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sexta-feira, 13 de novembro de 2015

A Visão Humanista - O Blog do PH

A Visão Humanista, é o blog oficial do Partido Humanista - Português PH, onde podemos obter a mais variada e pertinente informação sobre o ideal humanista, no que se refere à corrente ligada ao Movimento Humanista fundada por Silo (Mário Rodrigues Cobosna América do Sul, uma corrente denominada por Novo Humanismo em que se reúnem os esforços de muitas pessoas de vários continentes, nações, raças e credos, na busca de uma nova sociedade, no blog obtemos informação sobre a sua proposta de não violência, da solidariedade com os oprimidos e da necessidade de ainda que poucos, sermos todos necessários para criar uma nova sociedade mais justa e sem violência.
O Blog é excelente, identifico-me imenso com o ideal do Partido Humanista, os seus valores e princípios e as soluções que preconiza para a sustentabilidade do planeta e da sociedade e da humanidade como um todo.
Vale a pena visitar este blog, bem como os sites relacionados ao Humanismo, na lista de links que se segue:
·        A Vida e a Obra de Silo  (Rodrigues Cobos) ver Aqui.
·        Partido Humanista - Português PH, ver Aqui.
·        Movimento Humanista, ver Aqui.

Autor Filipe de Freitas Leal


Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

O que é o Movimento Humanista?

Os humanistas são pessoas de todas as raças, credos, independentemente de género, que tendo diferentes experiências de vida, diferentes culturas e visões de mundo, formam um conjunto intergeracional de mulheres e homens que lutam e acreditam num mundo melhor, por outras palavras são jovens, adultos e idosos ativos deste século, que atuam neste tempo, com vista a um futuro promissor para toda a humanidade. Os humanista revêem-se em cada pessoa, colocando-se no seu lugar, sobretudo os mais necessitados e os mais desfavorecidos pelo que não chamamos à humanidade o que comummente se designa como o "Homem", para nós não há o Homem e sim de forma mais plena e mais abrangente "o Ser Humano", formado por homens e mulheres deste século e de todo o Mundo, em igualdade de género e de gerações.

Se anteriormente o humanismo, foi uma corrente ligada ao ressurgimento das artes, das ciências e da reorganização da sociedade em moldes contrários à Teocracia, é também verdade que o foi no intuito da reposição da centralidade do Ser Humano nas questões políticas, sociais e económicas, e colocando a religião no seu devido lugar, de serviço, consciencialização e fortalecimento filosófico, moral, ético e teológico, que aliás sempre foi o seu lugar, e reconhecem nisso os antecedentes do Humanismo histórico e as bases do novo humanismo, que se quer voltado para a urgência dos problemas atuais e a eminência das dificuldades que a Humanidade enfrentará no curto espaço que nos espera.

Os humanistas são um movimento, que defende a democracia participativa, a liberdade, na são internacionalistas, e pessoas presentes, de todas as profissões, atuando assim na sua região, localidade e bairro, contactando e participando de forma ativa pela defesa dos interesses das populações, sempre em prol de uma comunidade humana universal.

Mas a luta e a aspiração dos humanista é feita de forma plural, cada um com a riqueza da sua cultura, língua, religião, costumes, tradições, bem como dos diferentes graus de ensino e formação técnica e o respetivo exercício profissional, contribuem para um mundo plural, rico e que no respeito e na integração de todos será um mundo melhor.

É preciso que todos se consciencializem do direito e do dever de exercerem da melhor maneira possível, os direitos humanos, e a liberdade de pensamento, expressão e de associação política ou religiosa.

Resta-me dizer parafraseando um grande filósofo, Humanistas de todo o Mundo Uni-vos.

Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Discurso de Silo - O Fim do Sofrimento (1969)


