sexta-feira, 5 de julho de 2013

A Vida e a Obra do Judeu, Karl Marx

Karl Marx, nasceu no seio de uma família judia, no ano de 1818, na cidade de Trier, situada no Estado da Renânia e no Reino da Prussia, à época do seu nascimento já haviam decorrido quatro anos após a Criação da Liga Alemã, uma união de 39  Estados soberanos com o Parlamento em Frankfurt e o poder político concentrado na Áustria, isto ocorreu após o fim das Invasões napoleónicas, e a consolidação é feita através do Congresso de Viena, no qual um dos objetivos determinantes era sem dúvida, combater as ideias da revolução francesa e as revoluções liberais que se alastravam pela Europa.

É este conjunto de circunstâncias que vai formar o pensamento de Marx, baseado na época em que se desenvolvia a industrialização e cujas relações conturbadas  no seio da sociedade do seu tempo, influenciam e marcaram profundamente a orientação ideológica de Karl Marx e do modo como interpretou a história, a política, a economia e fundamentalmente a sociedade advinda da Revolução Indústrial emergente.
 

Este artigo não visa ser um texto exaustivo, e nem tem a possibilidade de o ser, apenas um mero artigo inicial, que será desenvolvido pelo leitor através das obras em PDF para baixar e ler, tanto da autoria de Karl Marx como sobre a sua biografia.

Os Primeiros anos

Marx era o segundo de nove filhos de Henriette (judia holandesa) e de Herchel um advogado judeu; Mordechai o avô paterno de Marx, era Rabbi na sinagoga de Trier, mas seu pai para contornar o impedimento de exercer o serviço público por ser judeu, mudou o sobrenome para Marx e converteu-se ao Cristianismo Luterano, julga-se no entanto que o pai de Marx tenha mantido as tradições judaicas em segredo.

A Vida Familiar

Marx casou com Jenny Von Westphalen a 19 de Julho de 1843, dessa união nasceram sete filhos, mas devido às duras condições de vida, só chegaram à idade adulta apenas três, Janny Caroline, Janny Laura e Janny Julia Eleanor, no entanto teve também um outro filho com a empregada da família e amante Helena, o menino chamava-se Friederich.

Apesar das dificuldades vividas em Londres por Karl Marx, este sendo um homem culto, procurou dar também às suas filhas cultura e a melhor educação possível, tendo proporcionado às suas filhas aulas de desenho, piano e canto, em parte fruto das suas origens burguesa e judaica, em parte por ser um dos seus ideais, considerando que a liberdade dos assalariados também passa pela aquisição de cultura e esta é fonte de uma forte consciencialização social e política.

A Formação Académica

Marx iniciou os seus estudos universitários em Bonna, para estudar Direito, tendo no entanto desistido do curso de direito, ingressando no curso de Filosofia após transferir-se para a Universidade de Berlim, onde teve como professor o filósofo alemão Hegel como seu professor, e de quem recebeu uma enorme influencia, contudo os estudos de Karl Marx não se fizeram apenas nas cadeiras universitárias, pelo que foi um continuo investigador de ciências económicas, sociais, e de tal forma que o seu pensamento tem influência hoje em variadíssimas áreas cientificas que vão da sociologia à psicologia social, passando pelo direito, economia, ciência política e até na teologia, de forma clara partindo dos seus estudos de análise social e económica multidisciplinares.


O Pensamento Filosófico de Marx

O  seu pensamento tem como base de estudo, o desenvolvimento de uma leitura da sociedade do seu tempo, baseada nas relações de classe e de poder político das elites dominantes e a estrutura histórica e social que sustentava esse organização social. Por extensão à dialética hegueliana, Marx faz uma análise histórica do desenvolvimento das sociedades, desde a Pré-história às grandes civilizações, a partir da evolução histórica; E aqui temos uma forte influência da dialética de Hegel, no seu pensamento, Marx no entanto critica o  seu antigo professor, porque o idealismo hegueliano via a filosofia a influir na realidade, ao contrário do pensamento marxista, que concebe a filosofia a partir da realidade, e para haver uma mudança social e transformadora é preciso um pensamento de cariz revolucionário. 

No que concerne à filosofia da história, analisa as relações sociais, baseado em estruturas económicas e políticas, que de revolução em revolução social, desenvolvem novas formas de organização politica e económica, mas tendo como aspecto central a exploração do homem pelo homem. Neste sentido, do clã pré-histórico, ao esclavagismo, passando pelo mercantilismo colonialista, ao capitalismo, Marx crê que o fim da História seria o auge de uma sociedade sem classes, onde fosse suprimida a exploração do homem pelo homem, e isto só poderia ser a evolução do capitalismo em direção à social-democracia, por sua vez ao socialismo e por fim o comunismo, ou seja a sociedade comum, sem classes.

