Mostrar mensagens com a etiqueta Acordo Ortográfico. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Acordo Ortográfico. Mostrar todas as mensagens

quarta-feira, 11 de maio de 2016

"Se Bem Me Lembro" - Ainda o Acordo Ortográfico

Como diria o Professor Vitorino Nemésio, "Se Bem Me Lembro", foi a partir de 2013, que os alunos da Universidade de Lisboa, (eu incluído) tiveram de apresentar os seus trabalhos académicos, já redigidos conforme o Novo Acordo Ortográfico, não interessa lembrar quais foram esses professores, acho que agiram muito bem porque respeitaram uma diretiva prevista para entrar em vigor 23 anos antes, tempo mais que suficiente para se corrigir erros e haver a necessária preparação ou recusa.
Foi também segundo a orientação de professores do ISCSP que nós passamos a usar o "Lince" como corretor ortográfico, nesse ano as provas e os testes eram redigidos segundo o AO90.
Paulatinamente os organismos do Estado, jornais, canais de TV, passaram a cumprir o que as diretivas estabeleciam, muitos professores e também nós alunos o fizemos com um enorme esforço e empenho.
Creio que hoje em dia, há assuntos muito mais prementes para se debater em prol da sociedade portuguesa do que discutir o Velho Acordo, ou o Novo Acordo, sobretudo passados 25 anos de tempo de preparação e adaptação e passado um ano de ter entrado em vigor, é ridículo voltarmos atrás depois de tanta tinta gasta, de tanto tempo perdido e sobretudo de muitos investimentos feitos.
Voltar para trás acho que é um erro, também pela razão de que o acordo só incide no modo como se escreve, pois afeta apenas 3% das palavras na língua portuguesa, não incide na gramática, ou em particular na sintaxe, nem na semântica e muito menos na cultura das pessoas.
Mas para mim tanto faz, quero é ver as coisas definidas preto no branco e que digam de uma vez por todas aos alunos em que norma é que vão passar a escrever os trabalhos académicos.


Autor Filipe de Freitas Leal


Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

segunda-feira, 1 de junho de 2015

A Desnecessária Discussão do Acordo Ortográfico

As línguas são mais que instituições, são orgânicas, são vivas, e feitas por quem as fala e usa no dia-a-dia.
Isso vem reforçar a minha ideia de que não se deve perder tempo em discutir o acordo, nem de se propor uma fuga para trás e nem uma fuga para a frente, mas antes entregar o assunto a um conjunto de sábios (linguistas) que corrijam o que por ventura possa estar errado.

Voltar atrás e abandonar o AO90, significa transformar em desperdício tudo o que foi investido em recursos humanos e financeiros, bem como uma enorme perda de tempo de 25 anos, um desperdício colossal a que o Pais não se pode dar ao luxo de permitir em tempos tão difíceis e incertos, que hoje vive.

A questão do acordo em si é muito mais abrangente do que parece à primeira vista, o português falado em Portugal, corresponde a pouco mais de 6% dos falantes da lusofonia, já contando com os portugueses da diáspora lusitana, o português falado no Brasil tem um peso de 82%, e isso tem repercussões num mundo globalizado e informaticamente, pois sem o Acordo Ortográfico a forma ortográfica brasileira será adotada a nível internacional na produção tanto de softwares como editorial ou documental, o que quer isto dizer?

Quer dizer, que Portugal terá vantagens numa ortografia ratificada pelos signatários dos 8 países da CPLP, e que tem portanto de saber se adaptar a um mundo novo, altamente competitivo, pragmático e voltado para mercados grandes e emergentes, ou seja o custo de Portugal ter uma ortografia diferenciada acarretará custos de outra ordem que as grandes  multinacionais não estão dispostas a aceitar, e as empresas portuguesas devem ter em conta as vantagens de aproximação e reforço das relações comerciais e culturais com o Brasil. quererem um exemplo? As grandes editoras portuguesas, Leya, Bertrand e Difel estão presentes no Brasil.

Por outras palavras, para mim, tanto faz qual a ortografia adotada, prefiro é olhar as coisas por um lado positivo e acho que é chegada a hora de Portugal e os portugueses pró e contra o acordo voltarem-se para questões de futuro do nosso país, mais importantes, sobretudo em ano de eleições. Pois infelizmente a grande maioria quando não discute o acordo, discute o mero clubismo futebolístico, ou a vida alheia, mas pensar sobre em quem é que vão votar para que haja um Presidente da República com P maiúsculo, que de facto saiba presidir, ou qual o partido que apresente um projecto de futuro em vez de um programinhas eleitorais de governo para míseros 4 anos, (programas alias dificilmente levados a cabo), isso sim é mais difícil, porque requer de nós, uma identificação politica e um comprometimento cívico com a comunidade.

A discussão do acordo é o mesmo que irmos todos para a taberna falar do futebol e deixar tudo na mesma.


Autor: Filipe de Freitas Leal

contador de visitas Leituras visualizações

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

Novo Acordo Ortográfico divide Portugal

Se é para acabar com o Acordo Ortográfico de 1990, assim, sem mais nem menos, quase como tudo em Portugal, porque então o terão proposto vários dos Governos portugueses, desde o Estado Novo até ao governo de Cavaco Silva? Por nada?