1 - Durante a ditadura militar argentina, tinha sido proibida a realização de todo e qualquer ato público nas cidades. Por conseguinte, escolheu-se uma paragem isolada, conhecida como Punta de Vacas, perto da fronteira entre o Chile e a Argentina. Desde muito cedo as autoridades controlaram as rotas de acesso. Distinguiam-se ninhos de metralhadoras, veículos militares e homens armados. Para aceder ao local era necessário exibir documentação e dados pessoais, o que criou alguns conflitos com a Imprensa internacional. Num magnífico cenário de montes nevados, Silo começou a sua alocução perante um auditório de duzentas pessoas. O dia era frio e soalheiro. Por volta das 12h. tudo tinha acabado.
2 - Esta é a primeira intervenção pública de Silo. Com uma envolvente mais ou menos poética, explica-se que o conhecimento mais importante para a vida (“a real sabedoria”) não coincide com o conhecimento de livros, de leis universais, etc., mas sim que é uma questão de experiência pessoal, íntima. O conhecimento mais importante para a vida está referido à compreensão do sofrimento e à sua superação.
Em seguida, expõe-se uma tese muito simples, em várias partes: 1. Começa-se por distinguir entre a dor física e os seus derivados, sustentando que podem retroceder graças ao avanço da ciência e da justiça, à diferença do sofrimento mental que não pode ser eliminado por elas; 2. Sofre-se por três vias: a da percepção, a da recordação e a da imaginação; 3. O sofrimento denuncia um estado de violência; 4. A violência tem como raiz o desejo; 5. O desejo tem diferentes graus e formas. Atendendo a isto (“pela meditação interna), pode-se progredir. Assim: 6. O desejo (“quanto mais grosseiros são os desejos”) motiva a violência, que não fica no interior das pessoas, antes contamina o meio de relação; 7. Observam-se diferentes formas de violência e não somente a primária, que é a violência física; 8. É necessário contar com uma conduta simples que oriente a vida (“cumpre com mandamentos simples”): aprender a levar a paz, a alegria e sobretudo a esperança.
Conclusão: a ciência e a justiça são necessárias para vencer a dor na espécie humana. A superação dos desejos primitivos é imprescindível para vencer o sofrimento mental. Se vieste escutar um homem de quem se supõe que transmite a sabedoria, enganaste-te no caminho, porque a real sabedoria não se transmite por meio de livros nem de arengas; a real sabedoria está no fundo da tua consciência como o amor verdadeiro está no fundo do teu coração.
Se vieste empurrado pelos caluniadores e os hipócritas para escutar este homem, a fim de que o que escutas te sirva depois como argumento contra ele, enganaste-te no caminho, porque este homem não está aqui para te pedir nada, nem para te usar, porque não precisa de ti.
Escutas um homem desconhecedor das leis que regem o Universo, desconhecedor das leis da História, ignorante das relações que regem os povos.
Este homem dirige-se à tua consciência a muita distância das cidades e das suas ambições enfermas. Lá nas cidades, onde cada dia é um afã truncado pela morte, onde ao amor sucede o ódio, onde ao perdão sucede a vingança; lá nas cidades dos homens ricos e pobres; lá nos imensos campos dos homens, pousou um manto de sofrimento e de tristeza.
Sofres quando a dor morde o teu corpo. Sofres quando a fome se apodera do teu corpo. Mas não sofres só pela dor imediata do teu corpo, pela fome do teu corpo. Sofres também pelas consequências das enfermidades do teu corpo.
Deves distinguir dois tipos de sofrimento. Há um sofrimento que se produz em ti mercê da doença (e esse sofrimento pode retroceder graças ao avanço da ciência, assim como a fome pode retroceder, mas graças ao império da justiça). Há outro tipo de sofrimento que não depende da doença do teu corpo, mas que deriva dela: se estás impedido, se não podes ver, ou se não ouves, sofres; mas ainda que este sofrimento derive do corpo, ou das doenças do teu corpo, tal sofrimento é da tua mente.
Há um tipo de sofrimento que não pode retroceder face ao avanço da ciência nem face ao avanço da justiça. Esse tipo de sofrimento, que é estritamente da tua mente, retrocede face à fé, face à alegria de viver, face ao amor. Deves saber que este sofrimento está sempre baseado na violência que há na tua própria consciência. Sofres porque temes perder o que tens, ou pelo que já perdeste, ou pelo que desesperas alcançar. Sofres porque não tens, ou porque sentes temor em geral... Eis os grandes inimigos do homem: o temor à doença, o temor à pobreza, o temor à morte, o temor à solidão. Todos estes são sofrimentos próprios da tua mente; todos eles denunciam a violência interna, a violência que há na tua mente. Repara que essa violência deriva sempre do desejo. Quanto mais violento é um homem, mais grosseiros são os seus desejos.
Gostaria de te propor uma história que aconteceu há muito tempo.
Existiu um viajante que teve que fazer uma longa travessia. Então, atou o seu animal a uma carroça e empreendeu uma longa marcha rumo a um longínquo destino e com um limite fixo de tempo. Ao animal chamou-lhe Necessidade, à carroça Desejo, a uma roda chamou-lhe Prazer e à outra.
