe de Freitas Leal

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Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

domingo, 23 de julho de 2017

Temer e a Crise - Para onde Caminha o Brasil?



Para onde olha Temer, quais as perspetivas que vislumbra no cenário da política, que podem não estar a correr a seu favor? Resta perguntar para onde caminha o Brasil?

Paira a incerteza na sociedade brasileira
 
Estas são as perguntas de hoje em dia na mente dos brasileiros, afetados pela crise económica iniciada no governo Dilma, derivada de acusações de corrupção na Petrobras, nos casos do ‘Mensalão’ e da ‘Lava-jato’, tendo recentemente um novo capítulo desde a denúncia de Joesley Batista dos Frigoríficos JBS, uma das maiores empresas do Brasil, quando este tornou-se no mais novo delator-premiado do esquema de corrupção e suborno de que há memória na história do Brasil. Com este cenário, agravou-se ainda mais a crise económica e surgiu de novo a crise política, sobretudo porque o STF Supremo Tribunal Federal, pretende investigar o Presidente Temer, o que se for permitido pelo Parlamento, mais precisamente na CCJ Comissão de Constituição e Justiça, fará então com que o Presidente Temer, seja afastado e substituído pelo Presidente da Camara dos Deputados, Rodrigo Maia, devido a isso Temer é acusado de gerir apenas o xadrez político nos bastidores do Palácio do Planalto e na Camara dos Deputados em Brasília.

A Economia dá sinais de deflação e queda na procura interna

A recuperação económica que estava a dar sinais positivos aos mercados, advindos das primeiras medidas do governo Temer, acabaram por ficar sem efeito, devido à nova crise, a moeda brasileira, o Real R$, teve uma queda abrupta face às principais moedas como o dólar e o euro, além da queda acentuada nas bolsas de valores como a Bovespa de São Paulo. Devido a isto, o governo tentou frear a situação com a diminuição dos juros, embora uma redução tímida, mas o mais novo índice da crise é a deflação. Os preços começaram a cair no mês de julho devido à queda da procura no mercado interno.

O aumento dos impostos de combustiveis agrava o custo de vida

Mas a mais recente medida é que revela a preocupação dos contribuintes e consumidores, trata-se do recente aumento dos impostos sobre os combustíveis, que irá afetar todos os bens de consumo pelo “repasse” dessa despesa adicional nos preços do produto final no mercado interno. E o que isto revela? Em primeira análise poderá ocorrer um novo aumento, ainda que ligeiro do desemprego, que já atingiu os 14 milhões de desempregados, é o que afirmam os representantes do comércio, a subida das taxas que o governo impôs, irão diminuir ainda mais a procura interna e esta poderá agravar o desemprego.
Na arena política, cujo discurso de apoio ao presidente é de que o trabalho de recuperação económica não poderá ser colocado em risco, Temer tenta assim encontrar aliados na CCJ do Parlamento, através de verbas destinadas aos parlamentares para a implementação de melhorias sociais e económicas, nos estados e municípios de onde advém tais deputados aliados. A imprensa acusa Temer de ter investido só no mês de julho mais do que em todo o primeiro semestre, e que o objetivo é a compra de deputados na CCJ para a manutenção política do seu cargo presidencial. Essas verbas embora legais, vêm aumentar ainda mais o rombo das contas públicas em 39% acima do estipulado pelo OE Orçamento de Estado da Federação. Devido a esse rombo a medida encontrada para repor o dinheiro foi taxar ainda mais os combustíveis.

