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sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

XV - O Que é o Humanismo e o que Propõe?


Movimento de esquerda, comummente denominado de o Novo Humanismo, é uma filosofia que pretende promover a transformação social, pela atuação em diversas áreas, na busca de um mundo mais humanizado, solidário, sustentável
e com maior justiça social.
Mario Rodriguez Cobos, O Silo
O movimento foi criado em 1969 pelo pensador, psicólogo e escritor argentino Mário Rodriguez Cobos, também denominado de Silo ou El Negro, pela sua tez morena. Teve como momento marcante da fundação o discurso memorável de Silo intitulado “A Cura do Sofrimento”, pronunciado no sopé dos Andes, em Punta de Vacas, na Província de Mendonza, visto que o comício fora proibido em Buenos Aires pelas autoridades argentinas de então.
A ideologia do humanismo preconiza a centralidade da pessoa humana em todas as áreas de intervenção, tanto nos aspetos económico, social e político como cultural e religioso, ou por outras palavras, estas seriam as áreas que servem meramente de instrumentos a serviço do bem comum em geral e de cada Ser Humano em particular.
O humanismo luta ainda por um mundo que se reja pela equidade no que tange à justiça social, e pela igualdade no que toca ao acesso aos direitos e oportunidades, sem distinções quer de idade, sexo ou género, cor, etnia ou credo; outra das lutas que o humanismo trava é a defesa da pluralidade de cada pessoa, de cada comunidade e de cada povo, como elementos inalienáveis na construção das várias culturas humanas e nos diversos modos de crer, sentir e pensar.
O movimento humanista está organizado em cinco diferentes estruturas, cada uma com uma finalidade e modo de atuação próprio, embora os fins sejam os mesmos que acima referimos em relação à filosofia e objetivos, neste sentido existem os seguintes organismos:


  • CDH – Comunidade para o Desenvolvimento Humano, visa a melhoria da sociedade, através da transformação de cada pessoa pela cidadania ativa.
  • CDC – Convergência de Culturas, promove o intercâmbio entre diferentes culturas e povos;
  • PH – Partido Humanista, organismo que visa a intervenção política para a transformação social;
  • MSGV – Mundo Sem Guerras e Sem Violência, organismo do movimento pacifista, contra o armamentismo.
  • CMEH – Centro Mundial de Estudos Humanistas, instituto do movimento que realiza estudos com a finalidade de obter a sustentação teórico-filosófica dos ideais humanistas.
Autor: Filipe de Freitas Leal

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Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

A Visão Humanista - O Blog do PH

A Visão Humanista, é o blog oficial do Partido Humanista - Português PH, onde podemos obter a mais variada e pertinente informação sobre o ideal humanista, no que se refere à corrente ligada ao Movimento Humanista fundada por Silo (Mário Rodrigues Cobosna América do Sul, uma corrente denominada por Novo Humanismo em que se reúnem os esforços de muitas pessoas de vários continentes, nações, raças e credos, na busca de uma nova sociedade, no blog obtemos informação sobre a sua proposta de não violência, da solidariedade com os oprimidos e da necessidade de ainda que poucos, sermos todos necessários para criar uma nova sociedade mais justa e sem violência.
O Blog é excelente, identifico-me imenso com o ideal do Partido Humanista, os seus valores e princípios e as soluções que preconiza para a sustentabilidade do planeta e da sociedade e da humanidade como um todo.
Vale a pena visitar este blog, bem como os sites relacionados ao Humanismo, na lista de links que se segue:
·        A Vida e a Obra de Silo  (Rodrigues Cobos) ver Aqui.
·        Partido Humanista - Português PH, ver Aqui.
·        Movimento Humanista, ver Aqui.

Autor Filipe de Freitas Leal


Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

O que é o Movimento Humanista?

Os humanistas são pessoas de todas as raças, credos, independentemente de género, que tendo diferentes experiências de vida, diferentes culturas e visões de mundo, formam um conjunto intergeracional de mulheres e homens que lutam e acreditam num mundo melhor, por outras palavras são jovens, adultos e idosos ativos deste século, que atuam neste tempo, com vista a um futuro promissor para toda a humanidade. Os humanista revêem-se em cada pessoa, colocando-se no seu lugar, sobretudo os mais necessitados e os mais desfavorecidos pelo que não chamamos à humanidade o que comummente se designa como o "Homem", para nós não há o Homem e sim de forma mais plena e mais abrangente "o Ser Humano", formado por homens e mulheres deste século e de todo o Mundo, em igualdade de género e de gerações.

Se anteriormente o humanismo, foi uma corrente ligada ao ressurgimento das artes, das ciências e da reorganização da sociedade em moldes contrários à Teocracia, é também verdade que o foi no intuito da reposição da centralidade do Ser Humano nas questões políticas, sociais e económicas, e colocando a religião no seu devido lugar, de serviço, consciencialização e fortalecimento filosófico, moral, ético e teológico, que aliás sempre foi o seu lugar, e reconhecem nisso os antecedentes do Humanismo histórico e as bases do novo humanismo, que se quer voltado para a urgência dos problemas atuais e a eminência das dificuldades que a Humanidade enfrentará no curto espaço que nos espera.

Os humanistas são um movimento, que defende a democracia participativa, a liberdade, na são internacionalistas, e pessoas presentes, de todas as profissões, atuando assim na sua região, localidade e bairro, contactando e participando de forma ativa pela defesa dos interesses das populações, sempre em prol de uma comunidade humana universal.

Mas a luta e a aspiração dos humanista é feita de forma plural, cada um com a riqueza da sua cultura, língua, religião, costumes, tradições, bem como dos diferentes graus de ensino e formação técnica e o respetivo exercício profissional, contribuem para um mundo plural, rico e que no respeito e na integração de todos será um mundo melhor.

É preciso que todos se consciencializem do direito e do dever de exercerem da melhor maneira possível, os direitos humanos, e a liberdade de pensamento, expressão e de associação política ou religiosa.

