Toda a minha vida, pensei que quem decidia o que eu era em termos de posição política e ideológica era eu próprio.
Ha ainda nos túneis de Gaza, um numero estimado em 136 reféns israelitas e judeus sequestrados no fatídico dia dos massacres de 07/10/23.
Para que uma sociedade se desenvolva em justiça social é fundamental a cultura da solidariedade.
Ocorreu ontem em Lisboa no cinema São Jorge, a celebração dos 76 anos da Restauração da Independência de Israel, a pátria milenar dos judeus após um exílio forçado de 2000 anos, mas em frente àquela sala de cinema na Avenida da Liberdade, estavam na rua vários jovens empunhando bandeiras da palestina e usando o Keffiéh (lenços palestinianos) com a sua típica característica de irreverência e ignorância sobre o assunto em causa (ignorância essa que é o resultado de pouco conhecimento de História), e assim, mais do que defender a Palestina com gritos de ordem e insultos antissemitas aos judeus presentes, estavam na verdade a atacar Israel a única democracia em todo o Médio Oriente, e a atacar o povo judeu, e claro, sem saber, estavam a justificar os ataques do 7 de outubro de 2023 e a dar força ao Hamas.
Mas isto de antissemitismo não começou recentemente e nem em 1930 com o navio MS. Saint Louis, que estava carregado de refugiados judeus dos pogroms no Leste e Norte da Europa. Os países da Europa por onde passou o navio não o quiseram, mas não podem esquecer que o problema do Sionismo é fruto do ódio antissemita que levou a cabo a maior perseguição alguma vez feita contra um povo.
O problema do antissemitismo surgiu no ano 38 EC em Alexandria, onde se realizou o primeiro pogrom, agravou-se com a inquisição e as expulsões, e atingiu o ápice no Holocausto. Não havia outra saída para os judeus que não a de voltar a Tzion (Palestina). Mas em 1939 ainda antes do Holocausto Nazi, os judeus em fuga no navio MS. Saint Louis, viram recusado o asilo e refugio, eram 937 judeus, homens, mulheres e crianças, que eram perseguidos somente por serem judeus. O navio navegou até aos EUA e uma vez mais recusado o refugio, regressou à Alemanha onde a maioria dos refugiados acabou morta nos campos de concentração do III Reich. O conflito israelo-árabe nasceu com o Sionismo e a imigração dos judeus sobreviventes do Holocausto para a Palestina que era então protetorado britânico.
Os jovens que ontem protestavam em frente ao cinema São Jorge, de certeza nunca ouviram falar disto, não sabem e até podem alegar que é algo ocorrido no passado, mas não é, o antissemitismo permanece vivo hoje, tal como há 2000 anos atrás. É o mesmo desde 38 EC em Alexandria e ontem em Lisboa em frente ao São Jorge o que se viu foi um antissemitismo de Esquerda com capa de causa política. E para finalizar há mais um detalhe que os jovens que ontem protestavam, muito provavelmente também desconhecem, que é a origem do nome Palestina, imposto no ano 70 EC pelos romanos à Judeia e significa Filistéia, assim como palestinianos significa filisteu, ou seja, uma terra e um povo que já não existia naquele tempo.
Marx era judeu, filho
e neto de judeus, o seu avô paterno, Mordehai Marx fora Rabbi, além do mais
Marx usava o termo ateísmo como sinónimo de Laicismo, ou seja a separação da
religião do Estado tal como hoje ocorre.
Além disso, muito das
ideias marxistas foram retiradas dos ensinamentos da Torá judaica e do Talmud.
Karl Marx foi um
sociólogo do séc XIX, focado nos aspectos socioeconómicos da organização
social, foi a partir dele que se fez uma análise sócio-histórica da economia,
baseado também na análise dialética de Hegel.
O pensamento de Marx,
está circunscrito a toda uma realidade temporal e socioeconômica diferente de
hoje. Marx pensou o mundo do Século XIX, e não usou uma linguagem apropriada
para o século XXI. O problema portanto, não é o que pensou e o que escreveu,
mas como é interpretado nos dias de hoje pelos seus opositores.
Há portanto três Karl
Marx, Sociólogo e economista, o sindicalista e o judeu.
O Marx sindicalista e
militante, era o que estava engajado com a defesa das classes trabalhadoras,
que à altura estavam totalmente desprovidas de direitos. Nesse sentido foi
muito útil a militância sindical de Marx. Hoje as classes trabalhadoras
usufruem de direitos plenos graças aos Partidos Social-Democratas que uma vez
no Poder nos países de democracia representativa, puderam levar a cabo uma
série de reformas importantes para promover as políticas de Bem-Estar social.
Os ideais comunistas,
são na verdade da autoria de Lenine e Stalim, embora se definam de marxistas,
na verdade há muito pouco de Marx nos regimes comunistas soviético,
norte-coreano e até chinês.
Portanto, quando Karl
Marx afirmava que a Religião é o Ópio do povo, estava a referir-se à religião
oficial, que sendo ligada ao poder politico, pode também ser um instrumento de
dominação. Marx não afirmava que D-us não existia, e várias vezes referiu D-us
nas cartas que enviara a Engels. Portanto o Ateísmo e o Antissemitismo de Marx são
mentiras ideológicas, falsas interpretações criadas tanto à Esquerda como à
Direita, e visam desde o inicio distorcer o núcleo do pensamento filosófico de
Karl Marx sobre a evolução da sociedade.
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