sexta-feira, 20 de julho de 2007

Bertold Brecht - Quem Faz a História

Quem construiu a Tebas das sete portas?
Nos livros constam os nomes dos reis.
Os reis arrastaram os blocos de pedra?
E a Babilónia tantas vezes destruída
Quem ergueu outras tantas?
Em que casas da Lima radiante de ouro
Moravam os construtores?
Para onde foram os pedreiros
Na noite em que ficou pronta a Muralha da China?
A grande Roma está cheia de arcos do triunfo.
Quem os levantou?
Sobre quem triunfaram os Césares?
A decantada Bizâncio só tinha palácios
Para seus habitantes?
Mesmo na legendária Atlântida,
Na noite em que o mar a engoliu,
Os que se afogavam gritaram por seus escravos.
O jovem Alexandre conquistou a Índia.
Ele sozinho?
César bateu os gauleses,
Não tinha pelo menos um cozinheiro consigo?
Filipe II de Espanha chorou quando sua armada naufragou.
Ninguém mais chorou?
Frederico II venceu a Guerra dos Sete Anos.
Quem venceu além dele?
Uma vitória a cada página.
Quem cozinhava os banquetes da vitória?
Um grande homem a cada dez anos.
Quem pagava as despesas?
Tantos relatos.
Tantas perguntas.

Bertolt Brecht
(1898-1956)

Autor do blog Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

Bertold Brecht - O Analfabeto Político


O pior analfabeto 
É o analfabeto político,
Ele não ouve, não fala,
Nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo da vida,
O preço do feijão, do peixe, da farinha,
Do aluguer, dos sapatos e dos remédios
Dependem das decisões políticas.

O analfabeto político
É tão burro que se orgulha
E estufa o peito dizendo
Que odeia a política.

Não sabe o imbecil que,
da sua ignorância política
Nasce a prostituta, o menor abandonado,
E o pior de todos os bandidos,
Que é o político vigarista,
Malandro, corrupto e lacaio
Das empresas nacionais e multinacionais.


Bertolt Brecht
(1898-1956)


Autor do blog Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

O Que é a Filosofia Hoje?

A filosofia, é em si o método que nos leva a pensar de maneira correta e coerente, é o que nos tem ajudado, ao longo dos séculos a tomar as decisões corretas na vida, e é a ciência que gera ciências, é a ciência que procura respostas para os problemas e indica os caminhos para a sociedade e a humanidade.
Dos sofistas, aos filósofos clássicos como Sócrates, Platão, Aristóteles entre outros, passando pela Escolástica de São Tomás de Aquino ou Santo Agostinho, revolucionou o método cientifico com Descartes, revolucionou a filosofia e desbravou a Sociologia com Augusto Conte, a Política e a Economia com Karl Marx, e tem vindo a ser necessária para nos continuar a mostrar caminhos.
Há diferentes filosofias, tantas quantas necessárias forem, porque as pessoas também, são diferentes e inserem o seu cunho pessoal e ideológico nos conceitos filosóficos que defendem, daí haver diferentes religiões e partidos políticos, essa diferença filosófica é o motor do desenvolvimento humano, cultural, social, económico e político de todo o género humano, e é indubitável que está na génese da luta de classes e nos diferentes sistemas económicos, políticos e sociais do mundo de hoje que se projetará no amanhã.