Resta-me dizer parafraseando um grande filósofo, Humanistas de todo o Mundo Uni-vos.

Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

Documento do Partido Humanista Face à Crise

DOCUMENTO DO PHI FACE À CRISE MUNDIAL
Quando os humanistas observam e participam nos processos sociais, políticos e económicos em todo o mundo, não podem deixar de refletir sobre a vigência que tem neste momento histórico o Documento do Movimento Humanista, escrito por Silo em 19931. Da sua leitura pode compreender-se até que ponto o rumo da história foi confirmando as tendências aí explicadas e até que ponto hoje – mais do que nunca – se torna necessária a união de todos os humanistas do mundo, para que as mais profundas aspirações humanas se possam converter em realidade.
Como partido político inspirado nesta corrente do Humanismo Universalista, acreditamos que neste momento histórico é necessário analisar a situação atual, para assim chegar a propostas de ação no presente contexto mundial.

A ANÁLISE CONJUNTURAL
A irrupção das novas gerações
Nos últimos tempos, por todo o mundo irromperam diferentes movimentos sociais que surpreenderam os analistas e formadores de opinião que anunciavam o fim da história. As expressões sociais em países tão diferentes como a Tunísia, o Egito, a Islândia, a Espanha e o Chile, diversas nas suas causas e reivindicações, têm em comum o facto das novas gerações terem sido os protagonistas. Milhares de jovens começaram a ocupar as ruas mostrando a sua indignação pelo mundo injusto que herdaram, assumindo o desafio de protagonizar a mudança social e adotando a Não-violência Ativa como metodologia de ação.
A expressão destes jovens, em conjunto com o que têm de melhor as gerações passadas, começa a germinar o nascimento de uma nova sensibilidade planetária. É uma nova sensibilidade que não dá importância aos líderes acostumados a manipular tudo; que não só fala de horizontalidade como a exerce quotidianamente nas suas distintas formas de organização autogestionária. Uma nova sensibilidade que não só tolera a diversidade como a aceita e estimula, pois sabe que essa diversidade é necessária quando se deseja produzir verdadeiras mudanças; que reconhece a banca e o capital especulativo como os verdadeiros adversários que sequestraram a democracia representativa, evidenciando a necessidade de avançar para uma Democracia Direta.
Uma nova sensibilidade que já não entrega a sua subjetividade aos meios de comunicação oficiais manipulados pelo Capital Financeiro, mas que utiliza e se apropria das novas tecnologias e redes sociais para se comunicar, informar, denunciar, organizar e ocupar a rua.

Além disso, e talvez mais importante, esta nova sensibilidade intui que na base da injustiça social se encontra a violência física, económica, racial e religiosa. E, portanto, a sua resposta à repressão e à difamação é distanciar-se dessa atitude, é a não confrontação e a desobediência civil, em suma a Não-violência Ativa.
Esta nova sensibilidade é apenas um sinal do novo mundo que está a nascer no meio de um velho mundo que – com grande violência e repressão – tenta permanecer.
Em direção à Nação Humana Universal.

Nos últimos 20 anos tem-se vindo a acelerar a comunicação e a interconexão mundial, tendo-se definido certos aspetos desse fenómeno como «globalização». Mas os humanistas, que são internacionalistas e aspiram a um mundo múltiplo e diverso, vêm na tal «globalização» os sinais do anti-humanismo, porque o poder económico mundial quis manipular esse processo de acordo com os seus interesses, criando um Paraestado, tanto a nível dos estados nacionais como a nível mundial. Esse paraestado opera dentro dos limites dos países comprando ou chantageando os governos e manipulando a opinião pública mediante o controlo dos meios de comunicação de massas. Em simultâneo, opera também internacionalmente: mantendo ao seu serviço organismos económicos como o FMI, o Banco Mundial e a OMC; criando tribunais internacionais à sua medida como é o caso do CIADI; utilizando os exércitos dos EUA e da NATO como polícias do mundo; encobrindo todas as suas maldades sob um manto de legalidade mediante o controlo das decisões das Nações Unidas; e manipulando a opinião pública através da imprensa internacional.

Assim sendo, as populações do mundo não só têm que enfrentar os problemas que existem dentro das suas fronteiras, mas também, além disso, sentem que muitos dos seus problemas são gerados globalmente e que não têm modo de agir para os resolver. Os humanistas dizem que, tal como os povos devem tomar o poder dentro das suas fronteiras através de uma Verdadeira Democracia para que tenham governantes que os representem genuinamente, também a nível mundial é preciso trabalhar para desarticular esse Paraestado que se disfarça de institucionalidade mediante organismos que são meros testas-de-ferro do poder económico global.

Por isso, a imagem de avançar em direção a uma Nação Humana Universal não deveria ser somente a luminosa utopia que orienta as lutas dos povos, mas também uma concepção estratégica a partir da qual surjam as ações táticas tendentes a desmontar o poder desse Paraestado Global, enquanto se vão construindo simultaneamente os pilares de uma verdadeira Nação Humana Universal. Porque essa Nação Humana Universal, que para as velhas gerações pode aparecer como uma mera expressão de desejos, para as novas gerações já aparece como um horizonte visível a partir de uma nova sensibilidade.
Está claro que, entre a situação atual e o horizonte visualizado, haverá que percorrer um caminho de ações, algumas das quais iremos propor neste documento. A mudança de paradigmas económicos num mundo em que o dinheiro se tornou o valor central da existência, não nos deveria surpreender as consequências de semelhante negação do sentido da vida humana. Não nos pode surpreender a crescente iniquidade na distribuição da riqueza, tendo em conta que a concorrência individualista implica necessariamente que haja ganhadores e perdedores. Não nos podem surpreender as sucessivas crises financeiras e correspondente recessão num sistema que apenas se pode sustentar graças ao endividamento crescente. Não nos podem surpreender as guerras pelos recursos naturais escassos num mundo depredado pelo consumismo dos mais privilegiados. Não nos pode surpreender a violência social, havendo cada vez mais pessoas que se sentem marginalizadas e fracassadas quando se comparam com o mundo paradisíaco oferecido pela publicidade consumista. E não nos pode surpreender o niilismo, a loucura e o suicídio, quando se perdeu o sentido da existência ao querer trocá-lo pelo afã do êxito materialista.