A condenação de Lula é vista como medida meramente política

Mais recentemente, antes da votação na CCJ e na Camara baixa do Parlamento, sobre a votação para permitir a investigação ao Presidente a República, em Curitiva o juiz Moro condenava o Ex-Presidente Luís Inácio Lula da Silva a 9 anos e meio de prisão. O que terá levantado uma onde de indignação por parte de simpatizantes, mas sobretudo mesmo os eleitores fora da área política do PT, entenderam esta condenação como uma jogada política de desvio de atenções. Até porque Lula fora condenado mas não saiu dessa decisão nenhuma ordem de detenção. Pelo que Lula poderá ainda recorrer em instância superiores indo até ao Supremo Tribunal em Brasília. Todavia, o objetivo foi também o de evitar que dentro de um ano Lula possa ser candidato a Presidente nas eleições de novembro de 2018, para as quais está em grande vantagem nas sondagens de intenção de voto segundo o jornal O Estado de S. Paulo e a revista Época.
A crise económica sente-se inclusive na falta de recursos nos ministérios, com corte de verbas, o que comprometeu as emissões de passaportes, impedindo assim que milhares de pessoas pudessem cumprir compromissos no estrangeiro, adiando viagens e em alguns casos com perda de dinheiro por parte dos clientes. Inclusive no que toca à fiscalização e segurança rodoviária pela PRF – Polícia Rodoviária Federal, que encontrando-se sem verbas, não pode gastar o restante combustível nos veículos, suspendendo a vigilância. Outras instituições e organismos públicos como universidades, afirmam cortar despesas de limpeza e manutenção, e até no tradicional café, afirmando ainda, que só tem verbas para cumprir o pagamento de salários, águas e luz, até fim de setembro.
Quanto ao projeto que se faz para o Orçamento de Estado da Federação de 2018, prevê-se que cresça somente 39 biliões de reais, o que é insuficiente, pois os gastos com a segurança social para o ano que vem estão já estimados em 42,5 biliões de reais. 

O Rio de Janeiro na Banca Rota e o aumento da violência

O Estado do Rio de Janeiro encontra-se na banca rota, devido a gestão danosa do anterior governador, que se encontra preso, devido a isso o Hospital do Cancro tem vindo a fechar varia alas de unidades terapêuticas, o que compromete seriamente os utentes, pondo em risco a vida desses pacientes por não terem condições financeiras de se socorrer no setor privado, sem falar que a violência está a ter proporções dantescas, tiroteios e morte de pessoas por balas perdidas é algo que ocorre cada vez com maior frequência. O governo federal reuniu-se com o governador do Rio e enviou um contingente de militares da Força Nacional para por cobro à violência e insegurança nas ruas do Rio.
Todavia o que surpreende é que o quadro económico atual, e a situação política não tem vindo a surtir nas ruas o mesmo efeito de manifestações e protestos como ocorreram no segundo mandato de Dilma Roussef. Aliás os mercados afirmam que ainda que Michel Temer caia, a equipe económica deste governo deverá ser mantida.

Temer manobra as reformas da Lei laboral e da Segurança Social.

Ao contrário do passado recente, em vez de manifestações, o povo tem sido pacífico e têm vindo a ser aprovadas grandes mudanças legislativas, para agradar os mercados, regras que exigem, para a implementação do liberalismo de mercado no país. Assim foi aprovada no Congresso dos Deputados a Reforma Trabalhista (Laboral), bem como está a avançar a Reforma da Previdência Social, que altera a idade da aposentadoria.
A verdade é que se Temer continuar, novas denúncias contra ele poderão surgir no horizonto político até às eleições de 2018, e isso arrastaria a crise económica, afastando os investimentos estrangeiros. Posto isto e com os avanços dos palacianos ao lado de Rodrigo Maia do DEM – Democratas, o PSDB – Partido da Social Democracia Brasileira também está a afastar-se do governo e os seus deputados votarão contra Michel Temer do PMDB Partido do Movimento Democrático Brasileiro. No entanto, até que isso aconteça o Brasil e os mercados terão de esperar o fim do ressesso parlamentar, que deverá voltar de férias na segunda quinzena de Agosto, para o desfecho da Crise Política ou talvez da sua manutenção.


Autor: Filipe de Freitas Leal

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Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

 
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