quinta-feira, 19 de julho de 2012

Guernica – A Arte como intervenção política

Pablo Picasso (foto abaixo), artista plástico espanhol, um nome de grande reconhecimento artístico da História da Arte do Século XX, e que foi sem duvida um vanguardista, cuja obra e o modelo estético fez escola em toda a Europa e no continente americano, influenciando também inúmeros artistas plásticos como a brasileira Tarsila do Amaral, Picasso deixou um cunho pessoal e modernista no modo como se desenvolveu e popularizou a arte até hoje, no modo com é vista e produzida, mas também que a arte pode ser utilizada como uma forma de expressão, de ideias e de intervenção promotora da consciência política, da identidade cultural de um povo, da cidadania e dos Direitos Humanos.
É da sua autoria, o famoso quadro a tons cinzentos, que expressam a agonia de um povo martirizado pelos nazistas de Hitler, em solo espanhol e com a conivência de Franco o caudilho que derrubou a República espanhola.


“Guernica” nome pelo qual é conhecido o quadro, (imagem acima), que descreve a dor causada pelos bombardeamentos que ocorreram na cidade homónima do País Basco, do que sobrou resta apenas escombros e uma única arvore como monumento, que ainda hoje é guardada qual espólio do que restou das gentes e da vila Euskadi, conhecida em todo o Mundo pelo quadro de Picasso, que perpetua a tão barbaramente massacrada, humilhada população, e no qual se pode ouvir os sons mudos do medo, da dor, do desespero de crianças que não viram o futuro ou um sentido para as suas vidas, das mães desesperadas, dos idosos que não puderam descansar em paz, enfim,  Guernica é muito mais que um quadro, é um grito!
Grito que permanece atual, se olharmos sempre com olhos de ver a atualidade política internacional e se reconhecermos nesses sinais o povo sírio massacrado pelas suas próprias tropas, um povo que apenas pediu democracia, tem como resposta o genocídio. 
Picasso não se calou, pintou Guernica, e o grito do seu povo, e ainda que exilado em França denunciou as atrocidades do regime e jurou nunca mais voltar a Espanha enquanto não vigorasse um regime democrático, respeitador dos direitos e da dignidade humana, e o mesmo deixou em testamento para o seu quadro, não poderia ir para Espanha enquanto lá estivesse Franco e o seu regime hediondo.
Não nos calemos também, façamos pela arte, seja na música, seja na pintura, na poesia, no cinema, no teatro, na literatura, a voz dos que a não têm, como é o caso agora do povo sírio.

Este artigo respeita as normas do novo Acordo Ortográfico.


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Sobre o Autor

 - Nasceu em 1964 em Lisboa (Portugal), é estudante de Serviço Social no ISCSP  Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas. Trabalha em Logística na Indústria Farmacêutica. Fundou este blog em 2007 e atualmente está a desenvolver um blog votado para o apoio ao estudo autodidático, a "UHL Universidade Humanista Livre". (ver o Perfil completo)

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