É evidente que existem procedimentos para transformar este sistema económico desumano melhorando a distribuição do rendimento, disciplinando o sistema financeiro, avançando em direção a um desenvolvimento sustentável que permita uma vida digna a cada ser humano sem devastar o planeta. Mas seria ingénuo pretender uma execução espontânea de tais procedimentos sem antes estimular uma mudança genuína de paradigmas na concepção da economia e que se fundamentem numa profunda mudança de valores culturais.

Há quem acredite que, apenas por as crises económicas afetarem muita gente, haverá na maioria das pessoas a convicção de mudar o sistema económico. Mas isso não será assim porque o individualismo está muito enraizado e o facto de, perante uma crise generalizada, muitas individualidades convergirem num protesto, não significa que se tenha transcendido o individualismo. Por isso, não é tão simples passar a outras instâncias organizativas que realmente sejam capazes de substituir o sistema.
De modo que a proposta de uma transformação do sistema económico não pode ser pensada apenas em termos de exequibilidade técnica nem em termos de conveniências maioritárias. Deve ser pensada a partir de uma mística social que tenha como bandeira a ética da coerência, que no campo económico significa dar prioridade à resolução das necessidades básicas de todos os habitantes do mundo, antes de qualquer outro interesse setorial ou individual.

Sabemos que hoje se está em condições de resolver as necessidades básicas de todo o mundo. Há exemplos de sobra do que se poderia fazer com os recursos que hoje se destinam ao armamento, à especulação financeira, à produção de bens luxuosos ou ao consumismo irracional.

Bastaria mudar a direção das forças que já existem na economia para, num prazo não muito longo, reconverter e multiplicar o aparelho produtivo, com menos armas e mais alimentos, menos recursos para a especulação e mais para a produção. Mas a direção das forças da economia não mudará apenas por pedir a quem ocupa o cume da pirâmide que a desmonte; mudará quando uma boa parte daqueles que ainda atuam como tijolos dessa pirâmide começar a retirar-lhe sustentação e isso conseguir-se-á quando se deixe de acreditar na pirâmide. Isso implica que haja novos valores, novos paradigmas e uma mística social que os enraíze no coração dos seres humanos.
Efetivamente, o grau de perversão crescente na relação entre o capital e o trabalho é possível graças ao individualismo reinante na população, que impede as respostas conjuntas e deixa a grande maioria desarmada face à minoria economicamente poderosa. Porém, o absurdo é tão grande que está a impelir camadas cada vez maiores da população a uma tomada de consciência. O Partido Humanista deverá trabalhar em todo o mundo organizando e dando elementos de análise à maior quantidade possível de pessoas. A nossa resposta, a não-violência ativa, indica-nos um primeiro passo de denúncia ao qual deverá seguir-se a não colaboração com os violentos. Do mesmo modo como, a seu tempo, deveremos promover a não colaboração com os Estados violentos, também deveremos propugnar a não colaboração com um capital que maltrata as populações. A certa altura, os trabalhadores (e consumidores) deverão assumir projetos de desenvolvimento social construídos sem intervenção de sócios capitalistas (ou com aqueles que admitirem uma relação justa e recíproca). Haverá um momento em que a população deixará de reclamar a satisfação das suas necessidades ao capital e decidirá resolvê-las como conjunto: «não queremos os vossos créditos, nem os vossos postos de trabalho, nem os vossos produtos, nem os vossos serviços». Isso só será possível quando a reciprocidade começar a ocupar o lugar do individualismo.
Em direção a uma Democracia Real.

Os humanistas rejeitam os totalitarismos e as ditaduras de qualquer tipo, porque pensam que a liberdade do ser humano de decidir o seu destino sem amos, tutores ou chefes é um direito inalienável em qualquer circunstância. Mas também denunciam a hipocrisia das democracias formais, nas quais os poderosos da corporação económico-político-mediática utilizam a sua capacidade de manipulação para deixar as populações perante falsas opções eleitorais, tendo que escolher entre o “menos mau” dos seus verdugos ou o suposto caos da instabilidade institucional.
É claro que atualmente no mundo nem todos os governos eleitos livremente são iguais: há os mais progressistas e os mais conservadores. Porém, seja por cumplicidade, seja pelas limitações impostas pelo poder económico, não quiseram ou não conseguiram reverter a direção do processo. Porque uma coisa é ter a boa intenção de “compensar” os mais desfavorecidos por este sistema (apesar de a marginalização aumentar de igual forma) e outra coisa é transformar a própria estrutura do sistema para que não seja uma maquinaria de marginalizar pessoas. E desde o fracasso do socialismo real não houve novas alternativas ao sistema atual.

Em qualquer caso, a possibilidade das populações intervirem nas políticas públicas apenas se limita à eleição dos seus supostos representantes nos períodos eleitorais. De modo que se pretendemos que haja transformações substanciais no mundo, devemos conseguir que os cidadãos tenham maior participação nas decisões públicas que mais os afetam, e não estar à mercê dos arbítrios dos interesses dos mercados ou dos funcionários.

Concretamente, tudo isto significa, entre outras coisas, consultas populares vinculativas para decisões de certa relevância, significa orçamentos participativos, significa a eleição direta de todos os funcionários e a possibilidade de os destituir dos cargos em qualquer momento.

