quinta-feira, 19 de julho de 2007

Um Novo Olhar Sobre o Mundo


Ver o mundo e as pessoas pelo mesmo prisma é mais uma forma de prisão, porque pode ser também o princípio de uma mentalidade preconceituosa, a qual não vê as peculiaridades de cada um, seja uma pessoa, um grupo, uma comunidade ou um povo.
É imperioso que saibamos respeitar outros pontos de vista, não no sentido de ter obrigatoriamente que concordar com os mesmos, mas sim o de sabermos nos colocar no lugar do outro, sobretudo de tentar compreender o próximo no modo como é e vê o mundo, por outras palavras urge eliminar o critério do julgamento tácito e por vezes tenaz que se faz comummente na sociedade dos nossos dias, e que normalmente acontece de um grupo, contra um indivíduo, ou de uma maioria contra uma minoria.
O nosso próximo, não é apenas o outro ou uma pessoa diferente, é sim o outro, no seu todo, que é o  resultado não só da sua vontade, mas fundamentalmente de uma série de fatores e circunstâncias que lhe moldaram a liberdade e o fizeram ser quem é, ou fazer o que as circunstâncias lhe permitem. Ou seja o resultado de um processo natural, cultural, e também social, sem este olhar a tolerância não terá o mínimo espaço para emergir no meio de nós, pelo que não poderíamos provocar uma mudança para a evolução do mundo que nos rodeia.
Todos nós somos em parte, fruto dos nossos esforços, em nos cultivarmos e em termos uma consciência crítica sobre nós mesmos e o mundo, ou a sociedade que nos cerca, não obstante, nem todos têm tido a mesma capacidade ou sorte, há no mundo toda uma enorme quantidade de flagelos e injustiças que em maior ou menor grau destroem e deformam a pessoa humana.
Muitas pessoas rendem-se, já não questionam nada, contudo estão desesperadas à procura de um emprego, de páo para matar a fome, de uma solução que tardem em vir em seu socorro, e assim tornam-se escravos do sistema globalizado, inconsequente, frio e desumano do capitalismo renascido com a queda do Muro de Berlim.
As religiões, e em particular o cristianismo, quer católico quer ortodoxo, criticam naturalmente qualquer socialismo materialista e totalitário. Contudo também condena veementemente o capitalismo e o neoliberalismo existentes hoje, que apesar do pragmatismo é nociva e acaba por deformar a consciência das massas, para as tornar numa massa meramente submissa e rendida ao consumismo.
O capitalismo venceu, dizem muitos, de facto é o que as aparências indicam, mas terá mesmo vencido, ou conduz-nos a todos para uma destruição final do Planeta e da espécie humana, devido à irresponsabilidade e da destruição dos recursos naturais e dos ecossistemas frágeis.
O grito do Mundo para salvar o planeta, poderá ser tardio se não for também o grito do mundo para acabar com a globalização e o capitalismo, se não for também o grito do mundo para salvaguardar os direitos e liberdades das pessoas e dos povos, mas a mudança ansiada, ou mesmo necessária, não deve impor o fim de todo o conjunto da nossa herança civilizacional milenar, nem deve subverter os valores tradicionais, só porque são tidos como de uma outra era, para agradar ou as massa ou interesses, movidos segundo a condução de uma batuta cujo móbil será tão somente os interesses comerciais e financeiros cujo pano de fundo será a moda ou a modernidade.

Autor Filipe de Freitas Leal




Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal nasceu em Lisboa, em 1964, estudou Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Estagiou como Técnico de Intervenção Social numa Instituição vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e apoio a famílias em vulnerabilidade social, é blogger desde 2007, de cariz humanista, também dedica-se a outros blogs de temas diversos.

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