Dor. Assim então, o viajante levava a sua carroça para a direita e para a esquerda, mas sempre rumo ao seu destino. Quanto mais velozmente andava a carroça, mais rapidamente se moviam as rodas do Prazer e da Dor, ligadas como estavam pelo mesmo eixo e transportando como estavam a carroça do Desejo. Como a viagem era muito longa, o nosso viajante aborrecia-se. Decidiu então decorá-la, ornamentá-la com muitas belezas, e assim foi fazendo. Porém, quanto mais embelezou a carroça do Desejo mais pesado se tornou para a Necessidade. De tal maneira que nas curvas e nas encostas empinadas, o pobre animal desfalecia, não podendo arrastar a carroça do Desejo. Nos caminhos arenosos as rodas do Prazer e do Sofrimento enterravam-se no solo. Assim, desesperou um dia o viajante porque era muito longo o caminho e estava muito longe do seu destino. Decidiu meditar sobre o problema nessa noite e, ao fazê-lo, escutou o relincho do seu velho amigo. Compreendendo a mensagem, na manhã seguinte desbaratou a ornamentação da carroça, aliviou-a dos seus pesos e muito cedo levou o seu animal a trote, avançando rumo ao seu destino. No entanto, tinha perdido um tempo que já era irrecuperável. Na noite seguinte, voltou a meditar e compreendeu, por um novo aviso do seu amigo, que tinha agora de acometer uma tarefa duplamente difícil porque significava o seu desprendimento. Muito de madrugada, sacrificou a carroça do Desejo. É certo que ao fazê-lo perdeu a roda do Prazer, mas com ela também a roda do Sofrimento. Montou o animal da Necessidade e, em cima do seu lombo, meteu-se a galope pelas verdes pradarias até chegar ao seu destino.
Repara como o desejo te pode encurralar. Há desejos de diferente qualidade. Há desejos mais grosseiros e há desejos mais elevados. Eleva o desejo, supera o desejo, purifica o desejo, que haverás certamente de sacrificar com isso a roda do prazer, mas também a roda do sofrimento.
A violência no homem, movida pelos desejos, não fica só como doença na sua consciência, antes actua no mundo dos outros homens, exercitando-se com o resto das pessoas. Não creias que falo de violência referindo-me apenas ao facto armado da guerra, em que uns homens destroçam outros homens. Essa é uma forma de violência física. Há uma violência económica: a violência económica é aquela que te faz explorar outro; a violência económica dá-se quando roubas outro, quando já não és irmão do outro, mas sim ave de rapina para o teu irmão. Há, além disso, uma violência racial: achas que não exercitas a violência quando persegues outro que é de uma raça diferente da tua, achas que não exerces violência quando o difamas por ser de uma raça diferente da tua? Há uma violência religiosa: achas que não exercitas a violência quando não dás trabalho, ou fechas as portas, ou despedes alguém, por não ser da tua mesma religião? Achas que não é violência cercar aquele que não comunga os teus princípios por meio da difamação; cercá-lo na sua família, cercá-lo entre a sua gente querida, porque não comunga a tua religião? Há outras formas de violência que são as impostas pela moral filisteia. Tu queres impor a tua forma de vida a outro, tu deves impor a tua vocação a outro... mas quem te disse que és um exemplo que se deve seguir? Quem te disse que podes impor uma forma de vida porque a ti te apraz? Onde está o molde e onde está o tipo para que tu o imponhas?... Eis outra forma de violência. Só podes acabar com a violência em ti e nos outros e no mundo que te rodeia pela fé interior e pela meditação interior. Não há falsas portas para acabar com a violência. Este mundo está prestes a explodir e não há forma de acabar com a violência! Não procures falsas portas! Não há política que possa solucionar este afã de violência enlouquecido. Não há partido nem movimento no planeta que possa acabar com a violência no mundo... Dizem-me que os jovens em diferente latitudes estão a procurar falsas portas para sair da violência e do sofrimento interior. Procuram a droga como solução. Não procures falsas portas para acabar com a violência.
Irmão meu: cumpre com mandamentos simples, como são simples estas pedras e esta neve e este sol que nos bendiz. Leva a paz em ti e leva-a aos outros. Irmão meu: além, na História, está o ser humano mostrando o rosto do sofrimento, olha esse rosto do sofrimento... mas recorda que é necessário seguir adiante e que é necessário aprender a rir e que é necessário aprender a amar. 
A ti, irmão meu, lanço esta esperança, esta esperança de alegria, esta esperança de amor, para que eleves o teu coração e eleves o teu espírito, e para que não te esqueças de elevar o teu corpo.
A cura do sofrimento (Punta de Vacas, Argentina. 04/05/69)
Texto na integra de http://www.movimentohumanista.com




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Sobre o autor do Artigo

Mario Luiz Rodriguez Cobos (Silo) - Pensador, Escritor e Político, nascido em 1964 na cidade de Mendonça (Argentina),no seio de uma família da classe média, de ascendência espanhola, é conhecido pelo apelido de Silo, Formado em Ciência Política, é o fundador do Movimento Humanista Internacional e do PH Partido Humanista, também deixou uma vasta obra literária e filosófica.




Sobre o autor do Blog

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

 
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