Mas é evidente que, assim como não podemos pretender que aqueles que estão na cúspide da pirâmide económica mudem as regras do jogo por si mesmos, também não podemos esperar que aqueles que se enquistaram no poder político graças à democracia formal, legislem para dar maior participação às pessoas em decisões centrais. De modo que será necessário promover a prática da Democracia Real já desde o seio da sociedade, apoiando com o voto apenas aqueles que se comprometeram com a implementação das transformações democráticas necessárias. E se não houver candidatos que se comprometam ou aqueles que o fazem não merecerem a nossa confiança, então teremos que penetrar o sistema político com candidatos próprios do povo, ao mesmo tempo que organizamos a não-colaboração e a desobediência civil quando um número suficiente de pessoas organizadas tomar consciência de que este sistema não tem emenda. Mas não há outra saída para este embuste da democracia formal, pelo menos no caminho que os humanistas propõem, que é o da luta não-violenta.

AS PROPOSTAS
Estas propostas, além de serem necessariamente aperfeiçoáveis na sua amplitude e profundidade, e além de representarem apenas alguns exemplos do que se poderia fazer, podem também ser recebidas de maneiras diferentes por aqueles que concordarem com elas, de acordo com a sua possibilidade de atuação. Para alguns, poderão significar ideais a alcançar e funcionar como referências no momento de escolher os seus governantes. Para outros, poderão significar imagens mobilizadoras, a partir das quais se podem organizar para exigir aos governos que trabalhem para as concretizar. Outros considerarão melhor a opção de participar politicamente e incluir tais propostas na sua plataforma eleitoral. E aqueles que hoje tenham algum espaço de poder político e económico e aspirem genuinamente a um mundo melhor, talvez possam tentar aplicar já alguma delas.

Propostas para os governos, para avançar na direção de uma confederação de estados nacionais com aqueles que se tenham comprometido com as mesmas.
1. Estabelecer constitucionalmente a obrigação do Estado de garantir de forma concreta a cobertura das necessidades básicas da população, com políticas contributivas concordantes com tal prioridade. Estabelecer, a partir da cobertura de tais necessidades, uma percentagem para destinar à ajuda de nações mais desfavorecidas.
2. Desmantelamento total dos arsenais nucleares. Redução progressiva do armamento convencional dos estados. Renúncia à guerra como metodologia para resolver conflitos.
3. Controlo estatal do sistema financeiro. Criação de bancos nacionais e regionais sem juros, com administração mista e participação de utentes e trabalhadores. Regulamentação que castigue as práticas especulativas e usurárias. Acordos internacionais para assegurar o reinvestimento produtivo dos lucros das empresas, o desaparecimento dos paraísos fiscais e qualquer manobra evasiva ou especulativa por parte do capital privado.

4. Liberdade de circulação e igualdade de direitos para todos os habitantes do planeta, em todos os países. Liberdade e igualdade de direitos para todas as culturas e religiões, garantindo o respeito pela diversidade.

5. Implementação de mecanismos de Democracia Real: consultas vinculativas, eleição direta dos três poderes do estado, descentralização, representação de minorias, revogação de mandatos, responsabilidade política e orçamentos participativos, em todos os níveis do Estado. Utilização dos meios de comunicação de massas para a capacitação e o debate sobre os temas a decidir, garantindo a pluralidade de opiniões em igualdade de condições. Consultas internacionais a todos os habitantes envolvidos em políticas regionais ou mundiais.

Propostas para a mobilização social, para pressionar os governos e construir alternativas ao poder constituído.

1. Exigir a implementação de uma consulta popular sobre cada decisão relevante que os governantes devam tomar nos campos económico, político ou social, denunciando as medidas não consultadas como anti-democráticas.

2. Promover o intercâmbio, o debate, a capacitação e a circulação da informação para que toda a sociedade possa formar opinião sobre os temas que devem ser objeto de consultas populares. Utilizar para isso os fóruns presenciais e as redes, exigindo aos meios de comunicação que cedam espaço para tais fins e denunciando aqueles que não o fizerem como cúmplices da democracia formal.

3. Elaborar anteprojetos de lei para exigir o seu tratamento e impulsioná-los a partir da construção político-social alternativa. Lei de Democracia Real (com a incorporação de todos os mecanismos da mesma). Reforma fiscal que garanta a redistribuição da riqueza e o reinvestimento produtivo dos lucros. Lei de Propriedade Participativa dos Trabalhadores nas empresas. Controlo estatal do sistema financeiro e criação da Banca sem Juros.

4. Mobilização permanente pelos direitos fundamentais, como é o caso da Educação e
Saúde públicas, gratuitas, universais e de grande qualidade, exigindo não apenas a sua existência, mas também as dotações orçamentais de acordo com a sua importância.
5. Impulsionar e difundir por todos os meios possíveis os paradigmas de uma nova cultura para a Nação Humana Universal: a não-violência, a não-discriminação, a reciprocidade, a liberdade, a justiça social e o sentido da vida. Simultaneamente, denunciar comoretrógrados os valores do individualismo, do consumismo, da violência, da xenofobia e da guerra.

Extraído de http://visaohumanista.blogspot.com/ Blog do Partido Humanista PH

Autor Filipe de Freitas Leal


Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Discurso de Silo - O Fim do Sofrimento (1969)


