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segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Elaborar e Redigir Trabalhos Académicos

Um trabalho académico, é antes de tudo, um dos elementos fulcrais da vida de um estudante universitário, pois trata-se no fundo de um trabalho cientifico  feito de uma pesquisa ou um estudo, que visa compreender os fenómenos, em várias áreas cientificas, através de determinados textos científicos anteriores, dados estatísticos entre outros, que nos auxiliem na compreensão das causas e efeitos de determinados fenómenos, e diversas áreas da ciência, levando assim o aluno a estudar fazendo, e fazer estudando, ou ainda por outras palavras é também um instrumento que permite ao aluno a reflexão.

Segundo a conceituada plataforma brasileira de ensino a distância Planeta EAD, sobre os objetivos fundamentais que um trabalho, académico deve ter em conta, são:
1º observar o fenómeno, a visão e compreensão do fenómeno;
2º explicar o fenómeno, reflexão do mesmo;
3º elaborar o trabalho, a partir de um ou mais textos científicos.

Há para além disso a necessidade de complementar o trabalho corroborando as suas ideias com o texto cientifico, apoiando-se noutros textos pertinentes ao estudo, do qual sairá a sua informação bibliográfica.

Há para este tema de como elaborar e redigir trabalhos académicos, numa vasta informação quer bibliográfica quer infográfica, sobre a elaboração de trabalhos académicos, fundamentalmente todos corroboram, em maior ou menor grau as informações no que toca à padronização dos trabalhos académicos, com respeito às normas ISO.

Dentre os elementos que se deve ter em conta são, a Capa, o frontispício, o índice  o corpo do trabalho, a bibliografia, entre outros elementos de suma importância, pelo que colocamos  abaixo o manual em pdf, que contém as normas para a redação de trabalhos académicos, o respetivo manual é da autoria do Concelho Cientifico da Escola Superior de Saúde de Alcoitão - Portugal.

 Manual Redação de Trabalhos Académicos - consulta Aqui

Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Famílias Falidas - Os Novos Desalojados



Introdução
“Todas as casas onde há livros,
Quadros e discos são bonitas.
E são feias todas as casas,
Por mais luxuosas,
Onde faltem essas coisas” 
Eugénio de Andrade

A atual situação económica na Europa, e particularmente a situação portuguesa, tendo vindo a agravar-se, vem mostrar, as graves consequências para o país, para as empresas, e sobretudo para as famílias, que ao verem desabar-se-lhes o chão, perdem o seu sustento, poderão perder por acréscimo, tudo quanto tem, e por vezes tudo o que necessitam, e tudo que têm de mais valioso, o lar da família, o emprego, chegando a perder por vezes a saúde, há casos de pessoas que levam para o resto da vida, as consequências das dividas e de uma insolvência daí advinda,  levando, a alegria de viver, e não raras vezes a própria família se divide, perdendo o passado e o futuro.[1]

1 – Como se explica o fenómeno dos desalojados?

"Cada fracasso ensina ao homem
algo que necessitava aprender"
Charles Dickhens

Como nos mostra a visão, no artigo especial “Os novos desalojados” a principal causa deste surto de despejos, ou execuções judiciais, deve-se à crise que tem vindo a agravar-se desde o verão de 2008, com a Crise do Subprime, desencadeada nos Estados Unidos da América em 2006 tendo o seu auge no verão de 2008, alastrando-se desde então pelo mundo inteiro, e particularmente na Europa, que abalada, viu ser colocada em cheque a convergência económica e a consolidação da moeda única, o Euro. A crise, que na altura nasceu financeira, passou também a ter rapidamente, os contornos de uma crise económica, onde a Islândia entrara em banca rota, não tendo afetado o euro por não ser membro da EU União Europeia, já a queda da economia da Irlanda, e o resgate que o país pediu, pôs a nu a fragilidade da moeda única, e da economia europeia, que na realidades encontra-se a duas velocidades, surge o termo PIG’s, para designar de certa forma pejorativamente os países em crise (Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha), que na economia mundial contrastavam com os BRIC’s Brasil, Rússia, Índia e China, países em larga ascendência económica, a ascensão destes países, teve claramente consequências na economia europeia, a partir de deslocalização de empresas fabris, nomeadamente os acordos do OMC Organização Mundial do Comércio que afectou os têxteis portugueses, não sendo competitivos em temos de custo com os da Índia ou do Bangladesh. 