Porque foram precisos 25 anos para se chegar a esta constatação de que está errado?
Quanto tempo e recursos humanos e financeiros não foram gastos com esse intuito, tal como os estudos do malogrado Aeroporto da Ota, em detrimento do malogrado Aeroporto de Alcochete, ou o malogrado TGV?

Que mais não são do que sinais de uma malograda Republica com muitos estudos, mas sem nenhum projeto de futuro.

Esta é na verdade uma daquelas discussões, que visam desviar os olhares para fora do foco dos problemas reais do Portugal profundo.

Nas se esqueçam os diletantes críticos, que reformas ortográficas houve muitas, e que tentativas de acordo malogradas foram pelo menos umas quatro. 1931, 1940 e 1971 durante o Estado Novo, e em 1978. (Todas de iniciativa portuguesa).

Já agora pergunto, como será encarada a diplomacia da CPLP e os respetivos signatários de um Tratado que tendo força de Lei, venha a ser pura e simplesmente abandonado? No mínimo risíveis.

Autor: Filipe de Freitas Leal

contador de visitas Leituras visualizações

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

O Novo (Des)Acordo Ortográfico

A discussão do momento, para além da política, da crise económica e do vulgar futebol, é sem dúvida o Novo Acordo Ortográfico, que como já devem ter notado foi adotado por este blog, acompanhando outros tantos sites e blogs na grande rede virtual.
Eu partilho com muitas outras pessoas do seguinte ponto de vista, que é, independentemente de gostar ou não, adoto o Acordo Ortográfico por uma questão de coerência, e é de bradar aos céus notícias que saem a público, nas quais se diz que "a partir de 2015 o governo afirma que não vai policiar a aplicação do Acordo".
Ora isto é no mínimo um demérito para a República, pois o Acordo Ortográfico têm força de lei, ou não tem? E trata-se de um "Tratado Internacional" envolvendo inicialmente sete estados soberanos, Timor é o oitavo (aderiu após a independência em 2002), nesse sentido, quem é que o governo pensa que é, para se recusar a vigiar a aplicação do acordo? Ora, trata-se de leis domésticas a que o estado se obrigou ao ratificar acordos internacionais.

E neste sentido conversando e comungando deste ponto de vista, com uma professora amiga, que acrescentou e bem, "Vejo todos preocupados com o seu incómodo e opinião e muito poucos preocupados com o significado destas declarações. Se o Governo só policia as leis com que concorda ou que lhe interessam, onde fica o nosso Estado de Direito?"
Aliás acrescento ainda, que o acordo não foi feito ontem, demorou mais de 20 anos, e até foi no governo de Cavaco Silva que o acordo foi assinado e foi Portugal quem propôs o acordo, tendo sido solenemente ratificado em Lisboa a 16 de dezembro de 1990, tendo o tempo que passou sido mais que suficiente, no qual deveria ter sido discutido e não o foi, protelou-se negligentemente, como aliás se faz em tudo neste país (e em particular as mesmas pessoas), agora Portugal tem que mostrar que é um país sério, responsável e credível, tendo por isso que praticar o que a Lei manda. O governo também tem que aprender a governar as suas palavras e opções, pois parece que o não sabe fazer de facto.
E concordo com o que referiu a minha amiga na conversa ao afirmar: "Esta atitude de protelar e do "tanto faz", "agora não me dá jeito" e "só assumo das responsabilidades o que me apraz" e "o que importa é o meu umbigo" é que nos levou e mantém onde estamos". E acrescento eu que é por isso que temo muito que continue a contaminar o futuro do país e condenando as gerações vindouras. É caso para dizer Valha-nos Deus.

E lembrou a interlocutora, que em jogo "há as crianças. Todos os manuais foram alterados e andamos a ensinar-lhes um modelo que depois "tanto faz"? Que pedagogia é esta? É a prova cabal da irresponsabilidade, será que não se consegue observar que alterações ortográficas já ocorreram variadas vezes no nosso país ao longo da história, e que também noutras línguas, até o espanhol está a fazer alterações, o italiano tinha feito uma reforma na ortografia, depois acho que um acordo bem feito é sempre melhor para o fortalecimento da CPLP.
A proposta de um acordo para simplificar a língua portuguesa, nasceu ainda na monarquia no ano de 1885, mas não foi avante, com a República, fez-se uma reforma ortográfica com vista a eliminar o analfabetismo e fora  nomeada entre outras figuras Carolina Michaelis primeira professora universitária em Portugal e Cândido Figueiredo, mas deixou-se o Brasil de parte e daí para cá os dois países divergiram  na ortografia, tendo havido sucessivas tentativas de reaproximação, em 1931, 1940 e em 1971 houve conversações com esse fim.
Para os mais jovens, fica aqui a lembrança de que se escrevia desta forma antes de 1911 phosphoro, orthographia, exhausto, estylo e a já famosa pharmacia, além de Brazil, monarchia, portugueza, prohibido, annuncios, como na ilustração acima.
Digo isto sem medo, por crer que ter opinião custa apenas o tempo de se informar, o esforço é recompensado por uma consciência livre e uma cidadania ativa! Para tal temos de exercer o direito à liberdade de expressão, pensamento e associação, pilares fundamentais da Democracia!



Autor Filipe de Freitas Leal


Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas os.

 
Projeto gráfico pela Free WordPress Themes | Tema desenvolvido por 'Lasantha' - 'Premium Blogger Themes' | GreenGeeks Review