1 - Durante a ditadura militar argentina, tinha sido proibida a realização de todo e qualquer ato público nas cidades. Por conseguinte, escolheu-se uma paragem isolada, conhecida como Punta de Vacas, perto da fronteira entre o Chile e a Argentina. Desde muito cedo as autoridades controlaram as rotas de acesso. Distinguiam-se ninhos de metralhadoras, veículos militares e homens armados. Para aceder ao local era necessário exibir documentação e dados pessoais, o que criou alguns conflitos com a Imprensa internacional. Num magnífico cenário de montes nevados, Silo começou a sua alocução perante um auditório de duzentas pessoas. O dia era frio e soalheiro. Por volta das 12h. tudo tinha acabado.
2 - Esta é a primeira intervenção pública de Silo. Com uma envolvente mais ou menos poética, explica-se que o conhecimento mais importante para a vida (“a real sabedoria”) não coincide com o conhecimento de livros, de leis universais, etc., mas sim que é uma questão de experiência pessoal, íntima. O conhecimento mais importante para a vida está referido à compreensão do sofrimento e à sua superação.
Em seguida, expõe-se uma tese muito simples, em várias partes: 1. Começa-se por distinguir entre a dor física e os seus derivados, sustentando que podem retroceder graças ao avanço da ciência e da justiça, à diferença do sofrimento mental que não pode ser eliminado por elas; 2. Sofre-se por três vias: a da percepção, a da recordação e a da imaginação; 3. O sofrimento denuncia um estado de violência; 4. A violência tem como raiz o desejo; 5. O desejo tem diferentes graus e formas. Atendendo a isto (“pela meditação interna), pode-se progredir. Assim: 6. O desejo (“quanto mais grosseiros são os desejos”) motiva a violência, que não fica no interior das pessoas, antes contamina o meio de relação; 7. Observam-se diferentes formas de violência e não somente a primária, que é a violência física; 8. É necessário contar com uma conduta simples que oriente a vida (“cumpre com mandamentos simples”): aprender a levar a paz, a alegria e sobretudo a esperança.
Conclusão: a ciência e a justiça são necessárias para vencer a dor na espécie humana. A superação dos desejos primitivos é imprescindível para vencer o sofrimento mental. Se vieste escutar um homem de quem se supõe que transmite a sabedoria, enganaste-te no caminho, porque a real sabedoria não se transmite por meio de livros nem de arengas; a real sabedoria está no fundo da tua consciência como o amor verdadeiro está no fundo do teu coração.
Se vieste empurrado pelos caluniadores e os hipócritas para escutar este homem, a fim de que o que escutas te sirva depois como argumento contra ele, enganaste-te no caminho, porque este homem não está aqui para te pedir nada, nem para te usar, porque não precisa de ti.
Escutas um homem desconhecedor das leis que regem o Universo, desconhecedor das leis da História, ignorante das relações que regem os povos.
Este homem dirige-se à tua consciência a muita distância das cidades e das suas ambições enfermas. Lá nas cidades, onde cada dia é um afã truncado pela morte, onde ao amor sucede o ódio, onde ao perdão sucede a vingança; lá nas cidades dos homens ricos e pobres; lá nos imensos campos dos homens, pousou um manto de sofrimento e de tristeza.
Sofres quando a dor morde o teu corpo. Sofres quando a fome se apodera do teu corpo. Mas não sofres só pela dor imediata do teu corpo, pela fome do teu corpo. Sofres também pelas consequências das enfermidades do teu corpo.
Deves distinguir dois tipos de sofrimento. Há um sofrimento que se produz em ti mercê da doença (e esse sofrimento pode retroceder graças ao avanço da ciência, assim como a fome pode retroceder, mas graças ao império da justiça). Há outro tipo de sofrimento que não depende da doença do teu corpo, mas que deriva dela: se estás impedido, se não podes ver, ou se não ouves, sofres; mas ainda que este sofrimento derive do corpo, ou das doenças do teu corpo, tal sofrimento é da tua mente.
Há um tipo de sofrimento que não pode retroceder face ao avanço da ciência nem face ao avanço da justiça. Esse tipo de sofrimento, que é estritamente da tua mente, retrocede face à fé, face à alegria de viver, face ao amor. Deves saber que este sofrimento está sempre baseado na violência que há na tua própria consciência. Sofres porque temes perder o que tens, ou pelo que já perdeste, ou pelo que desesperas alcançar. Sofres porque não tens, ou porque sentes temor em geral... Eis os grandes inimigos do homem: o temor à doença, o temor à pobreza, o temor à morte, o temor à solidão. Todos estes são sofrimentos próprios da tua mente; todos eles denunciam a violência interna, a violência que há na tua mente. Repara que essa violência deriva sempre do desejo. Quanto mais violento é um homem, mais grosseiros são os seus desejos.
Gostaria de te propor uma história que aconteceu há muito tempo.