Gustavo Cardoso, escreveu no Público, afirmando que tal como na ciência o Zero Absoluto, não é na realidade possível de ser alcançado, na economia, certas medidas de ajuste e reajuste, não surtem e não surtirão os objetivos meramente teóricos, ou seja, para Gustavo Cardoso, não basta pagar a divida, e nem ter mera política de contenção, é precisamente o contrário que defende, é preciso criar politicas de promoção do emprego e do crescimento económico, tal como nos Estados Unidos da América, e as política tomadas para se poder sair da crise de 29.
[2]

Resumindo, a grave situação social, que se encontra à vista do cidadão comum, dos despejos, das falências de empresas e insolvências de famílias, tem também na sua origem um modelo económico, que não promoveu a estruturação real e concreta da economia, antes produziu castelos com baralhos de cartas, que agora se desmoronam, optou-se pelas auto-estradas, pelas construtoras, e deixou-se de lado a industria, as pescas, a agricultura ou até mesmo o turismo, e na habitação o tripé das construtoras que construiriam, das imobiliárias que vendiam, dos banco que emprestavam, foi essa a resposta que o setor privado deu, às necessidades dos cidadãos, face à ausência de políticas públicas de habitação mais definidas e arrojadas.

Esse modelo não é só nosso, a Espanha trilhou o mesmo caminho, e hoje aproximadamente 500 mil famílias estão sem casa, vidas e lares destruídos devido a um modelo económico errado, que buscou a eficácia e a eficiência sem ter um rosto humano, sem ter as pessoas no centro das suas opções políticas, administrativas e económicas, que esta a acarretar um aumento exponencial de suicídios em Espanha e também em Portugal, onde já se morre mais por suicídio que por acidentes de automóvel.

2 – Que fatores essenciais estão por detrás deste “novo” fenómeno social?

"Quem motiva uma boa ação,
É tão meritório como aquele que a praticou”
Talmude

Os fatores fundamentais, se voltarmos na história, a não muito anos atrás, teremos a compreensão que se trata de paradigmas, que foram intensificados com a queda do muro de Berlim, e o fim do braço de ferro, entre a corrente socialista soviética e a área capitalista liderada pelos Estados Unidos da América e pelas potencias europeias, como o Reino Unido, França, Itália e a então, Alemanha Ocidental, que até então tinham políticas sociais baseadas no Wellfaresate, pode-se dizer que o Projeto europeu, preconizava a convergência económica entre os diversos povos da Europa, mesmo à altura do socialista francês Jacques Delores, que defencia uma politica social que era em muito, baseada no modelo próximo do Wellfare Sate, que começou a alterar-se com o moderado democrata-cristão luxemburguês Jacques Santer, que foi aliás a partir dessa altura que a hegemonia socialista declinou dentro da União Europeia, devido precisamente ao fim da Cortina de Ferro, e ao inicio de uma expansão económica a Leste, há aqui uma forte componente ideológica, que aproveitou o facto de o Comunismo e do Socialismo terem falhado para promover, baseado no paradigma Neo-Liberal as politicas económicas e financeiras, com vista à criação de um Banco Central e de uma moeda Única forte para toda a Europa. É aqui que reside parte do problema, ou seja os Bancos Centrais de cada país da zona Euro, perderam a capacidade e a soberania, para indicar quais as políticas a seguir, que promovam o emprego e o crescimento económico, sendo que o BCE também não os substituiu nesse sentido, e limita-se a fiscalizar as contas das finanças dos países membros da moeda única, e a controlar a despesa pública, pelo que é inibido o investimento estatal que possa promover o crescimento, tal como ocorreu no New Deal, que só assim pôs termo à crise de 1929, como prova disso temos já o adiamento do Novo Aeroporto de Lisboa, do TGV e outras grande obras públicas, que poderiam ser o mote de relançamento da nossa economia.

3 – Que tipo de alterações ou necessidades pode suscitar uma súbita modificação das condições de acesso à habitação?

"A grandeza de uma profissão é talvez
Antes de tudo, unir os homens:
Não há senão um verdadeiro luxo,
e esse é o das relações humanas"
Antoine de Saint-Exupery

Como resposta, podemos olhar para trás e ver o que se verificou nos Estados Unidos da América, em que várias famílias, ao perderem as suas casas, literalmente ocuparam praças públicas, com tendas, e viveram nessas tendas, obviamente em condições sub-humanas, tinha-se instalado uma crise social da habitação, ou podemos olhar agora para Espanha e ver o que já se passa por lá, com o aumento exponencial de suicídios.
Por cá, a agência de notícias lusa, informava em 2011, que o aumento de “Pessoas Sem Abrigo” teve desde 2008, um aumento de 20% a 30%, a partir de contagem feita pela AMI Assistência Médica Internacional, com a colaboração de equipas de rua
Há já, neste momento, um agravamento das necessidades habitacionais, e uma readaptação do mercado, no que toca à baixa do valor dos imóveis, devido à crise financeira e económica, acompanhado também de uma baixa no valor do arrendamento, não obstante, a baixa de preços da habitação, não resolve todos os problemas, muitos casais jovens (e não tão jovens) em situação de desemprego de um dos cônjuges ou de ambos, tiveram que devolver as casas ao banco e optar por morar com parentes, outros optaram por imigrar.
A SEDES Associação para o Desenvolvimento Económico e Social, no seu estudo O Impacto da Crise no Bem Estar dos Portugueses, afirma que dos inquiridos no seu estudo em Setembro de 2012, onde indica que 56% afirmavam poder vir a não honrar os seus compromissos nos próximos 12 meses, que é um sinal alarmante, tendo em conta que a estagnação, embora com oscilação de valores percentuais, tem vindo a ocorre no nosso país desde 2002, ou seja mesmo antes da crise do subprime, e a esperada recuperação não veio, e agravou-se, afetandos todos os setores da sociedade e trazendo problemas acrescidos em todas as áreas, se Portugal importa cada vez menos, devido à queda da procura, também as exportações diminuem, pois a falência das empresas diminui a oferta de produtos e a capacidade de exportar, somando à queda da procura dos nossos produtos no mercado externo gerando mais falências e despedimentos, ou seja todos os setores são afetados e a habitação é uma deles, tornando-se hoje um problema social, cuja continuidade da crise poderá agravar ainda mais o desemprego e através disso o incumprimento no pagamento da habitação, por parte das famílias e a consequente insolvência de pessoas singulares.