Quanto ao criticismo religioso, o materialismo dialético de Marx, dito de ateísmo materialista, não é necessariamente um dogma religioso da descrença de uma divindade criadora, sabe-se através da correspondência que mantinha com Engels, que acreditava e tinha fé, sendo critico sim da religião como instrumento de manipulação das classes dominadas.


A Obra Marx

Marx é considerado mais como um pensador, um filósofo e um economista, mas na realidade a importância da sua obra incide muito nos estudo sociológicos; O seu contributo para a Sociologia é tão grande, que até mesmo dentro do corpo teórico do Serviço Social, podemos encontrar a corrente Marxista, e não falamos aqui de um marxismo político, mas de uma leitura sociológica feita por Marx e que é aplicada na Práxis do trabalho social, a luta fundamental de Marx, pode resumir-se em Justiça Social.

Do total da sua obra, pode-se dizer que o expoente máximo, que envolve várias das áreas acima citadas, possa ser considerado "O Capital", obra em 4 tomos, que escreveu durante longos anos e que só foi terminado pela colaboração do amigo Friederich Engels, que publicou os últimos tomos após a a morte de Marx, sendo um dos livros mais publicados na história da filosofia e ciência politica e económica, no entanto não devemos ficar por aqui, a obra de Marx é mais vasta e abrangente do que se possa pensar à partida, a sua obra foi obviamente marcante também, por ser um contributo ideológico na Ciência Política, na Filosofia, História e também na Economia,


Marx e o Marxismo

Para se ter uma noção do pensamento de Marx, é preciso dizer antes de mais, que tem hoje em dia uma conotação ideológica que é na verdade um tanto quanto diferente do seu pensamento genuíno, isto porque o Marxismo é comummente identificado com doutrinas políticas que não são genuinamente marxistas no seu sentido restrito, tais como as alterações ideológicas feitas pelo pensamento de Vladimir Lenin, Josef Stalin, Leon Trotsky e Mao Tse Tung.

Posto isto, por outro lado, o Marxismo pode ter conotações meramente cientificas, que partem da sua análise sociológica, histórica e da dialética hegueliana dos seus estudos no campo da sociologia, história, economia, e também do serviço social, mas teve sobre maneira uma influência crescente nos meios intelectuais, académicos e operários sindicalistas, no fim do século XIX e inicio do Século XX.

A Morte de Karl Marx

Marx morreu em 1883, de bronquites dois anos após a morte de sua mulher, que o deixara deprimido e fisicamente debilitado, tendo sido sepultado em Londres a cidade onde vivia.

Livros para Baixar em PDF

 A Ideologia Alemã - Download PDF
 A Questão Judaica - Download PDF
 O Capital - Tomo I - Download PDF
 O Capital - Tomo II - Download PDF
 O Manifesto Comunista - Download PDF
 Vida e Obra de Marx e Engels - Download PDF

Por Filipe de Freitas Leal

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Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

domingo, 19 de maio de 2013

Poema # 20 - Profundamente


Há algo de profundamente belo,
Em cada alma humana,
Há beleza em todos os rostos,
Sorrisos e olhares.
Há algo tão sublime numa vida
Que nasce e que passa.

E na passagem perdendo a sua pureza,
Reencontra-a na humildade,
Forjada na caminhada da vida,
Em direção ao outro

E no encontro sereno com a finitude.



Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Os Campos das Políticas de Emprego e Formação