Existiu um viajante que teve que fazer uma longa travessia. Então, atou o seu animal a uma carroça e empreendeu uma longa marcha rumo a um longínquo destino e com um limite fixo de tempo. Ao animal chamou-lhe Necessidade, à carroça Desejo, a uma roda chamou-lhe Prazer e à outra.
Dor. Assim então, o viajante levava a sua carroça para a direita e para a esquerda, mas sempre rumo ao seu destino. Quanto mais velozmente andava a carroça, mais rapidamente se moviam as rodas do Prazer e da Dor, ligadas como estavam pelo mesmo eixo e transportando como estavam a carroça do Desejo. Como a viagem era muito longa, o nosso viajante aborrecia-se. Decidiu então decorá-la, ornamentá-la com muitas belezas, e assim foi fazendo. Porém, quanto mais embelezou a carroça do Desejo mais pesado se tornou para a Necessidade. De tal maneira que nas curvas e nas encostas empinadas, o pobre animal desfalecia, não podendo arrastar a carroça do Desejo. Nos caminhos arenosos as rodas do Prazer e do Sofrimento enterravam-se no solo. Assim, desesperou um dia o viajante porque era muito longo o caminho e estava muito longe do seu destino. Decidiu meditar sobre o problema nessa noite e, ao fazê-lo, escutou o relincho do seu velho amigo. Compreendendo a mensagem, na manhã seguinte desbaratou a ornamentação da carroça, aliviou-a dos seus pesos e muito cedo levou o seu animal a trote, avançando rumo ao seu destino. No entanto, tinha perdido um tempo que já era irrecuperável. Na noite seguinte, voltou a meditar e compreendeu, por um novo aviso do seu amigo, que tinha agora de acometer uma tarefa duplamente difícil porque significava o seu desprendimento. Muito de madrugada, sacrificou a carroça do Desejo. É certo que ao fazê-lo perdeu a roda do Prazer, mas com ela também a roda do Sofrimento. Montou o animal da Necessidade e, em cima do seu lombo, meteu-se a galope pelas verdes pradarias até chegar ao seu destino.
Repara como o desejo te pode encurralar. Há desejos de diferente qualidade. Há desejos mais grosseiros e há desejos mais elevados. Eleva o desejo, supera o desejo, purifica o desejo, que haverás certamente de sacrificar com isso a roda do prazer, mas também a roda do sofrimento.
A violência no homem, movida pelos desejos, não fica só como doença na sua consciência, antes actua no mundo dos outros homens, exercitando-se com o resto das pessoas. Não creias que falo de violência referindo-me apenas ao facto armado da guerra, em que uns homens destroçam outros homens. Essa é uma forma de violência física. Há uma violência económica: a violência económica é aquela que te faz explorar outro; a violência económica dá-se quando roubas outro, quando já não és irmão do outro, mas sim ave de rapina para o teu irmão. Há, além disso, uma violência racial: achas que não exercitas a violência quando persegues outro que é de uma raça diferente da tua, achas que não exerces violência quando o difamas por ser de uma raça diferente da tua? Há uma violência religiosa: achas que não exercitas a violência quando não dás trabalho, ou fechas as portas, ou despedes alguém, por não ser da tua mesma religião? Achas que não é violência cercar aquele que não comunga os teus princípios por meio da difamação; cercá-lo na sua família, cercá-lo entre a sua gente querida, porque não comunga a tua religião? Há outras formas de violência que são as impostas pela moral filisteia. Tu queres impor a tua forma de vida a outro, tu deves impor a tua vocação a outro... mas quem te disse que és um exemplo que se deve seguir? Quem te disse que podes impor uma forma de vida porque a ti te apraz? Onde está o molde e onde está o tipo para que tu o imponhas?... Eis outra forma de violência. Só podes acabar com a violência em ti e nos outros e no mundo que te rodeia pela fé interior e pela meditação interior. Não há falsas portas para acabar com a violência. Este mundo está prestes a explodir e não há forma de acabar com a violência! Não procures falsas portas! Não há política que possa solucionar este afã de violência enlouquecido. Não há partido nem movimento no planeta que possa acabar com a violência no mundo... Dizem-me que os jovens em diferente latitudes estão a procurar falsas portas para sair da violência e do sofrimento interior. Procuram a droga como solução. Não procures falsas portas para acabar com a violência.
Irmão meu: cumpre com mandamentos simples, como são simples estas pedras e esta neve e este sol que nos bendiz. Leva a paz em ti e leva-a aos outros. Irmão meu: além, na História, está o ser humano mostrando o rosto do sofrimento, olha esse rosto do sofrimento... mas recorda que é necessário seguir adiante e que é necessário aprender a rir e que é necessário aprender a amar. 
A ti, irmão meu, lanço esta esperança, esta esperança de alegria, esta esperança de amor, para que eleves o teu coração e eleves o teu espírito, e para que não te esqueças de elevar o teu corpo.
A cura do sofrimento (Punta de Vacas, Argentina. 04/05/69)
Texto na integra de http://www.movimentohumanista.com