4 – Que soluções (Públicas, Privadas, Cooperativa ou Solidárias) são apresentadas ou podem ser apresentadas para enfrentar este problema social?

"Ama a modesta profissão que aprendeste
E contenta-te com ela"
Marco Aurélio

No mesmo estudo da SEDES, (acima citado) aponta que 45% dos portugueses estão resignados com a situação e acham que não vale a pena fazer mais nada, no entanto a persistência dos problemas, e sobretudo o agravamento dos mesmo, implica que se façam tomar medidas, e cuja solução poderá passar, na minha opinião pessoal, pelo apoio e incentivo ao associativismo e à incrementação das cooperativas, não apenas de cooperativas de habitação, também na cooperativas agrícolas, e cooperativas de distribuição, criando um mercado mais humano e economicamente sustentável, e fundamentalmente na habitação, esse associativismo e cooperativismo permitiria fazer crescer a produção, recuperação de imóveis e até de zonas habitacionais degradadas, recorrendo inclusive a novos materiais alternativos de construção, e a poder criar uma arquitetura urbana de rosto humanista, promovendo uma sustentabilidade económica e ambiental das pessoas com a comunidade e o meio envolvente, suprindo a sociedade de infra estruturas comunitárias, de cariz cooperativo desde a educação à saúde, passando pela cultura e o lazer, fundamentada numa nova economia local e desse modo se criaria mais empregos, permitindo uma oferta a baixos custos da habitação, mas também de bens e serviços.

5 – Deverão as famílias esperar mais do governo e das suas políticas de habitação?
 "Não é a consciência que precede ao ser social,
Mas é o ser social real que precede à consciencia"
Karl Marx

A tendência atual dos governos Néo-liberais na Europa, é de menos intervenção e mais regulação, ora isto mostra-nos o que se poderá vislumbrar, por parte do Estado, no momento de nos perguntarmos sobre o que deverão esperar os cidadãos, e sobretudo podemos prever quais as opções que o governo tomará.
Observa-se que os gastos do Estado com a habitação social, têm vindo a reduzir, já desde 2006 e sobretudo acentuam-se com a crise do Subprime de 2008, é de esperar pois uma diminuição dos gastos com a habitação, o que propiciará talvez, a tendência de habitação clandestina com consequência da crise, mas que não é uma novidade em Portugal, pois cerca de 40% das habitações na década de 70 eram ilegais, e sem falar de barracas dos bairros de lata.
Não têm sido tomado em conta, as necessidades de alojamento e a real clientela das políticas públicas, e essa é uma das questões centrais da Política de Habitação, segundo Isabel Guerra do ISCTE/IUL no seu estudo de 2011 intitulado “Cidades, Comunidades e Territórios, o que nos leva a crer que há que haver uma alternativa ao centralismo no que toca à habitação em Portugal, e não tem que passar necessariamente pelo poder local, mas sim ser efetuado em parceria tanto com o poder local como com a iniciativa quer do associativismo quer do cooperativismo.

6 – Afinal o que é ou como se manifesta a preocupação social da habitação?

"Meu ideal político é a democracia,
Para que todo o homem,
Seja respeitado como individuo,
E nenhum venerado "
Albert Einstein

O presente trabalho, vem abordar o tema da habitação, no contexto de Políticas Públicas, e obviamente trata-se de uma preocupação social, isso traduz-se em algumas politicas quer diretas quer indiretas que o governo promove, para solucionar as necessidades de alojamento, em particular de populações carenciadas, essa preocupação social pode traduzir-se quer em apoio ao arrendamento jovem, ou em situação de pessoas ou famílias em dificuldades, o apoio ao aluguer com ajuda monetárias por parte das câmaras municipais no que é chamado Habitação a Custos Controlados, e é feito na base de um banco de casas para arrendar, pode passar também pela construção e reconstrução de imóveis, bem como de programas de urbanização que tentam criar uma nova dinâmica social a um determinado bairro e com o objetivo de promover também a inclusão social.
Dos programas públicos para a promoção da habitação e do alojamento, temos a PROHABITA, que pode também financiar a reconstrução da habitação, temos ainda o PER Programa Especial de Realojamento, que permite aos municípios a erradicação das barracas dos bairros de lata e o realojamento dessas populações.