Antes de definir o campo da Política de Emprego e Formação Profissional, é necessário primeiro trabalhar os conceitos de políticas públicas, politicas sociais e por fim a política de emprego.
As Políticas Públicas, são respostas que o Estado pode dar, sendo orientações gerais, face às necessidades sociais, económicas, administrativas, entre outras, através de normas, leis, programas ou por outras palavras, os determinados instrumentos que formam as medidas de intervenção do Estado na resolução ou auxilio dos problemas suscitados.
As medidas, propriamente ditas, podem não se traduzir em programas, mas instrumentos de orientação e determinação do foco das orientações com vista à ação.
Derivam das políticas públicas, as Políticas Sociais, que são as políticas públicas cujo teor responde às necessidade surgidas na sociedade, que visam promover o bem estar social.
As Políticas de Emprego e Formação Profissional, são um conjunto de intervenções que visam diretamente melhorar o funcionamento dos mercados de trabalho, e dessa forma, pretendem alcançar resultados socialmente desejados (Scmid, O'Realy, Schomann 1997:8)
Temos assim que das Políticas Públicas derivam as Políticas Sociais, e desta as respectivas politicas no campo social, como as Políticas de Saúde, de Habitação, da Família, entre outras como as Políticas de Emprego e Formação Profissional, que é o foco deste artigo.
No entanto para adentrarmos no mundo do Trabalho, quer em termos políticos quer em termos de políticas sociais, é necessário trabalharmos o conceito do que é Trabalho e Emprego. O conceito de Trabalho é um conceito antigo, vindo das sociedades coletoras, e implica toda a ação com vista a produzir um bem ou responder a uma necessidade, desse modo tudo o que eu faço, é trabalho, e nesse sentido o trabalho em si, que pode ser remunerado, livre, negociado, formalizado com contrato, ou pelo contrário pode não ser nada disto que aqui falo. Isto é, há uma necessidade de separarmos o trabalho livre e pessoal, realizado pela nossa livre vontade em atividades domésticas e estritamente pessoais, do trabalho produtivo que não é livre e é feito a troco de um rendimento vendendo a força de trabalho a uma outra pessoa ou empresa, ou seja a quem detém o Capital, e este resume-se em bens de produção. Há em contrapartida, trabalho doméstico não remunerado mas produtivo, trabalho voluntário, clandestino e trabalho forçado, (exemplo a escravatura permitida, que outrora era praticada em todo o Mundo).
Do outro lado temos o Emprego, que é um conceito relativamente novo, emergente portanto desde o Séc. XVIII com a Revolução Industrial, em que o trabalhador emprega a sua força de trabalho em troca de uma remuneração, que é Pago, Livre, Negociado (havendo um mercado) e é formalizado (tendo um contrato que abrange direitos e deveres de ambas as partes). O emprego, é também conhecido pelo termo Trabalho Assalariado, há no entanto outras formas atípicas de emprego.
Por outras palavras, a "Política de Emprego, é entendida como um instrumento de garantia do direito de acesso e tem por objetivo a prevenção e resolução dos problemas de emprego, incluindo as melhorias da qualidade do emprego, a promoção do pleno emprego, o combate ao desemprego, (...) e aumentar os níveis de bem-estar da população" Moreira (2000).
As políticas públicas, não são tomadas pelos governantes de forma unilateral, o setor privado da sociedade e da economia é tido obviamente em conta, é o setor privado que mostra ao governo as lacunas do mercado de trabalho e da formação profissional, pelo que as políticas visam responder precisamente às necessidades sentidas no mercado de trabalho, e também à formação profissional, com intuito de combater o desemprego, de aumentar a competitividade dos trabalhadores e da economia como um todo.
Assim, as políticas de emprego, de trabalho e de formação Profissional, fazem parte das Políticas de Trabalho, e dividem-se em dois grupos, as PE Políticas de Emprego, e as PFP Politicas de Formação Profissional.
A decisão não deixa de ser controversa, na medida em que os funcionários, que são na maioria autónomos (os chamados recibos verdes) infelizmente não só não sabem do seu futuro, com poderão ter de enfrentar uma situação de desemprego.
Outrossim, os restantes GIP's que estejam ligados diretamente às Câmaras Municipais, permanecerão operacionais.
Como consequência desta medida inédita, a morosidade dos serviços poderá fazer-se sentir, tendo em conta que os utentes terão que se deslocar para mais longe e enfrentar um maior tempo de espera.

Quanto à medida em si, deixa sérias duvidas, porque se o serviço existiu desde 2010 nas escolas, porque só agora é que deixa de fazer sentido?

Autor Filipe de Freitas Leal


Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Poema # 19 - A Força dos Versos

A poesia é a minha única arma,
Nos papeis em verso,
Ou nas paredes pintadas,
É a mais bela forma de luta.

E na nossa indignação,
Façamos da poesia o nosso clamor,
Parem agora e oiçam o verso,
Que vos fala doravante de amor.

E Perpetuada em paredes brancas,
Poesia pintada que nos fala destemida,
De um eco, de um grito com fulgor,
Que nos liberta do temor.

Firmemente é mais forte que eu,
Poesia viva, que de mim viveu,
Sendo minha alegria e meu pranto
É também frase de luta e de encanto.



Autor Filipe de Freitas Leal


Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Poema # 18 - Se Os Meus Olhos Falassem

Se os meus olhos falassem, falavam de ti,
Desde que te vi, os teus encantam os meus,
Ilhado em pensamentos, sonhei e me vi,
Com rubor a pedir um beijo dos teus.

Observam-te meus olhos como quem adora,
Como se quisessem dizer com encanto,
Estou aqui, não me irei nunca embora,
Na eternidade destes versos, neste encanto.

Ah, doce melodia que sopra minha boca
Porque meus olhos querendo falar,
Não falam, calam-se com brilho,
E gritam teu nome com luz e cores.

Se os meus olhos falassem,
Falariam de ti e dos sonhos meus,
E de quando meus olhos te viram sorrir
Desabou em mim todo o meu mundo,
Para que novamente, possa ressurgir,
Com novas cores, em tons de alegria.

A tua singela tristeza é sinal do desassossego,
No qual meus olhos só vêm tons cinzentos,
De que se reveste dos dias, o mais nebuloso.
E seja a tua felicidade o espelho de um desejo,
Ainda que estejas distante, ou no tempo tardia.
Permaneces, como meus olhos te viram um dia.

Autor Filipe de Freitas Leal




Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

 
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