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Sobre o autor do Artigo

Mario Luiz Rodriguez Cobos (Silo) - Pensador, Escritor e Político, nascido em 1964 na cidade de Mendonça (Argentina),no seio de uma família da classe média, de ascendência espanhola, é conhecido pelo apelido de Silo, Formado em Ciência Política, é o fundador do Movimento Humanista Internacional e do PH Partido Humanista, também deixou uma vasta obra literária e filosófica.




Sobre o autor do Blog

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Lista de Partidos Políticos Portugueses


Portugal tem hoje 25 partidos legalizados e registados no TC - Tribunal Constitucional, sendo que desses figuram na AR Assembleia da República 7 partidos. Deixamos na lista abaixo o conjunto dos partidos, a fim de informarmos os leitores e cidadãos, sobre o atual espectro político partidário.

Para abordar este tema, usam-se normalmente dois critérios, o da sua representatividade parlamentar associada aos resultados eleitorais obtidos pelos respectivos partidos, ou a classificação pela ordem alfabética.
No entanto optei por não usar nenhum dos dois, uso aqui um outro critério, o histórico, ou seja a data de fundação do partido e da sua legalização, tal como na  alista abaixo de 1974 a 2019.
PCP - Partido Comunista Português (15 deputados), partido de Esquerda, fundado em 1921 através de uma cisão no seio do antigo PSP Partido Socialista Português de 1875. O partido foi legalizado após a revolução de 1974 que pôs fim a 48 anos de ditadura, é um partido de esquerda da corrente Estalinista, com uma vasta história de luta anti-fascista em Portugal durante o regime Salazarista. O seu mais eminente líder foi Álvaro Cunhal (1913-2005) O partido está coligado com o PEV Partido Ecologista "Os Verdes" na CDU Coligação Democrática Unitária, que conta com 16 assentos parlamentares, sendo 14 do PCP.  Página Oficial:  www.pcp.pt
PCTP/MRPP - Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses, partido de Extrema-Esquerda, fundado em 1970, como Movimento Reorganizativo do Partido do Proletariado, é de extrema-esquerda, de corrente maoista. O partido nunca chegou a ter assento parlamentar, ficando sempre aquém de o conseguir por margens muito reduzidas, foi no entanto proibido de concorrer às eleições constitucionais de 1975, juntamente com outros partidos. O seu líder mais notório é Garcia Pereira, um advogado especializado na legislação laboral e empenhado na defesa dos trabalhadores mas uma das figuras destacadas foi José Manuel Durão Barroso que chegou a Primeiro Ministro pelo PSD de centro-direita e mais tarde abandonaria o cargo por ser designado Presidente da Comissão Europeia. Página Oficial:  lutapopularonline.org
PS - Partido Socialista (86 deputados), partido de Centro-Esquerda, fundado no Exílio em 1973 na Alemanha, como ASP Ação Socialista Portuguesa, e legalizado após o 25 de Abril de 1974, é tido como de centro esquerda, e de linha social-democrata. Na história do partido, o nome mais sonante é o de Mário Soares, um dos fundadores, que chegou ao cargo de Primeiro Minitro em 1976, e 1983, e Presidente da República de 1986 a 1996, quando foi eleito Jorge Sampaio, outro socialista notável, que veio das fileiras do antigo MES - Movimento da Esquerda Socialista. Outros nomes sonantes no PS são António Guterres e José Sócrates, este último obteve a primeira maioria absoluta da história do partido. Atualmente o partido é liderado por António Costa o Primeiro Ministro, que formou governo obtendo apoio parlamentar do BE, do PCP e do PEV, a direita nas últimas eleições obteve mais votos e mais mandatos, mas ainda assim não obtiveram a maioria absoluta para poder governar. Página Oficial:  www.ps.pt
PPD/PSD - Partido Social Democrata (89 deputados), partido de Centro-Direita, fundado em 1974, por Francisco Sá Carneiro, Magalhães Mota e Pinto Balsemão, vindos da ala liberal do partido do governo de Marcello Caetano a ANP Ação Nacional Popular, tendo renunciado ao mandato como deputados e fundado um semanário interventivo "Expresso" que foi marcante para a altura em que se vivia, após o 25 de Abril formam este partido com a sigla PPD Partido Popular Democrático, com cariz social-democrata, que chegou ao poder pela AD - Aliança Democrática (PSD-CDS-PPM) em 1979/83. Em 1983 participa do governo do BC Bloco Central (PS/PSD) e volta sozinho ao poder com Cavaco Silva, que muda o cariz politico ideológico, passando a ser de Centro-Direita e de tendência Neo-Liberal. Página Oficial:  www.psd.pt
CDS/PP - Partido do Centro Democrático Social / Partido Popular  - (18 deputados), partido de Direita, fundado em 1974, é um partido de direita da corrente Democrata-Cristã, foi fundado após a Revolução dos Cravos. O seu fundador e proeminente líder foi Freitas do Amaral. O Partido participou em vários governos coligado com o PSD, e uma com o PS em 1977. Um dos seus líderes foi o Professor Doutor Adriano Moreira, que é o Presidente de Honra do ISCSP - Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Página Oficial:  www.cds.pt
PPM - Partido Popular Monárquico, partido de Direita, fundado em 1975 pelo arquiteto Gonçalo Ribeiro Teles, é um partido considerado de centro direita, cujo objetivo é conseguir a restauração da Monarquia em Portugal, que neste momento recairia sobre o Duque de Bragança D. Duarte Pio, descendente de D. Miguel I. O PPM já esteve no governo coligado na AD entre 1979-83. Página Oficial:  www.ppm.pt
PEV - Partido Ecologista "Os Verdes", (2 deputados) é um partido de Esquerda de corrente ambientalista ou ecossocialista, foi fundado em 1982, e desde o seu inicio que está coligado com o PCP na CDU Coligação Democrática Unitária, tendo 2 dos 16 assentos desta coligação no Parlamento. Heloísa Apolónia foi durante décadas a líder de bancada do partido; O partido apresenta uma autonomia muito limitada fora da CDU. Página Oficial:  www.osverdes.pt
MPT - Movimento "O Partido da Terra", partido político fundado por Gonçalo Ribeiro Teles, arquiteto urbanista e paisagista, fundador do PPM, e ex-ministro do ambiente, que defende um movimento verdadeiramente ecológico em Portugal, desvinculado de correntes ideológicas, mas fundamentado cientificamente na defesa de um ambientalismo, que focado tanto nos aspectos urbanos como nos ecológicos. O Partido teve grande repercussão nas ultimas eleições ao parlamento europeu tendo sido eleitos dois deputados para Estrasburgo. Atualmente o partido é considerado de centro, da corrente ambientalista. Página Oficial:  www.mpt.pt
BE - Bloco de Esquerda, (19 deputados) frente formada  em 1999 pela fusão de quatro da Esquerda e da Extrema-Esquerda, o PSR Partido Socialista Revolucionário, de Francisco Louçã, a UDP União Democrática Popular de Mário Tomé, a PXXI Política XXI (que é a sucessora do MDP/CDE) e também a FER Frente de Esquerda Revolucionária. Logo no ano que foi fundada o BE liderado por Francisco Louçã, conseguiu eleger 2 deputados à AR Assembleia da República. Página Oficial:  www.bloco.org

Ergue-te
(ex-PNR - Partido Nacional Renovador
, partido de Extrema-Direita, fundado em 2000, do que se pode chamar dos escombros do antigo PRD Partido Renovador Democrático; Mudou de nome em 2020. O Ergue-te é um partido ultra-nacionalista, com tendências neo-fascistas, atualmente uma grande parte dos militantes do partido apoia o CHEGA. Página Oficial:  www.pnr.pt
PTP - Partido Trabalhista Português, partido de Centro-Esquerda, fundado em 2009, de tendência trabalhista, social-democrata, só está representado no Parlamento Regional da Madeira, O partido tem concorrido tem todas as eleições legislativas desde a sua fundação . Página Oficial:  www.partidotrabalhista.com
PAN - Pessoas Animais e Natureza (2 deputados), partido de Centro-Esquerdafundado em 2011, de ideologia ambientalista e humanista, mais voltado para a defesa das pessoas e de questões-ambientais. O Partido logo no primeiro ano teve uma votação bastante expressiva faltando poucos votos para eleger um deputado. foi fundado em 2011. Em 2015 elegeu o seu primeiro deputado e em 2019 conseguiu eleger 4 cadeiras, mas dois dos deputados abandonaram o partido. Página Oficial:  www.pan.com.pt
MAS - Movimento Alternativa Socialista, partido de Extrema Esquerda, fundado em 2013, é um partido de corrente trotskista, e encontra-se ligado à 4ª Internacional, vem preencher o espaço deixado aberto pelo PSR, que se fundira no Bloco de Esquerda. Página Oficial:  www.mas.org.pt
L - Partido Livre, partido de Extrema-Esquerda, fundado em 2014, por dissidentes do Bloco de Esquerda, é da corrente libertária e ao mesmo tempo europeísta. Os objetivos de eleger um deputados para o PE Parlamento Europeu falharam, todavia em 2019 o partido conseguiu eleger uma cadeira no Parlamento, com a deputada negra Joacine Katar Moreira, que entretanto se incompatibilizou com a direção e abandonou o partido, tornando-se em uma deputada independente. Página Oficial:  partidolivre.pt
JPP - Juntos Pelo Povo, fundado em 2015, de Centro-Esquerda. moderado, é um movimento de cidadãos, surgido na senda das autarquias, defende uma maior participação cívica dos cidadão na vida política do país,tendo como ideais a democracia participativa e a cidadania ativa. Página Oficial:  juntospelopovo.pt