Trabalho Académico de Políticas da Habitação
Licenciatura em Serviço Social
Orientador: Professor Doutor Albino Cunha
Autor: Filipe Leal (210.425)

Lisboa, abril de 2013 

8 –Bibliografia

Guerra, Isabel (2011) “Cidades, Comunidades, Territórios” – ISCTE/IUL – Lisboa, pág. 42
Sapo-Notícias (2011) “Número de sem-abrigo aumentou 20% a 30% desde 2008” Site consultado 14/04/2013.
SEDES, (2012) “O Impacto da Crise no Bem Estar dos Portugueses”
Público (2013) “O Zero Absoluto” Página consultada dia 14 de Abril de 2013.

Abril (2013) “ Espanha: Suicídios de pessoas que perdem as casas” Página consultada dia 14/04/ 2013.


Autor Filipe de Freitas Leal


Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Estágio em Deficiência e Direitos Humanos



Portfólio de Estágio
Observatório Nacional
Sobre Deficiência e Direitos Humanos  

“A cegueira que cega, cerrando os olhos, não é a maior cegueira;
A que cega deixando os olhos abertos, essa é a mais cega de todas”
Padre António Vieira

1 Prefácio
Ao assumir esta cadeira de Laboratório de Observação I, pretendi, poder adquirir mais conhecimentos, que pudessem vir a ser-me úteis no meu aprendizado de Serviço Social, e simultaneamente ser enriquecedor do ponto de vista pessoal. Apresentaram-me um o Projeto do Observatório Nacional da Deficiência e Direitos Humanos, cujo objetivo é o de monitorizar em que medida os direitos humanos são adotados e aplicados na defesa das pessoas portadoras de deficiência, Ambos os objetivos foram atingidos, enriqueci imensamente do ponto de vista pessoal e educacional, e porque do mesmo modo que o caminho faz-se caminhando, assim é a aprendizagem, é no campo a estudar e a conhecer a realidade, ancoramos a teoria aprendida à realidade que vivemos no campo.
Houve como é natural de se prever, dificuldades pelo caminho, nomeadamente a falta de tempo, e o próprio desconhecimento de determinados aspetos que dizem respeito à deficiência, como a acessibilidades de diversa ordem, tais como páginas de web para cegos, ou a via pública que é por vezes mais um sinal de exclusão para os deficientes motores.
Mas o resultado final é de que me levou a pensar que é de suma importância para os alunos do Serviço Social, o contacto com o CAPP a nível de aprendizagem e colaboração em projetos similares em que os alunos possam participar, pois é muito enriquecedor.
2 – Resumo.
No estágio de laboratório foram-me entregues tarefas, referentes ao Projeto do “Observatório Nacional da Deficiência e Direitos Humanos (ONDHu); O projeto é realizado pela CAPP Centro Administrativo e de Políticas Públicas, do ISCSP, e está sob a orientação e responsabilidade da Professora Doutora Paula Campos Pinto, e fazem também parte do projeto o Professor Doutor Fausto Amaro, Professora Doutora Maria Engrácia Cardim e Diana Teixeira, com trabalhei, o projeto é uma iniciativa do INR Instituto Nacional de Reabilitação, do ISCSP Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas e da Fundação Calouste Gulbenkian, estando associadas ao projeto como parceiros, várias organizações e associações como a ACAPO - Associação de Cegos e Amblíopes de Portugal;  ADFA - Associação Portuguesa de Deficientes das Forças Armadas, entre outras entidades similares.
No âmbito da Comemoração do Dia Internacional das Pessoas Com Deficiência, a 3/12/12 propus como uma das tarefas a criação de um site que me permitiu contactar a dificuldade da inacessibilidade de muitas páginas da web para as pessoas cegas, com muita pena minha, pois até o meu blog pessoal está inacessível.
Outra das tarefas que me foram apresentadas, foi atualizar a agenda de contactos de várias associações e entidades de solidariedade social, que me permitiu conhecer variadíssimas delas, algumas que desconhecia a sua existência e fazem parte da minha área de residência, o que me permitirá aumentar o leque de futuras ações de estágio ou de voluntariado.
Seguiu-se a pesquisa de teses, dissertações e trabalhos académicos, com o objetivo de conhecer o que é que se está a produzir no âmbito académico da lusofonia sobre a temática da deficiência, tendo sido o Brasil, o país que escolhido para a pesquisa, pela sua dimensão populacional e geográfica, e a respetiva facilidade de pesquisa na web.
Por último, a Diana Teixeira, pediu-me para fazer clipping de notícias da imprensa brasileira, com o intuito de se conhecer de que modo e com que abrangência se comemorou o dia 3 de dezembro no Brasil.
Palavras-chave: Direitos Humanos, Pessoas com deficiência, Acessibilidades.
3 – Atividades Realizadas
Tarefas já citadas no Resumo as tarefas são as seguintes:
1. Criar uma página web para o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência - 3/12.
2. Atualização de dados de IPSS’s de Associações de Defesa das Pessoas com Deficiência.
3. Procurar trabalhos académicos, teses ou dissertações do Brasil, sobre a situação das pessoas com deficiência.
4. Procurar informação (clipping) do sobre a comemorado o Dia 3 de dezembro de 2012 no Brasil.
A primeira das tarefa, por sinal autoproposta, foi de uma grande utilidade para conhecer a realidade sobre a inacessibilidade dos cegos a navegar na internet, não tinha conhecimento do quão difícil é criar um site sem erros de leitura, e de acordo com o padrão de acessibilidade W3C.