Autor Filipe de Freitas Leal




Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Um Novo Olhar Sobre o Mundo


Ver o mundo e as pessoas pelo mesmo prisma é mais uma forma de prisão, porque pode ser também o princípio de uma mentalidade preconceituosa, a qual não vê as peculiaridades de cada um, seja uma pessoa, um grupo, uma comunidade ou um povo.
É imperioso que saibamos respeitar outros pontos de vista, não no sentido de ter obrigatoriamente que concordar com os mesmos, mas sim o de sabermos nos colocar no lugar do outro, sobretudo de tentar compreender o próximo no modo como é e vê o mundo, por outras palavras urge eliminar o critério do julgamento tácito e por vezes tenaz que se faz comummente na sociedade dos nossos dias, e que normalmente acontece de um grupo, contra um indivíduo, ou de uma maioria contra uma minoria.
O nosso próximo, não é apenas o outro ou uma pessoa diferente, é sim o outro, no seu todo, que é o  resultado não só da sua vontade, mas fundamentalmente de uma série de fatores e circunstâncias que lhe moldaram a liberdade e o fizeram ser quem é, ou fazer o que as circunstâncias lhe permitem. Ou seja o resultado de um processo natural, cultural, e também social, sem este olhar a tolerância não terá o mínimo espaço para emergir no meio de nós, pelo que não poderíamos provocar uma mudança para a evolução do mundo que nos rodeia.
Todos nós somos em parte, fruto dos nossos esforços, em nos cultivarmos e em termos uma consciência crítica sobre nós mesmos e o mundo, ou a sociedade que nos cerca, não obstante, nem todos têm tido a mesma capacidade ou sorte, há no mundo toda uma enorme quantidade de flagelos e injustiças que em maior ou menor grau destroem e deformam a pessoa humana.
Muitas pessoas rendem-se, já não questionam nada, contudo estão desesperadas à procura de um emprego, de páo para matar a fome, de uma solução que tardem em vir em seu socorro, e assim tornam-se escravos do sistema globalizado, inconsequente, frio e desumano do capitalismo renascido com a queda do Muro de Berlim.
As religiões, e em particular o cristianismo, quer católico quer ortodoxo, criticam naturalmente qualquer socialismo materialista e totalitário. Contudo também condena veementemente o capitalismo e o neoliberalismo existentes hoje, que apesar do pragmatismo é nociva e acaba por deformar a consciência das massas, para as tornar numa massa meramente submissa e rendida ao consumismo.
O capitalismo venceu, dizem muitos, de facto é o que as aparências indicam, mas terá mesmo vencido, ou conduz-nos a todos para uma destruição final do Planeta e da espécie humana, devido à irresponsabilidade e da destruição dos recursos naturais e dos ecossistemas frágeis.
O grito do Mundo para salvar o planeta, poderá ser tardio se não for também o grito do mundo para acabar com a globalização e o capitalismo, se não for também o grito do mundo para salvaguardar os direitos e liberdades das pessoas e dos povos, mas a mudança ansiada, ou mesmo necessária, não deve impor o fim de todo o conjunto da nossa herança civilizacional milenar, nem deve subverter os valores tradicionais, só porque são tidos como de uma outra era, para agradar ou as massa ou interesses, movidos segundo a condução de uma batuta cujo móbil será tão somente os interesses comerciais e financeiros cujo pano de fundo será a moda ou a modernidade.

Autor Filipe de Freitas Leal




Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Absurdos & Incongruências

O blog, pretende ser um espaço de discussão, debate de ideias e defesa de causas aberto a todos que tenham uma consciência critica do Mundo em que vivemos, pela crítica construtiva voltada para o bem comum, na qual as nossas lutas sejam as lutas da Justiça social, da sustentabilidade ambiental que nos alertem para as questões da seca e falta de água potável, da erosão, da poluição e das diversas agressões ao ecossistema; de lutas contra os maus tratos aos animais e a extinção de espécies, que graça por todo o planeta, que indique caminhos para a distribuição de riqueza e justiça social e não fiquemos só pela critica pura do derrotismo ou no bota a baixo, que aliás nascem da inépcia e de um fechar-se em si mesmo.
No entanto não se pode ficar impávido, ao vermos degradarem-se na nossa sociedade os direitos conquistados após anos de luta na clandestinidade, o facto é que as liberdades de abril, conquistadas com sacrifício estão a cair por terra dia após dia, os nossos direitos mais elementares, a nossa dignidade e até a esperança no regime que nascia do 25 de abril, têm vindo a desaparecer na cultura política do povo, devido à corrupção, à imoralidade política e da vergonhosa submissão de alguns dos nossos dirigentes, face aos interesses estrangeiros ou mesmo de grandes multinacionais.
Também no campo empresarial as falências fraudulentas, as fugas para o estrangeiro de multinacionais tecnicamente chamadas de deslocações, enfim surge por todo o país um rumor de um descontentamento enorme e silencioso. Graça neste país, a loucura disfarçada sobe a capa de discursos pragmáticos e de sebastianismos inconfidentes. Loucura que mostra o rosto do absurdo, através de juntas médicas que recusam pensões vitalícias e levam a que doentes terminais sejam declarados aptos para o trabalho e sem quaisquer apoios sociais, além de serem obrigados a apresentar-se ao trabalho, acabando por vir a morrer.
Pessoas que contribuíram toda uma vida, para a sociedade em que viviam, e que foram desprezadas e espezinhadas pela incompetência, pela mesquinhes sórdida, que acabara por tirar a dignidade a quem incapacitado, sem voz e com todos os indícios da doença que o consumia, fora obrigado a humilhar-se impotente de fazer ver a sua doença, como o que foi noticiado na imprensa de um professor que mesmo doente fora-lhe negada a baixa por uma junta médica, vendo-se obrigado a continuar a desempenhar as suas funções, ainda que sem as poder realizar devido a se encontrar numa cadeira de rodas.
Dirigentes políticos, que não tiveram a consciência, a visão, a razão e muito menos o coração para reconhecer o que era óbvio, de que o professor estava gravemente doente e não quiseram admitir o que de si era impossível negar; Escolheram o caminho do absurdo e a incongruência dos seus atos, que se repetem de lés a lés no triste Portugal.
Este espaço pretende humildemente juntar-se a outros tantos na internet, a fim de contribuir construtivamente para que se faça uma revolução cultural, que em Portugal nunca houve e que cada vez mais faz-se necessário.

Autor Filipe de Freitas Leal




Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

 
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