 ADN - Alternativa Democrática Nacional
, Fundado por António Marinho e Pinto em 2015 como PDR Pardito Democrático Republicano, define-se como um partido de Centro, passou em 2020 a ser liderado por Bruno Fialho, que alterou o nome. Defende os valores democráticos e tenta ser uma alternativa na política portuguesa, o partido defende valores conservadores que o aproximam do Centro-direita. Página Oficial: adn.com.pt
NC - Nós Cidadãos, posiciona-se de Centro-Esquerda, foi fundado a 23 de junho de 2015, é um partido moderado e de corrente social-democrática e eurocéticismo, ou seja um partido anti-europeista. É liderado por Mendo C. Henrique. O partido estreou-se na eleições legislativas de 2015. Página Oficial:  www.noscidadaos.pt
PURP - Partido Unido dos Reformados e Pensionistas, fundado em 2015 por associações de reformados e pensionistas, foi reconhecido e oficializado em julho com vista a concorrer às eleições legislativa do mesmo ano, no qual obteve apenas 0.26 % dos votos. Página Oficial:  www.purp.pt
IL - Iniciativa Liberal (1 deputado), partido de Centro-Direita fundado em 2016 como Associação Iniciativa Liberal, e legalizado em setembro de 2017, sob a liderança de Miguel Silva e Rodrigo Saraiva, a ideologia é o  Liberalismo com cariz europeísta, em outrubro de 2019 o IL consegui conquistar uma cadeira no parlamento. Página Oficial:  iniciativaliberal.pt
Aliança, partido de Centro-Direita, fundado em 2018 por Santana Lopes, após perder as eleições para a liderança do PSD Partido Social Democrático, o partido é formado por dissidentes do PSD e CDS/PP. É um partido claramente neoliberal. Participou pela primeira vez às eleições europeias de 2019. E irá concorrer às eleições Legislativas do dia 6 de outrubro de 2019. Página Oficial:  partidoalianca.pt
CH - Chega (1 deputado), partido de Extrema-Direita, ultra-nacionalista, foi fundado em abril de 2019 por André Ventura, antigo membro do PSD e Presidente da Câmara Municipal de Loures, tendo abandonado o partido e radicalizado o seu discurso nacionalista, apresentou-se como candidato ao Parlamento Europeu pela coligação Basta. Agora é a vez de mostrar na campanha os seus verdadeiros ideais políticos de Direita nacionalista e do seu discurso contra a imigração. Página Oficial:  partidochega.pt
RIR - Reagir, Incluir, Reciclar, Partido afirma-se ser de Centro-Esquerda fundado em maio de 2019 pelo calceteiro e antigo autarca pelo PS. Tino de Rans, ficou famoso num congresso do Partido Socialista, pela forma com discursava, mais tarde, candidatou-se a Presidente da Câmara mas perdeu, veio a participar de programas de reality shows na TV portuguesa, chegou a candidatar-se a Presidente da República em 2016. O partido identifica-se como sendo de ideologia humanista, ecologista, europeísta e universalista. Página Oficial:  www.partido-rir.pt
VP - Volt  Portugal, partido de Centro-Esquerda, fundado em julho de 2020 por uma plataforma pan-europeia liderada por um conjunto de estudantes europeus nos EUA, o partido foi elaborado como reação ao Brexit, é um partido Federalista que pretende a criação de um Meta-Estado, com governo central eleito diretamente pelos eleitores. É o primeiro partido Pan-europeu a ser legalizado em Portugal.
ND - Nova Direita
, partido de Direita, fundado em abril de 2022 por Ossanda Liber, angolana naturalizada portuguesa, que fora candidata pelo Aliança às Eleições Legislativas de 2022. O Partido foi legalizado em 2023, assume-se como um partido conservador e luta contra a ideologia woke e a ideologia de género, bem com defende uma politica de imigração sustentável, o regresso do serviço militar obrigatório e uma politica externa autónoma, não indo a reboque da União Europeia. O site oficial do partido é https://novadireita.pt/. 
Partidos Extintos
POUS - Partido Operário de Unidade Socialista, Partido de Extrema-Esquerda, fundado em 1976, por Aires Rodrigues, e Carmelinda Pereira, dois dissidentes do PS, que não concordaram com a linha que o partido de Mário Sorares estava a ter. O partido é tido como de esquerda da corrente Trotskista, ligado à IV Internacional.  Página Oficial:  www.pous4.sapo.pt
PH - Partido Humanista, 
partido de Esquerda já extinto, foi fundado em 1999; é atualmente uma associação política da corrente do Novo Humanismo que é parte integrante do Movimento Humanista, da corrente Siloista, Silo (Mário Rodrigues Cobos) foi o fundador do PHI Partido Humanista Internacional, ideologia que defende uma política real, onde o Ser-Humano esteja em primeiro plano em todos os setores e atividades sociais, culturais, económicas, políticas. Defende ainda uma transformação social e politica pela consciencialização da pessoas, pela NVA Não Violência Ativa e por uma economia natural e justa.
PPV/CDC - Portugal Pró-Vida / Cidadania e Democracia Cristã, é um partido de Direita, que defende os ideais da Democracia Cristã, e da Doutrina Social da Igreja Católica baseada na encíclica da Reum Novarum, em particular o direito à vida do feto, e condena abertamente o aborto. Foi fundado em 2009. Página Oficial:  portugalprovida.blogspot.com

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Autor Filipe de Freitas Leal
Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

 
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