Para o devido efeito cheguei a criar uma página no blogger, de longe o mais fácil de se fazer, mas totalmente sem acessibilidade visual, migrei par ao Word Press, o problema reduziu mas manteve a inacessibilidade, e tentei outros meios mas foi infrutífero de todo, pelo que teve de ser abandonada a tentativa de criar um site, acabei por descobrir no entanto que a inacessibilidade visual na net, é muito maior do que se pensa comummente, e até o meu blog está repleto de erros de acessibilidade o que é deveras desanimador, tendo em conta que a OMS Organização Mundial da Saúde estima que haja no mundo todo cerca de 180 milhões de cegos, sendo 45 milhões totalmente cegos e 135 milhões apresentam diferentes graus de baixa visão, sendo ainda que a maioria destas pessoas está situada nos países subdesenvolvidos.[1]
A atualização da “Base de Dados”, foi outra das tarefas, que apesar da morosidade permitiu-me ter conhecimento de inúmeras instituições, a natureza da sua vocação ou área de intervenção, e perceber que há inúmeras associações e instituições para a defesa dos direitos dos deficientes, bem como a promoção da sua inclusão social, mas são associações que na maioria das vezes são meramente locais e carecem de recursos, pelo que recorrem (e a meu ver bem) ao voluntariado como forma de suprimir essa dificuldade, como é o caso de uma instituição denominada “Coração Amarelo” no Cacém, instituição inclusive que cheguei a contactar pessoalmente, que não sendo no entanto uma porta aberta para um futuro estágio é no entanto uma porta para ações de voluntariado.
A busca de trabalhos académicos, teses ou dissertações, foi uma das tarefas que achei interessante pela ideia em si, conhecer a realidade sobre o que se está a produzir a nível académico nas universidades do país irmão, e dar-nos assim a conhecer o modo como é encarada e vivida a deficiência no Brasil, no entanto foi interrompido por motivos de iniciar com alguma urgência a última das quatro tarefas, o “Clipping” de notícias sobre a comemoração no Brasil do “Dia Internacional das Pessoas Com Deficiência” a 3 de dezembro.
Esta última tarefa, salientou que a medida das necessidades requer métodos adequados para a resolução de objetivos. Digo isto porque ao contrário de Portugal no Estado de São Paulo (Brasil) há uma Secretaria de Estado dos Direitos das Pessoas com Deficiência, o que a meu ver mostra um grande empenho na promoção da inclusão social, nas políticas públicas e sociais.
4 – Dificuldades Encontradas
Uma das lições aprendidas neste pequeno estágio é que cerca de 10% de toda a humanidade, cerca de 650 milhões de Pessoas, são portadores de algum tipo de deficiência. É a maior minoria do Mundo e urge uma maior consciencialização desta realidade. Fundamentalmente senti duas grandes dificuldades na execução das tarefas, uma é técnica, a outra a escassez do tempo.
1 – A primeira grande dificuldade, foi lidar com a falta de tempo na execução da própria tarefa, e com a inacessibilidade das páginas criadas para a comemoração do dia 3 de 12, mas aprender a lidar com isso também foi uma grande lição.
2 – A outra aprendizagem é a lidar com os contratempos e aprender que em tudo há ganhos e perdas, neste estágio, ao contrário do que pensei, 3 horas semanais, são muito pouco na pesquisa de dados, a internet é extremamente extensa, a busca de informação requer manejo e organização, ao mesmo tempo que é um mundo imenso de informação, são poucas as páginas verdadeiramente fiáveis no que toca a informações credíveis.
A imprensa escrita brasileira, não fez um destaque excecional, há notícias que foram no entanto veiculadas pela net, através da Secretaria dos Direitos das Pessoas com Deficiência.
5 – Conclusão e Sugestões
Nem tudo são rosas, nem tudo é mau, houve o fator positivo do trabalho realizado, que é a aprendizagem, e passo a citar 3 grandes lições aprendidas:
1 – O nível de inacessibilidade que sofrem as pessoas com deficiência nas ruas e nas estações de transportes públicos, bem como a grande exclusão social de parte dos que sofrem deficiência, é o exemplo das páginas da Net inacessíveis.
2 – Os direitos que visam a inclusão ainda têm um grande caminho pela frente.
3 – O Poder de ser ativista como a forma de alterar a situação, Em Portugal estima-se que sejam cerca 9.6% da População as pessoas com algum tipo de deficiência, cidadãos que antes de tudo, são pessoas portadoras de cidadania e direitos, Aprendi com a Diana Freitas, que ser ativista e ao acreditar no seu projeto podemos contribuir para uma sociedade mais justa, e com maior acessibilidade para os Deficientes Motores em Lisboa, Projeto 131, aliás vencedor
Sugestão - Penso que este projeto deveria ser apresentado a mais estudantes de Serviço Social, não só como estágio mas até como voluntariado das tarefas, penso ser bom para os alunos e útil para o projeto.
6 – Infografia
Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência www.pessoacomdeficiencia.sp.gov.br
Fundação Dorina Novil Para Cegos http://www.fundacaodorina.org.br/deficiencia-visual
Ficha Técnica
Aluno: Filipe de Freitas Leal
Curso: Serviço Social - 3º Ano – Pós-Laboral
Cadeira: Laboratórios de Observação I – 1º Sem.
Orientador: Professora Doutora Maria Engrácia Cardim
Supervisor: Professora Doutora Paula Campos Pinto e Diana Teixeira
Instituição: CAPP Centro de Administração e Políticas Públicas
Local: Lisboa – Polo Universitário da Ajuda (ISCSP)
Projeto: Observatório Nacional da Deficiência e Direitos Humanos.
Supervisor: Professora Doutora Paula Campos Pinto
Tarefa: Recolha de Teses / Dissertações

