segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Portugal Reconhece a Palestina sem Contrapartidas

Após a Suécia, o Reino Unido, e a Espanha, foi a vez de o Parlamento português aprovar nesta sexta-feira, uma resolução de recomendação para que o governo reconheça a Palestina como Estado independente; a autoria do projeto tripartido, é feito a três mãos, pelos socialistas do PS, os liberais do PSD e  os democratas cristãos do CDS, mas não tendo havido consenso dentro destes três partidos.

O que é espantoso, nesta  onda de um reconhecimento pela independência da Palestina é o facto de não terem em conta contrapartidas que possam garantir a paz.

Digo isto porque em primeiro lugar sou defensor da paz no Médio Oriente, e a visão europeia e estadunidense deste conflito é equivocada, na medida em que o conflito por si só, não parte de Israel, parte do não reconhecimento pelos países árabes da Existência de Israel como país soberano em 1948, tendo recusado a resolução da ONU, e é equivocada ainda porque esquecem ou finge ignorar que o Hamas, que é um dos principais partidos políticos palestinianos, tem como objetivo programático principal a destruição de Israel além de promover o antissemitismo, portanto quais as garantias que foram pedidas para a paz de facto seja uma realidade perene ou mesmo perpétua? O modelo encontrado agora pela Europa é tão ou mais falacioso que os acordos de paz de Camp David.

Posto isto, resta-nos perguntar, o que é que está por trás desta onda de reconhecimento da causa palestiniana? se for o desejo profundo de paz porque é que se esperou 66 anos para se só agora querer a paz? E se de facto os políticos europeus querem a paz porque não pediram garantias ao Hamas?

As garantias devem ser exigidas através de um acordo celebrado na ONU entre a comunidade internacional e a Palestina, onde esta assine a aceitação e reconhecimento irrevogável da partilha da Terra Santa, tal como previsto pela resolução 181 das Nações Unidas em 1947. Sem esta condição a politica externa de um reconhecimento sem contrapartidas é irresponsável e hipócrita, porque poderá estar baseado em interesses ou receios desconhecidos.


Autor Filipe de Freitas Leal

Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

2 comentários:

Anónimo disse...

Pregunto-me o mesmo... O que estará por detrás desta onda de reconhecimentos?
Foi alias esta pergunta me conduziu a este post. Obrigado e continuacão de bom trabalho.

Anónimo disse...

A.bem da verdade histórica é bom informar quem procura deturpar a História que Israel foi criado onde existia já o estado da Palestina numa imposição injusta que deu ao estado de Israel a maioria do território quando .temos de população da área estavam em Minoria. Apartir de 1948 com o reconhecimento pela ONU do estado de Israel forçado pela pela pressão do Presidente Truman Israel deu início a limpeza racial dos Árabes com sucessivos massacres que levaram ao deslocamento na altura de cerca de 750000 Palestinianos que nunca foram autorizados a regressar ao seu pais. A Palestina não necessita da autorização de Israel para ser reconhecida como estado independente e soberania precisa é que países como os EUA e o Reino Unido deixem de suportar o Genocídio do povo da Palestina por parte de Israel.

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