Tema: A Deficiência (exclusão/inclusão)




LINKS DE TESES E DISSERTAÇÕES SOBRE A DEFICIENCIA.

Lúcio Mauro Reis – Inclusão e exclusão na escola
2 - Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência no Brasil
Marina Codo Andrade Teixeira – Fundação Getúlio Vargas
3 - A Integração das Pessoas com Deficiência na Educação Superior no Brasil
Maria Teresa Moreno Valdez – Universidade de Fortaleza
4 - Género, corpo e sexualidade: Processos de significação e suas implicações na constituição de mulheres com “Deficiência Física”.
Marivete Gesser – Universidade Federal de Santa Catarina
5 - Análise das conceções de gestores sobre deficiência em pessoas que ocupam postos de trabalho em uma rede de supermercados.
Roberta Bezerra Brite – Uferj Universidade Federal do Rio de Janeiro
6 –  Acessibilidade de deficientes visuais em ambientes digitais/virtuais
Andréa Poletto Sonza – Universidade Federal do Rio Grande do Sul
7 – Educar para a Diversidade: Um olhar sobre as políticas públicas para a Educação Especial desenvolvidas no município de Sobral (1995-2006)
Marla Vieria Moreira da Silva – Universidade Estadual do Ceará
8 – Inclusão de Pessoas Portadoras de Deficiência no Mercado de Trabalho: Desafios e Tendências.
Jorge Luiz Moraes Doval . Universidade Federal do Rio Grande do Sul

LINKS REFERENTES AO DIA 3 DE DEZEMBRO NO BRASIL.

1 – Começa a 3ª Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa Deficiente: 
Local: Brasília; Tema: Um Olhar Através da Convenção da ONU Sobre os Direitos da Pessoas com Deficiência; Data: 03/12/2012.
2 – Revista “Sentidos” Nº 72: Dia Internacional da Pessoa com Deficiência é comemorado em todo o mundo 
Local: Editada em São Paulo; Tema: Comemoração do Dia Internacional da Pessoa com Deficiência; Data: 0Edição de 12/2012.
3 – Mobilidade Urbana Sustentável: “Agenda do Dia Internacional da Pessoa com Deficiência. 
Local: São Paulo; Tema: Comemoração do Dia Internacional da Pessoa com Deficiência; Data: de 01 a 3/12/2012.
4 – Mobilidade Urbana Sustentável: “Agenda do Dia Internacional da Pessoa com Deficiência. 
Local: São Paulo; Tema: Agenda com eventos sobre a Comemoração do Dia Internacional da Pessoa com Deficiência em São Paulo; Data: de 01 a 3/12/2012.
5 – 9ª Passeata em comemoração ao Dia Internacional da Pessoa com Deficiência. 
Local: São Paulo – Avenida Paulista; Tema: Passeata organizada pelo Sindicato dos comerciários e a consultoria TRInclusão; Data: de 01/12/2012.
6 – 3ª Virada Inclusiva 2012 – Celebrando o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência. 
Local: Diversos Municípios do São Paulo; Tema: Evento de grande dimensão, contando com Shows, Teatro, Exposições, Atividades desportivas, culturais; Data: de 1 a 3/12/2012.
7 – Secretaria dos Direitos Humanos (RJ) Conferência celebra o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência. 
Local: Diversos Municípios do São Paulo; Tema: Evento de grande dimensão, contando com Shows, Teatro, Exposições, Atividades desportivas, culturais; Data: de 1 a 3/12/2012.
8 –  Jornal “Folha de São Paulo” - 3ª Virada Inclusiva Acontece em SP. 
Local: São Paulo; Tema: Noticias com o programa da “Virada Inclusiva”; Data: 1/12/2012.
9 –  Direito Para Todos – “Sei o que sou não tenho de dar satisfações a ninguém” 
Local: Belo Horizonte (MG); Tema: “Sei o que sou, não tenho de dar satisfações a ninguém”; Data: 3/12/2012.
10 –  UFF Universidade Federal Fluminense – “Hoje é o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência” 
Local: Rio de Janeiro (RJ); Tema: “Agenda de eventos alusivos às comemorações do dia 3 de dezembro”; Data: 3/12/2012.
11 –  Prefeitura de Curitiba: Fórum destaca direitos da pessoa com deficiência 
Local: Curitiba (PR); Tema: Fórum de palestras e conferências, mas também conta com eventos musicais e exposições de artes visuais; Data: 3/12/2012.



[1]  Fundação Dorina Novil para Cegos -  http://www.fundacaodorina.org.br/deficiencia-visual/ (19/12/12)



Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

A Monoparentalidade no Masculino


“Toda a doutrina social
Que vise destruir a família é má,
E para mais inaplicável.
Quando se decompõe uma sociedade,
O que se acha como resíduo final,
Não é o indivíduo, mas sim a família.”
Vítor Hugo
1 - Resumo
Nunca antes se viu uma tão grande alteração do modus vivendi das famílias, como nos tempos atuais, algo a que se chama comummente de novas famílias, começa a ganhar corpo e número na sociedade em que vivemos; por todo o mundo discute-se o casamento homossexual, a adoção de crianças por casais homossexuais, tanto lésbicas como gays está a atravessar todo o mundo com discussões parlamentares, o aumento dos divórcios como consequência da emancipação da mulher na sociedade, trouxe também o aumento exponencial das famílias reconstruídas, em que cada um dos cônjuges leva para o novo lar comum os filhos de um casamento anterior, os chamados "os teus, os meus e os nossos", com  este trabalho pretendemos mostrar o modelo familiar em crescimento na sociedade atual, trata-se das famílias monoparentias, formadas por um progenitor e seu filho ou filhos, surgido de motivos como a  viuvez ou divórcio, sendo a maioria formada por mulheres que criam os seus filhos sozinhas, surgem também famílias monoparentais formadas por homens que assumem a responsabilidade de criar os seus filhos sozinhos e tal como as mulheres nas mesmas circunstâncias  estes homens também têm de aprender a conciliar vida familiar e trabalho.
2 – A Monoparentalidade no masculino
Ao longo de milénios a família sofreu alterações profundas no âmbito sócioeconómico, com o advento da Revolução Industrial e o fim da Sociedade Agrícola, passa-se do padrão de família alargada, com funções e papeis definidos e determinadas por grau de parentesco e género, que eram culturalmente definido pelo meio social da época, onde havia quanto ao número de membros, um conjunto extenso formado por pai, mãe, vários filhos, parentes com consanguinidade e até empregados, passando a ser uma família nuclear  com número reduzido de filhos em convivência com pai e mãe (Hintz H. C. 2001).
Não obstante o que dominava ainda, do ponto de vista sócio cultural era uma hierarquização vertical da família, e no que toca ao poder dentro da família, havia o predomínio da liderança masculina, algo que nos dias atuais está a desaparecer lentamente, deixando de ser uma família hierarquicamente vertical para uma relação horizontal e de partilha de liderança com a mulher (Hintz H. C. 2001)
Não é de descartar o facto o modelo económico, que surgiu com a Revolução Industrial, tendo dado primazia à força física (indústria), através do homem (chefe de família e o mantenedor do lar) gera um aumento do preconceito de género, que foi exercido sobre o género feminino, ainda hoje esse preconceito é tanto maior quanto mais conservador for a sociedade onde vivam, como a Arábia Saudita onde as mulheres não podem conduzir, e o seu papel é meramente de cuidadora do Lar, mesmo no que se refere à sexualidade, o adultério era aceitável para os homens, e totalmente condenável para as mulheres que tinham de se manter fiéis aos maridos toda a vida.
O modelo acima referido, mostra que havia também um distanciamento entre pais e filhos com um grau de hierarquia elevado, modelo esse que se refletiu por muito tempo nas relações conjugais entre o marido como sendo o chefe de família e a mulher como a mãe educadora e cuidadora do Lar, ou por outras palavras há claramente um modelo de estereótipo (Hintz H. C. 2001), no qual as diferenças de género são mantidas com atribuições e funções específicas.
Com o evoluir do tempo, e sobretudo com a luta de várias mulheres sufragistas no inicio do século XX, algumas conquistas foram feitas, mas é sobretudo após a II Guerra Mundial, em que por falta de mão-de-obra masculina a mulher foi empregue nas fábricas e nos sérvios embora com ordenados inferiores ao que auferiam os homens, e assim foram conquistando lentamente o seu espaço, com a urgência de desenvolver a economia do pós-guerra, e com a emergência de uma nova mentalidade, mais liberal, vê-se nos anos 50 e 60 uma modificação de mentalidades face à liberdade sexual, e ainda com a pílula a possibilidade da mulher optar para controlar ou programar a natalidade ou ainda evitar uma gravidez segundo a sua vontade, o que veio a traduzir-se numa liberdade sexual para a mulher (Hintz H. C. 2001)
O que a segunda metade do século XX trouxe em termos de evolução da família foi o aparecimento das ditas “Novas Famílias” como as famílias monoparentais, famílias reconstituídas, casais não coabitantes, as uniões de facto, e mais recentemente o casamento homossexual.
No entanto eram tipos de famílias já existentes, mas encarados sob outro ponto de vista, sendo fundamentalmente as famílias monoparentais formadas por mães solteiras e viúvas, o mesmo com pais viúvos a cuidarem dos seus filhos, mas com tendência a um segundo casamento, o que vem a formar então as famílias reconstituídas.
Os tempos modernos que a sociedade da Informação, como lhe chama Alvin Toffler, trás significativas mudanças no modos vivendi das famílias e consequências no relacionamento entre os cônjuges e entre os pais e filhos, trata-se do apogeu da televisão, da infomática, e da mudança face aos tempos de convívio e diálogo entre a família, outro fator é a necessidade de homens e mulheres repartirem as tarefas referentes às rotinas diárias do dia a dia da família, havendo um maior aumento da impaciência e exigência entre os casais que degenera muitas vezes no divórcio, fator que tem vindo a crescer exponencialmente dos anos 60 para cá, sobretudo a alteração que se observa no status da mulher, que passou a ser maioritária no ensino superior, e não raras vezes a mulher aufere devido a isso, ordenados superiores ao seu cônjuge (Hintz H. C. 2001).
Mas o que importa salientar é que com os divórcios têm vindo também a aumentar, é notório o aparecimento cada vez mais comum de famílias monoparentais, onde um dos cônjuges fica a viver com os seus filhos, havendo também o aumento simultâneo de famílias reconstruídas, e dos famosos filhos “os meus, os teus e os nossos”.
3 – Conclusão
Segundo dados fornecidos pela PORDATA, em 2011, que afirma ser de 53.766 o número de famílias monoparentais masculinas, ou seja em que o Pai é que fica com um ou mais filhos a cargo.
Esta tendência tem também um fator importante, no sentido de agora serem também os homens a ter de conciliar trabalho e família nas suas prioridades, e tido como uma novidade contemporânea os pais assumirem e quererem de facto assumir a responsabilidade de criar os seus filhos, claro está que a maioria das famílias monoparentais é feminina, ou em que a mulher é que fica com a guarda dos filhos.
Os pais nas famílias monoparentais tem ainda muitas barreiras para vencer, nomeadamente o preconceito que é sentido, e por uma mentalidade ainda machista, que resiste em alguns setores da sociedade, no entanto, há algo de positivo, que é uma nova cultura de género, criada por estes homens e seus filhos, baseada numa filosofia fundamentalmente humanista e de cidadania, através de uma educação inclusiva no seio da família.
4 – Bibliografia e Infografia
A bibliografia fundamental adotada para este trabalho foi entre outros o "Mulheres em Dupla Jornada - A conciliação entre trabalho e família" da Professora Maria José Silveira Núncio, no entanto, para este capítulo especifico do trabalho foram utilizados outros trabalhos académicos, consulta de dados estatísticos do INE Instituto Nacional de Estatísticas e também da PORDATA, além de consultas de jornais como abaixo se segue:
Hintz, Ana Bela (2001) “Novos tempos, novas famílias?” “Pensando Famílias”, Porto Alegre, Brasil
Pordata, Dados estatísticos sobre as famílias monoparentais por sexo.
http://www.pordata.pt/Portugal/Agregados+domesticos+privados+monoparentais consultado dia 12/12/2012
Diário de Notícias, Ferreira, Ana Bela,(11/07/2010)  43 mil homens criam filhos sozinhos, Diários de Notícias, http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1615577 consulado dia 12/12/2012


Trabalho de Grupo de “Políticas da Família”
Professora Doutora Maria José da Silveira Núncio

Curso de Serviço Social – 3º Ano – Pós Laboral



Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

 
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